sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Luzes para solidificar a integração pastoral

                                                         

Luzes para solidificar a integração pastoral

Creio que o Bispo, o Pároco e o Vigário Paroquial, como pastores, têm a árdua e inadiável missão de favorecer a comunhão pastoral, que se traduz por Pastoral de Conjunto, concórdia, fins comuns, comunhão fraterna etc.

Na Sagrada Escritura, inspirações, sobretudo paulinas, são abundantes:

O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas é justiça e paz e alegria no Espírito Santo. É servindo a Cristo dessa maneira, que seremos agradáveis a Deus e teremos a aprovação dos homens. Portanto, busquemos tenazmente tudo o que contribui para a paz e a edificação de uns pelos outros” (Rm 14,17-19)

E ainda: “Alegrai-vos, procurai a perfeição, encorajai-vos. Permanecei em concórdia, vivei em paz, e o Deus de amor e de paz estará convosco” (2 Cor 13,11)

Olhar para os Apóstolos Pedro e Paulo, duas preciosas colunas da Igreja, tão diferentes e tão complementares, nos ensina a fortalecer os vínculos fraternos dos agentes de pastoral entre si e com seus pastores.

Os dois Apóstolos tinham em comum a sedução, o apaixonamento e o enraizamento no amor de Cristo, elementos que os ajudaram a enfrentar os cárceres, correntes, perseguições e até mesmo o coroamento pelo martírio, com o derramamento de sangue (o primeiro pela cruz e o segundo pela espada).

Já nos primeiros passos da Igreja, edificada por Cristo sobre a fé de Pedro, o Papa São Clemente nos advertia, exortando-nos a procurar o que for útil para todos e não o próprio interesse:

“Por que há entre vós lutas, cóleras, dissensões, divisões e guerras? Porventura, não temos um só Deus, um só Cristo e um só Espírito da graça derramado sobre nós e não há uma só vocação em Cristo? Por que arrancamos e despedaçamos os membros de Cristo e nos revoltamos contra nosso próprio corpo e chegamos à loucura de esquecer que somos membros uns dos outros?”.

Temos ainda o Princípio da Subsidiariedade , que diz na sua essência:

“Que cada um faça bem e com amor o que lhe é próprio”. Princípio que, se efetivamente vivenciado, teremos pastorais integradas e inúmeros problemas evitados.

A integração pastoral, ou de qualquer natureza, jamais poderá prescindir da humildade, da conversão, da sinceridade, da lealdade, do desejo de criar vínculos verdadeiramente fraternos e eucaristizados no banquete provisório, que acena ao Banquete da Comunhão Eterna.

Se verdadeiramente eucarísticos formos, 
não poderemos nos apresentar no Altar do Senhor 
sem gestos concretos de comunhão fraterna.

Urge que nos empenhemos em sagrados compromissos com o Reino
para que, pela Eucaristia nutridos e fortalecidos, 
no quotidiano tudo possa ser multiplicado, 
e frutos pascais saborosos partilhados.
Amém!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG