domingo, 21 de janeiro de 2024

O fruto da penitência é a paz (IIIDTCB) (13/01)

                                        


O fruto da penitência é a paz

Ouvimos, no terceiro Domingo do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 1,14-20), em que Jesus nos convida à conversão e ao Seu Seguimento, explicitado nestes dois versículos:

“Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1,15); “Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17). Também podemos mencionar a primeira Leitura (Jn 3,1-5.10), a pregação de Jonas para a conversão de Nínive.

Assim nos falou Tertuliano (séc. III) no “Tratado sobre a Penitência”:

“A penitência é uma vida preferível à morte... Lança-te a ela, abraça-te nela como um náufrago a tábua da salvação. Ela te tirará do marulho do pecado em que te encontras a ponto de naufragar, e te conduzirá ao porto da divina clemência.

Aproveita a ocasião de uma inesperada felicidade, para que tu, que em outra época não eras diante do Senhor mais que uma gotinha d’água em um balde, palha da eira, vaso de barro, possas converter-te em uma árvore, naquela árvore que se planta a beira do regato, onde suas folhas não murcham e dá fruto no seu tempo; aquela árvore que não conhece nem o fogo nem o machado do lenhador”.

Não poucos são os marulhos do pecado em que nos encontramos. A agitação do pecado, a inquietação que causa em nossa alma precisa de alguém que a domine e a acalme.

A penitência bem feita, o desejo de conversão, os sacrifícios realizados e acompanhados da Oração, nos dão a serenidade, o frescor da alma, levando-nos à mortificação das paixões desordenadas, para que reencontremos o equilíbrio, a sobriedade, enfim, a paz tão desejada.

Somente Jesus com Sua Palavra pode fazer cessar os ventos contrários à nossa nau, em nossa grande travessia para a outra margem e, deste modo, não naufragarmos no mar das dificuldades e de nossas fragilidades.

Menos marulho do pecado, mais serenidade no coração, porque abertos para a graça que nos é derramada copiosamente, embora não mereçamos, mas porque Deus é infinitamente bom e misericordioso.

Quanto mais o silêncio orante fizer calar os “barulhos e ruídos” do cotidiano, mais nossa alma estará em paz, na total disponibilidade e fidelidade no seguimento do Senhor.


PS: Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 - pp.372-373

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