sexta-feira, 20 de setembro de 2024

A inveja nos fragiliza


A inveja nos fragiliza

Na quinta-feira da segunda semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Primeiro Livro de Samuel (1 Sm 18,6-9;19-17, em que Saul procura matar Davi, depois deste ter vencido Golias, como ouvimos na passagem do mesmo Livro (1 Sm17,32-33.37.40-51).

Assim lemos no Comentário do Missal Cotidiano:

“O ciúme por alguém (Davi) que ele (Salomão) considerava melhor e mais aceito por Deus e pelo povo bloqueou-o nos seus sentimentos mais profundos de admiração e afeto.

História de ontem e de hoje. História que se repete desde que Cristo foi entregue por inveja. Uma paixão que é obra do maligno: discórdia entre aqueles que trabalham pelo Reino de Deus” (1)

Voltemo-nos para a passagem do Livro da Sabedoria, que nos fala sobre a inveja:

 

“A inveja pode levar às piores ações. ‘É pela inveja do demônio que a morte entrou no mundo’ (Sb 2, 24).

 

Também o Apóstolo Tiago em sua Epístola (Tg 3,16-4,3) nos apresenta alguns problemas que maculam a comunidade: inveja, rivalidade, desordem de toda espécie de más ações, a desordem das paixões dentro de cada pessoa, e por fim a cobiça.

 

Aprofundemos sobre a inveja, à luz do que nos diz o Catecismo da Igreja Católica:

 

“A inveja pode levar às piores ações (Gn 4,3-8). É pela inveja do demônio que a morte entrou no mundo:

 

‘Nós nos combatemos mutuamente, e é a inveja que nos arma uns contra os outros... Se todos procuram por todos os meios abalar o Corpo de Cristo, onde acabaremos? Nós estamos enfraquecendo o Corpo de Cristo... Declaramo-nos membros de um mesmo organismo e nos devoramos como feras’ (São João Crisóstomo).

 

A inveja é um vício capital. Designa a tristeza sentida diante do bem do outro e do desejo imoderado de sua apropriação, mesmo indevida. Quando deseja um grave mal ao próximo, é um pecado mortal:

 

Santo Agostinho via na inveja ‘o pecado diabólico por excelência’.

 

‘Da inveja nascem o ódio, a maledicência, a calúnia, a alegria causada pela desgraça do próximo e o desprazer causado por sua prosperidade’ (São Gregório Magno).

 

A inveja representa uma das formas da tristeza e, portanto, uma recusa da caridade; o batizado lutará contra ela, mediante a benevolência. A inveja provém muitas vezes do orgulho; o batizado se exercitará no caminho da humildade:

 

‘Quereríeis ver Deus glorificado por vós? Pois bem, alegrai-vos com os progressos do vosso irmão e imediatamente Deus será glorificado por vós. Deus será louvado, dirão, porque seu servo soube vencer a inveja, colocando a sua alegria nos méritos dos outros’(São João Crisóstomo”. (2)

 

Sim, verdadeiramente, a inveja é um dos sete pecados capitais que muito destrói a comunidade, a família ou qualquer outro espaço de convivência e relacionamento.

 

Urge nos colocarmos em atitude de conversão, banindo quaisquer sentimentos de inveja que possam tomar conta de nossa mente e coração, criando suas perigosas raízes.

 

Para vencermos este pecado, peçamos a Deus o dom da fortaleza, a fim de gastarmos nossas forças no desenvolvimento das capacidades que nos foram dadas pela graça divina.

 

Não devemos invejar ninguém, pois cada pessoa tem seus dons, qualidades, capacidades.

 

Importa que cada um desenvolva as aptidões que possui, e as coloque generosamente a serviço do outro, em todos os âmbitos, mas sobretudo nos espaços de nossas famílias e comunidades.

 

Sentimento de inveja nutrido, traz enfraquecimento e empobrecimento.  De outro lado, sentimento da inveja vencido, continuamente, nos faz mais fortes e agradecidos a Deus pelos bens e graças que Ele nos oferece, e desenvolvemos nossos dons e capacidades, colocando-nos com alegria a serviço do bem do outro.

 

 

 (1)  Missal Cotidiano – Editora Paulus – pág. 663

(2) Catecismo da Igreja Católica – parágrafos - 2538-2540

Apropriado para o 25º Domingo do Tempo Comum - ano B

 

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