O Reino de Deus é como um grão de mostarda
Reflitamos sobre a Parábola do grão de mostarda (Lc 13, 18-21;Mt 13,24-30).
O grão de mostarda semeado no campo, que se torna uma árvore frondosa, revela um aspecto importante na dinâmica do Reino: da pequenez à grandeza.
O grão de mostarda parece pequeno e frágil, ao despontar na história humana, mas o seu destino é tornar-se grande na sua definitiva manifestação.
Vivemos da mesma forma, na precariedade e imperfeição do momento presente, que constituem nas etapas necessárias de um processo mais amplo, e somente no fim dos tempos (escatologia), é que veremos o despontar do Reino de Deus em toda sua real e majestosa grandiosidade.
Reflitamos sobre a vida de fé, que consiste num processo contínuo da maturação espiritual, desde o dia em que fomos agraciados com a água do Batismo e nos tornamos templos do Espírito Santo.
O discípulo missionário do Senhor precisa aprender a conjugar pequenez e grandeza, sem se deixar iludir por imagens destorcidas do Reino, não se enganando ao identificá-lo com certas manifestações retumbantes, pomposas e suntuosas de religiosidade.
Com o olhar de fé, não se iludirá com coisas extraordinárias e fenomenais, porque será capaz de perceber o Reino lançando suas raízes, em sua fecundidade, não obstante sua fragilidade e pequenez.
Precisará sempre do suficiente senso crítico para perceber a incompatibilidade de certos fenômenos com o Projeto do Reino; assim como será capaz de detectar, ali, onde parece que nada está acontecendo, sinais evidentes do Reino, fermentando a existência humana.
Na história da humanidade, o Reino de Deus tende a manifestar-se em sua fragilidade, não pela imposição, porque é uma decisão livre e pessoal participar de sua construção.
Somente quem for capaz de reconhecer a presença ativa de Deus no que há de mais fraco e pequenino, terá compreendido por que caminhos o Reino atua na História.
Neste sentido, é preciso fazer progressos cada vez maiores, apesar das dificuldades que são próprias da condição da existência.
Não se pode jamais desistir da busca de maior perfeição, conforme nos diz o próprio Jesus: “Sede perfeitos como vosso Pai que está nos céus é perfeito” (Mt 5,48), o que não é jamais sinônimo de perfeccionismo.
Esta perfeição possível e desejável, que seja buscada tendo Jesus como o próprio e exclusivo modelo, conforme nos exorta o Apóstolo Paulo: que cresçamos até alcançarmos a estatura de Cristo (Ef 4,13).
Imprescindível é a Lei do Amor que O Senhor nos deu, e que nos leva ao crescimento, já que a caridade é o vínculo da perfeição e quem ama permanece em Deus, como afirmaram, respectivamente, Paulo e João.
Que nossas atividades pastorais e diversos serviços, enfim, que nosso discipulado seja como um pequeno grão de mostarda a ser lançado, na esperança de que a beleza do Reino possa florescer e frutificar abundantemente, suportando as podas que se fazem necessárias, para que os frutos sejam mais que abundantes: eternos (Jo 15).
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