domingo, 21 de julho de 2024

Sobre o amor e a felicidade (XVIDTCA)

Sobre o amor e a felicidade

Na Carta aos Romanos (Rm 8,26-27), Paulo exorta a comunidade a viver segundo o Espírito, como lembra o começo da segunda Leitura da Missa do 16º Domingo do Tempo Comum (Ano A):

 “O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis”.

O Amor de Deus Se manifesta de muitas formas, uma delas foi ter derramado em nós o Espírito Santo, o Espírito de Amor.

O Amor de Deus por nós não é porque sejamos merecedores e perfeitos, aliás, até mesmo pelo contrário. Deus nos ama porque somos pecadores e quer a nossa conversão, nossa mudança, como um pregador afirmou em um Retiro dos Presbíteros: “o amor humano ama apesar das fraquezas; o amor divino por causa delas”.

De fato, assim acontece. Deus nos enviou o Espírito do Ressuscitado porque nos ama, porque nos conhece, sabe muito bem nossas fraquezas, fragilidades, imperfeições.

Deus sabe muito bem quem Ele criou, afinal, somos obra de Suas mãos. Sabe que sem o Seu Amor sucumbiríamos em nossa pequenez e mediocridade e suprema imperfeição.

Deus nos ama porque fomos criados a Sua imagem e semelhança, ainda que imperfeitos, inacabados, num processo contínuo de acabamento, amadurecimento, florescimento e frutificação.

Infinitamente superior e incomparável, de fato, é o Amor divino. Amamos o outro com amor humano, apesar de seus defeitos, superando as dificuldades próprias da convivência; amamos apesar das contrariedades, da não correspondência, amamos até mesmo apesar das limitações inerentes ao ser, porque conhecedoras delas o somos. 

Amamos apesar das sombras, das interrogações, do medo que se manifesta de múltiplas formas (medo de sofrer traição, de não ser correspondido na mesma medida; da ausência provisória ou para sempre, da morte, da partida súbita, do adeus dado ou não para uma ida que não há retorno – eternidade...).

Sim, amamos apesar de...
Sim, Deus nos ama por causa de...

Contemplemos amores tão belos e necessários: o Amor divino e o amor humano. O primeiro quer tão apenas uma resposta de amor, como também o segundo. 

Se soubermos corresponder ao primeiro amor, o divino, muito melhor saberemos viver o segundo. Nisto consiste toda a Lei: amar a Deus com toda força, alma, entendimento e ao próximo como si mesmo, disse Jesus.

Amemos, sejamos amados: “A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é; ou, mais corretamente, de ser amado apesar daquilo que você é.”

É tempo para amar e construir, alcançar a suprema felicidade com Deus, jamais sem Ele, pois assim disse:

“Sem mim nada podereis fazer... Eu vos digo isto para que a minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja plena... Isto vos mando: amai-vos uns aos outros...” (Jo 15,1-17).

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