
A sagrada amizade de Maria Madalena
com o Senhor
Através da
Homilia do Papa São Gregório Magno (séc. VI), vemos como Maria Madalena sentia
o desejo de encontrar a Cristo, que julgava ter sido roubado, e assim renovemos
mesmo amor pelo Cristo Ressuscitado.
“Maria Madalena, tendo ido ao sepulcro, não encontrou
o corpo do Senhor. Julgando que fora roubado, foi avisar aos discípulos. Estes
vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que a mulher lhes dissera.
Sobre eles está escrito logo em seguida: Os
discípulos voltaram então para casa (Jo 20,10). E depois acrescenta-se:
Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo chorando (Jo 20,11).
Este fato leva-nos a considerar quão forte era o amor
que inflamava o espírito dessa mulher, que não se afastava do túmulo do Senhor,
mesmo depois de os discípulos terem ido embora.
Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto
buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia ardente saudade d'Aquele que
julgava ter sido roubado. Por isso, só ela O viu então, porque só ela O ficou
procurando.
Na verdade, a eficácia das obras está na
perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perseverar até o fim,
esse será salvo (Mt 10,22).
Ela começou a procurar e não encontrou nada;
continuou a procurar, e conseguiu encontrar.
Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram
com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; mas
se diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos.
Quem experimentou este amor ardente, pode alcançar a
verdade. Por isso afirmou Davi: 'Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus
vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?' (Sl 41,3). Também a Igreja
diz no Cântico dos Cânticos: 'Estou ferida de amor' (Ct 5,8). E ainda: 'Minha
alma desfalece' (Ct 5,6).
'Mulher, por que choras? A quem procuras?' (Jo
20,15). É interrogada sobre o motivo de sua dor, para que aumente o seu desejo
e, mencionando o nome de quem procurava, se inflame ainda mais o seu amor por
Ele.
Então Jesus disse: 'Maria' (Jo 20,16). Depois de
tê-la tratado pelo nome comum de mulher sem que ela o tenha reconhecido
abertamente: 'Reconhece Aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de
maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti'.
Maria, chamada pelo próprio nome, reconhece quem lhe
falou; e imediatamente exclama: 'Rabuni', que quer dizer Mestre (Jo 20,16).
Era Ele a quem Maria Madalena procurava
exteriormente; entretanto, era Ele que a impelia interiormente a procurá-Lo.” (1)
Maria Madalena
foi mencionada entre os discípulos de Cristo, esteve presente ao pé da Cruz e
mereceu ser a primeira a ver o Redentor Ressuscitado, na madrugada da
Ressurreição (Mc 16,9).
Santa Maria Madalena: que
amor, que amizade!
Imitemos Maria Madalena,
procuremos o Senhor!
Que
nosso amor e amizade pelo Senhor seja de tamanha intensidade e profundidade, que
O testemunhemos Vivo e Ressuscitado, com renúncias cotidianas necessárias, na
fidelidade plena do carregar de nossa cruz!
Eis o verdadeiro amor que haveremos de testemunhar por Cristo
Jesus! Amém. Aleluia!
(1)
Liturgia
das Horas – Vol. III – Editora Paulus - pág. 1435-1436.
PS:
Oportuno para a terça-feira da oitava da Páscoa (jo 20,11-18); e dia 22 de julho, quando celebramos a Memória
de Santa Maria Madalena (Jo 20, 1-2.11-18).
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