domingo, 21 de janeiro de 2024

A brilhante e radiante luz divina nos ilumine (IIIDTCA)


A brilhante e radiante luz divina nos ilumine

“O povo que vivia nas trevas viu uma grande Luz...”

No 3º Domingo do Tempo Comum (ano A), ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 4,12-23), que nos apresenta Jesus que foi morar em Cafarnaum, para que se cumprisse o que foi dito pelo Profeta Isaías.

Dando os primeiros passos de um novo ano Litúrgico, somos convidados a voltar nosso olhar para um momento significativo da missão de Jesus:

"Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz" (Mt 4, 15-16).

Esta Luz é o próprio Jesus que, encarnado no ventre de Maria, veio habitar e caminhar conosco, vivenciando a nossa condição concreta, igual a nós em tudo, exceto no pecado.

Em Sua Encarnação, Deus Se faz visível, palpável, passível de tudo quanto possamos sentir, sobretudo nascendo num lugar real, com problemas e dificuldades, e habitado por um povo sofrido como ovelhas sem pastor.

A Luz, um dia anunciada, foi colocada em uma manjedoura, em meios aos pobres, animais e seus pastores, ao lado de José e Maria, nascido pela obra do Espírito Santo, que em Maria pousou e nos agraciou com Sua vinda ao mundo, ao fecundá-la para ser a mãe do Salvador.

Uma Luz que brilhou radiante, e nem mesmo a morte pôde eliminá-la, pois passando pela morte, mais tarde, brilhou eternamente na madrugada da Ressurreição.

E esta Luz, o Sol Nascente, continua iluminando nossos caminhos, com raios que nos revigoram e não nos permitem curvar diante dos sinais de morte: maldade, mentira, mediocridade, corrupção, violação da vida ou de quaisquer outros sinais que atentem contra a dignidade e sacralidade da vida, desde sua concepção até seu declínio natural.

Uma Luz que nos animará em mais um ano de caminhada pastoral, com zelo, amor e alegria, na ação evangelizadora, sempre lançando as redes em águas mais profundas, em atenção e confiança à Palavra que se fez Carne e habitou entre nós  (cf. Jo 1,14). Esperamos que esta Luz ilumine os corações daqueles que dirigem nosso país e nossas cidades, no exercício de uma política em que não se vise os próprios interesses, a fim de que o povo tenha uma vida plena e feliz, com direitos sociais assegurados (alimentação, moradia, saúde, educação, cultura e lazer).

Iluminados por esta Luz não permitiremos que morra a esperança de que dias melhores haveremos de ver nascer, solidificando e nutrindo nossa fé com o Pão da Palavra e da Eucaristia, alimentos indispensáveis para os que se põem a caminho com Aquele que é o próprio Caminho, Verdade e Vida, Jesus (cf. Jo 14,6), a fonte inesgotável de amor que vem ao nosso encontro em cada momento, num Natal que não se reduz a um acontecimento que ficou escrito na página da história.

Conduzidos pelo Senhor e iluminados pela Sua Divina Luz, assistidos pelo Seu Espírito, permitamos que Ele entre em nossa história, e assim, na plena comunhão com Ele, o Filho Amado do Pai, pelo qual tudo foi criado e reconciliado, vivamos a graça do discipulado, inflamados pelo Fogo do Seu Santo Espírito. 

A cada dia, renasçam a alegria e a coragem para sermos incansáveis e alegres discípulos missionários do Senhor, anunciando e testemunhando Aquele que dá sentido ao nosso existir, porque nos ama, nos acompanha e nos concede a verdadeira e plena vida, alegria e paz e quanto mais necessitarmos.


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG