A brilhante e radiante luz divina nos
ilumine
“O povo que vivia nas trevas viu uma grande Luz...”
No 3º Domingo do Tempo Comum (ano A), ouvimos a
passagem do Evangelho de Mateus (Mt 4,12-23), que nos apresenta Jesus que foi
morar em Cafarnaum, para que se cumprisse o que foi dito pelo Profeta
Isaías.
Dando os primeiros passos de
um novo ano Litúrgico, somos convidados a voltar nosso olhar para um momento
significativo da missão de Jesus:
"Terra
de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio
Jordão, Galileia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e
para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz" (Mt 4, 15-16).
Esta
Luz é o próprio Jesus que, encarnado no ventre de Maria, veio habitar e caminhar
conosco, vivenciando a nossa condição concreta, igual a nós em tudo, exceto no
pecado.
Em
Sua Encarnação, Deus Se faz visível, palpável, passível de tudo quanto possamos
sentir, sobretudo nascendo num lugar real, com problemas e dificuldades, e habitado
por um povo sofrido como ovelhas sem pastor.
A
Luz, um dia anunciada, foi colocada em uma manjedoura, em meios aos pobres,
animais e seus pastores, ao lado de José e Maria, nascido pela obra do Espírito
Santo, que em Maria pousou e nos agraciou com Sua vinda ao mundo, ao fecundá-la
para ser a mãe do Salvador.
Uma
Luz que brilhou radiante, e nem mesmo a morte pôde eliminá-la, pois passando
pela morte, mais tarde, brilhou eternamente na madrugada da Ressurreição.
E
esta Luz, o Sol Nascente, continua iluminando nossos caminhos, com
raios que nos revigoram e não nos permitem curvar diante dos sinais de morte:
maldade, mentira, mediocridade, corrupção, violação da vida ou de quaisquer
outros sinais que atentem contra a dignidade e sacralidade da vida, desde
sua concepção até seu declínio natural.
Uma
Luz que nos animará em mais um ano de caminhada pastoral, com zelo, amor e
alegria, na ação evangelizadora, sempre lançando as redes em águas mais
profundas, em atenção e confiança à Palavra que se fez Carne e habitou entre
nós (cf. Jo 1,14). Esperamos que esta Luz ilumine os corações daqueles que dirigem nosso país
e nossas cidades, no exercício de uma política em que não se vise os próprios
interesses, a fim de que o povo tenha uma vida plena e feliz, com direitos
sociais assegurados (alimentação, moradia, saúde, educação, cultura e lazer).
Iluminados
por esta Luz não permitiremos que morra a esperança de que dias melhores
haveremos de ver nascer, solidificando e nutrindo nossa fé com o Pão da Palavra
e da Eucaristia, alimentos indispensáveis para os que se põem a caminho com
Aquele que é o próprio Caminho, Verdade e Vida, Jesus (cf. Jo 14,6), a fonte inesgotável de
amor que vem ao nosso encontro em cada momento, num Natal que não se reduz a um
acontecimento que ficou escrito na página da história.
Conduzidos pelo Senhor e iluminados pela Sua Divina
Luz, assistidos pelo Seu Espírito, permitamos que Ele entre em nossa história,
e assim, na plena comunhão com Ele, o Filho Amado do Pai, pelo qual tudo foi
criado e reconciliado, vivamos a graça do discipulado, inflamados pelo Fogo do
Seu Santo Espírito.
A
cada dia, renasçam a alegria e a coragem para sermos incansáveis e alegres
discípulos missionários do Senhor, anunciando e testemunhando Aquele que dá
sentido ao nosso existir, porque nos ama, nos acompanha e nos concede a
verdadeira e plena vida, alegria e paz e quanto mais necessitarmos.
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