domingo, 23 de novembro de 2025

Somar com quem o bem sabe multiplicar (Cristo Rei)

                                                


Somar com quem o bem sabe multiplicar

Uma fé pascal faz do
fim um eterno recomeço...

Coroamos solenemente Cristo Rei e Senhor da História,
Aquele que possui o Reino eterno e universal,
Ele que é a testemunha fiel, primogênito dos mortos,
O soberano de todos os príncipes, alfa e ômega.

A Ele toda honra, glória, poder e louvor, elevemos,
Compromissos renovados, atitudes sinceras multiplicadas,
Sem o que nossa coroação abominável seria,
Como todo culto sem a prática do direito e da justiça.

Coroar o Senhor é olhar para o fim da história,
Sem desespero e sem sombras de medo para o presente,
Vivendo intensamente com confiança, alegria e sabedoria,
Em vigilância permanente até que Ele venha gloriosamente.

É a Ele oferecer-se de modo total e decididamente,
Pois é Ele nosso ponto de referência numa adesão incondicional.
A Ele entregamos nossas limitações, fraquezas, sofrimentos,
Alegrias, conquistas, avanços, sonhos, santas procuras.

É fazer bom uso do tempo presente que é tão fugaz,
Tão finito, que não nos permite perdas irrecuperáveis;
Viver intensamente cada segundo sob o Seu olhar,
Numa relação de amor, vocacionada, a eternizar.

Assim há que se olhar para o fim e destino da História,
Certos de que o fim é iminente e inexorável,
Por isto requer sempre uma renascida postura,
Cada gesto, cada instante um eterno recomeço.

Por isto é preciso aumentar o cortejo da vida,
Somar com aqueles que não se perdem e se consomem
Em discursos verborrágicos, sem germe da novidade,
Porque acompanhados de palavreados esvaziados.

Somar com os que não se prestam a se tornarem
Profetas do mau agouro, da desesperança, da agonia,
Do medo que nada constrói, porque prescinde
Da autêntica fé e confiança n’Aquele que conosco caminha.

Somar com os que não deixam morrer em si a confiança
De que um novo mundo é mais do que possível, desejável;
Não deixam morrer e matar dentro de si a profética alegria,
De quem pauta sua vida sem jamais prescindir da sabedoria.

Somar com os que não plantam sementes da maldade,
Mas que em cada Mesa da Palavra e da Eucarística
Com participação ativa, frutuosa e piedosa como há de ser
Conscientes da sagrada missão que renovam em Oração.

Somar com os que não dão ouvidos aos cantos enganadores
Das “sereias” de cada tempo, com suas terríveis seduções,
Que nos afastam da verdadeira felicidade desejada,
Que somente encontra quem a Deus ama e serve com alegria.

Somar com tantas pessoas de boa vontade,
Que até mesmo fé diferente professam,
Mas que têm um denominador comum:
Amantes do Deus da Vida e da vida o são.

Somar com quem não se curva ao relativismo
Das verdades que duram não mais que alguns instantes.
Somar com aqueles que, por serem da verdade,
A Voz da Verdade escutam: o Rei Eterno, Jesus.

Somar é preciso
Com quem somar?
Quero somar contigo
Que ora lê e comigo crê...

Que sem omissão não cruza os braços,
Que as mãos generosamente abre,
Porque antes o coração se abriu,
Dando a Deus e ao próximo o melhor de si.

É com estes que quero somar:
Com quem dá de sua pobreza com amor,
Tornando, portanto, para Deus riqueza,
Como tão bem nos ensinou a viúva do Evangelho

Somar com quem dá sua pobreza com e por amor:
Sua juventude, capacidade, vigor, tempo,
Testemunho de fé, capital precioso,
Que podemos investir em favor do próximo.

Há aqueles com quem se há de somar.
Você é uma destas pessoas...
Com quem mais haveremos de somar
Para melhor a Deus e ao próximo amar?

A Cruz é o Trono do Senhor! (Cristo Rei)

                                                                 


A Cruz é o Trono do Senhor!
Carreguemos o Seu Trono cotidianamente!

"Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.” (Lucas 9,23).


Jesus, o Rei que amamos, é diferente!

Nu, despido, desprotegido, por alguns traído,
Por outros abandonado, solidão desoladora,
O auge das trevas e extrema escuridão,
Iluminada na madrugada da Ressurreição!

Jesus, Seu Trono é a Cruz!

No alto da Cruz, amor vivido,
Num trono por nós incompreendido,
Ele testemunhou a força desarmada do amor.
Amor universal, que chega até aos inimigos.

Reinar com Jesus é, portanto:
Não renunciar a cruz, que temos com ousadia e coragem carregar. Sendo luz com Ele, rompendo o véu da mediocridade, irrompendo a luz na madrugada da desejada Ressurreição, alegria para a profundeza da triste e indesejada, dos mortos, mansão.

Reinar com Jesus é viver a força desarmada do Seu Amor!

Ó incrível Amor do Senhor que na Cruz contemplamos! 
Solitário, amando até o extremo! Do Seu lado trespassado Água e Sangue jorraram, d’Ele nascemos, nos alimentamos... 

Somos revitalizados sempre por este Amor que a tudo e a todos pode vencer!

Amor testemunhado no ato extremo e último da Morte de Cruz.
Amor que ama até o fim!

Amor, incrível amor, a se viver corajosamente em situações favoráveis e adversas.

O amor é a força que nos move, revigora... 

Amor que não nos permite perder o encantamento pela busca do último horizonte: a eternidade - céu.

Que sejamos, no Amor e pelo Amor, sempre fortalecidos
 no bom combate da fé, no carregar de nossa cruz!

Venha a nós, Senhor, o Vosso Reino de Amor!
Amém.

Em poucas palavras...

                                                       


A vocação cristã

“«Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (Lumen Gentium 40). Todos são chamados à santidade: «Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 48):

«Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que […] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo.

Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a vida de tantos santos» (Lumen Gentium 40)”.(1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 2013

Em poucas palavras...

                                                     


Santidade

“«Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imperfeita, santidade» (Lumen Gentium n.48).

Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir: «Munidos de tantos e tão grandes meios de salvação, todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um pelo seu caminho» (Lumen Gentium n. 11).” (1)

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 825

 

“Reinar é servir” (Cristo Rei)

                                                      

“Reinar é servir” 

Assim afirma o Catecismo da Igreja Católica (n. 786): “Cristo, Rei e Senhor do Universo, se fez servidor de todos, não veio ‘para ser servido, mas para servir e para dar sua vida em resgate por muitos’ (Mt 20,28). Para o cristão, ‘reinar é servir’ "(Lumen Gentium n.36).

Também, citando a Gaudium et Spes (n. 10,2; 45,2) professa: “A Igreja crê... que a chave, o centro e o fim de toda história humana se encontram em seu Senhor e Mestre” (CIC n. 450).

Em poucas linhas, encontramos uma densidade inesgotável que nos convida ao silêncio e à contemplação, para que não apenas celebremos, mas como discípulos missionários, anunciemos e testemunhemos que Jesus é o Senhor de nossa história, em todos os âmbitos, em todos os corações, e de todo o Universo, se numa palavra apenas fôssemos dizer.

Cristo, Ungido, Enviado, Aquele que foi por muito tempo esperado. A realização da promessa messiânica se cumpriu em Sua Pessoa: “O Verbo se fez Carne e habitou entre nós...” (Jo 1,14), e a Ele damos toda honra, glória, poder e louvor.

Rei, mas um Rei diferente, pobre, despido, ultrajado, tendo como trono a Cruz, esvaziado de Sua condição divina, humilhou-Se e foi obediente até o fim, e Deus O Ressuscitou, para que diante d’Ele todo joelho se dobre e toda língua proclame que Ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fl 2, 7-8).

Senhor, porque reina em tudo e em todos, a Ele tudo foi submetido: “O último inimigo a ser destruído será a morte, pois Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo. Mas quando se diz que tudo lhe será submetido, é claro que se deve excluir Deus, que tudo submeteu a Cristo. E quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, então próprio Filho Se submeterá Àquele que tudo lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos.” (1 Cor 15, 26-28).  

Servidor de todos, ao lavar os pés dos discípulos, lavou os pés de toda humanidade, deixando ao mundo um sinal de humildade e serviço: o Mestre e Senhor lavou os pés dos servos; os pés de toda a humanidade, e a lição para sempre foi gravada na mente e no coração da humanidade, selado como  sinal de amor. Lição que haveremos de reaprender incansavelmente, cotidianamente.


O Senhor tem a chave e  confiou a Pedro. Também é a porta que nos possibilitou a entrada na eternidade (Jo 10, 9), e tão somente por esta porta estreita haveremos de passar, se coragem e fidelidade no carregar da cruz tivermos, sem deserção, sem medo ou refúgio na mediocridade de uma fé morna e instalada, sem sagrados compromissos com a vida.

É preciso que centralizemos o Senhor em nossa vida, para que tudo ganhe um novo sentido em nosso existir. Quanto mais O centralizarmos, mais plena será nossa alegria. Centralizar Jesus é ter d’Ele mesmos pensamentos e sentimentos, de tal modo a Ele configurado, que Ele é gerado e formado em nós, e nos outros.

Ele é o fim de toda a história, para Ele tudo haverá de convergir. Nossos dias, nossos passos, nossos planos, projetos, sonhos somente florescerão abundantemente, e darão frutos eternos se não tivermos ninguém além d’Ele para nos guiar e nos iluminar.

Com Jesus, cada noite escura de nossa vida, é acompanhada da certeza de que a luminosidade irromperá quando menos esperarmos, porque vigilantes esperamos Aquele que veio, vem e virá um dia, gloriosamente.

Por ora, é tempo de reinar com o Senhor, e somente o faremos se O servimos em cada irmão e irmã, sobretudo nos pobres, com os quais quis Se identificar. E este serviço silencioso, sem holofotes, glamoures, ibopes, confetes, nos credencia para a recompensa na eternidade, como Ele nos disse sobre o julgamento final: “Venham vocês que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo.” (Mt 25, 34)

Reinamos com o Senhor, quando servimos. E, para que sirvamos incansavelmente com ardor, É preciso que nosso coração Seja inflamado pelo Seu indizível Amor.


Reinar com Jesus é amar e servir (Cristo Rei )

 


Reinar com Jesus é amar e servir 

Assim afirma o Catecismo da Igreja Católica (n. 786): “Cristo, Rei e Senhor do Universo, se fez servidor de todos, não veio ‘para ser servido, mas para servir e para dar sua vida em resgate por muitos’ (Mt 20,28). Para o cristão, ‘reinar é servir’ "(Lumen Gentium n.36).

Celebrar a Solenidade Cristo Rei todo ano, ao término de um ano litúrgico é a renovação da graça  de sermos discípulos missionários do Senhor, anunciando e testemunho que Ele é a chave, o centro e fim de toda história humana, em todos os âmbitos, reinando em nossos corações e em todo o Universo.

Reinar com Jesus é amar e servir um Rei, mas um Rei diferente, pobre, despido, ultrajado, tendo como trono a Cruz, esvaziado de Sua condição divina, humilhou-Se e foi obediente até o fim, e Deus O Ressuscitou, para que diante d’Ele todo joelho se dobre e toda língua proclame que Ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai (cf. Fl 2, 7-8).

Ele é o fim de toda a história, para Ele tudo haverá de convergir. Nossos dias, nossos passos, nossos planos, projetos, sonhos somente florescerão abundantemente, e darão frutos eternos se tão somente n’Ele permanecermos na vivência do amor a Deus e ao próximo.

Com Jesus, cada noite escura de nossa vida, é acompanhada da certeza de que a luminosidade irromperá quando menos esperarmos, porque vigilantes esperamos Aquele que veio, vem e virá um dia, gloriosamente.

Por ora, é tempo de reinar com o Senhor, e somente o faremos se O servimos em cada irmão e irmã, sobretudo nos pobres, com os quais quis Se identificar. E este serviço silencioso, sem holofotes, glamoures, ibopes, confetes, nos credencia para a recompensa na eternidade, como Ele nos disse sobre o julgamento final: “Venham vocês que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo.” (Mt 25, 34)

Concluindo, para que de fato Ele reine, é preciso que tenhamos o coração ardente, olhos abertos e pés a caminho, como assim aconteceu com dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35).

“Amar até as últimas consequências...” (Cristo Rei)

                                                               

“Amar até as últimas consequências...”

Meditemos sobre esta frase:
“Jesus, um Rei que Se doa. Reinar com Ele é amar até as últimas consequências!”

Amar até as últimas consequências...
Ser batizado é ser outro Cristo, a Seu exemplo, tendo d’Ele mesmos sentimentos, para participar do Seu Reino...

Refletindo sobre o amor cristão:
Amar na doação da própria vida;
Amar na alegria da entrega da vida nas mãos de Deus em favor do próximo;

Amar sabendo esperar os frutos que virão, a partir da ação feita. Esperar silenciosamente e pacientemente, na alegria experimentada pelo bem que se fez;
Amar renunciando a si mesmo por uma causa infinitamente maior;

Amar colocando-se a serviço do outro nas diversas pastorais da comunidade;
Amar no silêncio, amar na ingratidão, amar para além de todo e qualquer resultado;

Amar na gratuidade, pura e simplesmente;
Amar na exata medida do Amor que é Jesus, que nos amou até o fim.

Portanto, como batizados, devemos ser no mundo sinal e instrumento do Amor de Deus, que cria e recria novas relações e um mundo novo.

Sejamos mais alegres e corajosos participantes da construção do Reino, arautos do Evangelho, como sacerdotes, profetas, reis e pastores.

Eis a missão intransferível e irrenunciável, a ser vivida com toda intensidade, fortalecidos na luz do Espírito de Deus.

Temos o Espírito nada nos falta! 
Tudo temos e tudo podemos
n’Aquele que nos fortalece! (cf. Fl 4,13).

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