sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Em poucas palavras... (XXXDTCC)

                                               


A adoração de Deus três vezes santo

“A adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador. Exalta a grandeza do Senhor que nos criou  e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal. 

É a prostração do espírito perante o «Rei da glória» (Sl 24,9-10) e o silêncio respeitoso face ao Deus «sempre maior» (Santo Agostinho). A adoração do Deus três vezes santo e soberanamente amável enche-nos de humildade e dá segurança às nossas súplicas.

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2628

Em poucas palavras... (XXXDTCC)

                                                


Três parábolas sobre a oração

São Lucas transmite-nos três parábolas principais sobre a oração.

A primeira, a do «amigo importuno» (Lc 11,5-13), convida-nos a uma oração persistente: «Batei, e a porta abrir-se-vos-á». Aquele que assim ora, o Pai celeste «dará tudo quanto necessitar» e dará, sobretudo, o Espírito Santo, que encerra todos os dons.

A segunda, a da «viúva importuna» (Lc 18,1-8), está centrada numa das qualidades da oração: é preciso orar sem se cansar, com a paciência da fé. «Mas o Filho do Homem, quando voltar, achará porventura fé sobre a terra?».

A terceira, a do «fariseu e do publicano» (Lc 18,9-14), diz respeito à humildade do coração orante. «Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador». A Igreja não cessa de fazer sua esta oração: «Kyrie, eleison!».”

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2613

Em poucas palavras... (XXDTCC)

                                              


Jesus, manso e humilde de coração

“Jesus escandalizou os fariseus por comer com os publicanos e os pecadores (Lc 5,30) tão familiarmente como com eles (Lc 7,36; 11,37; 14,1).

Contra aqueles «que se consideravam justos e desprezavam os demais» (Lc 18, 9; Jo 7,49; 9,34) Jesus afirmou:

«Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se arrependam» (Lc 5, 32). E foi mais longe, afirmando, diante dos fariseus, que, sendo o pecado universal (Jo 8,33-36), cegam-se a si próprios (Jo 9,40-41) aqueles que pretendem não precisar de salvação.” (1)

 

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.588

“Misericórdia, Senhor” (XXXDTCC)

                                                          

“Misericórdia, Senhor”

“Meu Deus, tende compaixão de mim,
que sou pecador” (Lc 18,13)

A Liturgia do 30º Domingo do Tempo Comum (ano C) nos apresenta a conhecida passagem da Parábola sobre a oração do fariseu e do publicano, no templo (Lc 18,9-14).

Vejamos o que nos diz o Comentário do Missal Dominical sobre um e outro:
 “O fariseu diz a verdade, quando fala da sua fidelidade à Lei, em si mesma louvável. Por seu lado, o publicano é um pecador público; pelo seu ofício poder-se-ia dizer que vive ou enriquece, tal como Zaqueu – espremendo os seus concidadãos sobre quem recai o peso dos impostos para os invasores.”.

O que os diferencia é a atitude que têm diante da misericórdia divina; duas concepções distintas de religião:
“Mas o primeiro (o publicano) não só ‘batia no peito’, apelando humildemente para a misericórdia divina. Estas personagens, descritas com traços deliberadamente exagerados, encarnam duas concepções opostas de Deus e, por conseguinte, dois tipos de religião”.

A constatação de que a santidade é graça que nos vem de Deus, porque tão somente Deus é santo, e por meio do Seu Filho, nos vem graça e santificação:
“Só Deus é Santo. Se somos justos, é n’Ele e por Ele, não pelos nossos méritos”.

Deste modo, a Igreja é uma realidade santa e pecadora: santa, porque tem Jesus como seu divino fundamento; pecadora, porque formada de pecadores por Ele perdoados:
“A Igreja é uma comunidade de pecadores perdoados que dá graças pela Salvação obtida por Cristo e pelo dom do Espírito de santidade”.

Daqui decorre uma súplica do comentário, que temos que fazer constantemente por toda a Igreja, da qual somos membros pela graça do batismo:
“Que o Senhor guarde os Seus discípulos do farisaísmo que constantemente os ataca”.

Oremos:

Livrai-nos Senhor, do fermento do farisaísmo, e que sejamos levedados pelo fermento do Vosso amor, para amar como amastes a Deus e ao nosso próximo, na prática dos Mandamentos inseparáveis que nos destes, e sabemos que tão somente assim somos justificados e nossa oração Vos será sempre agradável. Amém.



PS: Citações extraídas do Missal Quotidiano, Dominical e Ferial – Editora Paulus – Lisboa –p.2145 

Oração: Diálogo no aparente silêncio de Deus (XXXDTCC)

                                                           

Oração: Diálogo no aparente silêncio de Deus
 
No que consiste a Oração? 
 
Uma reflexão sobre a vitalidade da Oração em nossa vida.
 
Discípulos missionários do Senhor precisam intensificar momentos mais prolongados e fecundos de oração, pois é preciso orar sem cessar, como nos falou o Apóstolo Paulo (1 Ts 5,17). 
 
Percebamos as maravilhas que Deus realiza em nós através da oração, o quanto Ele nos fala em Seu aparente silêncio e as diversas formas que temos para orar. 
 
Entre a ação humana e a Ação Divina, a Oração se interpõe como diálogo amoroso em que a criatura perscruta os desígnios de Deus e Ele manifesta no mais profundo do coração humano os Seus sonhos e Projetos.
 
A Oração é uma forma que Deus encontrou para manter um diálogo constante, com aqueles a quem formou desde o princípio. Feliz quem na vida descobriu tão belo meio de avançar no caminho da felicidade pessoal, familiar, comunitária, social e em todos os níveis...
 
Pela Oração mantém-se a estreita e íntima relação dialogal de Deus com Sua criatura, e que há de ser contínua e perseverante em todos os momentos: alegria e tristezas, angústias e esperanças, fracassos e vitórias.
 
Oramos louvando, agradecendo, suplicando, disponibilizando-nos em abertura à vontade de Deus para toda humanidade.
 
Diante das comunidades, bispos e padres são por excelência pessoas de oração, e mesmo desafiados pelas inúmeras atividades e solicitações do dia a dia, devem cultivar a oração, pessoal e comunitária, vivenciada no ápice da Celebração Eucarística, que é, ao mesmo tempo, fonte e manancial inesgotável de forças sabedoria, graça e luz; vencendo o perigo do ativismo que resultaria no estresse, esvaziamento e inquietação diante dos resultados.
 
 
A Oração não é uma fuga da realidade, tão pouco delegar a Deus responsabilidades que são próprias de cada criatura. É antes de tudo compromisso.
 
Oração no trabalho como se tudo dependesse de nós e nada de Deus, mas, ao mesmo tempo, esperar tudo de Deus como se nada fosse fruto de nossas atividades, como dizia Maurice Blondeu, grande filósofo cristão e de sólida fé. A Palavra de Deus, por sua vez, é a grande fonte para nossa Oração.
 
No aparente silêncio Deus na verdade nos fala ao íntimo. Alguns Santos e místicos fizeram esta grande descoberta.

Santo Ambrósio, no século IV, assim definiu a Oração:

“A Deus falamos quando rezamos; a Ele ouvimos quando lemos os Divinos Oráculos”.

Os Santos Padres nos ensinavam que procurando pela Leitura Sagrada nos encontraríamos meditando, batendo a porta em Oração nos seria aberta pela contemplação.
 
O grande Bispo Santo Agostinho disse:

“Jesus Cristo ora por nós como nosso Sacerdote; ora em nós como nossa cabeça e recebe a nossa oração como nosso Deus. Reconheçamos n'Ele a nossa voz, e em nós a Sua voz”.
 
No século VIII, São João Damasceno via na Oração uma elevação da alma até Deus, em que fazemos o pedido dos bens convenientes.
 
A jovem Teresinha do Menino Jesus assim falou sobre a Oração:
 
“Ela é para mim um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”.
 
Há alguns anos, o Papa Bento XVI nos falou da Oração como a força motriz para o amor ao próximo; amor que por sua vez é a fonte de Oração.
 
Diante de um mundo globalizado, marcado por inúmeros e crescentes desafios, urge que Padre e todos (as) da comunidade redescubram a força, a beleza e a vitalidade da Oração, como sopro revitalizador do Espírito de Deus, que incansavelmente nos renova e reorienta nossos passos, conduz a Sua Igreja na participação da construção do Reino.
 
Como Deus nos fala em Seu aparente silêncio! Aprendamos a fazer silêncio para  podermos escutá-Lo e com Ele dialogarmos numa conversa que nunca termina...
 
É sempre Tempo de Oração! 


PS: Oportuno para refletirmos a passagem do Evangelho de João (Jo 17,20-26)

A autenticidade de nossas orações (XXXDTCC)

                                                        

A autenticidade de nossas orações

À luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,9-14), sobre a Parábola do publicano e do fariseu no templo, professemos nossa fé:

Cremos hoje com todo o coração, e professamos com toda a força, que Deus nos ama, não obstante sejamos pecadores.

Cremos e aprendemos com o publicano: “... o remorso o afastava, mas a piedade o aproximava; o remorso o rebaixava; mas a esperança o elevava” (cf. Santo Agostinho).

Cremos e aprendemos com o publicano e fariseu da Parábola: que, se publicano formos, nos encontramos ao relento precisando da acolhida divina; se fariseus, sentimo-nos seguros, paradoxalmente, em nossa casa construída sobre a areia.

Cremos, portanto, “que somos aqueles dois homens; um e outro ao mesmo tempo, porque, como o publicano, somos realmente pecadores e, como o fariseu, nos julgamos justos”.

Cremos que toda forma de injustiça que possamos praticar são pecados da paixão que nos desvia; assim como toda falsa justiça, é expressão de orgulho próprio, que nos afasta do amor de Deus.

Cremos que Deus nos justifica gratuitamente em Jesus Cristo, Seu Filho,  para que demos a Ele, que morreu e ressuscitou por todos nós toda a honra e glória.

Cremos que, assim como Deus nos deu Seu Amado Filho, jamais nos negará o que for necessário para coroarmos na glória esta aventura maravilhosa da Salvação, em que nos inserimos dia pós dia.

Cremos que a Deus agradam nossas boas obras, feitas para responder ao Seu infinito amor, e por isto, coloca em nossas mãos os dons necessários, como se fossem méritos nossos, embora não o seja de fato.

Cremos na lógica do amor que Jesus nos ensinou, e assim devemos amar, porque antes fomos amados:– “Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro” (1 Jo 4,19).

Cremos que é muito mais difícil manter vivas as verdades que nos movem, do que tê-las descoberto no caminhar da fé.

Cremos, portanto, que a autenticidade da fé se dá quando ela se une à caridade e faz nascer o rebento da esperança, florescendo e frutificando novos tempos, novas linhas, nova história.

Cremos que o “sim” neste testemunho da fé, é verdadeiro e profundo, e não se dá sem sofrimento e por vezes a fadiga, por isto precisamos ao Senhor recorrer, quando cansados e fadigados, pois Ele é manso e humilde de coração, e assim nos convidou a sermos.

Cremos que precisamos nos tornar humildes e pequenos como crianças diante de todo este Mistério, e dizer: “Sim ó Pai, porque foi do Teu agrado!”. Amém.


PS: Livre adaptação da reflexão do Frei Raniero Cantalamessa em “O Verbo Se faz Carne” - Editora Ave Maria – 2013 - pp.760-766

A força da oração (XXXDTCC)

                                                       

A força da oração

Sobre a oração, sejamos enriquecidos por um trecho dos escritos de São Gregório de Nissa, Doutor da Igreja (séc IV):

“...Afasta-se de Deus quem não se une a Ele na oração. Portanto, o primeiro que deveis aprender sobre a oração é isto: que se deve orar sempre sem desanimar-se. Pois mediante a oração conseguimos estar com Deus. E aquele que com Deus está, longe do inimigo está.

A oração é a base e o escudo da honestidade, o freio da ira, o sedativo e o controle da soberba.

A oração é o selo da virgindade, garantia da fidelidade conjugal, esperança dos que vigiam, fertilidade dos agricultores, salvação dos navegantes.

E penso que mesmo que nós passássemos toda  a vida conversando com Deus, orando e dando-lhe graças, estaríamos tão longe de recompensá-Lo como merece, como se em nenhum momento tivéssemos abrigado o propósito de recompensar ao nosso benfeitor”.

Assim entendida, a oração torna-se para nós elevação da alma, e não como fuga do tempo presente e seus desafios.

Oração é a força recebida, para que firmemos nossos passos em incondicional fidelidade ao Senhor, como discípulos missionários que o somos, com as renúncias cotidianas necessárias, para também o carregar cotidiano de nossa cruz, na vivência da solidariedade de uns para com os outros, quando ela se tornar mais pesada.

Oração assim é indispensável na travessia do mar da vida, para que enfrentemos as tempestades e ventos contrários das adversidades, tristezas, decepções, que são, por vezes, elementos constitutivos de nossa existência.

Enfim, oração é sempre um colocar-se diante de Deus, que faz novas todas as coisas, por meio do Seu Espírito, e renovar nossa fidelidade a Jesus Cristo, que nos chamou e nos enviou em missão, para que esta continuemos.

Que seria de nós se Deus não houvesse nos concedido a graça de dialogarmos com Ele?

E é nisto que consiste a verdadeira oração: dialogar pressupõe que não apenas falemos a Deus nossas alegrias e tristezas, angústias e esperanças, mas também sejamos abertos e atentos ao que Ele tem a nos dizer, e de modo especial para que venhamos a realizar, e se preciso, rumos, pensamentos e atitudes novas sempre buscar, maior correspondência de amor a Ele viver, e felizes e plenos de vida agora e sempre sermos. Amém.



Lecionário Patrístico Dominical – Editora  Vozes - 2013 - p.737

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