terça-feira, 25 de novembro de 2025

Em poucas palavras...

 


A serenidade e o ardor...”

“A serenidade e o ardor devem caracterizar os cristãos no cumprimento das suas tarefas diárias. Cada liturgia, especialmente a da Eucaristia, é uma nova visita de Deus. Cada domingo é um ‘Dia do Senhor’ e o Ano Litúrgico uma série ininterrupta de domingos.” (1)

 

 

(1)             Missal Quotidiano, Dominical e Ferial – Editora Paulus – Lisboa – 2012 – pág.2250 – Passagem do Evangelho – Lc 21,5-19

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

                                               

A Pastoral de conjunto e a espiritualidade de comunhão

A Pastoral de Conjunto ou Pastoral Orgânica é fruto de um longo caminho, de modo especial, iniciado com a realização do Concílio Vaticano II, portanto, não se trata de uma nova pastoral a ser implantada na Igreja, nem uma Pastoral específica.

É muito mais uma nova mentalidade, um espírito novo que norteia a ação evangelizadora das dioceses, e com isto o esforço de aglutinação e articulação de metas e princípios na ação evangelizadora.

Uma de suas preocupações é a promoção da unidade na Igreja, estabelecendo o alicerce da estrutura pastoral fundamentada numa espiritualidade de comunhão. Evidentemente que na busca da unidade não se trata de abafar a criatividade nem extinguir a ação do Espírito Santo.

É preciso que cada grupo ou movimento eclesial, com sua espiritualidade e objetivos específicos, coloque-se  em sintonia com as metas que a Igreja com um todo deseja alcançar.

A Pastoral de Conjunto não tem como objetivo a padronização das pastorais, tão pouco a desfiguração da  variedade dos dons, carismas e serviços presentes nas comunidades.

Já em 1966, a CNBB elaborou o primeiro “Plano de Pastoral de Conjunto” (1966-1970), que propunha seis “linhas de trabalho”, atualmente conhecidas como “dimensões”: Dimensão Comunitária e Participativa; Dimensão Missionária; Dimensão Bíblico-Catequética; Dimensão Litúrgica; Dimensão Ecumênica do Diálogo Religioso; Dimensão Sócio-Transformadora. Atualmente falamos em urgências da Evangelização, como temos falado neste espaço.

O Episcopado latino-americano (em Puebla – 1979) assim definiu a Pastoral de Conjunto: é a ação global, orgânica e articulada, que a comunidade eclesial realiza sob a direção do bispo destinada a levar a pessoa e todos os membros à plena comunhão de vida com Deus.

Em 2007 (Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe) reforça a necessidade de uma Pastoral Orgânica (n. 99, 169, 198, 371, 401):

A Diocese, presidida pelo Bispo, é o primeiro espaço da comunhão e da missão. Ele deve estimular e conduzir uma ação pastoral orgânica renovada e vigorosa, de maneira que a variedade de carismas, ministérios, serviços e organizações se orientem no mesmo projeto missionário para comunicar vida no próprio território...” (n. 169).

E ainda diz – “O Projeto Pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje com ‘indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades, e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos” (n. 371).

Com isto temos o fortalecimento dos Conselhos de Pastorais como instrumento articulador da evangelização; onde se estuda e se aplica os planos pastorais das dioceses; sem interpretações pessoais, subjetivismo e espontaneismo; não há lugar para o espírito de “grupismo”, isolamento.

Evidentemente que requer avaliação, planejamento, com a abertura da iluminação do Espírito Santo, o verdadeiro protagonista da Evangelização, porque um plano pastoral por mais perfeito que seja pode resultar em nada, se o espírito que o anima não nascer da caridade pastoral de Cristo, o Bom Pastor, que vai ao encontro da ovelha perdida (Lc 15), numa Igreja verdadeiramente missionária e em “saída”, como nos diz o Papa Francisco.

Concluindo, reiteramos que a  “PASTORAL DE CONJUNTO” ou “PASTORAL ORGÂNICA” são nomes que damos ao esforço de todos os batizados, verdadeiros discípulos missionários do Senhor (papa, bispos, padres, religiosos/as, cristãos leigos/leigas, seminaristas...) que se colocam juntos, com carismas e dons próprios, o ministério a serviço do anúncio e do testemunho da Boa-Nova do Evangelho, que deve ser anunciado a todos os povos e em todos os lugares.

Presbítero: servo do amor e do perdão

                                                     

Presbítero: servo do amor e do perdão

“Vós sois os Ministros da Eucaristia, os dispensadores da misericórdia divina no Sacramento da Penitência, os consoladores das almas, os guias de todos os fiéis nas tempestuosas dificuldades da vida”

Renovai, Senhor, Vos pedimos,
A chama no coração de cada Presbítero,
Para que, como ministros Vossos,
Garantam ao Povo confiado
O Pão da Palavra e da Eucaristia:

Palavra para iluminar o caminho,
Pão da Eucaristia para fortalecer o caminhar,
A cruz   cotidiana com fidelidade carregar,
Na construção do Vosso Reino,
Com alegria e coragem, participar, e
Com a Luz do Vosso Espírito, confiar.

Iluminai, Senhor, Vos suplicamos,
Para que tenham o coração semelhante ao Vosso
Coração de Bom Pastor, e sejam zelosos
Dispensadores da misericórdia divina
Celebrando e vivendo o Sacramento da Penitência,
Com palavras certas em horas difíceis e desoladoras,

Para que consoladores das almas sejam,
Guiando os fiéis nas tempestuosas dificuldades da vida,
Apontando para Vós, que tão apenas
Palavra Eterna sois e sempre z possuís,
E assim a ninguém mais recorra
Mas tão somente a Vós. Amém.



Fonte: João Paulo II Pastores Dabo Vobis 4

“Sofremos o amor perdido”

                                                              

“Sofremos o amor perdido”

Disse o Senhor na passagem do Evangelho (Lc 21,5-19) proclamada no 33º Domingo do Tempo Comum (ano C) e na Quarta-feira da 34ª Semana do tempo Comum: “Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos e amigos. E eles matarão alguns de vós” (Lc 21, 16).

Para reflexão, retomo um trecho do Sermão do Papa e Doutor da Igreja, São Gregório Magno (séc. VI):

“Nós sofremos menos pelos males causados por estranhos, porém nos são mais cruéis os tormentos que sofremos da parte daqueles em cujo amor confiávamos; porque, além do tormento do corpo, sofremos o amor  perdido, eis por que de Judas, Seu traidor, diz o Senhor pelo salmista:

Na verdade que, se o ultraje viesse de um inimigo meu, teria sofrido com paciência; e se a agressão partisse daqueles que me odeiam, poderia ter-me salvo deles; mas tu, meu companheiro, meu guia e meu amigo; com quem me entretinha em doces colóquios, que andávamos juntos na casa de Deus’.

E novamente: ‘Até o próprio amigo em quem eu confiava, que partilhava do meu pão, levantou contra mim o calcanhar’. Como se de seu traidor dissesse claramente: ‘sua traição me é tanto mais dolorosa quanto mais íntimo me parecia ser aquele de quem a sofri’”.

São Gregório retrata possíveis experiências que possamos já ter vivido. Podemos já sofrido por um amor perdido, como assim vivenciou Nosso Senhor, em relação à traição de Judas, a quem tanto amou, e não foi correspondido, e nem por isto deixou de amá-lo. Quem mais poderia amá-lo e nos amar tanto assim?

Quanto ainda temos que nos converter e amadurecer para amar, incondicionalmente, como Jesus nos ama?

Findando mais um Ano Litúrgico, ainda temos um longo aprendizado na prática do Mandamento Maior do amor a Deus, que se expressa no amor ao próximo, para que O coroemos e O glorifiquemos como Senhor de nossa vida e de todo o Universo.


(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes – 2013 – P.755

segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Oração para o Ministério Presbiteral

                                                          

Oração para o Ministério Presbiteral

Senhor Jesus Cristo, Pontífice da Nova e Eterna Aliança,
a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo, 
revestindo-me de poder, 
guardando-me  para a santificação do povo fiel,
e assim oferecer a Deus o Santo Sacrifício.

Que, recebendo a oferenda do Povo Santo para apresentá-la a Deus,
eu tome sempre consciência do que vou fazer 
para pôr em prática o que vou celebrar, 
conformando minha vida ao Mistério da Cruz do Senhor.

Senhor Jesus Cristo, com a Igreja, 
renovo em cada Eucaristia o Sacrifício da Redenção humana, 
servindo aos fiéis o Banquete da Páscoa, 
presidindo o Povo de Deus na caridade, 
alimentando-o com a Vossa Palavra 
e o restaurando com Vossos Sacramentos.

Confirmai-me na graça de dar a minha vida por Vós 
e pela Salvação de todos.
Quero me assemelhar cada vez mais a Vós, 
com mesmos pensamentos e sentimentos Vossos, 
testemunhando constantemente,
com fidelidade e amor para convosco, 
com a bênção e a proteção da Mãe da Igreja, Nossa Senhora, 
que jamais nos desampara. 
Amém!

Você nunca estará só



Você nunca estará só

Eis que estou à porta e bato.
Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
Eu entrarei em sua casa
e tomarei refeição com ele,  e ele comigo.” Ap 3,20)

 

Não desista de lançar tuas sementes, o máximo possível,

Na esperança de que cairão em chão fecundo,

E ainda que não aconteça, semeia incansavelmente:

não estarás só; com Ele podes contar.

 

Se, por vezes, vires teus sonhos parecerem impossíveis,

Um suspiro, uma súplica, forças renovadas, siga em frente.

Ainda que alguém te diga – “não conseguirás, desista...”

Não o ouças, Ele acredita muito em ti.

 

Se por um momento te sentires à beira de um precipício,

Como que te convidando a um último suspiro e mergulho,

Recua um passo, e verás que estamos bem ali à tua frente:

Com Ele podes contar; resistirás e vencerás.

 

Se não conseguires ver a beleza da estação primavera,

Te mostrarei e falarei das flores de esperança,

Que nos fazem olhar para além de estreito horizonte

Com Ele à Mesa Sagrada haverás de se revigorar.

 

Se não conseguires ver a beleza da estação outono,

Conversaremos das podas e perdas necessárias,

Para novos floresceres, como também é nosso existir:

Com Ele, suportarás podas e perdas inevitáveis.

 

Se a cegueira te roubar a contemplação da estação inverno,

Na fogueira do Espírito, farei sentires o calor do amor divino.

Súplicas elevaremos, com cânticos, salmos e hinos.

Com Ele, a tua voz se somará também à dos anjos.

 

Por fim, se a estação verão for apenas o calor escaldante,

Que possa roubar tuas forças ou predisposição,

Contemplaremos páginas da suave brisa revitalizante,

Com Ele, renovarás tuas forças na Fonte Divina. Amém. 

Avaliar e planejar com a luz do Espírito

                                               

       

Avaliar e planejar com a luz do Espírito
 
Vivendo um tempo fecundo de avaliação e planejamento pastoral para o próximo ano, recorramos à imagem do retrovisor, que nos permite um olhar retrospectivo e crítico, para avaliarmos sobre o que avançamos ou não, o que ainda nos desafia, clamando por respostas, para que a evangelização aconteça, lembrando Santo Ambrósio: – “A graça do Espírito ignora a lentidão”.
 
Tenhamos em nossas mãos, mente e coração, alguns instrumentos indispensáveis: a Sagrada Escritura, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora do Brasil CNBB (Doc. 109), com o Objetivo Geral: 

EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”.
 
Deste modo, o planejamento pastoral não será resultado de desejos humanos tão apenas, mas a expressão da escuta atenta de Deus e de sua vontade para todos nós, sob a ação do Seu Espírito na fidelidade a Jesus, como discípulos missionários que devemos ser; seduzidos, enraizados em Seu amor; um amor incondicional que se renova em cada Banquete Eucarístico.
 
Certamente, muito foi feito, mas ainda há muito por fazer. Há que se reconhecer fragilidades e forças, erros e acertos, avanços e recuos, luzes e sombras.
 
Embora sejamos poucos no oásis da cidade, “pois a messe é grande e poucos são os operários” (cf. Lc 10,1-9), assim falou o Senhor Jesus, empenhemo-nos na procura de respostas efetivas e corajosas, saciando nossa sede na Divina Fonte, que a todo instante nos sacia e se renova ininterruptamente, para que não sucumbamos na graça da missão por Deus a nós confiada.
 
Avaliar e planejar é mais do que necessário, sempre sob a ação do Espírito, coberto por Sua sombra, contando com Sua força.
 
“Vinde Espírito Santo, enchei o coração dos Vossos fiéis. E acendei neles o fogo do Vosso amor...” 

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG