sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Rezando com os Salmos - Sl 90 (91)

 




A nossa confiança e proteção está no nome do Senhor

“–1 Quem habita ao abrigo do Altíssimo
e vive à sombra do Senhor onipotente,
–2 diz ao Senhor: 'Sois meu refúgio e proteção,
sois o meu Deus, no qual confio inteiramente'.

–3 Do caçador e do seu laço ele te livra.
Ele te salva da palavra que destrói.
–4 Com suas asas haverá de proteger-te,
com seu escudo e suas armas, defender-te.

–5 Não temerás terror algum durante a noite,
nem a flecha disparada em pleno dia;
–6 nem a peste que caminha pelo escuro,
nem a desgraça que devasta ao meio-dia;

=7 Podem cair muitos milhares a teu lado,
podem cair até dez mil à tua direita:
nenhum mal há de chegar perto de ti.

–8 Os teus olhos haverão de contemplar
o castigo infligido aos pecadores;
–9 pois fizeste do Senhor o teu refúgio,
e no Altíssimo encontraste o teu abrigo.

–10 Nenhum mal há de chegar perto de ti,
nem a desgraça baterá à tua porta;
–11 pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos
para em todos os caminhos te guardarem.

–12 Haverão de te levar em suas mãos,
para o teu pé não se ferir nalguma pedra.
–13 Passarás por sobre cobras e serpentes,
pisarás sobre leões e outras feras.
–14 'Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo
e protegê-lo, pois Meu nome ele conhece.
–15 Ao invocar-me hei de ouvi-lo e atendê-lo,
e a seu lado eu estarei em suas dores.

= Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo,
16 vou conceder-lhe vida longa e dias plenos,
e vou mostrar-lhe minha graça e salvação'.”

Com o Salmo 90(91), contemplamos a proteção do Altíssimo que vem em socorro dos que n’Ele confiam, pois a nossa segurança e proteção está tão somente em Deus – “Eu Vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões” (Lc 10,19):

“Feliz quem se confia à proteção de Deus, pois Ele é fiel às suas promessas: livra das perseguições, protege dos perigos. Defende seus fiéis, de modo que podem descansar tranquilos.” (1)

Este Salmo tem um lugar especial na vida do Povo de Deus. Sempre bom lembrar que não basta que a Bíblia fique aberta neste Salmo, como costumamos ver. Fundamental que o rezemos tantas vezes, quanto possível.

Assim fazemos, como Igreja, de modo especial, todos os domingos, quando rezamos as “Completas” (Oração da noite).

(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – p.805




A Salvação exige decisão pessoal

                                                           

A Salvação exige decisão pessoal

A vitória de Jesus sobre o demônio é sinal de que o Reino de Deus é realidade já presente no mundo, desde o princípio. Mas Ele é salvação para aquele que O aceita, não para quem O conhecendo quer que Se afaste do seu território.

O Cristão sabe que a vitória de Cristo será completa no fim dos tempos, quando todos os homens tiverem combatido e triunfado juntamente com Ele.

Somos chamados a lutar serena e constantemente contra o mal, antes de tudo contra o que sentimos dentro de nós.

A luta mais difícil e decisiva que possamos ter é aquela no mais profundo de nós mesmos, onde Deus habita. Aquela luta interior que Paulo mencionou em sua Carta aos Romanos:

“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.

Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.”(1)

Cristo Jesus não nos deixará faltar Sua força.
Ele é e tem a força de que tanto precisamos.
Na Palavra e na Eucaristia,
A força do Espírito Santo para fidelidade ao Pai.
Amém!

(1) Carta de Paulo aos Romanos (Rm 7,19-24)

A pira e a Fornalha

                                                                  

A pira e a Fornalha

Não são sinônimos para quem crê, para quem tem fé,
Para quem não permite que morram os belos sonhos,
Para quem não deixa que se pulverizem as vitais utopias,
Para quem pela Paixão do Reino se consome avidamente.

Na pira não se queimam mais cadáveres em sacrifício,
Queimam suas atitudes que nos roubam a beleza do viver,
De modo especial, os pecados capitais que nos seduzem:
Soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.

Vejo suas labaredas crepitarem e aos céus subirem,
Como pontas fumegantes alcançando as alturas,
Precedendo às cinzas que dos pecados ficarão
Porque foram tirados das entranhas de nossa alma.

Pira com fogaréu em chamas como línguas de fogo;
Seu fogo por enquanto não poderá ser apagado, 
Sobretudo quando ainda  há os que resistem nela não jogar
Sentimentos de ódio, orgulho, petulância, ambição.

Mas há outra Fornalha para sempre acesa, eu creio,
Fornalha ardente de caridade: o Sagrado Coração de Jesus.
Fogo inextinguível, implacável e imortal em labaredas,
Ao contrário, nos vem dos céus, inflamando nosso coração.

Coração incandescente e eternamente luminoso,
Que nos comunica a luz em sombrias travessias,
Para que não tropecemos no dia ainda que claro,
Mas por vezes escuro pelas reais dificuldades.

Ó Divina Fornalha ardente, também vejo Suas chamas,
Ouço o suave ruído do crepitar de Suas chamas descendo,
Cumulando minha alma dos sete dons, como em Pentecostes:
Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Temor e Piedade.

Viver é fazer escolhas sábias, sem hesitações e letargias;
Nas piras, queimarmos o que for necessário para que mais humanos sejamos,
Pela Fornalha ardente do Coração de Jesus sendo inflamados,
Porque somente assim felizes seremos, porque divinamente amados.

Irradiemos a luz divina

                                                   

Irradiemos a luz divina

Reflexão à luz da passagem da Carta de Paulo aos Efésios:

“Nenhuma palavra perniciosa deve sair dos vossos lábios, mas sim alguma palavra boa, capaz de edificar oportunamente e de trazer graça aos que a ouvem.

Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação.

Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda a espécie de maldade.

Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo” (Ef 4,29-32).

Peçamos a Deus que nos conceda sempre a graça de sentir o Seu divino Amor, indicando-nos o caminho que devemos seguir com absoluta fidelidade no carregar da nossa cruz cotidiana, a fim de que jamais sucumbamos à força do pecado, e que, por sua infinita bondade, apague nossas transgressões e purifique nossos corações, eliminando toda ferrugem de nossa alma.

Adoremos o Cristo, Sol nascente e Luz sem ocaso, e supliquemos para que Ele ilumine os nossos passos desde o amanhecer, para que sejam afastadas de nós toda inclinação para o mal. Portanto, sejamos vigilantes em nossos pensamentos, palavras e ações, vivendo plenamente de acordo com a Sua vontade.

Adoremos o Senhor que, por Sua Cruz, nos trouxe a salvação, na mais perfeita expressão de misericórdia, e deste modo, pela Cruz e Ressurreição, na fidelidade ao Pai, tenhamos a consolação do Espírito Santo.

Finalizando, temos sete orientações a serem vividas por aqueles que professam a fé no Senhor, acompanhada do testemunho, para que irradie a luz divina, e seja sal da terra e fermento na massa:


1 – “Nenhuma palavra perniciosa deve sair dos vossos lábios”;

2 – “mas sim alguma palavra boa, capaz de edificar oportunamente e de trazer graça aos que a ouvem”;

3 – “Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação”

4 – “Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda a espécie de maldade”;

5 – “Sede bons uns para com os outros”

6 – “sede compassivos”;

7 – “Perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo”.

Oremos:

Ó Deus, não permitais que nossos lábios profiram palavras nocivas, geradoras de discórdia ou que firam a fraternidade, a solidariedade e a comunhão.

Colocai, ó Deus, em nossos lábios palavras edificantes, que irradiem Vossa luz, façam renascer a esperança, revigorem a fé e inflamem a caridade para com todos e em todos os lugares.

Ó Deus, fortalecei-nos, para que jamais entristeçamos o Espírito Santo, com o qual nos marcastes para o dia da libertação, afastando todos pensamentos, palavras e atitudes indesejáveis.

Ajudai-nos, ó Deus, para que eliminemos toda amargura e irritação, e jamais promovamos gritarias que não gerem alegria e vida, e tão pouco sejamos instrumentos de injúrias e promotores de maldade.

Ó Deus, Vós que sois tão bom e amável, com a Vossa graça, ajudai-nos a sermos sinal de bondade; que o nosso falar e agir revelem a Vossa amável e eterna presença.

Concedei-nos, ó Deus, a graça de sermos compassivos, de modo que acolhidos pela Vossa misericórdia divina, sejamos instrumentos da misericórdia humana para com os que mais precisam.

Ó Deus, perdoados e reconciliados pelo Sangue Redentor de Vosso Filho e remidos pelo Espírito Santo, sejamos capazes de dar e pedir perdão a quem nos tenha ofendido. Amém.


PS: Fonte inspiradora: “Oração das Laudes” da primeira sexta-feira da primeira semana do Tempo Comum.


Apropriado para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 8,16-18)

Sejamos inflamados pelo Amor Divino

                                                         

Sejamos inflamados pelo Amor Divino


Sejamos enriquecidos pelos escritos do Bispo Santo Antônio Maria Claret (sec. XIX).

“Impelidos pelo fogo do Espírito Santo, os Apóstolos percorreram o orbe da terra. Incendiados do mesmo fogo, os missionários apostólicos chegaram, chegam e chegarão até o fim do mundo, de um extremo da terra a outro, para anunciar a Palavra de Deus, podendo, assim, com justiça dizer de si mesmos as palavras do Apóstolo Paulo: O amor de Cristo nos impele (2Cor 5,14).

A caridade de Cristo estimula, incita-nos a correr e voar com as asas do santo zelo. Quem ama a Deus de verdade, também ama o próximo. O verdadeiro zeloso é o mesmo que ama, mas em grau maior, conforme o grau de amor: quanto mais arde de amor, tanto mais é impelido pelo zelo. 

Se alguém não tem zelo, testemunha por isto que em seu coração o amor, a caridade se extinguiu. Quem tem zelo deseja e faz as maiores coisas e se esforça para que Deus seja sempre mais conhecido, amado e servido nesta e na outra vida, já que este amor sagrado não tem fim. 

O mesmo faz com o próximo: sua ambição e esforço são para que na terra todos estejam contentes, e na pátria celeste felizes e ditosos; que todos se salvem, nenhum pereça eternamente nem ofenda a Deus, nem permaneça mesmo por breve instante no pecado. É isto que vemos nos Santos Apóstolos e em todos os que são movidos pelo espírito apostólico.

A mim mesmo eu digo: um filho do Imaculado Coração de Maria é aquele que arde de caridade e, por onde quer que passe, incendeia; que deseja eficazmente, por todos os meios, que todos os homens se inflamem com o fogo do Amor Divino. 

Não se amedronta com coisa alguma; goza com as privações; vai ao encontro dos trabalhos; abraça as tristezas; nas calúnias está contente; alegra-se nos tormentos; pensa unicamente em como seguir e imitar Jesus Cristo, rezando, trabalhando, sofrendo sempre e unicamente preocupado com a glória e a salvação dos homens”.

Santo Antônio Maria Claret fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria (Claretianos). 

Com o texto acima, somos convidados a crescer no amor por Cristo, fortalecendo nossos passos como peregrinos da esperança.

Sejamos verdadeiramente impelidos a assumir com ardor a missão que recebemos em nosso Batismo, fazendo progressos na devoção Mariana, como a Igreja nos exorta, para que ela não seja estéril.

Renovemos a cada dia nossa fidelidade ao Senhor, com renúncias necessárias, inflamados pelo Amor do fogo do Espírito, para anunciar por todo o mundo a Boa Nova do Reino.

PS: Memória celebrada dia 24 de outubro

“Caminhemos de acordo com a vocação que recebemos”

                                        

“Caminhemos de acordo com a vocação que recebemos”

Na sexta-feira da 29ª Semana do Tempo Comum (ano par), ouvimos a passagem da Carta de Paulo aos Efésios (Ef 4,1-6), que nos exorta a viver a unidade, que não é sinônimo de uniformidade, mas comunhão a ser construída e solidificada permanentemente, para que produzamos os frutos do Espírito.

Deste modo, o Apóstolo sublinha alguns aspectos fundamentais, como a humildade, mansidão, generosidade e, sobretudo, da caridade.

Estas atitudes, que fortalecem a “unidade do espírito pelo vínculo da paz” (Ef 4,3), não excluem a pluralidade e diversidade de funções e ministérios, bem como das opiniões:

“A unidade na fé e na Igreja não impõe nivelamento de opiniões e expressões, porém vivificada pelo espírito de caridade, é sempre respeitosa das ideias e expressões dos que não pensam ou agem como nós”. (1)

Fundamental, no entanto, que esteja no coração de todos os cristãos a unidade em Cristo, para que sejamos "um só corpo, um só Espírito, e uma só esperança à qual fostes chamados" (Ef 4,4), porque "Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos” (Ef 4,5-6).

Portanto, como discípulos missionários do Senhor, em permanente vigilância na espera de Sua vinda gloriosa, precisamos ficar atentos no caminho de conversão, a fim de que não sejamos instrumentos de discórdia e divisão dentro da comunidade, ancorados num fechamento pessoal, que fere, fragiliza e destrói a comunhão e a missão à Igreja confiada.

A participação na vida da Igreja exige que cultivemos uma autêntica espiritualidade cristã, que é, necessariamente, aberta à comunhão eclesial, à construção de laços fecundos de amor, tão somente assim seremos uma Igreja verdadeiramente missionária, irradiando a luz do Senhor, sendo sal da terra e fermentando um mundo novo.


(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - p. 1416

Em poucas palavras... (XXDTCC)

                                              


Jesus, manso e humilde de coração

“Jesus escandalizou os fariseus por comer com os publicanos e os pecadores (Lc 5,30) tão familiarmente como com eles (Lc 7,36; 11,37; 14,1).

Contra aqueles «que se consideravam justos e desprezavam os demais» (Lc 18, 9; Jo 7,49; 9,34) Jesus afirmou:

«Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se arrependam» (Lc 5, 32). E foi mais longe, afirmando, diante dos fariseus, que, sendo o pecado universal (Jo 8,33-36), cegam-se a si próprios (Jo 9,40-41) aqueles que pretendem não precisar de salvação.” (1)

 

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.588

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