domingo, 18 de maio de 2025
Foi por amor a ti (VDTPC)
A essência do ser cristão: Amar como Jesus amou (VDTPC)
A essência
do ser cristão: Amar como Jesus amou
Reflitamos
sobre o maior Mandamento da Lei, e sejamos iluminados pelo escrito do Bispo e
Mártir São Cipriano (séc. III):
“A vontade de Deus é
aquela que Cristo cumpriu e ensinou: a humildade no comportamento, a firmeza na
fé, o respeito nas palavras, a retidão nas ações, a misericórdia nas obras, a
moderação nos costumes, o não ofender os outros e tolerar aquilo que nos fazem,
o conservar a paz com os nossos irmãos: amar ao Senhor de todo o coração,
amá-Lo enquanto Pai, temê-Lo enquanto Deus; o não preferir nada a Cristo, já
que Ele nada preferiu a nós; o manter-nos inseparavelmente unidos ao Seu Amor,
o estar junto à Cruz com fortaleza e confiança; e, quando está em jogo o Seu
nome e Sua honra, mostrar em nossas palavras a constância da fé que
professamos; nos tormentos, a confiança com que lutamos, e na morte, a
paciência que nos obtém a coroa.
Isto é querer ser
coerdeiro de Cristo, isto é, cumprir o Preceito de Deus e a vontade do Pai.
Pedimos que se faça a
vontade de Deus no céu e na terra: ambas as coisas pertencem à consumação de
nossa incolumidade e salvação.
Pois ao ter um corpo
terreno e um espírito celeste, somos ao mesmo tempo céu e terra, e, em ambos,
isto é, no corpo e no espírito, pedimos que se faça a vontade de Deus.
Porque existe guerra
declarada entre a carne e o espírito, e um antagonismo diário entre os dois
oponentes, de maneira que não fazemos o que queremos, porque enquanto o
espírito deseja o celestial e divino, a carne se sente arrastada pelo terreno e
temporal.
Por isso, pedimos que,
com o socorro e o auxílio divino, reine a concórdia entre os dois setores em
conflito, de modo a cumprir-se a vontade de Deus tanto no espírito como na
carne, possa salvar-se a alma renascida por Ele no Batismo.
É o que aberta e
claramente declara o Apóstolo Paulo, dizendo: ‘Porque os desejos da carne se
opõem ao do Espírito, e estes aos da carne. Pois são contrários uns aos outros.
É por isso que não fazeis o que quereríeis.
Ora, as obras da carne
são estas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, superstição,
inimizades, brigas, ciúmes, ódio, ambição, discórdia, partidos, invejas,
bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes.
Destas coisas vos
previno como já preveni: os que praticarem não herdarão o Reino de Deus! Ao
contrário, o fruto do Espírito é: caridade, alegria, paz, paciência,
afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança’. (cf. na íntegra Gl 5,
13-26).
Por isso, com Oração
cotidiana e até continua, temos de pedir que no céu e na terra se cumpra a
vontade de Deus sobre nós. Porque esta é a vontade de Deus: que o terreno dê
lugar ao celestial e que prevaleça o espiritual e o divino”. (1)
Como
vemos é uma exortação para que nada prefiramos a não ser Jesus Cristo, vivendo
segundo o Espírito.
Assim
vivendo, teremos do Senhor mesmos pensamentos e sentimentos, de modo que
poderemos dizer como o Apóstolo Paulo: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21)
Na
vinha do Senhor, muitos são chamados, mas poucos são os que dão resposta
generosa e decidida, exatamente pelas provações, exigências próprias de um
autêntico discipulado, que não acontece sem a cruz, inevitável para o alcance
da glória eterna.
Deste
modo, autênticos discípulos do Senhor seremos se soubermos dar nossa resposta
generosa e decidida, exatamente pelas provações, exigências próprias de um
autêntico discipulado, que não acontece sem a cruz, inevitável para o alcance
da glória eterna.
Urge que não percamos a essência do ser cristão, e que a graça
de Deus seja abundantemente em nós derramada, para nos colocarmos no caminho
com o Senhor, vivendo os inseparáveis Mandamentos como distintivos do ser
cristão, para que nosso discipulado seja fecundo.
(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 -
p.225.
PS: Oportuno para reflexão das passagens: Mt 21,29-32Mc
12,28b-34
“Vede como se amam” (VDTPC)
“Nisto conhecerão que sois meus discípulos" (VDTPC)
“Todos os fiéis tinham um só coração e uma só alma” (VDTPC)
“Todos os fiéis tinham um só coração e uma só alma”
À luz dos Tratados sobre os Salmos, do Pseudo-Hilário, (Séc. IV), reflitamos sobre a vida em comunidade daqueles que professam a fé no Cristo Ressuscitado.
“Vede como é bom e alegre habitarem juntos os irmãos. Bom e alegre é habitar na unidade com os irmãos, porque vivendo deste modo, juntam-se à unidade da Igreja e, dizendo-se irmãos, concordam na caridade de um só querer.
Já na primeira pregação dos apóstolos existia este grande preceito, conforme lemos: Todos os fiéis possuíam um só coração e uma só alma.
Convém, portanto que o Povo de Deus seja de irmãos em um só Pai, uma unidade em um só Espírito, vivam unânimes em uma só casa, sejam membros de um só Corpo.
Bom e alegre é habitarem os irmãos na unidade. O profeta encontra uma comparação para esta alegria e bondade: Como o óleo sobre a cabeça, que desce pela barba de Aarão, até à orla de suas vestes.
O óleo de Aarão foi um bálsamo composto de perfumes, que o ungiu por sacerdote. Agradou a Deus que assim, primeiramente, fosse consagrado Seu sacerdote. Nosso Senhor também foi ungido invisivelmente, de preferência a Seus companheiros. Unção não terrena; não derramada de um chifre, como se ungiam os reis, mas unção com o óleo da alegria, depois da qual, conforme a lei, Aarão foi chamado de ‘Cristo’, isto é, ‘o ungido’.
Como esta unção expele os imundos espíritos do coração de quem a recebe, também pela unção da caridade, começamos a exalar a concórdia, tão suave a Deus, como diz o apóstolo: Somos o bom odor de Cristo’. Assim, pois, como a primeira unção, e de Aarão sacerdote, foi agradável a Deus, do mesmo modo é bom e alegre habitarem os irmãos na unidade.
O óleo desceu da cabeça à barba. A barba é o distintivo da idade adulta. Não é bom sermos crianças em Cristo, a não ser, como já se disse, crianças na malícia, não no entendimento. O apóstolo chama todos os infiéis de criancinhas, que ainda não suportam alimento sólido, precisam de leite. Ele diz: Dei-vos leite a beber e não alimento sólido; ainda não éreis capazes e nem mesmo agora o sois.”
Glorifiquemos a Deus Pai por pertencermos a uma comunidade que professa a fé no Cristo Ressuscitado, em comunhão com o Espírito Santo, vivendo na comunhão, sendo um só coração e uma só alma.
Glorifiquemos a Trindade Santa, pela graça de ungidos pelo batismo, pelo nosso testemunho ser, de fato, “O bom odor de Cristo” (cf. 02 Cor 2,14-14).
Glorifiquemos a Trindade Santa pela Palavra de Deus, que ouvimos e faz arder nosso coração, porque não se trata de uma palavra que passa, mas Palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68)
Glorifiquemos a Trindade Santa pelo Pão da Eucaristia, que nos alimenta e é antídoto para não morrermos, remédio de imortalidade, e nesta participação, nossos pecados são destruídos, crescem nossas virtudes e nossa alma é saciada e se enriquece de todos os dons (Santo Tomás de Aquino).
Glorifiquemos a Trindade Santa pela caridade na vida prolongada, como expressão da acolhida e vivência do Novo Mandamento que o Senhor Jesus nos deu - “Amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei” (Jo 13,340.
Glorifiquemos a Trindade Santa pela graça de sermos uma Igreja decididamente misericordiosa, missionária, cumprindo o Mandato do Senhor: “E disse lhes: ‘Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda a criatura’” (Mc 16,15). Amém.







