Ser Bispo tem sido para mim a graça de cuidar do rebanho como pai, amigo e pastor, animando e corrigindo, quando necessário; estreitando laços de conhecimento de novas pessoas, novas experiências.
terça-feira, 18 de março de 2025
A graça do segundo ano de Ministério Episcopal
Ser Bispo tem sido para mim a graça de cuidar do rebanho como pai, amigo e pastor, animando e corrigindo, quando necessário; estreitando laços de conhecimento de novas pessoas, novas experiências.
segunda-feira, 17 de março de 2025
Gratidão a Deus por Seu imensurável Amor
Em nenhum momento o Senhor nos prometeu facilidades; até mesmo acenou para os inevitáveis perigos deste caminho, mas assegurou Sua eterna e amável presença. Nosso medo se diluiu diante de Sua força e presença: “Coragem, sou Eu. Não tenhais medo!” (cf. Mt 14,22-33).
Em poucas palavras...
O exuberante amor do Senhor para conosco
“Ó exuberante amor para com os homens! Cristo foi o que recebeu os cravos em Suas imaculadas mãos e pés, sofrendo dores atrozes, e a mim, sem experimentar nenhuma dor nem angústia alguma, foi-me conferido a Salvação pela comunhão de Suas dores”. (1)
(1) São Cirilo de Jerusalém – Bispo e Doutor da Igreja - (séc. IV)
Peregrinar na esperança com o fermento do amor e da verdade
Peregrinar na esperança com o fermento
do amor e da verdade
Como peregrinos de esperança, nosso peregrinar só será agradável a Deus
se nos deixarmos levedar pelo fermento do amor e da verdade, de tal modo que
estaremos em contínuo caminho de conversão, e em necessária vigilância, para
que a hipocrisia não manche nossas vestes batismais.
O que é a hipocrisia? Vejamos o que nos diz Raniero Cantalamessa:
“O que é a hipocrisia? É
uma tentativa para ludibriar a Deus; é a falsidade do coração, a ilusão do
contentar a Deus com as aparências, quase se iludindo de que Ele possa se
enganar e tomar por coisa boa o que não é...
O hipócrita é, no fundo,
um falsário, alguém que tenta pagar a Deus com moeda falsa, alguém que o honra
com os lábios enquanto seu coração está longe de Deus (cf. Mt 15,8).” (1)
Se a vida do discípulo for envolvida pela hipocrisia, estará sendo
envolvidoa pelas trevas da ignorância como nos disse o bispo e doutor da
Igreja, São Cirilo de Alexandria (séc. V):
“De fato, aqueles que
estão envoltos nas trevas da ignorância não poderão conduzir ao conhecimento da
verdade aqueles que se encontram em idênticas e calamitosas condições. Pois de
tentá-lo, ambos acabarão caindo no fosso das paixões.”
No entanto, se nos
deixarmos levedar com o fermento do amor e da verdade, seremos conduzidos pelo
Santo Espírito, seremos uma árvore boa a produzir frutos bons, e tiraremos do
tesouro de nosso coração, coisas boas, como nos falou Jesus na passagem do
Evangelho (cf. Lc 6,39-45).
Vejamos o que nos diz Paulo
sobre os frutos do Espírito que devemos produzir, como peregrinos da esperança:
“Os frutos do Espírito
são perfeições que o Espírito Santo forma em nós, como primícias da glória
eterna. A Tradição da Igreja enumera doze: «caridade, alegria, paz, paciência,
bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência,
castidade» (Gl 5, 22-23 segundo a Vulgata)”. (2)
Oremos:
Ó Deus, levedados
pelo fermento do amor e da verdade, dai-nos a perfeita coerência cristã, e que
ela seja visibilizada pela ação que reflete o que se fala; fala-se o que se
pensa; e se pensa o que se reza.
Dai-nos, ó
Deus, a perfeita coerência, para que não sejamos guias cegos, caindo com quem
nos foi confiado, no fosso das paixões.
Senhor
Deus, enviai-nos Vosso Santo Espírito, para que fiéis nos seguimento do Vosso
Filho, transformemos em fé viva o que lemos, ensinemos o que cremos, e
procuremos realizar tudo o que ensinarmos, a fim de que não sejamos meros
ouvintes e pregadores de Vossa Palavra. Amém.
(1) Comentário
sobre a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,39-45) - O Verbo se faz carne –
Raniero Cantalamessa – Editora Ave Maria -2012 – pág. 642
(2)Catecismo da Igreja Católica parágrafo n. 1832
Peregrinos da esperança e a necessária coerência da vida cristã
Peregrinos
da esperança e a necessária coerência da vida cristã
Sejamos
enriquecidos pelo Comentário ao Evangelho de São Lucas, escrito por São Cirilo
de Alexandria, Bispo e Doutor da Igreja (séc. V)
“Um discípulo não é maior que o seu mestre,
mas quando terminar a aprendizagem será como o mestre. Os bem-aventurados
discípulos estavam chamados a serem os iniciadores e mestres do mundo inteiro.
Por
isso era conveniente que se avantajassem aos demais em uma sólida formação
religiosa: necessitavam conhecer o caminho da vida evangélica, serem mestres
consumados em toda boa obra, repartir aos seus alunos uma doutrina clara, sã e
vinculada às regras da verdade; como aqueles que já tinham fixado seu olhar na
Verdade e possuíam uma mente ilustrada pela luz divina. Somente assim evitariam
de se converterem em cegos, guias de
cegos.
De
fato, aqueles que estão envoltos nas trevas da ignorância não poderão conduzir
ao conhecimento da verdade aqueles que se encontram em idênticas e calamitosas
condições. Pois de tentá-lo, ambos acabarão caindo no fosso das paixões.
A
seguir, e para cortar pela raiz a tão difundida doença da vanglória, de maneira
que em nenhum momento tentem superar o prestígio dos mestres, acrescenta: Um discípulo não é maior que o seu mestre.
E se alguma vez ocorresse que alguns discípulos alcançassem tais progressos,
que chegassem a se equiparar em mérito aos seus antecessores, mesmo assim devem
permanecer dentro dos limites da modéstia dos mestres e tornarem-se seus
imitadores.
É
o que assegura Paulo, dizendo: Segui o
meu exemplo, como eu sigo o de Cristo. Portanto, se o mestre se abstém de
julgar, por que tu estabeleces sentenças? Realmente, Ele não veio para julgar o mundo, mas para usar de misericórdia com ele.
Cujo sentido é este: Ele diz ‘se eu não
julgo, tu também não julgues, sendo discípulo como és’. E se por acréscimo
és mais culpável que aquele a quem julgas, como tua cara não se encherá de
vergonha? O Senhor esclarece isto mesmo com outra comparação: Diz: Por que vês o cisco no olho do teu irmão?
Com
silogismos sem volta trata de persuadir-nos de que nos abstenhamos de julgar
aos outros; examinemos antes nossos corações e tratemos de expulsar as paixões
que se aninham neles, implorando o auxílio divino. O Senhor cura os corações
destroçados e nos liberta das indisposições da alma. Se tu pecas mais e
gravemente que os outros, por que lhes reprovas seus pecados esquecendo-te dos
teus? Assim, este preceito é necessariamente salutar para todo aquele que
deseje viver piedosamente, porém o é sobretudo para aqueles que têm recebido o
encargo de instruir aos demais.
E
se forem bons e capazes, apresentando-se a si mesmos como modelos da vida
evangélica, então sim poderão repreender com liberdade aqueles que não querem
imitar sua conduta, como àqueles que, aderindo aos seus mestres, não demonstram
um comportamento religioso.” (1)
Os
discípulos são chamados a serem os iniciadores e mestres do mundo inteiro, para
que tenha credibilidade no anúncio da Palavra.
Humildade
e vigilância para a haja coerência entre o que se vive e se prega, e deste
modo, são instigantes as palavras do Bispo:
“De fato, aqueles
que estão envoltos nas trevas da ignorância não poderão conduzir ao
conhecimento da verdade aqueles que se encontram em idênticas e calamitosas
condições. Pois de tentá-lo, ambos acabarão caindo no fosso das paixões.”
Oremos:
Ó Deus, dai-nos a perfeita coerência cristã, e que
ela seja visibilizada pela ação que reflete o que se fala; fala-se o que se pensa;
e se pensa o que se reza.
Senhor
Deus, enviai-nos Vosso Santo Espírito para que fiéis no seguimento do Vosso
Filho, transformemos em fé viva o que lemos, ensinemos o que cremos, e
procuremos realizar tudo o que ensinarmos, a fim de que não sejamos meros
ouvintes e pregadores de Vossa Palavra.
Dai-nos, ó Deus, perfeita coerência, Vós que sois
Perfeitíssima Coerência, para que não sejamos guias cegos caindo com quem nos
foi confiado no fosso das paixões. Amém!
(1)
Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pág.
643-644







