quarta-feira, 5 de março de 2025

Em poucas palavras...

 


Uma súplica pelos enfermos

“Vós, que tivestes compaixão de todos os doentes que vos procuraram, dai esperança aos nossos enfermos e curai-os,
e fazei-nos solícitos e generosos para com todos os que sofrem.

R. Jesus, filho de Davi, tende piedade de nós!”  (1)

 

(1) Prece das Vésperas da primeira semana da Quaresma

Nada pode impedir a ação evangelizadora


                                              
Nada pode impedir a ação evangelizadora

É sempre desafiadora a realidade da cidade para a ação evangelizadora e o testemunho da Vida Nova do Ressuscitado,

No entanto, é preciso resplandecer a Sua Luz, o Esplendor da Verdade em todos os âmbitos, de modo que revestidos das coisas do alto, anunciemos a todos os povos e em todos os tempos o Reino de Deus, na certeza de que Ele está em  Espírito, pois o que Ele prometera, cumpriu: “Eis que Eu estarei convosco todos os dias...” (Mt 28,20).

Urge permanecer cidade sem medo de “navegar”. Mas por onde “navegaremos”?

Houve um tempo em que navegar era cortar mares e rios, descobrir novos espaços, novas conquistas, novas culturas e abertura para novos relacionamentos, às vezes terminando em forte colonização e exploração. 

Havia um novo mundo descobrir, alargar espaços, riquezas buscar, povos conquistar, poder e domínio consolidar...

Há agora outro conteúdo para a palavra “navegar”, e que está intensamente incorporado em nosso dia a dia: a navegação pela rede, pela internet: a comunicação instantânea, encurtando distâncias, possibilitando acessos infinitos de informações.

O mundo agigantou-se, mas podemos falar com o mundo inteiro em questão de segundos, o que até bem pouco tempo era inconcebível.

Sobretudo neste tempo de recolhimento por causa da pandemia do coronavírus, com o necessário isolamento social, urge utilizar todos os meios de comunicação social disponíveis para que cheguemos às famílias, pequenas Igrejas domésticas, com a Palavra de Deus, e quando o momento maior celebrado, a Santa Missa, favorecer a comunhão espiritual.

Deste modo, é fundamental que nossas paróquias e comunidades façam todo o empenho e fortalecimento da Pastoral da Comunicação, para que esta se coloque a serviço de todas as Pastorais, a fim de que elas também continuem com suas atividades, ainda que não de forma presencial.

Nada pode impedir ou paralisar a ação evangelizadora. Sigamos em frente, até que possamos, em breve, voltar às nossas atividades presenciais.

A Quarta-feira de Cinzas no Mistério da Fé (18/02)

                                                       

A Quarta-feira de Cinzas no Mistério da Fé
 
Com a Quarta-feira de Cinzas, a Igreja inicia a Quaresma, Tempo favorável da Salvação, e os fiéis recebem as Cinzas como sinal que vem da tradição Bíblica, (2Sm 13,19; Est 4,1; Jó 42,6; 1 Mc 3,47 e Lm 2,10), e que se tem mantido até os nossos dias, na Tradição da Igreja.
 
As Cinzas significam a condição da pessoa que é pecadora, confessando a sua culpa diante do Senhor. Exprimem a vontade de conversão, confiando na bondade do Senhor, paciente e cheio de misericórdia. Por este sinal começamos a percorrer o caminho da conversão, cujo ponto alto se dará na Celebração Penitencial, durante o Tempo Quaresmal.
 
A Cinza não é vacina nem mágica! Não cura doenças, não afasta os pecados do carnaval. Usar Cinzas na cabeça para significar que a pessoa está disposta a se comprometer com a Quaresma, que ela quer realizar sua própria transformação para a fraternidade, colaborando para a transformação da própria sociedade.
 
Deste modo, nos desafia a temática da Campanha da Fraternidade com o tema: “Fraternidade e Ecologia Integral", iluminado pelo lema: "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31).
 
Na Quarta-feira de Cinzas, a Liturgia da Palavra (Mt 6,1-18) nos convoca para os exercícios Quaresmais de conversão e que envolvem as relações fundamentais do ser humano.
 
Jesus nos aponta o caminho da autêntica e frutuosa prática da Oração, jejum e caridade, e tão somente assim firmamos nossos passos no  caminho de aperfeiçoamento espiritual desejável com esforços para a necessária santificação, como discípulos missionários seus.
 
Vejamos em que estas práticas consistem:
 
A Oração:
Trata-se do relacionamento da criatura com o Criador, através da oração, viver e intensificar a profunda relação filial com Deus;
 
A Esmola:
Trata-se do relacionamento da criatura com o seu próximo, através da partilha, sobretudo com os mais necessitados;
 
O Jejum:
Trata-se do relacionamento da criatura com a natureza, com os bens criados por Deus.
 
O homem e mulher são senhores de todos os bens. Através do jejum, sentem na pele a necessidade do outro. Sentem-se interpelados a fazer com que todos participem dos frutos da criação e do trabalho humano.
 
Quaresma, quarenta dias que nos lembrarão do Povo de Deus caminhando quarenta anos pelo deserto; também os quarenta dias que o Senhor Jesus ficou no deserto enfrentando as armações e tentações diabólicas do ser, ter, poder. Vencendo o maligno nos mostrou o caminho a percorrer.
 
Trata-se, portanto, de percorrer um itinerário que nos configura mais perfeitamente a Jesus Cristo, no Mistério de Sua Paixão, Morte e Ressurreição.
 
Concluo com as palavras do Bispo São Pedro Crisólogo (séc. V), que nos ajuda neste aprofundamento:
 
“Há três coisas, meus irmãos, três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a Oração, o Jejum e a Misericórdia. O que a Oração pede, o Jejum alcança e a Misericórdia recebe".

Quaresma: Tempo de Graça e Reconciliação

Quaresma: Tempo de Graça e Reconciliação

Iniciamos o Tempo Litúrgico da Quaresma, Tempo de conversão e prontidão ao chamado divino. 

E, é com estas Palavras do Apóstolo que a Igreja nos convida a viver este Tempo frutuoso: “Em nome de Cristo suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus... Como Seus colaboradores, exortamo-vos a não receber em vão a graça de Deus.

Pois Ele diz: No tempo favorável ouvi-te e, no dia da salvação, vim em teu auxílio. É este o tempo favorável, é este o dia da salvação” (2 Cor 5,20 – 6 2 – cf. na íntegra).

Nisto consiste a Quaresma, tempo favorável de nossa conversão, meditação e aprofundamento do Mistério da Vida, Paixão e Morte de nosso Senhor, para que, também a Ele configurados neste Mistério, trilhemos para a desejada Páscoa, como a mais bela Vitória de Sua Ressurreição.

Não podemos receber em vão a graça de Deus, como bem nos falou o Apóstolo. É preciso, como os Profetas, dizer sim a Deus que Se nos revela em cada instante, do mesmo modo que nos chama, envia, acompanha e garante o êxito na missão.

Entretanto, para que o Projeto de Deus Pai verdadeiramente aconteça, na fidelidade a Jesus, abrindo-se sempre ao Espírito Santo, protagonista principal da Evangelização, a Ele devemos responder como fez o Profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6,8).

Como resposta ao convite de reconciliação com Deus e com os irmãos, urge nos colocarmos em atitude generosa e alegre nas diversas atividades pastorais, dentro e fora dos espaços da comunidade, vivendo a caridade como expressão de nossa fé, dando conteúdo sólido à nossa esperança.

Inspirados no Profeta Isaías, é necessário, como Igreja, olhar para a realidade de nossa juventude, refletir sobre a mesma e procurar caminhos para que os jovens reencontrem seu espaço e missão na Igreja e no mundo. 

A primavera da Igreja é possível quando não fechamos os olhos, coração e ouvidos para a realidade da juventude e, juntos, somamos e multiplicamos as riquezas e diferenças possíveis entre eles e os que não são mais sociologicamente jovens, mas carregam a chama e a beleza da alegria, do sonho, da força e o ardor da juventude.

Inseridos na realidade social, o cristão há de ser uma voz profética na defesa da vida, de sua dignidade, de nossos direitos inalienáveis. Empenhados com a justiça e a vida para que esta seja mais humana e fraterna. 

Não podemos ficar indiferentes aos novos espaços da comunicação da Palavra divina, e através deste meio, continuamos buscando reflexões que nos ajudem a acolher a preciosa proposta de conversão e busca do Sacramento da Penitência e reconciliação, que a Quaresma nos oferece.

Acolhamos a graça de Deus sequioso de água cristalina, mas para isto, de nada adiantam mudanças superficiais, é preciso “rasgar nosso coração”, como nos fala o Profeta Joel, rompendo com tudo que nos escravize, para maior fidelidade ao Projeto Divino. E, assim, vivendo a graça batismal, seremos Profetas, Sacerdotes e Reis. 

Com lábios e coração puros, aos céus nossas palavras subirão, e nossa vida e missão serão uma contínua e corajosa resposta ao Senhor: “Eis-me aqui, envia-me a mim".

O sentido das Cinzas

                                                

  O sentido das Cinzas

Receber a cinza, na Missa da Quarta-Feira de Cinzas, não é receber vacina ou remédio. A Cinza que recebemos é para lembrar-nos que temos que viver a Quaresma no jejum, na oração e na penitência: “Convertei-vos e crede no Evangelho!" (Mc 1,15); e ainda: " “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás”.

A cinza é produzida pela queima dos ramos do Domingo de Ramos do ano anterior. Isto quer dizer que eu vivi um ano com Jesus. O ramo com o qual O aclamamos, voltamos a recebê-lo em cinza até a próxima "Entrada em Jerusalém".  

Cinza na cabeça, significa que temos que ser melhores: Deus merece que sejamos melhores a cada dia.

Quarta-feira de Cinzas: iniciamos o itinerário quaresmal

                                                                      

Quarta-feira de Cinzas: iniciamos o itinerário quaresmal

Com as missas e celebrações da Quarta-feira de Cinzas, iniciamos a caminhada penitencial da Quaresma, com o rito solene e  austero da imposição das cinzas, e deste modo, cumpre-se, mais uma vez, a palavra profética que nelas se proclama: um povo que se reúne para pedir perdão a Deus e para elevar até Ele as suas súplicas; um povo que deseja acolher o convite de conversão, a “rasgar o coração e não as vestes” (cf. Jl 2,12-18); um povo que se deixa ferir pela forte Palavra de Deus, para o regresso a Ele, a quem reconhece como um Senhor “clemente e compassivo, paciente e misericordioso” (Sl 145,8);.

Com a imposição das cinzas, somos interpelados a refletir sobre nossas escolhas, renúncias necessárias, para maior fidelidade ao Senhor, para segui-Lo, carregando nossa cruz de cada dia, em atitude permanente de conversão e resposta a um Deus que nos ama e jamais nos abandona, querendo sempre o melhor para nós.

A mortificação e os sacrifícios a que somos chamados, neste tempo, não são inspirados pelo desprezo da nossa humanidade, mas pelo sincero desejo de reencontrar o que é essencial, a única coisa necessária, Deus, nosso bem maior e fonte de todos os bens que quer nos conceder, a vida plena e feliz.

Supliquemos ao Senhor, para que nos conceda a  graça de começar com o santo jejum o Tempo da Quaresma, a fim de que, no combate contra o espírito do mal, sejamos fortalecidos com o auxílio das virtudes cardeais da prudência, justiça, fortaleza e temperança, dando testemunho das virtudes divinas que nos movem: fé, esperança e caridade. Amém.

 

Fonte: Lecionário Comentado - Volume Quaresma/Páscoa - Editora Paulus - Lisboa - pp.37-41

Cinzas e os Exercícios Quaresmais

                                                           

Cinzas e os Exercícios Quaresmais

Com a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas, nós, cristãos, somos convidados a viver um tempo de recolhimento e de reflexão, antes de empreendermos a longa subida rumo à Páscoa do Senhor.

Deus nos fala, na Liturgia deste dia, pela voz do Profeta Joel, de São Paulo e do próprio Filho, Jesus Cristo.

Tomamos consciência da meta que haveremos de alcançar, assim como também são apresentados os meios que deveremos usar e o espírito com o qual haveremos de caminhar.

Por isto, somos exortados à prática do jejum, da oração e da esmola, os três exercícios tradicionais da Quaresma, que devem ser feitos sem ostentação, mas em segredo, com humildade, para que tão apenas Deus veja, no segredo de nosso coração.

Iniciamos, portanto, um itinerário de conversão a Deus, do pecado que nos afasta d’Ele – “Perdoai, Senhor, ao Vosso povo” (Jl 2,12-18). E como disse o Apóstolo Paulo, – “É agora o tempo favorável, é agora o dia da salvação... Reconciliai-vos com Deus: nós vo-lo pedimos em nome de Cristo. Ele não tinha pecado, mas Deus identificou-O com o pecado por amor de nós, para que em Cristo nos tornássemos justos aos olhos de Deus” (2 Cor 5,20-6,2).

O rito e o gesto da imposição das cinzas, é para nós expressão de arrependimento, de consciência de nossa finitude e miséria diante da infinita misericórdia de Deus, e assim, trilhemos este caminho de conversão, crendo no Evangelho, consciente de que somos pó –“Lembra-te, homem, que és pó da terra e à terra hás-de voltar” (Gn 3,19).

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG