quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Relendo os fatos à luz da fé

                                            

Relendo os fatos à luz da fé

Ninguém está livre de momentos de angústia, de tribulação. Hora mais, hora menos... 

Há momentos em que as coisas transcorrem com normalidade, noutros turbulências que parecem não mais passar.

De vez em quando somos surpreendidos com notícias que nos inquietam, nos levam a momentos de silêncio, de escuta, de questionamentos: suicídios, casamentos falidos, tumores irreversíveis (morte anunciada)...

O Sermão do Bispo Santo Agostinho (séc. V) é uma luz para estes momentos, e ora retomo apenas o seu começo:

Qualquer angústia ou tribulação que sofremos é para nós
aviso e também correção. As Sagradas Escrituras
não nos prometem paz, segurança e repouso;
o Evangelho não esconde as adversidades,
os apertos, os escândalos; mas quem perseverar
até o fim, esse será salvo (Mt 10,22)...”

Precisamos da Sabedoria do Espírito para ler os acontecimentos, buscando sempre um olhar que transcenda a cortina do fato em si. 

A autêntica e frutuosa fé jamais pode ser concebida como não participação no que a nós for próprio; e sua ausência, divino colírio, é uma das maiores limitações que possamos experimentar.

Muitas vitórias poderemos alcançar, mas, evidentemente, nenhuma sem empenho, renúncias, resistência e coragem.

Deste modo, a angústia nunca terá a última palavra e a tribulação terá contornos decifráveis e delimitáveis, porque com a graça e força divina, superável.

Jamais podemos permitir que a angústia e tribulação sejam vistas como limites últimos. 

Precisamos aprender a ver nelas sinais, avisos, aprendizados, amadurecimentos, mais que desejáveis: possíveis: 

Reflitamos:

- Por causa da fé, quantas muralhas foram transpostas?
- Quantos recomeços se fizeram?

- Quantas metas se atingiram?
- Quantos sonhos se realizaram?

- Quantas curas se alcançaram?
- De quantos tropeços fomos levantados?

Concluímos com as palavras do Apóstolo Paulo e do Salmista respectivamente:

“Tudo posso n’Aquele que me fortalece” (Fl 4,13).

“O Senhor é meu escudo e proteção,
meu refúgio, minha rocha... a quem temerei?” (Sl 18,2; 27,1)


A Fé é a possibilidade da interação da Força e Graça Divina no mais profundo de nós, concretizando Esperanças cultivadas e inflamadas pela chama da Caridade, que um dia acesa no coração o foi, e que vigilantes jamais poderemos deixar apagar...  

Ressoe em nosso coração este canto:

“Eu confio em nosso Senhor, com fé, esperança e amor...”

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG