quinta-feira, 25 de abril de 2024
Nossa cruz de cada dia
Em poucas palavras...
Jesus Cristo: perfeito na divindade e
humanidade
«Na
sequência dos santos Padres, ensinamos unanimemente que se confesse um só e
mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, igualmente perfeito na divindade e
perfeito na humanidade, sendo o mesmo verdadeiramente Deus e verdadeiramente
homem, composto duma alma racional e dum corpo, consubstancial ao Pai pela sua
divindade, consubstancial a nós pela sua humanidade, «semelhante a nós em tudo,
menos no pecado» (Hb 4,15): gerado do Pai antes de todos os séculos segundo a
divindade, e nestes últimos dias, por nós e pela nossa salvação, nascido da
Virgem Mãe de Deus segundo a humanidade.
Um
só e mesmo Cristo, Senhor, Filho Único, que devemos reconhecer em duas
naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação. A diferença
das naturezas não é abolida pela sua união; antes, as propriedades de cada uma
são salvaguardadas e reunidas numa só pessoa e numa só hipóstase»”
(1)
Concílio Ecumênico de Calcedônia (451d.C.) – Catecismo da Igreja
Católica – parágrafo 467
A morte da inveja
Livrai-nos, Senhor, do pecado capital da soberba
Livrai-nos,
Senhor, do pecado capital da soberba
Senhor
Jesus, a Vós que dissestes: “Bem-Aventurados os puros de coração porque
verão a Deus. Bem-Aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados
filhos de Deus”(Mt 5,8-9), nós Vos pedimos:
Livrai-nos
da tentação de querer saber tudo de todos, mas sem a preocupação em edificar e
construir pontes de fraternidade e comunhão.
Livrai-nos
da fraqueza de espírito, gerada pela falta de profundidade na oração que nos
leva à futilidades e vazio sem sentido.
Livrai-nos
da tola e falsa alegria, que se alimenta, frequentemente, dos defeitos dos
outros e os ridiculariza, prevalecendo-nos das fraquezas do próximo.
Livrai-nos
da arrogância, pois esta atitude nos torna vaidosos, orgulhosos, com o não reconhecendo
a importância do outro.
Livrai-nos
da arrogância que nos cega, levando-nos à indiferença ou até mesmo a pisar
sobre os mais fracos, fechando-nos em nós mesmos.
Livrai-nos
da presunção, com o conceito maior de nós mesmos, a ponto de não reconhecermos,
humildemente nossas fraquezas e limitações.
Livrai-nos
do fechamento da mente e do coração, não reconhecendo jamais as falhas
próprias, ainda que sejam notórias para todos com os quais convivemos.
Livrai-nos
do medo de conhecer a autêntica realidade do nosso coração, e que não sejamos
dados a pisar sobre os outros, seja em pensamento ou em atitudes.
Livrai-nos
da miopia de não enxergarmos nossa miséria, diante de Vossa infinita
misericórdia, sempre pronta para nos acolher a todos para novos pensamentos e
atitudes.
Livrai-nos
da relutância, medo ou indiferença em abrir nossa alma ao sacerdote no
Sacramento da Penitência, por não reconhecermos nossos pecados. Amém.
No silêncio da noite
Quando abrimos a caverna escura de nossa existência
Quando
abrimos a caverna escura de nossa existência
Sejamos enriquecidos pelas Confissões do bispo Santo Agostinho (Séc. V).
“Que eu Te conheça, ó conhecedor meu! Que eu também Te conheça como sou conhecido! Tu, ó força
de minha alma, entra dentro dela, ajusta-a a Ti, para a teres e possuíres sem mancha nem ruga. Esta é a minha
esperança e por isso falo.
Nesta esperança, alegro-me quando sensatamente me alegro. Tudo o mais
nesta vida tanto menos merece ser chorado quanto mais é chorado, e tanto mais
seria de chorar quanto menos é chorado. Eis que
amas a verdade, pois quem a faz, chega-se à luz. Quero fazê-la
no meu coração, diante de Ti, em confissão, com minha pena, diante de muitas
testemunhas.
A Ti, Senhor, a cujos olhos está a nu o abismo da consciência humana, que
haveria de oculto em mim, mesmo que não quisesse confessá-lo a Ti? Eu Te
esconderia a mim mesmo, e nunca a mim diante de Ti.
Agora, porém, quando os meus gemidos testemunham que eu me desagrado de
mim mesmo, enquanto Tu refulges e agradas, és amado e desejado, que eu me
envergonhe de mim mesmo, rejeite-me e Te escolha! Nem a Ti nem a mim seja eu
agradável, a não ser por Ti.
Seja eu quem for, sou a Ti manifesto e declarei com que proveito o fiz.
Não o faço por palavras e vozes corporais, mas com palavras da alma e clamor do
pensamento. A tudo o Teu ouvido escuta. Quando sou mau, confessá-lo a Ti nada
mais é do que não O atribuir a mim.
Quando sou bom, confessá-lo a Ti nada mais é do que não O atribuir a mim. Porque Tu, Senhor, abençoas o justo, antes,
porém, o justificas quando ímpio. Na verdade,
minha confissão, ó meu Deus, faz-se diante de Ti em silêncio e não em silêncio
porque cala-se o ruído, clama o afeto.
Tu me julgas, Senhor, porque nenhum dos homens conhece o que há no homem a não ser o espírito do
homem que nele está. Há, contudo, no homem algo que nem o próprio espírito do homem, que
nele está, conhece.
Tu, porém, Senhor, conheces tudo dele, pois Tu o fizeste. Eu, na verdade,
embora diante de Ti me despreze e me considere pó e cinza, conheço algo de Ti
que ignoro de mim.
É certo que agora vemos como em
espelho e obscuramente, ainda não face a face. Por isto
enquanto eu peregrino longe de Ti, estou mais presente a mim do que a Ti e, no
entanto, sei que és totalmente impenetrável, ao passo que ignoro a que
tentações posso ou não resistir.
Mas aí está a esperança, porque és fiel e não permites sermos tentados acima de
nossas forças e dás, com a tentação, a força para suportá-la.
Confessarei aquilo que de mim conheço, confessarei o que desconheço. Porque o
que sei de mim, por Tua luz o sei; e o que de mim não sei, continuarei a
ignorá-lo até que minhas trevas se mudem em meio-dia diante de Tua face”.
Nada há oculto aos olhos de Deus, ainda que queiramos, pois Ele nos conhece com
todas as nossas imperfeições e perfeições; limitações e potenciais; sombras e
luzes; clamores e silêncios; quedas e levantamentos; passos firmes ou
vacilantes; palavras iluminadas ou palavras que ofuscam a luz que no outro
habita.
É próprio do amor de Deus nos aceitar como somos, para que, por Suas mãos sendo
moldados, sejamos aperfeiçoados.
É próprio do Amor de Deus conhecer a quem ama, e quer tão apenas que não nos
fechemos a Ele, que não O ignoremos, pois à Sua imagem fomos pensados, criados.
Diante de Deus, não tenhamos medo de abrir as portas da caverna de nossa
existência, para que a Sua Luz nos ilumine, e luminosos sejamos.
De tal modo, seremos discípulos do amado Filho, e nas trevas jamais
caminharemos, pois Ele mesmo disse – “Quem me
segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).
Peregrinos longe
do Senhor ainda, mas Ele jamais longe de nós. Procuremos por Ele e seremos
encontrados. Procuremos e O encontraremos.