segunda-feira, 15 de abril de 2024

Em poucas palavras... (IVDPB)

 


Servos do Bom Pastor

“Os ministros ordenados são também responsáveis pela formação na oração dos seus irmãos e irmãs em Cristo.

Servos do Bom Pastor, são ordenados para guiar o povo de Deus até às fontes vivas da oração: a Palavra de Deus, a Liturgia, a vida teologal, o «hoje» de Deus nas situações concretas”  (1)

 

 

(1) Catecismo da Igreja Católica parágrafo n. 2686 – citando PO 4-6

Mensagem do Papa Francisco - 2017: “Impelidos pelo Espírito para a missão”

“Impelidos pelo Espírito para a missão”

No 4º Domingo da Páscoa, “Domingo do Bom Pastor”, celebramos também o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Retomemos a mensagem do Papa Francisco (2017), para o 54º Dia Mundial de Orações pelas vocações que tinha como tema: “Impelidos pelo Espírito para a missão”.

O Papa se detém na dimensão missionária da vocação cristã: “Quem se deixou atrair pela voz de Deus e começou a seguir Jesus, rapidamente descobre dentro de si mesmo o desejo irreprimível de levar a Boa-Nova aos irmãos, através da evangelização e do serviço na caridade...”, e assim, todos os cristãos são constituídos missionários do Evangelho.

Como missionários, os cristãos são enviados ao mundo como Profetas da Palavra do Senhor e testemunhas do Seu amor, superando todo desânimo, pessimismo, passividade de uma vida cansada e rotineira, confiantes no próprio Deus, "que vem purificar os nossos «lábios impuros», tornando-nos aptos para a missão.  'f'oi afastada a tua culpa e apagado o teu pecado!' Então, ouvi a voz do Senhor que dizia: 'Quem enviarei? Quem será o nosso mensageiro?' Então eu disse: 'Eis-me aqui, envia-me' (Is 6, 7-8)".

Retomando o que afirmou na Catequese de 30 de janeiro de 2016, em virtude do Batismo, cada cristão é um «cristóforo», ou seja, «um que leva Cristo» aos irmãos. E isto vale, de forma particular, para as pessoas que são chamadas a uma vida de especial consagração e também para os sacerdotes, que generosamente responderam «eis-me aqui, envia-me».

Portanto, “com renovado entusiasmo missionário, são chamados a sair dos recintos sagrados do templo, para consentir à ternura de Deus de transbordar a favor dos homens (cf. Francisco, Homilia na Missa Crismal, 24 de março de 2016). A Igreja precisa de sacerdotes assim: confiantes e serenos porque descobriram o verdadeiro tesouro, ansiosos por irem fazê-lo conhecer jubilosamente a todos (cf. Mt 13,44)”.

Para a realização da missão cristã, o Papa apresenta estas questões:
Que significa ser missionário do Evangelho?
- Quem nos dá a força e a coragem do anúncio?
- Qual é a lógica evangélica em que se inspira a missão? 

Em seguida, oferece respostas a estas questões contempladas em três cenas evangélicas:

 - Jesus é ungido pelo Espírito e enviado.
O início da missão de Jesus na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4, 16-30) - Ser discípulo missionário significa participar ativamente na missão de Cristo, que Ele próprio descreve na sinagoga de Nazaré, e esta é também a nossa missão: ser ungidos pelo Espírito e ir ter com os irmãos para lhes anunciar a Palavra, tornando-nos um instrumento de salvação para eles.

- Jesus vem colocar-Se ao nosso lado no caminho.
O caminho que Ele, Ressuscitado, fez com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35). O cristão não carrega sozinho o encargo da missão, experimentando,  mesmo nas fadigas e incompreensões, – que "Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele, e sente que Jesus está vivo com ele, no meio da tarefa missionária".

- Jesus faz germinar a semente.
A parábola da semente (cf. Mc 4, 26-27). Não se pode deixar levar por um certo frenesim de poder, pelo proselitismo ou o fanatismo intolerante. Ao contrário, é preciso rejeitar a idolatria do sucesso e do poder, a preocupação excessiva pelas estruturas e uma certa ânsia que obedece mais a um espírito de conquista que de serviço.

A semente do Reino, embora pequena, invisível e às vezes insignificante, cresce silenciosamente graças à ação incessante de Deus, que supera as nossas expetativas e nos surpreende com a sua generosidade, fazendo germinar os frutos do nosso trabalho para além dos cálculos da eficiência humana.

Confiantes no Evangelho e abertos à ação silenciosa do Espírito, que é o fundamento da missão, promover a Pastoral Vocacional.

Para isto é preciso oração assídua e contemplativa, alimentando a vida cristã com a escuta da Palavra de Deus, cuidando da relação pessoal com o Senhor na adoração eucarística, «lugar» privilegiado do encontro com Deus.

Exorta que as comunidades paroquiais, associações e aos numerosos grupos de oração presentes na Igreja, continuem a pedir, sem desânimo, ao Senhor, que mande operários para a sua messe e nos dê sacerdotes enamorados do Evangelho, capazes de se aproximar dos irmãos, tornando-se assim sinal vivo do amor misericordioso de Deus. Implorar do Alto novas vocações ao sacerdócio e à vida consagrada.

É preciso incentivar novas vocações: "... é possível ainda hoje voltar a encontrar o ardor do anúncio e propor, sobretudo aos jovens, o seguimento de Cristo".

Conclui apresentando-nos Maria Santíssima, Mãe do nosso Salvador, como modelo de resposta ao chamado de Deus, pois teve a coragem de abraçar este sonho de Deus, pondo a sua juventude e o seu entusiasmo nas mãos d’Ele.

Pede sua intercessão para que obtenhamos a mesma abertura de coração, a prontidão em dizer o nosso «Eis-me aqui» à chamada do Senhor e a alegria de nos pormos a caminho, como Ela (cf. Lc 1, 39), para anunciá-Lo ao mundo inteiro.



PS: Desejando conferir a mensagem na íntegra, acesse:

Mensagem do Papa Francisco - 2018 - “Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor”


“Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor”

Retomemos a Mensagem do Papa para 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (2018).

A Mensagem do Papa tem como tema: Escutar, discernir, viver a chamada do Senhor”, da qual destaco alguns parágrafos:

“Não estamos submersos no acaso, nem à mercê duma série de eventos caóticos; pelo contrário, a nossa vida e a nossa presença no mundo são fruto duma vocação divina.

Também nestes nossos agitados tempos, o mistério da Encarnação lembra-nos que Deus não cessa jamais de vir ao nosso encontro: é Deus conosco, acompanha-nos ao longo das estradas por vezes poeirentas da nossa vida e, sabendo da nossa pungente nostalgia de amor e felicidade, chama-nos à alegria.

Na diversidade e especificidade de cada vocação, pessoal e eclesial, trata-se de escutar, discernir e viver esta Palavra que nos chama do Alto e, ao mesmo tempo, que nos permite pôr a render os nossos talentos, faz de nós também instrumentos de salvação no mundo e orienta-nos para a plenitude da felicidade”.

Estes três aspectos – escuta, discernimento e vida – servem de moldura também ao início da missão de Jesus: passados os quarenta dias de oração e luta no deserto, visita a sua sinagoga de Nazaré e, aqui, põe-Se à escuta da Palavra, discerne o conteúdo da missão que o Pai Lhe confia e anuncia que veio realizá-la «hoje» (cf. Lc 4, 16-21).

“Escutar:
A chamada do Senhor – fique claro desde já – não possui a evidência própria de uma das muitas coisas que podemos ouvir, ver ou tocar na nossa experiência diária. Deus vem de forma silenciosa e discreta, sem Se impor à nossa liberdade. Assim pode acontecer que a sua voz fique sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração.

Por isso, é preciso preparar-se para uma escuta profunda da sua Palavra e da vida, prestar atenção aos próprios detalhes do nosso dia-a-dia, aprender a ler os acontecimentos com os olhos da fé e manter-se aberto às surpresas do Espírito...

Também Jesus foi chamado e enviado; por isso, precisou de Se recolher no silêncio, escutou e leu a Palavra na Sinagoga e, com a luz e a força do Espírito Santo, desvendou em plenitude o seu significado relativamente à sua própria pessoa e à história do povo de Israel...

Mas, como sabemos, o Reino de Deus vem sem fazer rumor nem chamar a atenção (cf. Lc 17, 21), e só é possível individuar os seus germes quando sabemos, como o profeta Elias, entrar nas profundezas do nosso espírito, deixando que este se abra ao sopro impercetível da brisa divina (cf. 1 Re 19, 11-13)”.

“Discernir:
Na sinagoga de Nazaré, ao ler a passagem do profeta Isaías, Jesus discerne o conteúdo da missão para a qual foi enviado e apresenta-o aos que esperavam o Messias: «O Espírito do Senhor está sobre Mim; porque Me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar o ano favorável da parte do Senhor» (Lc 4, 18-19).

De igual modo, cada um de nós só pode descobrir a sua própria vocação através do discernimento espiritual, um «processo pelo qual a pessoa, em diálogo com o Senhor e na escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar pela do seu estado da vida» (Sínodo dos Bispos – XV Assembleia Geral Ordinária, Os jovens, a fé e o discernimento vocacional, II.2)....

Também, hoje, temos grande necessidade do discernimento e da profecia, de superar as tentações da ideologia e do fatalismo e de descobrir, no relacionamento com o Senhor, os lugares, instrumentos e situações através dos quais Ele nos chama. Todo o cristão deveria poder desenvolver a capacidade de «ler por dentro» a vida e individuar onde e para quê o está a chamar o Senhor a fim de ser continuador da sua missão”.

“Viver:
Por último, Jesus anuncia a novidade da hora presente, que entusiasmará a muitos e endurecerá a outros: cumpriu-se o tempo, sendo Ele o Messias anunciado por Isaías, ungido para libertar os cativos, devolver a vista aos cegos e proclamar o amor misericordioso de Deus a toda a criatura. Precisamente «cumpriu-se hoje – afirma Jesus – esta passagem da Escritura que acabais de ouvir» (Lc 4, 20).

A alegria do Evangelho, que nos abre ao encontro com Deus e os irmãos, não pode esperar pelas nossas lentidões e preguiças; não nos toca, se ficarmos debruçados à janela, com a desculpa de continuar à espera dum tempo favorável; nem se cumpre para nós, se hoje mesmo não abraçarmos o risco duma escolha. A vocação é hoje! A missão cristã é para o momento presente! E cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimônio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora.

O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso «eis-me aqui», nem assustar-nos com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no «hoje» que Deus nos concede”.

Finaliza a Mensagem pedindo à Maria Santíssima, “a jovem menina de periferia que escutou, acolheu e viveu a Palavra de Deus feita carne”, para nos guardar e nos acompanhar sempre em nosso caminho.




Mensagem do Papa Francisco - 2021 - "São José: o sonho da vocação"

 


Mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Tema: São José: o sonho da vocação”

Retomemos a Mensagem do Papa Francisco para o dia do Bom Pastor (4º Domingo da Páscoa) e o 58º Dia Mundial de oração pelas vocações (2021).

A mensagem tem como motivação o Ano especial dedicado a São José, iniciado dia 8 de dezembro do ano passado e a encerrar dia 8 de dezembro do próximo ano, por ocasião do 150º aniversário da declaração dele como Padroeiro da Igreja universal da Igreja, do Papa PIO IX.

São José, afirma o Papa, neste contexto de pandemia, que tem suscitado incertezas e medos sobre o futuro e o próprio sentido da vida, vem em nossa ajuda com a sua mansidão, como um Santo ao pé da porta, e com seu forte testemunho, guiar-nos no caminho.

Apresenta-nos São José, embora não fosse famoso, tão pouco os Evangelhos transcrevam uma palavra sequer, como modelo de toda vocação realizada com amor e expressão de alegria, a partir de três palavras-chaves: sonho, serviço e fidelidade.

Sonho – São José, através dos sonhos que Deus lhe inspirou, fez da sua existência um dom, como nos falam os Evangelhos de seus quatro sonhos (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19.22).

A partir destes, São José soube alterar os seus planos para executar os misteriosos projetos de Deus, ainda que tivesse que sacrificar os próprios.

Que ele ajude a todos, sobretudo aos jovens em discernimento, a realizar os sonhos que Deus tem para cada um; inspire a corajosa intrepidez de dizer «sim» ao Senhor, que sempre surpreende e nunca desilude, disse o Papa.

2º - Serviço - ele viveu em tudo para os outros e nunca para si mesmo, com capacidade de amar sem nada reservar para si próprio, encarnando o sentido oblativo da vida, de modo que toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício; assim como no sacerdócio e na vida consagrada, ou qualquer outra vocação, requer-se esta maturidade.

São José, diz o Papa, é como a mão estendida do Pai Celeste para o Seu Filho na terra, sendo modelo para todas as vocações, pois para isto são chamadas: ser as mãos operosas do Pai em prol dos Seus filhos e filhas.”

3º - Fidelidade – A vocação de José se realiza na fidelidade incondicional a Deus, como um homem justo (Mt 1,19), que, no trabalho silencioso de cada dia, persevera na adesão a Deus e aos Seus desígnios, tudo repassando com paciência, pois sabia que a existência se constrói apenas sobre uma contínua adesão às grandes opções, e isto corresponde à laboriosidade calma e constante com que desempenhou a profissão humilde de carpinteiro (cf. Mt 13, 55).

Esta fidelidade se alimentava das palavras recebidas em sonho, em permanente convite para que não tivesse medo, porque Deus é fiel às Suas promessas: “José, filho de David, não temas’ (Mt 1, 20).

A todos, o Papa nos dirige estas palavras, para que não tenhamos medo de dar nossa resposta “...quando, por entre incertezas e hesitações, sentes como inadiável o desejo de Lhe doar a vida. São as palavras que te repete quando no lugar onde estás, talvez no meio de dificuldades e incompreensões, te esforças por seguir diariamente a Sua vontade. São as palavras que descobres quando, ao longo do itinerário da chamada, retornas ao primeiro amor. São as palavras que, como um refrão, acompanham quem diz sim a Deus com a vida como São José: na fidelidade de cada dia”.

Finaliza a Mensagem expressando o desejo de que, assim como na casa de Nazaré, onde reinava “uma alegria cristalina” (como diz um hino litúrgico), ela se faça presente em todos os lugares, como em nossos seminários, institutos religiosos e residências paroquiais:

“É a alegria que vos desejo a vós, irmãos e irmãs que generosamente fizestes de Deus o sonho da vida, para O servir nos irmãos e irmãs que vos estão confiados, através duma fidelidade que em si mesma já é testemunho, numa época marcada por escolhas passageiras e emoções que desaparecem sem gerar a alegria. São José, guardião das vocações, vos acompanhe com coração de pai!”


Mensagem do Papa Francisco - 2023

 


Síntese da Mensagem do Papa Francisco para o 60º Dia Mundial De Oração Pelas Vocações (30 de abril de 2023 - IV Domingo de Páscoa)

Vocação: graça e missão

Para o sexagésimo Dia Mundial de Oração pelas Vocações, instituído por São Paulo VI em 1964, durante o Concílio Ecuménico Vaticano II, o Papa Francisco nos apresenta uma mensagem com o Tema – “Vocação: graça e missão”.

Trata-se de preciosa ocasião para redescobrir, maravilhados, que a chamada do Senhor é graça, dom gratuito e, ao mesmo tempo, é empenho de partir, sair para levar o Evangelho.

No decurso da nossa vida, esta chamada, é inscrita nas fibras do nosso ser e portadora do segredo da felicidade, e nos alcança pela ação do Espírito Santo, de maneira sempre nova, ilumina a nossa inteligência, infunde vigor na vontade, enche-nos de admiração e faz arder o nosso coração, afirma o Papa.

Neste sentido, dá testemunho pessoal – “Assim aconteceu comigo em 21 de setembro de 1953, quando, a caminho da festa anual do estudante, senti o impulso de entrar na igreja e me confessar. Aquele dia mudou a minha vida, dando-lhe uma fisionomia que dura até hoje...”

Afirma que a vocação é uma “combinação entre a escolha divina e a liberdade humana”, uma relação dinâmica e estimulante que tem como interlocutores Deus e o coração humano.

Apresenta-nos a vocação de Santa Teresa do Menino Jesus - «Encontrei finalmente a minha vocação! A minha vocação é o amor! Sim, encontrei o meu lugar na Igreja (…): no coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor».

Toda vocação implica em missão, afirma o Papa – “Eu sou uma missão nesta terra”, e esta chamada inclui o envio.

A chamada divina ao amor é uma experiência que não se pode calar. «Ai de mim, se eu não evangelizar!»: exclamava São Paulo (1 Cor 9, 16). E a 1ª Carta de João começa assim: «O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida [feito carne] (…), isso vos anunciamos (…) para que a nossa alegria seja completa» (1, 1.3.4).

Há uma missão comum para todos os cristãos: “...testemunhar com alegria, em cada situação, por atitudes e palavras, aquilo que experimentamos estando com Jesus e na sua comunidade, que é a Igreja. E traduz-se em obras de misericórdia materiais e espirituais, num estilo de vida acolhedor e sereno, capaz de proximidade, compaixão e ternura, em contracorrente à cultura do descarte e da indiferença. Fazer-nos próximo como o bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) permite-nos compreender o «núcleo» da vocação cristã: imitar Jesus Cristo que veio para servir e não para ser servido (cf. Mc 10, 45).”

Apresenta-nos um ícone evangélica para a missão que é a experiência dos dois discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 32).

Podemos ver neles o que significa ter «corações ardentes e pés ao caminho».

Deste modo, uma vocação somente se revela plenamente com a sua própria verdade e riqueza, se vivida na relação com todas as outras – “Neste sentido, a Igreja é uma sinfonia vocacional, com todas as vocações unidas e distintas em harmonia e juntas «em saída» para irradiar no mundo a vida nova do Reino de Deus.”

Finalizando, exorta que as iniciativas de oração e animação pastoral ligadas a este Dia reforcem a sensibilidade vocacional nas nossas famílias, nas paróquias, nas comunidades de vida consagrada, nas associações e nos movimentos eclesiais.

Suplica ao Espírito do Ressuscitado que nos faça sair da apatia e nos dê simpatia e empatia, para vivermos cada dia regenerados como filhos de Deus-Amor (cf. 1 Jo 4, 16) e sermos, por nossa vez, geradores no amor, com a capacidade de levar a vida a todos os lugares, especialmente onde há exclusão e exploração, indigência e morte; e deste modo serão alargados os espaços de amor e Deus reinará cada vez mais neste mundo. 

Conclui invocando a presença e proteção de Maria, e retoma a oração composta por São Paulo VI para o 1º Dia Mundial das Vocações (11 de abril de 1964):

“Ó Jesus, divino Pastor das almas, que chamastes os Apóstolos para fazer deles pescadores de homens, continuai a atrair para Vós almas ardentes e generosas de jovens, a fim de fazer deles vossos seguidores e vossos ministros; tornai-os participantes da vossa sede de redenção universal, (…) abri-lhes os horizontes do mundo inteiro, (…) para que, respondendo à vossa chamada, prolonguem aqui na terra a vossa missão, edifiquem o vosso Corpo místico, que é a Igreja, e sejam “sal da terra”, “luz do mundo” (Mt 5, 13)”.

 

PS: Se desejar, confira a mensagem na integra:

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/vocations/documents/20230430-messaggio-60-gm-vocazioni.html

domingo, 14 de abril de 2024

“Ele está no meio de nós!” Aleluia! (IIIDTPB) (Homilia)

“Ele está no meio de nós!” Aleluia!

Com a Liturgia do terceiro Domingo da Páscoa (Ano B), refletimos sobre o modo de testemunhar o Cristo Ressuscitado; a dinâmica da Vida Nova que brota da experiência da Ressurreição na vida dos discípulos; e o testemunho de que Ele está Vivo.

Jesus Ressuscitado é o centro da comunidade reunida; sempre presente no caminho e na missão do discípulo, e é necessário coragem para testemunhar e anunciar a Palavra do Ressuscitado.

É o que vemos na primeira leitura (At 3,13-15.17-19): o realizar desta missão se dará pelo testemunho dado diante do mundo, com a pregação e ações concretas. Com estas atitudes, poderão ter aceitação, rejeição e até mesmo sofrer perseguição.

A pregação dos Apóstolos é um convite ao arrependimento, à conversão, à fé em Jesus Cristo, acolhendo Sua Pessoa e a Boa-Nova do Reino por Ele iniciado.

A conversão implica na superação do egoísmo, do orgulho, do comodismo, da autossuficiência, do individualismo, da indiferença...

O testemunho dos discípulos será a grande manifestação da Vida do Ressuscitado. Somente com uma vida marcada pela doação e entrega total, trilhamos o caminho para o alcance da Vida Eterna. Eis o autêntico caminho da vida cristã.

Reflitamos:

- A minha vida e meus gestos testemunham o Cristo Vivo, Ressuscitado?
- Quais os sinais que manifestam a presença do Ressuscitado na minha comunidade?
- Quais são os apelos de conversão que ressoam fortemente no mais profundo de mim e da minha comunidade?

Na passagem da segunda leitura (1 Jo 2,1-5a), refletimos sobre a comunidade que reconhece a sua fragilidade e não se desespera, pois bem sabe que tem o Defensor, o Advogado, o Paráclito.

Os membros da Comunidade cultivam uma intimidade profunda com Deus, na escuta, acolhimento e vivência de Sua Palavra, reconhecendo a condição da realidade pecadora inerente à criatura humana, sem jamais desistir do caminho da Salvação, num permanente amadurecimento e crescimento da coerência entre a fé e a vida.

A comunidade deve estar sempre atenta para o não abandono do amor fraterno, por isso a necessária vigilância para uma vida de santidade se faz necessária, com renúncia ao pecado e aberta à proposta de Salvação que Deus nos oferece.

Reflitamos:

- Qual é a profundidade do meu relacionamento com Deus?
- Como cultivo minha amizade e familiaridade com Deus?
- Como sinto Sua proximidade no dia a dia?

- Sinto a presença do Espírito que assiste, acompanha, orienta e fortalece a vida da Igreja?
- Qual é a coerência que há entre a fé que professo e a minha vida?

Na passagem do Evangelho (Lc 24,35-48), os discípulos, na escuta da Palavra e na partilha do Pão, sentem e reconhecem a presença do Ressuscitado.

Somente no amor e na fraternidade, a comunidade é capaz de enxergar e tornar visível a presença do Ressuscitado. 

A Ressurreição é a prova de que Deus dá razão a Jesus e que Seu Amor é mais forte que a morte.

A comunidade crê n’Aquele que foi rebaixado pelos injustos, desceu à mansão dos mortos, foi reerguido por Deus, mostrado glorioso aos que n’Ele acreditam.

Na intimidade Eucarística, Ele nos dirige Sua Palavra e nos dá o Seu Corpo e Sangue: Verdadeira Comida e Verdadeira Bebida.

Crer na Ressurreição é a grande força que move a ação da comunidade, pois ela é, na exata medida, a vitória do Projeto de Jesus.

A Ressurreição é um fato real, mas não pode ser provado cientificamente. A comunidade teve que percorrer um longo e difícil caminho para o reconhecimento da presença de Jesus Vivo e Ressuscitado. Foi inevitável a dúvida, a incerteza, o medo, a fragilidade... até  que pudesse passar da incredulidade à fé.

Somos uma comundade com a presença do Ressuscitado que nos traz a verdadeira paz; comunica-nos o “shalom”: harmonia, serenidade, confiança, a vida plena.

A comunidade deve crescer no amor mútuo, na fraternidade, tornando visível a presença do Ressuscitado.

A ação do discípulo é a continuidade da missão do próprio Jesus. Ele continua a obra redentora do Salvador, d’Aquele que foi morto e Ressuscitado.

Reflitamos:

- Qual é o caminho para a descoberta e o encontro com o Ressuscitado?
- Temos sentido a presença do Ressuscitado através da Palavra Proclamada, ouvida, acolhida e vivida?

- Jesus Ressuscitado tem a centralidade em nossa comunidade?

Observando os Mandamentos divinos
Deus Se torna uma Verdade em nós. Portanto, amemos a Deus e acreditemos no Filho amado! Escutemo-Lo, pois Ele venceu o mundo! A vida venceu a morte.  Contemos com a presença e ação do Espírito Santo. Amém Aleluia!

Em poucas palavras...

                                                   


A vocação cristã

“«Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (Lumen Gentium 40). Todos são chamados à santidade: «Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 48):

«Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que […] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo.

Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a vida de tantos santos» (Lumen Gentium 40)”.(1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo 2013

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