sábado, 2 de dezembro de 2023

Esperamos o Senhor na vigilância e na oração

 


Esperamos o Senhor na vigilância e na oração

 

Tempo de vigiar e orar, tempo de a fé viver,

para solidificar a esperança na vivência de uma

autêntica caridade para com o próximo.

 
No 34º sábado do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 21,34-36), que nos convida a preparação da vinda gloriosa do Senhor.

Trata-se de uma mensagem de alegria, confiança, esperança e compromisso na acolhida do Filho do Homem, Jesus, que faz acontecer o Projeto de um mundo novo.

Retrata os últimos dias da vida terrena de Jesus e a iminente destruição de Jerusalém (anos 70 D.C.), como de fato aconteceu.
 
Jesus anuncia uma Palavra de ânimo, “é preciso levantar a cabeça porque a libertação está próxima” (Lc 21,28). A comunidade não pode se amedrontar, mas deve abrir o coração à esperança, em atitude de vigilância e confiança.

A salvação não pode ser esperada de braços cruzados, pois é oferecida a nós como dom divino, conversão e compromisso nosso: Jesus vem, mas é preciso reconhecê-Lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e buscam a libertação.

É preciso deixar que Ele nos transforme a mente e o coração, para que Ele apareça em nossos gestos e palavras, em toda a nossa vida.
 
O Reino vem e acontece como realidade escatológica, ou seja, não será uma realidade plena neste tempo em que vivemos, será plenitude somente depois que Cristo destruir definitivamente o mal que nos rouba a liberdade e ainda nos faz escravos.

Trabalhamos e nos empenhamos pelo Reino que é já e ainda não, pois ainda que muitas coisas tenhamos feito e o mundo tornado melhor, ainda não será o “tudo melhor” que Deus tem reservado para nós. O Reino de Deus é uma realidade inesgotável, imensurável e indescritível, e o vemos em sinais.

Por ora, é preciso vigiar e orar, numa esperança que nos leve a viver uma caridade ativa tornando fecunda a nossa fé. 

Encerramos mais um ano litúrgico, e que Deus nos conceda a graça de iniciar um novo, sempre na oração e na vigilância, na espera do Senhor, Aquele que veio, vem e virá gloriosamente.

 

 

O “imperativo da hora”

                                                      

O “imperativo da hora”

Acolher a Boa-Nova do Evangelho, é pautar a vida pelo “imperativo da hora”.
Muitas são as atividades que nos acompanham dia a dia, até o momento
Em que a morte põe um ponto final provisório, rompido com a Ressurreição,
com páginas a serem escritas na primavera celestial, em que as flores não morrem.

Mas, pode acontecer que, imprudentes como as virgens que ficaram dormindo,
Fiquemos a bater para que a porta se abra para a festa da eterna núpcias,
E ouviremos o Senhor nos dizer, para epílogo eterno de desespero:
“Digo-vos que não sei de onde sois” (Lc 13, 25 ) – será tarde demais!

É hoje, e mais que hoje, é agora a hora de nossa corajosa decisão:
Conversão permanente, na vigília e na Oração, no quotidiano ressoadas
Em gestos, pensamentos e palavras de caridade sempre vivenciadas,
Esperança enraizada na fé, sem covardia, com o Reino comprometidos.                                                                          
É o tempo da graça, tão favorável para nossa salvação,
Apenas a Deus adorando, no próximo, o amor vivenciando,
Sem a perda da liberdade, no uso dos bens que passam
Para abraçar e alcançar com alegria os bens eternos.

“imperativo da hora” não nos permite vacilo e letargias.
Comendo e bebendo do Verdadeiro Pão e Verdadeira Comida,
A nós oferecidos em cada Santa Eucaristia, Banquete de Amor,
Sem medo de a Ele nos entregarmos, n’Ele nos abandonando totalmente.

É agora o imperativo do bem fazer e, com Ele, do mal se livrar.
É a hora de o bom combate da fé viver, completar a corrida,
A Ele entregarmos nossa vida, nosso ser, porque tão somente assim
Vida plena haveremos de ter, e a coroa da glória um dia receber.
Amém! Aleluia!

PS: Oportuno para a reflexão das passagens do Evangelho: Mt 25,1-13; Lc 21,34-36

Advento - Cantar e caminhar, orar e vigiar

                                                        


Advento - Cantar e caminhar, orar e vigiar

Reflitamos sobre o Tempo do Advento, que iniciaremos no próximo domingo, à luz do Sermão do Bispo Santo Agostinho (Séc. V) sobre o fim de todos nós, a eternidade que todos ansiamos, porém ainda a caminho, empenhados para ela alcançar, ela merecer...

“Aqui embaixo, cantemos o Aleluia, ainda apreensivos, para podermos cantá-lo lá em cima, tranquilos. Por que apreensivos aqui? Não queres que eu esteja apreensivo, se leio: Não é acaso uma tentação a vida humana sobre a terra? (Jó 7,1).

Não queres que fique apreensivo, se me dizem outra vez: Vigiai e orai para não caírdes em tentação? (cf. Mt 26,41).

Não queres que esteja apreensivo onde são tantas as tentações, a ponto de a própria oração nos ordenar: Perdoai nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores? (Mt 6,12). Pedintes cotidianos, devedores cotidianos.

Queres que esteja seguro quando todos os dias peço indulgência para os pecados, auxílio nos perigos?

Tendo dito por causa das culpas passadas: Perdoai nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores, imediatamente acrescento por causa dos futuros perigos: Não nos deixeis entrar em tentação (Mt 6,13).

Como pode estar no bem o povo que clama comigo: Livrai-nos do mal? (Mt 6,13). E, no entanto, irmãos, mesmo neste mal, cantemos o Aleluia ao Deus bom que nos livra do mal. Ainda aqui, no meio de perigos, de tentações, por outros e por nós seja cantado o Aleluia. Pois Deus é fiel e não permitirá serdes tentados além do que podeis (1Cor 10,13).

Portanto cantemos também aqui o Aleluia. O homem ainda é réu, mas fiel é Deus. Não disse: Não permitirá serdes tentados, mas: Não permitirá serdes tentados além do que podeis, mas fará que com a tentação haja uma saída para poderdes aguentar (1Cor 10,13). Entraste em tentação; mas Deus dará uma saída para não pereceres na tentação; para, então, à semelhança de um pote de barro, seres plasmado pela pregação, queimado pela tribulação.

Todavia, ao entrares, pensa na saída; porque Deus é fielguardará o Senhor tua entrada e tua saída (Sl 120,7-8).

Contudo, só quando esse corpo se tornar imortal e incorruptível, então terá desaparecido toda tentação; porque na verdade o corpo morreu; por que morreu? Por causa do pecado.

Mas o espírito é vida; por quê? Por causa da justiça (Rm 8,10). Largaremos então o corpo morto? Não; escuta: Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou a Cristo habita em vós, Aquele que ressuscitou dos mortos a Cristo vivificará também vossos corpos mortais (Rm 8,10- 11). Agora, portanto, corpo animal; depois, corpo espiritual.

Como será feliz lá o Aleluia! Quanta segurança! Nada de adverso! Onde ninguém será inimigo, não morre nenhum amigo. Lá, louvores a Deus; aqui, louvores a Deus. Mas aqui apreensivos; lá, tranquilos. Aqui, dos que hão de morrer; lá, dos que para sempre hão de viver. Aqui, na esperança; lá, na bem-aventurança. Aqui, no caminho; lá, na pátria.

Cantemos, portanto, agora, meus irmãos, não por deleite do repouso, mas para alívio do trabalho.

Como costuma cantar o caminhante: canta, mas segue adiante; alivia o trabalho cantando. Abandona, pois, a preguiça.

Canta e caminha. Que é isto, caminha? Vai em frente, adianta-te no bem. Segundo o Apóstolo, há quem progrida no mal. Tu, se progrides, caminhas. Mas progride no bem, progride na fé, sem desvios, progride na vida santa. Canta e caminha”.

O Bispo nos convida a cantar o Aleluia, provisoriamente e apreensivamente, aqui e agora, para que possamos cantá-lo tranquilamente na eternidade.

Viver o Tempo do Advento como tempo da vigilância e oração, e como Santo Agostinho nos disse, a cantar e caminhar. Cantar com confiança, caminhar com toda esperança, como pedintes e devedores cotidianos.

Pedintes e devedores cotidianos? Sim. É isto que somos diante de Deus, enquanto peregrinos que caminham rumo ao Pai, tão pedintes quanto devedores.

Quem ousaria pedir algo a quem tanto deve? Somente Deus mesmo é capaz de ouvir nossos pedidos, ainda que devedores eternos do Seu amor, e também devedores do amor mútuo, como o Apóstolo Paulo também nos exorta na Carta aos Romanos (Rm 12).

Como não merecedores pedintes e eternos devedores, cantemos e caminhemos e estejamos prontos para o grande momento da vinda do Senhor. Isto é Advento!

Esperamos o Senhor na vigilância e na oração

                                                          


 Esperamos o Senhor na vigilância e na oração

 
Tempo de vigiar e orar, tempo de a fé viver,
para solidificar a esperança na vivência de uma
autêntica caridade para com o próximo.
 
No 34º sábado do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 21,34-36), que nos convida a preparação da vinda gloriosa do Senhor.
 
Trata-se de uma mensagem de alegria, confiança, esperança e compromisso na acolhida do Filho do Homem, Jesus, que faz acontecer o Projeto de um mundo novo.
 
Retrata os últimos dias da vida terrena de Jesus e a iminente destruição de Jerusalém (anos 70 D.C.), como de fato aconteceu.
 
Jesus anuncia uma Palavra de ânimo, “é preciso levantar a cabeça porque a libertação está próxima” (Lc 21,28). 

A comunidade não pode se amedrontar, mas deve abrir o coração à esperança, em atitude de vigilância e confiança.
 
A salvação não pode ser esperada de braços cruzados, pois nos é  oferecida a nós como dom divino, conversão e compromisso nosso: Jesus vem, mas é preciso reconhecê-Lo nos sinais da história, no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e buscam a libertação.
 
É preciso deixar que Ele nos transforme a mente e o coração para que Ele apareça em nossos gestos e palavras, em toda a nossa vida.
 
O Reino vem e acontece como realidade escatológica, ou seja, não será uma realidade plena neste tempo em que vivemos, será plenitude somente depois que Cristo destruir definitivamente o mal que nos rouba a liberdade e ainda nos faz escravos.
 
Trabalhamos e nos empenhamos pelo Reino que é já e ainda não, pois ainda que muitas coisas tenhamos feito e o mundo tornado melhor, ainda não será o “tudo melhor” que Deus tem reservado para nós. O Reino de Deus é uma realidade inesgotável, imensurável e indescritível, e o vemos em sinais.
 
Por ora, é preciso vigiar e orar, numa esperança que nos leve a viver uma caridade ativa tornando fecunda a nossa fé. 
 
Encerramos mais um ano litúrgico, e que Deus nos conceda a graça de iniciar um novo, sempre na oração e na vigilância, na espera do Senhor, Aquele que veio, vem e virá gloriosamente.
 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Em poucas palavras...

 


A luz da fé

Positivamente, o combate contra o nosso eu, possessivo e dominador, consiste na vigilância, a sobriedade do coração. 


Quando Jesus insiste na vigilância, esta refere-se sempre a Ele, à sua vinda, no último dia e em cada dia: «hoje». O Esposo chega a meio da noite. A luz que não se deve extinguir é a da fé: «Diz-me o coração: "Procura a sua face"» (Sl 27, 8).” (1)

 

 

(1)        Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 2730

Advento: Mergulhemos em suas profundezas!

                                              


Advento: Mergulhemos em suas profundezas!

Na desejável leveza e profundidade deste Tempo, iniciaremos  o Tempo do Advento, em que a altura e as coisas do alto serão alcançadas.

Advento, Tempo de vigilância e oração, a Igreja insiste incansavelmente. Tempo de leveza, beleza, profundidade, vigilância e oração. Tempo de faxinar a alma e o coração.

Tempo de passarmos do falta do ânimo à coragem, da indolência ao zelo, da indiferença à solidariedade, do distanciamento à comunhão...

Tempo da nossa indispensável, e mais querida por Deus, preparação para acolhida do Seu Filho na manjedoura mais do que preferida, o coração humano. 

Tempo, enfim, de nos perguntarmos:

- Como estamos preparando a chegada do Senhor? 
- O Menino Deus nos encontrará vigilantes?
- Ele encontrará uma Igreja vigilante?

Se não prepararmos a chegada do Senhor, quão triste e sem luz será o Natal.

Advento é, e será sempre, Tempo de criar possibilidades para que o Novo de Deus, Jesus, em nós encontre moradia, concedendo-nos a tão desejada, e possível, plena alegria, como Ele mesmo nos prometeu. Deus promete, Deus cumpre!

Que o Senhor nos encontre mais que vigilantes, orantes, atentos, a fé testemunhando, solidificando a mais bela e encantadora esperança de um novo tempo, e a chama do Altíssimo em nós seja inflamada, e o nosso coração, pela chama da caridade, aquecido. E assim, quando o Menino Deus, que fará novas todas as coisas, chegar, Sua Luz resplandecerá e então, verdadeiramente, Natal será!

Recuperemos a dimensão Pascal do Natal para celebrar o nascimento de Jesus, o  Sol Nascente, a Luz sem ocaso que veio nos visitar e sempre vem nos visitar.

Advento, mergulhemos em suas profundezas! E, então, o Natal será uma Festa de paz, de amor, de graça e de luz.

Que Deus nos conceda um Feliz e Abençoado Ano Novo

 


Que Deus nos conceda um Feliz e Abençoado Ano Novo
 
Temos a graça de começar mais um ano, e com ele  novos  propósitos: novas posturas diante das pessoas e dos fatos; um novo olhar aos que nos rodeiam.
 
Oremos:
 
Supliquemos ao Santo Espírito para que nos ilumine e que a Sabedoria de Deus nos acompanhe em cada palavra, em cada gesto...
 
Sejam nossos pensamentos pela luz divina iluminados, para que cada instante do Novo Ano seja único para nós.
 
Senhor, concedei-nos a graça de vivê-lo dando-lhe mais sabor, cor, luz e densidade, mantendo acesa a mais bela chama da caridade.
 
Senhor, concedei-nos Sabedoria, para que ao desejar Feliz Ano Novo, não o reduzamos à apenas troca de algarismo.
 
Senhor, ajudai-nos a não sermos instrumentos de divisão, e que jamais sejamos edificadores de muros, mas de pontes da verdadeira comunhão, fraternidade, vida e paz, partilhando os dons que nos concedeis..
 
Senhor, firmai nossos passos no cultivo do Jardim em que a vida floresce, porque a esperança nos move, a fé se torna rádios luminosos nos obscuros caminhos, e a caridade nos impele aos sagrados compromissos com o Vosso Reino de Amor, Vida, Justiça, Liberdade, Fraternidade e Paz. Amém.

Feliz Ano Novo!

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG