sábado, 13 de dezembro de 2025

Natal: irradiemos a luz do Senhor

                                                               

Natal: irradiemos a luz do Senhor

O que ressoa no coração 
quando ouvimos ou pronunciamos este nome:  
João Batista?

Coragem, fidelidade, despojamento, simplicidade,
Coerência, transparência, com Deus amizade e intimidade...
Profeta da ousada esperança de um Mundo Novo;
A voz que anuncia a Palavra que ilumina a vida do povo.

Humilde sinal da Luz que viria iluminar o mundo,
Amigo do Esposo da humanidade, que amor profundo!
Inspirado em sua vida e exemplo tão expressivo
Tenhamos mesmo amor, entrega por Deus tão vivo!

Alguém que desaparece, diminui para que o Senhor cresça,
Sabe que a fidelidade tem um preço, cortaram-lhe a cabeça.
Fulgor róseo de seu sangue expressou fidelidade à Lei Divina,
Que diante do pecado, não cede, não cansa, não se declina!

João, cujo nome lembra que Deus é misericórdia,
Imitá-lo para semear sementes da humana concórdia.
Hoje, João que nos céus com o Amado em Santa Comunhão,
É para nós uma seta que aponta Jesus: nossa Redenção!

Com mesma coragem e fidelidade, vivamos,
Para não celebrarmos em vão o Natal do Senhor.
Do Senhor, sermos corajosos discípulos missionários,
Nas mais adversas situações e lugares.
A Sua Divina Luz irradiar, e o verdadeiro Natal celebrar. Amém. 

PS: Apropriado para a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 17,10-13)

A verdadeira alegria em todo o tempo (IIIDTA)

                                                     

A verdadeira alegria em todo o tempo

Exultemos de alegria no Senhor, porque cremos n'Ele vivo e Ressuscitado e tão somente n'Ele encontramos a verdadeira alegria.

A vida de quem crê tem que ser marcada por sinais de alegria evangélica, jamais de pranto, lamentos sem perspectivas ou da aflição sem consolo.

Os Evangelhos nos convidam a olhar para o Crucificado, de modo que compreendamos a lógica da Sua vida, para também compreendermos que a alegria evangélica não está na ausência da Cruz e que a Cruz não é uma derrota definitiva, mas uma passagem necessária.

A alegria cristã tem matizes diferentes da alegria do mundo, por isto se pode falar no confronto de dois tipos de alegria:

A alegria do mundo, facilmente compreensível, pois se baseia em ser jovem, belo, com saúde, com muito dinheiro e sucesso à maneira do "quero tudo e já", possivelmente sem muita fadiga, sem renúncias, sacrifícios, e tudo imediatamente e sem tempo de espera ou que se prolongue tanto (“cultura líquida” – uma característica da pós-modernidade).

Bem diferente e bem mais profunda é a outra alegria, porque nasce da paciência de amar e aprender a amar, e não obstante, não desdenha as mil alegrias do mundo, mas sabe, em profundidade, ligar-se ao que não passa e não pode desiludir, discerne entre o essencial e acessório, o eterno e o provisório.

tristeza momentânea sentida pelos discípulos, quando da  passagem de Jesus para o Pai, não é apenas uma partida que deixa os discípulos "no exílio longe do Senhor' como diz Paulo (2 Cor 5,6); mas é também um modo de viver a revelação.

Esta tristeza, com a Ressurreição do Senhor e a vinda do Espírito Santo, se tornará uma alegria plena e que ninguém poderá tirar.

Esta alegria será testemunhada mediante a fé, acolhida, anúncio e testemunho da Palavra de Jesus, no serviço aos irmãos e, sobretudo, sentida ao participar com piedade, consciente e ativamente da Refeição Eucarística, quando antecipamos a Sua vinda –“Anunciamos Senhor a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição, Vinde, Senhor Jesus!”.

Consolidemos a verdadeira alegria, na fraternidade, na comunhão, no perdão, solidariedade e partilha, para não nos desvalorizarmos e tão pouco sucumbirmos diante das dificuldades da vida e não sermos por elas submersos, aniquilados.

Vivamos o Tempo do Advento, na espera do Senhor que vem, carregando a cruz com fidelidade e fé no Ressuscitado, nutridos pela Palavra e Eucaristia, assistidos pelo Espírito Santo de Deus, sentindo a verdadeira alegria, que o mundo não pode garantir e tão pouco nos privar, com fé, esperança e caridade.

Vivamos intensamente o Tempo do Advento para celebrarmos um santo e verdadeiro Natal do Senhor!

 
PS: Livre adaptação do Lecionário Comentado - Volume do Tempo Pascal - Editora Paulus - Lisboa - 2011 - pág. 597-598. 

Nosso amor por Maria e a Igreja, nossas mães

                                              


Nosso amor por Maria e a Igreja,  nossas mães

Sejamos enriquecidos pelo Sermão escrito pelo Bem-aventurado Isaac, abade do Mosteiro de Stella (Séc. XII):

“O Filho de Deus é o primogênito dentre muitos irmãos; sendo Filho único por natureza, associou a si muitos pela graça, para serem um só com Ele. Com efeito, a quantos o recebem, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,12).

Constituído Filho do homem, a muitos constituiu filhos de Deus. Ele, o Filho único, por seu amor e poder associou muitos a Si. E todos esses, embora sejam muitos por sua geração segundo a carne, são um só com Ele pela regeneração divina.

Um só, portanto, é o Cristo total, cabeça e corpo: Filho único do único Deus nos céus e de uma única mãe na terra. Muitos filhos, e um só Filho. Pois assim como a cabeça e os membros são um só Filho, assim também Maria e a Igreja são uma só Mãe e muitas mães; uma só Virgem e muitas virgens.

Ambas são mães e ambas são virgens; ambas concebem virginalmente do mesmo Espírito; ambas, sem pecado, dão à luz uma descendência para Deus Pai. Maria, imune de todo pecado, deu à luz a Cabeça do corpo; a Igreja, para a remissão de todos os pecados, deu à luz o corpo da Cabeça. Ambas são mães do Cristo, mas nenhuma delas pode, sem a outra, dar à luz o Cristo total.

Por isso, nas Escrituras divinamente inspiradas, o que se atribui de modo geral à Igreja, virgem e mãe, aplica-se particularmente a Maria. E o que se atribui especialmente a Maria, virgem e mãe, pode-se com razão aplicar de modo geral à Igreja, virgem e mãe; e quando o texto se refere a uma delas, pode ser aplicado indistinta e indiferentemente a uma e à outra.

Além disso, cada alma fiel é igualmente, a seu modo, esposa do Verbo de Deus, mãe de Cristo, filha e irmã, virgem e mãe fecunda. É a própria Sabedoria de Deus, o Verbo do Pai, que designa ao mesmo tempo a Igreja em sentido universal, Maria num sentido especial e cada alma fiel em particular.

Eis o que diz a Escritura: E habitarei na herança do Senhor (cf. Eclo 24,7.13). A herança do Senhor é, na sua totalidade, a Igreja, muito especialmente é Maria, e de modo particular, a alma de cada fiel. No tabernáculo do seio de Maria, o Cristo habitou durante nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, habitará até o fim do mundo; e no amor da alma fiel, habitará pelos séculos dos séculos.” (1)

Temos como Mãe Maria e a Igreja, e isto implica que devemos viver a vida nova dos filhos de Deus, quando mergulhados na graça do Batismo e recebemos o selo do Espírito Santo.

Implica também que devemos viver como irmãos e irmãs, estabelecendo e fortificando laços de comunhão e fraternidade, na superação de toda e qualquer forma de exclusão, ou qualquer outra forma que nos distancie uns dos outros, ou que venha a macular a sacralidade e a beleza de nossa vida, como imagens e semelhança de Deus, por Ele criados.

Tempo do Advento, tempo favorável para reconciliação e perdão, e refazer nossos laços de amizade e comunhão, para que não seja em vão a Eucaristia que participamos e comungamos, Divino Cálice do Redentor, Pão de eternidade e imortalidade. Amém. 

(1) Liturgia das Horas – Volume Advento/Natal – pág. 214-215

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

A acolhida do Senhor e o compromisso com a vida

                                                             

A acolhida do Senhor e o compromisso com a vida 

“Ah, se tivesses observado os meus Mandamentos!
Tua paz seria como um rio e tua justiça
como as ondas do mar” (Is 48, 18)

A Liturgia da Sexta-feira da segunda semana do Advento, nos apresenta uma passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 48,17-19), e nos convida a voltarmos para Deus com o coração aberto e confiante. 

A acolhida do Senhor, que veio, vem e virá, jamais nos isenta de sagrados compromissos com a vida, a justiça, a fraternidade e a paz.

Vejamos estas duas citações:

“Para nós que vivemos num mundo de rebelião e desejo de liberdade, pode ser motivo de fecunda reflexão considerar os contínuos malogros dos homens, quando querem construir sozinhos as bases das mais profundas aspirações do coração humano: a paz, a justiça, a igualdade entre os povos. 

Muitos falam de paz e preparam a guerra; assinam tratados, já pensando em enganar; esbanjam palavrório em favor dos esfomeados e queimam incenso à sociedade de consumo; pregam o amor não sabem proferir uma palavra de perdão. 

Não existe paz sem Deus, sem fidelidade às Suas leis e à Sua palavra, sem uma contínua volta a Ele com vontade renovada de andar pelos Seus caminhos” .(1)

Há os que afirmam que “a religião amarra o homem à balela do amparo divino e impede-o de se empregar seriamente em resolver os problemas do mundo”. (2)

Crer no Senhor e abraçar uma religião não é evasão do mundo e tão pouco nos permite que as soluções venham do alto, prontas, como que num passe de mágica.

Somente o Senhor, Sua Pessoa e mensagem, e no mundo, vivendo como sal, fermento e luz é que nossa religião terá sentido.

Tão somente assim a alegria, a comunhão, a solidariedade, a vida plena, e tudo quanto possamos pensar e desejar de bom, e o melhor que Deus tem a nos oferecer, poderão ser alcançados.

Ainda hoje há aqueles que são indiferentes à Palavra do Senhor, como também é expresso no Evangelho também deste dia:

“Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: 'Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!'” (cf. Mt 11,16-19)

A poucos dias do Natal, voltemo-nos para Deus e à Sua Palavra, que Se fez Carne e veio em nosso meio habitar.

  
(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - página 48
(2) Idem – p. 41

O Sim de Maria e a Encarnação do Verbo

                            


O Sim de Maria e a Encarnação do Verbo

Celebramos, no dia 12 de dezembro, a Festa em louvor a Nossa Senhora de Guadalupe, e ouvimos na Missa a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 1,39-47).

Sejamos enriquecidos por uma parte do Sermão do Abade São Bernardo (séc. XII), meditando sobre os Mistérios da Salvação que nos veio pela Encarnação do Verbo, Jesus Cristo.

O Santo, que nascer de ti, será chamado Filho de Deus (cf. Lc 1,35), fonte de sabedoria, o Verbo do Pai nas alturas! Este Verbo, através de ti, Virgem santa, Se fará Carne, de modo que Aquele que diz: Eu no Pai e o Pai em mim (Jo 10,38), dirá também: Eu saí do Pai e vim (Jo 16,28).

No princípio, diz João, era o Verbo. Já borbulha a fonte, mas por enquanto apenas em si mesma. Depois, e o Verbo era com Deus (Jo 1,1), habitando na luz inacessível.

O Senhor dizia anteriormente: Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (cf. Jr 29,11). Mas teu pensamento está dentro de ti, ó Deus, e não sabemos o que pensas; pois quem conheceu a mente do Senhor ou quem foi seu conselheiro? (cf. Rm 11,34).
  
Desceu, por isto, o pensamento da paz para a obra da paz: O Verbo Se fez Carne e já habita em nós (Jo 1,14). Habita totalmente pela fé em nossos corações, habita em nossa memória, habita no pensamento e chega a descer até a imaginação.

Que poderia antes o homem pensar sobre Deus, a não ser talvez fabricando um ídolo no coração? Era incompreensível e inacessível, invisível e inteiramente impensável; agora, porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado.

De que modo, perguntas? Por certo, reclinado no presépio, deitado ao colo da Virgem, pregando no monte, pernoitando em Oração; ou pendente da Cruz, pálido na morte, livre entre os mortos e dominando o inferno; ou ainda ressurgindo ao terceiro dia, mostrando aos Apóstolos as marcas dos cravos, sinais da vitória, e, por último, diante deles subindo ao mais alto do céu.

O que não se poderá pensar verdadeira, piedosa e santamente disto tudo? Se penso algo destas realidades, penso em Deus e em tudo Ele é o meu Deus. Meditar assim, considero sabedoria, e tenho por prudência renovar a lembrança da suavidade que, em essência tão preciosa, a descendência sacerdotal produziu copiosamente, e que, haurindo do alto, Maria trouxe para nós em profusão.”

Pelo “sim” de Maria, nos veio do alto o Verbo para nos redimir, e por isto tão bem expressou o Abade: Aquele que “era incompreensível e inacessível, invisível e inteiramente impensável; agora, porém, quis ser compreendido, quis ser visto, quis ser pensado.”

Temos, em breves palavras, um itinerário da Encarnação do Verbo feito criança até a Sua glorificação no céu, onde Reina glorioso junto de Deus.

Silenciemo-nos e contemplemos Jesus:

“... reclinado no presépio, deitado ao colo da Virgem,
pregando no monte, pernoitando em oração;
ou pendente da Cruz, pálido na morte,
livre entre os mortos e dominando o inferno;
ou ainda ressurgindo ao terceiro dia,
mostrando aos Apóstolos as marcas dos cravos,
sinais da vitória, e, por último, diante deles subindo
ao mais alto do céu”.

Nesta contemplação, fixemos também nossos olhos em Sua Mãe que jamais fecha seus olhos à nossa realidade, como ela o fez em Guadalupe, Aparecida e tantos outros momentos e lugares.

Com Maria, renovemos o nosso sim aos desígnios e Projeto divino, para que tenhamos vida plena e feliz, como ela nos ensinou naquele dia memorável das Bodas de Caná (Jo 2,1-11).

Com Maria, preparemos o Natal do Senhor

                                                                       

Com Maria, preparemos o Natal do Senhor

A passagem do Evangelho (Lc 1,39-47), que ouvimos na Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, no dia 12 de dezembro, faz parte do chamado “Evangelho da Infância de Jesus”. 

É uma “homologese” (gênero literário especial que não pretende ser um relato fidedigno sobre acontecimentos, mas antes uma catequese destinada a proclamar as realidades salvíficas que a fé prega sobre Jesus: que Ele é o Messias, o Filho de Deus, o Deus conosco).

Em resumo, é uma catequese sobre Jesus, e nesta passagem, encontramos três mensagens fundamentais:

- Jesus vem ao encontro da humanidade para redimi-la.

- Sua presença, fruto da ação do Espírito, provoca estremecimento incontrolável de alegria no coração dos que esperam a concretização das promessas divinas: alegria, vida, paz e felicidade.

- Vem ao encontro através da fragilidade e simplicidade dos pobres, que se constituem instrumentos de Deus para a realização da salvação e libertação da humanidade.

É necessário estremecer de alegria, porque somos portadores do Verbo que Se fez e Se faz Carne em nosso coração.

Belém é aqui e agora, que acolhe o Salvador para se tornar uma alegre notícia de vida para os empobrecidos.

A luz brilhará nas trevas para os corações que temem a Deus! Nascerá o Salvador no coração dos que amam e que anseiam pela paz e vida plena.

Acolher e anunciar a proposta de Jesus é o verdadeiro sentido do Natal que vamos celebrar. Demos mais um passo...

Reflitamos:

- Qual a Boa-Nova que anunciamos aos pobres?
- Nosso modo de viver revela que estamos nos preparando para acolher o Verbo que quer fazer morada em nosso coração?

- Quais têm sido os esforços de conversão, mudança radical de pensamentos, atitudes em nossa vida em todos os seus âmbitos?

- quando procuramos o Sacramento da Penitência, para nos reconciliarmos com Deus e com os irmãos, experimentando a alegria da misericórdia e do perdão divinos?

Vivamos este tempo que nos separa da Noite do Natal, no cultivo do  silêncio, revisão e preparação do que ainda for preciso.

Mais do que árvores de Natal, amigos secretos, pisca-pisca, ceias fartas, é preciso que nosso coração esteja totalmente limpo, aberto para a acolhida do Verbo que Se fez e Se faz carne sempre, para ficar conosco em qualquer circunstância.
É próprio de quem ama não se separar daquele que se ama. Sendo assim, Deus não Se separa de nós, porque nos ama, ainda que não O amemos o bastante.

Urge um cristianismo mais alegre e contagiante, experimentado e testemunhado na fragilidade de Maria, de Isabel e de tantos outros; portanto, devemos nos tornar, cada vez mais, veículos da mensagem de alegria e jamais veículos fúnebres do Evangelho.

Celebrando esta Festa com Maria, aprendamos fazer do Natal, a Festa de maior correspondência ao Amor divino, indizível, infinito, incompreensível.

“Santa Maria, Mãe de Deus”

                                                   



“Santa Maria, Mãe de Deus”

Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, como veremos em uma das Cartas escrita pelo Bispo São Cirilo de Alexandria (séc. IV),um expressivo defensor da maternidade divina da Virgem Maria.

“Causa-me profunda admiração haver alguns que duvidam em dar à Virgem Santíssima o título de Mãe de Deus. Realmente, se nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que motivo não pode ser chamada de Mãe de Deus a Virgem Santíssima que O gerou? Esta verdade nos foi transmitida pelos discípulos do Senhor, embora não usassem esta expressão.

Assim fomos também instruídos pelos Santos Padres. Em particular, Santo Atanásio, nosso pai na fé, de ilustre memória, na terceira parte do livro que escreveu sobre a santa e consubstancial Trindade, dá frequentemente à Virgem Santíssima o título de Mãe de Deus.

Vejo-me obrigado a citar aqui suas palavras, que têm o seguinte teor: ‘A Sagrada Escritura, como tantas vezes fizemos notar, tem por finalidade e característica afirmar de Cristo Salvador estas duas coisas: que Ele é Deus e nunca deixou de o ser, visto que é a Palavra do Pai, Seu esplendor e sabedoria; e também que nestes últimos tempos, por causa de nós, Se fez homem, assumindo um corpo da Virgem Maria, Mãe de Deus’.

E continua mais adiante: “Houve muitos que já nasceram santos e livres de todo pecado. Por exemplo: Jeremias foi santificado desde o seio materno; também João, antes de ser dado à luz, exultou de alegria ao ouvir a voz de Maria Mãe de Deus’.

Estas palavras são de um homem inteiramente digno de lhe darmos crédito, sem receio, e a quem podemos seguir com toda segurança. Com efeito, ele jamais pronunciou uma só palavra que fosse contrária às Sagradas Escrituras.

De fato, a Escritura, verdadeiramente inspirada por Deus, afirma que a Palavra de Deus se fez carne, quer dizer, uniu-se à carne dotada de alma racional. Portanto, a Palavra de Deus assumiu a descendência de Abraão e, formando para si um corpo vindo de uma mulher, tornou-se participante da carne e do sangue. Assim, já não é somente Deus, mas homem também, semelhante a nós, em virtude da Sua união com a nossa natureza.

Por conseguinte, o Emanuel, Deus-conosco, possui duas realidades, isto é, a divindade e a humanidade. Todavia, é um só Senhor Jesus Cristo, único e verdadeiro Filho por natureza, ainda que ao mesmo tempo Deus e homem.

Não é apenas um homem divinizado, igual àqueles que pela graça se tornam participantes da natureza divina; mas é verdadeiro Deus que, para nossa salvação, Se tornou visível em forma humana, conforme Paulo testemunha com as seguintes palavras: ‘Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva’ (Gl 4,4-5)”.

Tendo Maria como Mãe de Deus, podemos contar com sua indispensável presença, como Mãe do Verbo, Mãe da Igreja, e, portanto, nossa Mãe, que jamais nos abandona e está sempre nos orientando e nos abençoando no caminho, para que jamais dele nos desviemos.

Verdadeiramente Mãe de Deus e nossa, Maria, a Estrela da Evangelização, nos orienta, para que sigamos os passos de seu Amado Filho, ouvindo e fazendo tudo o que Ele nos disser,  assim como fez naquele dia nas Bodas de Caná (Jo 2,1-11), e jamais nos faltará o Vinho Novo do amor, da alegria, da vida e da paz, que somente Jesus pode nos conceder.

Voltemo-nos a estas orações, que nos acompanham, e as rezemos com mais fervor:

"Ave Maria, cheia de graça..."
"Salve Rainha, Mãe de Misericórdia..."

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