terça-feira, 17 de junho de 2025

Rezando com os Salmos - Sl 52 (53)

 




Livrai-nos, Senhor, de toda forma de insensatez


“–1 Diz o insensato em seu próprio coração:
‘Não há Deus! Deus não existe!’
–2 Corromperam-se em ações abomináveis,
já não há quem faça o bem!

–3 O Senhor, Ele se inclina lá dos céus
sobre os filhos de Adão,
– para ver se resta um homem de bom senso
que ainda busque a Deus.

–4 Mas todos eles igualmente se perderam,
corrompendo-se uns aos outros;
– não existe mais nenhum que faça o bem,
não existe um sequer!

–5 Será que não percebem os malvados
quanto exploram o meu povo?
– Eles devoram o meu povo como pão,
e não invocam o Senhor.

–6 Eis que se põem a tremer de tanto medo,
onde não há o que temer;
– porque Deus fez dispersar até os ossos
dos que te assediavam.

– Eles ficaram todos cheios de vergonha,
porque Deus os rejeitou.
–7 Que venha, venha logo de Sião
a salvação de Israel!

– Quando o Senhor reconduzir do cativeiro
os deportados de seu povo,
– que júbilo e que festa em Jacó,
que alegria em Israel!"
 

O Salmo 52(53) retrata a insensatez dos ímpios:

“O ímpio pensa que Deus não se interessa pelo que se passa no mundo, ao permitir que prevaleça a lei do mais forte; mas Deus intervém para restabelecer a justiça. Este Salmo repete quase literalmente o Salmo 14.”(1)

O Apóstolo Paulo retrata  esta realidade pecado, que clama pela justiça e intervenção divina:

“De fato, não há diferença, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3,23).

Urge que confiemos na misericórdia divina, e a Ele supliquemos para que nos livre de toda e qualquer forma de insensatez. Amém.

(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – pág. 770

Rezando com os Salmos - Sl 51 (52)

 


Gloriemo-nos tão somente no Senhor


“–1 Ao maestro do coro. Poema de Davi.

–2 Quando Doeg, o edomita, veio ter com Saul, dizendo:

‘Dai entrou na casa de Abimelec’ 

–3 Por que é que te glorias da maldade,
ó injusto prepotente?

=4 Tu planejas emboscadas todo dia,
tua língua é qual navalha afiada,
fabricante de mentiras!

–5 Tu amas mais o mal do que o bem,
mais a mentira que a verdade!
–6 Só gostas das palavras que destroem,
ó língua enganadora!

–7 Por isso Deus vai destruir-te para sempre
e expulsar-te de sua tenda;
– vai extirpar-te e arrancar tuas raízes
da terra dos viventes!

–8 Os justos hão de vê-lo e temerão,
e rindo dele vão dizer:
–9 ‘Eis o homem que não pôs no Senhor Deus
seu refúgio e sua força,
– mas confiou na multidão de suas riquezas,
subiu na vida por seus crimes!’

–10 Eu, porém, como oliveira verdejante
na casa do Senhor,
– confio na clemência do meu Deus
agora e para sempre!

–11 Louvarei a vossa graça eternamente,
porque vós assim agistes;
– espero em vosso nome, porque é bom,
perante os vossos santos!”

O Salmo 51(52) retrata a maldade do caluniador:

“Este salmo prediz ao caluniador o castigo de Deus e o desprezo dos bons; o ímpio será erradicado da terra. A verdadeira segurança não está na habilidade humana, mas em Deus que é nosso refúgio.” (1)

Quem se gloria, glorie-se no Senhor, como lemos na passagem da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios:

“D’Ele sois em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção, para que, como está escrito, ‘quem se gloria, no Senhor se glorie.” (1 Cor 1,31).

Renovemos nossa confiança no Senhor, e tão somente n’Ele confiemos, vivendo na fidelidade incondicional, vencendo todas as calúnias e perseguições. Amém.

 

(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – pág. 769

“O Amor do Pai dá vertigem”

                                                          

“O Amor do Pai dá vertigem”

Ouvimos, na terça-feira da 11ª Semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 5,43-48), na qual Jesus nos diz: "Vós ouvistes o que foi dito: 'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!' Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem" (Mt 5,43-44).

Vejamos o que nos diz o comentário do Missal Dominical:

“O Amor do Pai é tão absolutamente gratuito que dá vertigem. Quando encontramos nas pessoas com quem vivemos, algum reflexo de tal amor, sentimo-nos comovidos e abalados...

Toda Celebração Eucarística, comparada com nossa vida, é uma verificação da sinceridade com que reconhecemos a gratuidade do Amor do Pai e o transferimos ao nosso próximo”. (1)

Vertigem? Assim define o Aurélio sobre a "vertigem": sensação de instabilidade causada pela perda do equilíbrio;  sensação de desfalecimento;  perturbação, desvario;  perda momentânea do controle sobre si próprio.

Assim é a lógica do Amor de Deus ultrapassa a lógica humana, que muitas vezes se pauta por mesquinha medida, quando muito no amor aos amigos.

Deus faz chover sobre todos: bons e maus, ricos e pobres, Sua Misericórdia permite que “o joio e o trigo” cresçam ao mesmo tempo, no mesmo lugar.  

Como é próprio do Amor não se enganar, Ele no final dos tempos é quem nos julgará e para junto de Si levará quem bem quiser, quem ao Seu amor soube corresponder e no mundo o bem soube amar.

Nossa identificação com Ele é diretamente proporcional ao quanto amamos, não somente aos queridos e bons amigos, mas aos inimigos. Aqui a verdadeira grandeza, largueza, profundidade e intensidade do Amor de Deus.

Deus que jamais Se repete é sempre novidade porque amor. Deus sempre nos vê “com olhos novos”. Não só nos vê, mas nos convida a participação deste Seu olhar de Amor.

Amar como Deus ama é conservar em cada encontro com o outro a limpidez do olhar, sem preconceitos, sem limites. Quando olhamos com o olhar divino, nossos horizontes se alargam, mais ainda, se eternizam, porque não vemos mais com o olhar da cobiça, da mesmice, dos estreitos egoísmos, individualismos.

Verdadeiramente com o olhar divino os horizontes são intangíveis, e não desistimos de alcançá-los, pois o serão na exata medida do amor que se perpetua no definitivo encontro com Ele: céu.

O Amor de Deus é imperativo para que ele se renove até as circunstâncias mais difíceis. Deus não nos vê pelas aparências, mas na essência, ou seja, vê com um Coração que ama, incondicionalmente, o mais profundo de cada ser humano.

Amor assim causa vertigem porque nos desestabiliza, leva-nos a reencontrar com o verdadeiro Amor, para o mais desejável e perfeito equilíbrio que só encontra quem ama:

O amor é a força que nos equilibra em todos os momentos. Sem amor, tudo se desmorona, nada mais resta!

Só o amor nos põe em pé, nos aquece e ilumina o coração. Só o amor permite que “os cantos escuros” de nossos pensamentos e sentimentos  sejam divinamente iluminados, para que os mais belos e santos  propósitos sejam realizados.
 
(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - p. 909 

Rezando com os Salmos - Sl 50 (51)

 



Deus misericordioso, tende piedade de nós 

“–1 Ao maestro do coro. Salmo de Davi.
–2 Quando o profeta Natã veio ao seu encontro,
Depois do pecado com Betsabeia.

–3 Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
–4 Lavai-me todo inteiro do pecado,
e apagai completamente a minha culpa!

–5 Eu reconheço toda a minha iniquidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
–6 Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

– Mostrais assim quanto sois justo na sentença,
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
–7 Vede, Senhor, que eu nasci na iniquidade
e pecador já minha mãe me concebeu.

–8 Mas vós amais os corações que são sinceros,
na intimidade me ensinais sabedoria.
–9 Aspergi-me e serei puro do pecado,
e mais branco do que a neve ficarei.

–10 Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria,
e exultarão estes meus ossos que esmagastes.
–11 Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!

–12 Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido.
–13 Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

–14 Dai-me de novo a alegria de ser salvo
e confirmai-me com espírito generoso!
–15 Ensinarei vosso caminho aos pecadores,
e para vós se voltarão os transviados.

–16 Da morte como pena, libertai-me,
e minha língua exaltará vossa justiça!
–17 Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,
e minha boca anunciará vosso louvor!

–18 Pois não são de vosso agrado os sacrifícios,
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
–19 Meu sacrifício é minha alma penitente,
não desprezeis um coração arrependido!

–20 Sede benigno com Sião, por vossa graça,
reconstruí Jerusalém e os seus muros!
–21 E aceitareis o verdadeiro sacrifício,
os holocaustos e oblações em vosso altar!”

Com o  Salmo 50(51) elevamos uma súplica a Deus – “Tende piedade, ó meu Deus!”:

“Diante de Deus o homem reconhece seu pecado e implora perdão. Em sua misericórdia, Deus lhe dá vida nova, pois não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva (Ez 33,11).” (1)

O Apóstolo Paulo nos exorta a renovação e transformação espiritual:

“É preciso renovar-vos, pela transformação espiritual de vossa mente, e vestir-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em justiça e santidade da verdade.” (Ef 4,23-24).

(1) Comentário da Bíblia Edições CNBB – pág.768

PS: Oportuno completar a reflexão com estes dois textos:

https://peotacilio.blogspot.com/2025/04/pequei-senhor-deus-iidtpc.html?m=1

https://peotacilio.blogspot.com/2024/01/de-nata-para-davi.html


Ó Bom Jesus, fortalecei-nos

 


                                       Ó Bom Jesus,  fortalecei-nos

Senhor Bom Jesus, por vezes, e por diversos motivos, internos e externos, sentimos nossa pequenez e fragilidade.

Que o amor do Pai, cuja face nos revelastes, não nos impeça, em nossa pequenez e imperfeição, de Vos dar, do melhor modo possível, o testemunho por palavras e ações.

Vinde em nosso socorro quando nos sentirmos humanamente perturbados, mas com confiança incondicional em Vossa amável presença.

Aprendamos com o Vosso Apóstolo Paulo que, quando somos fracos é que então somos fortes, e que operais em nós através da fraqueza humana, para que rendamos maior glória a Deus.

Dai-nos o Vosso Espírito Santo, para que saibamos que no sofrimento participamos em Vossa paixão, a fim de participarmos de Sua vida; que sofrendo, comunicamos vida aos outros e completamos em nossa carne o que falta a Vossa Paixão por amor à Igreja, o Vosso Corpo.

Com Vosso Espírito, aprendamos que jamais, ao praticar o bem, nos sentiremos frágeis, e os que praticam o mal têm apenas aparência de fortes, e estejamos certos de que a verdadeira força somente pode vir de Vós.

Ajudai-nos, ó Bom Jesus, a fim de que, como Igreja sinodal, caminhemos sempre juntos e aprendamos a viver a vida num mundo que mata as pessoas e acredita que Deus “morreu”.

Fortalecei nossa ação evangelizadora, para que proclamemos o amor vencedor de todo ódio, superando a violência, promovendo comunhão e fraternidade, a fim de que a luz divina ilumine toda a escuridão do mundo. 

Ajudai-nos, ó Bom Jesus, para que como peregrinos convosco, jamais percamos a esperança de um novo céu e uma nova terra, e sejamos eternos aprendizes da linguagem do Vosso Espírito: a humildade, a pobreza, paciência e obediência. Amém.

 

PS: Oração para o 238º Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos - 2025


Decálogo do amor fraterno

Decálogo do amor fraterno

Retomemos a passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 12,9-12):

“O amor seja sincero. Detestai o mal, apegai-vos ao bem. Que o amor fraterno vos una uns aos outros com terna afeição, prevenindo-vos com atenções recíprocas. Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração”.

Temos um "pequeno decálogo" a ser vivido no testemunho de nossa fé e adesão ao Senhor, sobretudo para nós, Seus discípulos missionários:

1.            Viver um amor sincero;
2.           Detestar o mal, apegando-se ao bem;
3.           Viver o amor fraterno, que nos une aos outros com terna afeição;
4.           Cuidar dos relacionamentos com atenções recíprocas;
5.           Ser zeloso e diligente;
6.           Ser fervoroso de espírito;
7.           Servir sempre ao Senhor;
8.           Ser alegre por causa da esperança;
9.           Forte nas tribulações;
10.        Perseverante na oração.

Peçamos a Deus a presença e ação do Espírito, para nos ajudar a pôr em prática este pequeno decálogo, fortalecendo os vínculos fraternos em nossas comunidades, e em todos os lugares, dando razão de nossa esperança, numa fé íntegra e esforçada caridade.

Oremos:

“Deus eterno e onipotente, que reunis os Vossos fiéis dispersos e os conservais na unidade, olhai com bondade para todo o Povo de Cristo, para que vivam unidos pela integridade da fé e pelo vínculo da caridade todos aqueles que foram consagrados pelo mesmo Batismo”. (1)


PS: Lecionário Comentado – Volume Quaresma/Páscoa – Editora Paulus – 2011 – p.638

Orar não é multiplicar palavras... (Pai Nosso)

Orar não é multiplicar palavras... 

Bem disse o Senhor: Orar bem não significa uma verborragia vazia. 
Orar tampouco é multiplicar gritos desconcertantes da paz interior. 

Orar é mais do que falar; é quase um não falar, para que diante do Senhor, possamos Sua voz ouvir. Apenas algumas palavras, no Espírito balbuciar.

Oração da Liturgia das Horas:

“Dai-nos força para resistir à tentação, paciência na tribulação,
e sentimentos de gratidão na prosperidade”.

Tentação?
Tribulação?
Prosperidade?

Sim, pois, é nossa pura humana realidade.
Força!
Paciência!
Gratidão!

É o que pedimos e oferecemos à Santíssima Trindade!
Nada mais a pedir, nada mais a dizer. Amém!

Fala, Senhor, que Teu servo escuta (...). Amém!”

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG