quarta-feira, 12 de março de 2025

Em poucas palavras...

 


“Três dias e três noites”

“Jonas esteve por três dias e três noites no ventre de um peixe; assim também o Filho do Homem ficará no coração da nossa terra.” (1)

 

 

Antífona do Cântico Evangélico das Vésperas – 1ª Quarta-feira da Quaresma

Rezando com os Salmos - Salmo 21 (22)

 


                          A súplica confiante do justo

“–1 Do mestre de canto, Sobre ‘a corça da manhã’. Salmo. De Davi.

–2 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?
E ficais longe de meu grito e minha prece?
–3 Ó meu Deus, clamo de dia e não me ouvis,
clamo de noite e para mim não há resposta!

–4 Vós, no entanto, sois o Santo em Vosso Templo,
que habitais entre os louvores de Israel.
–5 Foi em Vós que esperaram nossos pais;
esperaram e Vós mesmo os libertastes.
–6 Seu clamor subiu a Vós e foram salvos;
em Vós confiaram e não foram enganados.

–7 Quanto a mim, eu sou um verme e não um homem;
sou o opróbrio e o desprezo das nações.
–8 Riem de mim todos aqueles que me veem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
–9 'Ao Senhor se confiou, Ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que Ele o ama!'

–10 Desde a minha concepção me conduzistes,
e no seio maternal me agasalhastes.
–11 Desde quando vim à luz Vos fui entregue;
desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!
–12 Não fiqueis longe de mim, porque padeço;
ficai perto, pois não há quem me socorra!

–13 Por touros numerosos fui cercado,
e as feras de Basã me rodearam;
–14 escancararam contra mim as suas bocas,
como leões devoradores a rugir.

–15 Eu me sinto como a água derramada,
e meus ossos estão todos deslocados;
– como a cera se tornou meu coração,
e dentro do meu peito se derrete.

=16 Minha garganta está igual ao barro seco,
minha língua está colada ao céu da boca,
e por Vós fui conduzido ao pó da morte!
–17 Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.

– Transpassaram minhas mãos e os meus pés
18 e eu posso contar todos os meus ossos.
= Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam!
19 Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.

–20 Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
–21 Da espada libertai a minha alma,
e das garras desses cães, a minha vida!

–22 Arrancai-me da goela do leão,
e a mim tão pobre, desses touros que me atacam!
–23 Anunciarei o Vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembleia hei de louvar-Vos!

=24 Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores;
glorificai-O, descendentes de Jacó,
e respeitai-O toda a raça de Israel!

–25 Porque Deus não desprezou nem rejeitou
a miséria do que sofre sem amparo;
– não desviou do humilhado a sua face,
mas o ouviu quando gritava por socorro.

–26 Sois meu louvor em meio à grande assembleia;
cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!
=27 Vossos pobres vão comer e saciar-se,
e os que procuram o Senhor O louvarão:
'Seus corações tenham a vida para sempre!'

–28 Lembrem-se disso os confins de toda a terra,
para que voltem ao Senhor e se convertam,
– e se prostrem, adorando, diante d’Ele,
todos os povos e as famílias das nações.

–29 Pois ao Senhor é que pertence a realeza;
Ele domina sobre todas as nações.
–30 Somente a Ele adorarão os poderosos,
e os que voltam para o pó O louvarão.
– Para Ele há de viver a minha alma,
31 toda a minha descendência há de servi-Lo;

– às futuras gerações anunciará
32 o poder e a justiça do Senhor;
– ao povo novo que há de vir, ela dirá:
'Eis a obra que o Senhor realizou!'”

 

Com o Salmo 21(22) refletimos sobre a aflição do justo e a súplica confiante a Deus por libertação. Temos a lamentação e a prece de um inocente perseguido, e que é concluída com uma ação de graças pela libertação esperada.

Lido na perspectiva da fé, vemos a Pessoa de Jesus ao morrer na Cruz, quando deu um forte grito: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46):

“Próximo do poema do Servo sofredor (Is 52,13-53,12), este Salmo, cujo início Cristo pronunciou sobre a Cruz e no qual os evangelistas viram descritos diversos episódios da Paixão, é, portanto, messiânico, ao menos em sentido típico.”  (1)

Também nos enriquece esta nota sobre este Salmo:

“Oração pessoal de súplica. O inocente perseguido, vivendo profunda experiência de abandono sente-se esquecido pelo próprio Deus (cf. Mt 27,46). Na angústia, faz memória dos fatos e recorda a presença de Deus na vida dos antepassados. O fiel sente-se longe de tudo e de todos. Será que até Deus se afastou? Ele que socorre sempre quem vive à margem de tudo? Onde está a face de Deus, nessas horas angustiantes? Mas da oração suplicante brota a certeza de que Deus na realidade está presente e vai socorrer o fiel contra os inimigos violentos; vai lhe fazer justiça e devolver-lhe a tranquilidade. Javé ouve o grito do pobre e lhe revela sua face libertadora. A oração ensina a confiar, mesmo quando as trevas da injustiça parecem triunfar. Pregado na cruz, Jesus rezou este Salmo (cf. Mc 15,34).” (2)

Também nós, em momentos de provações e dificuldades, podemos e devemos rezar este Salmo, sobretudo neste tempo da Quaresma, tempo favorável de graça e salvação. Tempo de renovarmos nossa confiança incondicional em Deus, e mais perfeitamente configurados a Jesus, no Seu Mistério de Paixão, Morte e Ressurreição. Ou rezá-lo na comunhão com alguém que esteja vivendo tal realidade. Amém.

 

 

(1) Bíblia de Jerusalém – Editora Paulus

(2)Bíblia Edição Pastoral – Editora Paulus

Jesus, o maior sinal do amor de Deus por nós

                                                                    

Jesus, o maior sinal do amor de Deus por nós
 
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 11,29-32), em que Jesus afirma que nenhum sinal seria dado para que n’Ele cressem, pois Ele é o grande sinal, o Filho do Homem esperado que veio trazer a Salvação para a humanidade.
 
Para melhor compreensão das Palavras de Jesus, voltemo-nos à passagem do Livro de Jonas (3, 1-10), que foi enviado por Deus para pregar a destruição de Nínive, porém Deus desiste de destruí-la , porque o povo se abriu e se converteu à pregação de Jonas.
 
Evidentemente que também nós, hoje e sempre, precisamos nos colocar no itinerário cristão, num caminhar contínuo acompanhado de sincera conversão e fidelidade ao  Senhor, como cristãos que somos:
 
 “Os cristãos foram escolhidos por Deus, não para um privilégio, e sim para um serviço. Fomos escolhidos por Ele para testemunhar uma salvação oferecida a todos...
 
O Senhor está no meio de nós e nos concede quarenta dias para fazermos penitência. Os habitantes de Nínive acolheram a Palavra de Deus e converteram-se. Só podemos proclamar o convite à conversão se pudermos dar testemunho de que ela tem significado para nós”  (1)
 
Voltando à passagem do Evangelho, trata-se de uma alusão de Jesus ao fato que diz que nenhum sinal seria dado a esta geração, a não ser o sinal de Jonas, e Ele, Jesus, é maior do que Jonas (v. 32). É preciso crer na Pessoa e na Palavra de Deus, na escuta e acolhida de Seu Projeto de Vida e Salvação para toda a humanidade.
 
“A fé não se baseia nos milagres, mas na confiança concedida à Pessoa de Jesus. O próprio milagre não seria percebido sem uma fé inicial, que Ele pode confirmar ou reforçar... A rainha do sul e os ninivitas, que aceitaram prontamente a sabedoria de Salomão e a pregação de Jonas, são-nos propostos por Jesus como exemplos de fé e de conversão interior a imitarmos. Acrescente-se uma precisão: hoje, de fato, o cristão é que deve ser no mundo um sinal que seja apelo à conversão.” (2)
 
De fato, o Amor de Deus se revela na Pessoa e missão de Jesus, e em Sua Palavra que, se acolhida no mais profundo de cada de um nós, é sempre um forte apelo de conversão (metanóia):
 
“Também para nós é difícil sair dos nossos esquemas, dos nossos juízos, das nossas condenações sobre nós mesmos (quantas vezes somos o juiz mais desapiedado para conosco próprios!) e acolher a sabedoria tão diferente da de Deus, esse sinal supremo que é a morte e Ressurreição de Cristo, como epifania do grande Amor de Deus para cada homem”. (3)
 
Portanto, trilhar o caminho de conversão requer de nós a multiplicação de gestos de caridade suscitados pela própria caridade, fecundada na fé fundante e geradora de sagrados compromissos, que tornam visível a esperança de uma nova realidade.
 
Neste caminho de conversão, somos levados à renúncia de algo que achamos necessário, e é tão apenas supérfluo, concentramo-nos no essencial, porque mais atentos e abertos à mensagem da Palavra Divina, num diálogo frutuoso, em sincera Oração, que nos leve, inevitavelmente, à atenção e solidariedade aos que mais precisam, e que se encontram perto ou mesmo distantes de nós.
 
A conversão genuína leva à abertura de horizontes novos, porque nos liberta das âncoras de nossas seguranças e nos torna mais disponíveis para o acolhimento da Boa-Nova Pascal de Jesus Cristo.
 
Somente quando nos abrimos à epifania do Amor de Deus, revelada e a nós comunicada por Jesus, abrimo-nos à ação do Santo Espírito, plenificados por Sua presença, pomo-nos no caminho da Salvação, cremos no coração, professamos o que cremos com nossos lábios e testemunhamos com a nossa vida, sempre à luz do Mistério Pascal, Mistério de Morte e Ressurreição, sem jamais prescindir da Cruz, assumida corajosamente, cheios de fé, com o ardor da caridade, o fogo do amor de Deus inflamado em nossos corações.
 
 
 
(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 190.
(2) Idem - pág. 191.
(3) Leccionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 78.
 


A oração sempre presente em nossa vida

                                                      

A oração sempre presente em nossa vida

“Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, se lhe abrirá.” (Mt 7,7-8)

Uma oração de um autor anônimo, muito nos enriquece nestes dias em que vivemos a Quaresma e nos preparamos para a Semana Santa:

“Quão grandiosa é a oração contínua! É uma fonte inesgotável de virtudes, suscita milagres, revela maravilhas.

É digna de amor, porque faz progredir os santos, afasta a cólera de Deus e provoca o perdão."

A oração torna Deus presente, pois, quando rezamos, não é possível que esteja ausente quem nos ensinou a rezar. Recusaria atender-nos quem nos inspira o desejo de orar?

A oração glorifica o justo, absolve o pecador, expulsa o medo, elimina a tristeza; é alegria na prosperidade, segurança no sofrimento. É o consolo dos aflitos, a saúde dos doentes”

Verdadeiramente, a oração é fundamental na vida do discípulo missionário do Senhor, pois Ele mesmo, muitas vezes e em diversos momentos, retirava-Se para orar. E nos ensinou a mais bela oração do "Pai Nosso".

Do mesmo modo, a oração acompanhe a cada de um nós, em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na angústia e na esperança.

Oremos sempre, com amor e confiança:

"Pai Nosso que estais nos céus..."

Conversão e discipulado

                                                      

Conversão e discipulado

 
Reflexão à luz da passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10), em que nos convida a refletir sobre o chamado de Deus e a resposta que devemos dar.
 
Somos interpelados a uma atitude de conversão, indispensável para que possamos acolher bem e frutuosamente a proposta de Salvação de Deus, que se dirige a todos os povos, a todas as nações. Ninguém fica excluído da misericórdia, bondade e ternura de Deus.
 
Vemos a figura de Jonas que, num primeiro momento, recusa a missão, por Deus confiada, de anunciar a conversão dos habitantes de Nínive. Somente num segundo momento é que Jonas aceita a missão, e a conversão dos ninivitas torna-se um modelo de resposta adequada ao chamamento de Deus.
 
Na Profecia de Jonas, temos duas lições: a universalidade do Amor de Deus, que ama os pecadores e quer a sua conversão, e a abertura dos pagãos ao Projeto de Salvação de Deus, o que não necessariamente se deu com o Povo eleito. Mais uma vez contemplamos a lógica divina, que é bondade e misericórdia.
 
A atualidade desta passagem bíblica nos leva a refletir sobre a fragilidade de nacionalismos, racismos, particularismos, exclusivismos, marginalização e atitudes xenofóbicas.
 
Contemplemos o Amor de Deus, testemunhado em sua doação e morte na Cruz, multipliquemos as nossas “trocas de olhares” com o Amado, Jesus, nos levem a dizer sim ao Deus Amante, para que sejamos envolvidos pelo sopro do Amor que nos vem do Divino Espírito.
 
Que nossas “trocas de olhares” com o Amado, Jesus, nos levem a dizer sim ao Deus Amante, para que sejamos envolvidos pelo sopro do Amor que nos vem do Divino Espírito.
 
Que o olhar cheio de Amor e ternura de Deus pela humanidade, tenha de cada de um nós o melhor olhar de quem se sentiu amado, seduzido e por Seu Amor envolvido.
 
É impossível ficar indiferente e insensível ao olhar amoroso de Deus e ao apelo de conversão que Ele nos faz insistentemente.
 
Quanto mais profunda e sincera nossa conversão, mais límpido será o nosso olhar, e mais felizes o seremos.
 
Quanto mais correspondermos ao olhar amoroso de Deus, mais largos horizontes veremos, e um mundo novo vislumbraremos. Esta é a mística do Reino, esta é a mística e o efeito do Amor de Deus em nós. Deus nos ama para nos fazer melhores, realizados.
 
Deus nos ama, e quando nos deixamos envolver por este Amor o tempo tem outro sentido, as coisas que nos cercam também.
 
Reflitamos:
 
- Onde se encontram nossa esperança, confiança e objetivo de nossa vida?
- Sabemos viver intensamente cada momento que Deus nos concede, considerando sua brevidade?
- Os valores do Reino são os valores absolutos em nossa vida?
 
Ser discípulo é viver intensamente envolvido na paixão pelo Reino, inserido e envolvido pelo Amor Trinitário, de tal modo que, seremos peregrinos da esperança envolvidos pela imensa misericórdia divina

Seduzidos pelo Senhor, trilhemos o caminho de conversão

                                                       

Seduzidos pelo Senhor, trilhemos o caminho de conversão

Na quarta-feira da primeira semana da Quaresma, ouvimos a passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10), oportuna para refletirmos sobre a vocação, o chamado que Deus nos faz, esperando nossa resposta: vocação como dom divino e resposta humana.

Jonas foi chamado por Deus  para a pregação da conversão de Nínive, porque a Salvação que Deus oferece se destina a todos os povos (período provável entre 440 e 410 a.C.).

Através desta “ficção didática” da vocação e missão de Jonas, que reluta em aceitar a missão, num primeiro momento, aprendemos sobre o imediato caminho de conversão de Nínive (capital do Império Assírio), que se tornou um modelo de resposta ao chamado e ao apelo de conversão que Deus nos faz em todo o tempo.

Duas lições desta conversão: embora considerados como maus, prepotentes, injustos e opressores, os ninivitas foram mais atentos aos desafios de Deus do que o próprio Povo eleito; e, também, que é preciso superar a visão nacionalista, particularista, exclusivista e xenófoba, que estava em moda e que ainda pode persistir ainda hoje. É preciso que aprendamos sobre a lógica de Deus, que é de bondade, misericórdia, perdão e amor sem limites.

Não é próprio da lógica divina ver os outros como inimigos, que merecem ser destruídos, mas irmãos que precisam ser amados.

Atualíssimas lições, se nos voltarmos para as manchetes dos jornais sobre os últimos acontecimentos destes dias e a própria convivência quotidiana.

Urge que a humanidade aprenda a lógica de Deus; a lógica da misericórdia e bondade divina que ama os bons e os maus: os bons para que perseverem, os maus para que se convertam. Entretanto, é preciso disponibilidade e abertura para a conversão.

Deus não cristaliza o passado de pecado, não se fixa na história do pecado feito, mas nos aponta um futuro de vida nova, desde que saibamos nos questionar no tempo presente, e nos colocarmos em atitude de conversão, de transformação de pensamentos, palavras e atitudes.

Jesus convida a todos os homens e todas as mulheres para integrarem à comunidade do Reino de Deus por Ele inaugurado, bem como também é apresentado um modelo para a forma como os chamados devem escutar, acolher a este chamado.

Nós, Seus discípulos, precisamos estar sempre no  caminho de conversão, que  implica na acolhida da Boa-Nova, com a transformação de mentalidade e comportamentos, assumindo novas atitudes, reformulando os valores que norteiam a própria vida. Trata-se de colocar Deus no centro da existência, e Sua vontade acima de tudo.

Assim fizeram os primeiros discípulos, que tudo largaram e se puseram a seguir o Senhor, o reconheceram como O Messias esperado, que proclama o Reino de Deus, obedecendo algumas exigências:

- A entrada na comunidade do Reino é uma iniciativa do próprio Jesus;

- Trata-se de um chamado categórico, exigente e radical, com total confiança no chamado, sem prometer garantias e sem dar maiores explicações;

- O chamado exige a adesão incondicional à Sua pessoa e à Sua Boa-Nova, pois somente assim o discípulo será uma pessoa nova, que vive no Amor de Deus expresso no amor aos irmãos;

- O chamado exige também uma resposta imediata, total e incondicional: é preciso que se deixe tudo.

Quanto maior a adesão ao Senhor, quanto mais nos sentirmos por Ele seduzidos, maior será nosso compromisso com o Reino, maior será nossa alegria, porque expressão de uma fé cheia de vigor, com a esperança renovada a cada dia, porque também nutridos pelo amor celebrado e derramado em cada Eucaristia.

Viver a vocação é revelar a bondade do Pai, vivendo em plenitude o sentido desta, traduzindo em caridade concreta para com os irmãos e irmãs o sinal de amor expresso na Eucaristia celebrada.

Correspondamos ao que Cristo espera de nós. Sejamos abertos aos apelos de conversão que Ele nos faz, para que com maior disponibilidade e prontidão nos coloquemos a serviço do Reino.

Na verdade, o discípulo é alguém que sentiu olhado pelo Cristo, como Ele olhou bem para Pedro, e este olhar chegou às entranhas de seu coração, que o seduziu por toda a vida, e este amor será declarado quando três vezes mais tarde a Jesus, a fim de que o Senhor lhe confie o cuidado do rebanho.

Sintamo-nos também olhados por Deus, aceitemos olhá-Lo e vê-Lo no Seu Filho Amado, e o nosso coração para sempre seduzido será.



PS: Fonte de pesquisa: www.Dehonianos.org/portal 

Apropriada para a 27ª terça-feira do Tempo Comum (ano ímpar) quando se proclama a passagem do Livro de Jonas (Jn 3,1-10)

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2025 (SÍNTESE)


MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2025 (SÍNTESE)

O Papa Francisco nos agraciou, mais uma vez, com uma mensagem para a quaresma deste ano (2025), à luz do Jubileu que estamos vivendo, com o  lema  – “Peregrinos de Esperança” – “A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

As cinzas sobre nossas cabeças, marcam o início da caminhada quaresmal, que iniciamos com fé, esperança, na peregrinação anual da santa quaresma, para que celebremos com júbilo o triunfo pascal de Cristo – Sua Ressurreição.

Deste modo, oferece-nos algumas reflexões sobre o que significa caminhar juntos na esperança, evidenciando os  apelos à conversão que a misericórdia de Deus dirige a todos nós, enquanto indivíduos e comunidades.

Apresenta-nos 3 apelos de conversão:

1º apelo - conversão para o caminhar:

Aqui, surge um primeiro apelo à conversão, porque todos nós somos peregrinos na vida, mas cada um pode perguntar-se: como me deixo interpelar por esta condição? Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade? Seria um bom exercício quaresmal confrontar-nos com a realidade concreta de algum migrante ou peregrino e deixar que ela nos interpele, a fim de descobrir o que Deus pede de nós para sermos melhores viajantes rumo à casa do Pai. Esse é um bom “exame” para o viandante.”

2º apelo – conversão a uma “viagem juntos”:

Caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja. Portanto, os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários:

“...caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência.”

Para tanto, afirma o Papa, Deus nos pede que verifiquemos se nas nossas vidas e famílias, nos locais onde trabalhamos, nas comunidades paroquiais ou religiosas, se somos capazes de caminhar com os outros, de ouvir, de vencer a tentação de nos entrincheirarmos na nossa autorreferencialidade e de olharmos apenas para as nossas próprias necessidades.

Ajuda-nos com estes questionamentos:

“Perguntemo-nos diante do Senhor se somos capazes de trabalhar juntos ao serviço do Reino de Deus, como bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos; se, com gestos concretos, temos uma atitude acolhedora em relação àqueles que se aproximam de nós e a quantos se encontram distantes; se fazemos com que as pessoas se sintam parte da comunidade ou se as mantemos à margem.”

3º apelo – conversão à “esperança”:

Caminhar juntos na esperança de uma promessa, a vida eterna, e a esperança não decepciona (cf. Rm 5, 5), porque cremos que Jesus, nosso amor e nossa esperança, ressuscitou  e, vivo, reina glorioso, e a sua morte foi transformada em vitória. Nossa fé e grande esperança como cristãos está na Ressurreição de Jesus Cristo.

O Papa mais uma vez nos questiona:

“... estou convicto de que Deus me perdoa os pecados? Ou comporto-me como se me pudesse salvar sozinho? Aspiro à salvação e peço a ajuda de Deus para a receber? Vivo concretamente a esperança que me ajuda a ler os acontecimentos da história e me impele a um compromisso com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja deixado para trás?

Cita  Paulo em sua Carta aos Romanos (Rm 5,5) e a Timóteo - a esperança é “a âncora da alma”, inabalável e segura, e nela, a Igreja reza para que «todos os homens sejam salvos» ( 1Tm 2, 4).

Também nos lembra as palavras de Santa Teresa de Jesus: “Espera, espera, que não sabes quando virá o dia nem a hora. Vela com cuidado, que tudo passa com brevidade, embora o teu desejo faça o certo duvidoso e longo o tempo breve”. ( Exclamações, XV, 3).

Finaliza a mensagem pedindo a intercessão da Virgem Maria, Mãe da Esperança, para que nos acompanhe no caminho quaresmal. 


PS: Se  desejar, leia na íntegra

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/lent/documents/20250206-messaggio-quaresima2025.html

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