quarta-feira, 12 de março de 2025

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2025 (SÍNTESE)


MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2025 (SÍNTESE)

O Papa Francisco nos agraciou, mais uma vez, com uma mensagem para a quaresma deste ano (2025), à luz do Jubileu que estamos vivendo, com o  lema  – “Peregrinos de Esperança” – “A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

As cinzas sobre nossas cabeças, marcam o início da caminhada quaresmal, que iniciamos com fé, esperança, na peregrinação anual da santa quaresma, para que celebremos com júbilo o triunfo pascal de Cristo – Sua Ressurreição.

Deste modo, oferece-nos algumas reflexões sobre o que significa caminhar juntos na esperança, evidenciando os  apelos à conversão que a misericórdia de Deus dirige a todos nós, enquanto indivíduos e comunidades.

Apresenta-nos 3 apelos de conversão:

1º apelo - conversão para o caminhar:

Aqui, surge um primeiro apelo à conversão, porque todos nós somos peregrinos na vida, mas cada um pode perguntar-se: como me deixo interpelar por esta condição? Estou realmente a caminho ou estou paralisado, estático, com medo e sem esperança, acomodado na minha zona de conforto? Busco caminhos de libertação das situações de pecado e falta de dignidade? Seria um bom exercício quaresmal confrontar-nos com a realidade concreta de algum migrante ou peregrino e deixar que ela nos interpele, a fim de descobrir o que Deus pede de nós para sermos melhores viajantes rumo à casa do Pai. Esse é um bom “exame” para o viandante.”

2º apelo – conversão a uma “viagem juntos”:

Caminhar juntos, ser sinodal, é esta a vocação da Igreja. Portanto, os cristãos são chamados a percorrer o caminho em conjunto, jamais como viajantes solitários:

“...caminhar lado a lado, sem pisar ou subjugar o outro, sem alimentar invejas ou hipocrisias, sem deixar que ninguém fique para trás ou se sinta excluído. Sigamos na mesma direção, rumo a uma única meta, ouvindo-nos uns aos outros com amor e paciência.”

Para tanto, afirma o Papa, Deus nos pede que verifiquemos se nas nossas vidas e famílias, nos locais onde trabalhamos, nas comunidades paroquiais ou religiosas, se somos capazes de caminhar com os outros, de ouvir, de vencer a tentação de nos entrincheirarmos na nossa autorreferencialidade e de olharmos apenas para as nossas próprias necessidades.

Ajuda-nos com estes questionamentos:

“Perguntemo-nos diante do Senhor se somos capazes de trabalhar juntos ao serviço do Reino de Deus, como bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos; se, com gestos concretos, temos uma atitude acolhedora em relação àqueles que se aproximam de nós e a quantos se encontram distantes; se fazemos com que as pessoas se sintam parte da comunidade ou se as mantemos à margem.”

3º apelo – conversão à “esperança”:

Caminhar juntos na esperança de uma promessa, a vida eterna, e a esperança não decepciona (cf. Rm 5, 5), porque cremos que Jesus, nosso amor e nossa esperança, ressuscitou  e, vivo, reina glorioso, e a sua morte foi transformada em vitória. Nossa fé e grande esperança como cristãos está na Ressurreição de Jesus Cristo.

O Papa mais uma vez nos questiona:

“... estou convicto de que Deus me perdoa os pecados? Ou comporto-me como se me pudesse salvar sozinho? Aspiro à salvação e peço a ajuda de Deus para a receber? Vivo concretamente a esperança que me ajuda a ler os acontecimentos da história e me impele a um compromisso com a justiça, a fraternidade, o cuidado da casa comum, garantindo que ninguém seja deixado para trás?

Cita  Paulo em sua Carta aos Romanos (Rm 5,5) e a Timóteo - a esperança é “a âncora da alma”, inabalável e segura, e nela, a Igreja reza para que «todos os homens sejam salvos» ( 1Tm 2, 4).

Também nos lembra as palavras de Santa Teresa de Jesus: “Espera, espera, que não sabes quando virá o dia nem a hora. Vela com cuidado, que tudo passa com brevidade, embora o teu desejo faça o certo duvidoso e longo o tempo breve”. ( Exclamações, XV, 3).

Finaliza a mensagem pedindo a intercessão da Virgem Maria, Mãe da Esperança, para que nos acompanhe no caminho quaresmal. 


PS: Se  desejar, leia na íntegra

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/lent/documents/20250206-messaggio-quaresima2025.html

Um pouco sobre a virtude da esperança...

                                                        

Um pouco sobre a virtude da esperança...

Reflitamos a passagem do Profeta Isaías (Is 55,10-11), e vejamos o que afirma o Missal Cotidiano sobre a esperança:

“A vida cristã é vida de esperança. Os pagãos são aqueles ‘que não tem esperança’. A esperança não é resignação, aceitação passiva da vontade de um Deus que não é conhecido como Pai; não é tampouco simples otimismo, visão rósea das coisas, própria de um caráter feliz e quiçá superficial. Esperança é certeza de que nossa vida e a vida do mundo estão em boas mãos.

Certeza de que Deus tem a respeito de cada um de nós as melhores intenções e que Sua palavra realiza sempre o que promete. A esperança do feliz êxito do mundo não tem, portanto, melhor apoio que a fé em Deus. Quem, ao invés, é resignado e sem confiança, definitivamente não crê em Deus, no Seu poder, na Sua bondade.

A confiança demonstrada por Isaías no Amor de Deus torna-se segurança inabalável no cristão, que pode ter em Jesus Cristo o fundamento de sua esperança. A encarnação do Filho de Deus assegura-lhe, com efeito, que Deus levou a sério a história do homem, a ponto dEle próprio se fazer participante dela. A Ressurreição de Jesus garante-lhe que se realizará plenamente a definitiva libertação do homem e do mundo.” (1) 

No Catecismo encontramos uma definição da virtude teologal da esperança: 

“A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo... A virtude da esperança responde à aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento em todo esmorecimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade”  (n.1817).

Ambas as citações nos apresentam a esperança não como sinônimo de imobilismo e isenção de responsabilidade, ao contrário, é virtude motivadora para a concretização da caridade daquele que crê. Por isto as virtudes teologais (fé, esperança e caridade) são inseparáveis.

Num mundo em que muitas pessoas perdem a esperança (fala-se até em “hopelessness”) como Profetas que somos pelo Batismo, temos que cultivar a esperança divina contra toda falta de esperança humana. Renová-la no mais profundo de nós é preciso! Não podemos perdê-la. Assim como a fé pede que se alarguem os horizontes, acrescentaria ainda: que se alargue o horizonte da esperança impulsionado por um amor que nos move, nos renova, nos faz lançar as redes em águas mais profundas.

Seja a esperança sempre renovada e motivada em nossas comidades e em todos os lugares, pois se nos faltar a esperança, o que será o nosso existir?

Como Pedro, não podemos jamais deixar de esperar e construir um novo céu e uma nova terra (2Pd 3,13), pois nisto consiste a essência de nossa missão.

Oremos:

“Ó Deus, que nos alimentastes com este Pão que nutre a fé, incentiva a esperança e fortalece a caridade, dai-nos desejar o Cristo, Pão vivo e verdadeiro, e viver de toda a Palavra que sai de Vossa boca. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”

(1) Missal Cotidiano - Editora Paulus - pág. 186

Quaresma: Tempo de recolocar a vida nos trilhos da Salvação

Quaresma: Tempo de recolocar a vida nos trilhos da Salvação

A Igreja nos exorta para que façamos da Quaresma um Tempo oportuno para recolocarmos nossa vida nos trilhos da Salvação.

Quaresma jamais foi, e jamais será, tempo de luto ou de tristeza! 

Quaresma vem do latim quadragésima e lembra, sobretudo, os quarenta anos do Povo de Deus no deserto e os quarenta dias do Senhor no deserto sofrendo as tentações do maligno. É um tempo de quarenta dias vivido na proximidade do Senhor, na entrega a Ele.

Quaresma é tempo:

- abençoado e privilegiado na vida da Igreja de conversão, purificação e glorificação do Senhor;

- de mergulhar corajosamente no infinito mar de misericórdia de Deus;

- de conversão e entrada na prática e na solidariedade de Jesus;

- de caminharmos para a Festa, preparada no coração através da Oração, jejum e esmola;

- da volta confiante ao Senhor; 

- de carregar com fidelidade e coragem nossa cruz de cada dia;

- de aprofundar o desejo de santidade em esforço incansável de conversão, renúncia ao pecado, e de tudo aquilo que nos afasta de Deus; esforçando-nos por uma vida mais intensamente santa;

- de intensa expectativa e inteligente concentração para vivermos intensamente as alegrias da Ressurreição do Senhor;

-  de abrir o coração para a novidade do Evangelho, tendo como centro a Cruz de Cristo, sinal de salvação e reconciliação com a humanidade;

- de renovação da Aliança com Deus;

- da revitalização das promessas do Batismo, para uma inserção mais consciente na vida da comunidade;

- de envolver-se de corpo e alma na libertação das pessoas excluídas e oprimidas, vítimas de tanta corrupção, violência e descaso com a vida;

- de buscar caminhos para valorização da vida que muitas vezes é banalizada, violada, instrumentalizada…

- de abandonar os ídolos e renovar nossa fidelidade ao Deus de Jesus Cristo por meio da escuta da Palavra, intensificando momentos de profunda Oração;

- de se deixar conduzir ao deserto, para que o Senhor nos fale ao coração;

- de rever as linhas de conduta, corrigir os erros de trajetória, aprofundar a unidade entre nós;

- de reconhecer o negativo, a morte, o sofrimento, para vencê-los e superá-los, na Páscoa que se anuncia;

- de subir com Jesus ao monte Tabor e viver na intimidade com Ele, de conhecer Seus desígnios para vivê-los na planície;

de ressuscitar com Cristo se colocando a serviço do Seu Reino;

- de compromisso Fraternidade e a vida: dom e compromisso;

- de ver, sentir compaixão e solidarizar-se com o próximo;

- de compromisso com a Paz bíblica: Plenitude de vida; condições dignas para se viver.

Continuemos nossa caminhada Quaresmal, pois há um longo Itinerário Espiritual a ser percorrido. Estamos apenas no começo, e tenho certeza de que podemos fazer desta a melhor de todas as Quaresmas já vivida. 

Reflexões não nos faltam. Urge colocá-las em prática, e neste sentido, realizar a Campanha da Fraternidade que tem como tema - "FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL", e como lema - "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31)

Seja a semente da fraternidade plantada no terreno fecundo do nosso coração, e regada com o amor mais intenso que devemos viver na Quaresma e em todo tempo.

Cultivemos a esperança de um novo tempo, sinal da Páscoa, anunciada na madrugada da Ressurreição no mais profundo do coração daqueles que creem e que fazem da fé um teimoso compromisso com a dignidade humana para que tenhamos Vida plena! 

Campanha no momento, compromisso sempre! (CF 2025)

 


Campanha no momento, compromisso sempre!


A Igreja no Brasil realiza mais uma Campanha da Fraternidade, com uma proposta extremamente atual e de importância indiscutível.
 
Tema: “FRATERNIDADE E ECOLOGIA INTEGRAL”

Lema: “Deus viu que tudo era muito bom ” (cf. Gn 1,31)

Exorto que nos empenhemos em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver esta Campanha, que não se encerra, como se diz, indevidamente, com a Páscoa.

 

Oração da Campanha da Fraternidade 2025 – CNBB


Ó Deus, nosso Pai, 
ao contemplar o trabalho de tuas mãos,
viste que tudo era muito bom!
O nosso pecado, porém, feriu a beleza de tua obra,
e hoje experimentamos suas consequências.

 

Por Jesus, teu Filho e nosso irmão,
humildemente te pedimos:
dá-nos, nesta Quaresma, 
a graça do sincero arrependimento
e da conversão de nossas atitudes.
 

Que o teu Espírito Santo reacenda em nós
a consciência da missão que de ti recebemos:
cultivar e guardar a Criação,
no cuidado e no respeito à vida.
 

Faz de nós, ó Deus, 
promotores da solidariedade e da justiça.
Enquanto peregrinos, 
habitamos e construímos nossa Casa Comum,
na esperança de um dia sermos acolhidos
na Casa que preparaste para nósnoCéu.
Amém!

 

PS: A Campanha da Fraternidade inicia na Quarta-feira de Cinzas.

Quaresma e sagrados compromissos com a Ecologia Integral (CF 2025)

 


Quaresma e sagrados compromissos com a Ecologia Integral

Celebremos e vivamos a Quaresma como tempo favorável de conversão e penitência, para que bem nos preparemos para a Celebração da Páscoa do Senhor, Mistério de Morte e Ressurreição – “Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15), disse Jesus.

Com a Igreja, aprendemos que  a Quaresma não deve ser apenas interna e individual, mas também com dimensão externa e social.

Neste sentido, a Igreja no Brasil realiza todo ano, na Quaresma, a Campanha da Fraternidade (CF) que, longe de esvaziar o sentido quaresmal, dá a ele conteúdo e fecundidade para flores e frutos pascais.

A CF é uma iniciativa concreta para realizarmos ações que dão testemunho de arrependimento e verdadeira conversão nos diversos âmbitos: pessoal, comunitário, eclesial e social.

A CF 2025 tem como Tema  “Fraternidade e Ecologia Integral”, e  como lema “Deus viu que tudo era muito bom (cf. Gn 1,31).

Urge refletir sobre a urgência de cuidar da nossa Casa Comum, promovendo uma Ecologia Integral conectada com a fé cristã, em expressão viva da responsabilidade socioambiental de todos nós.

A CF se realiza tendo como contexto os 10 anos de promulgação da Encíclica Laudato Si’; 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco; a realização COP-30 no Brasil (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025 – este evento é organizado pela ONU, um dos principais do mundo sobre o tema. e inspirado pelas realidades locais que tanto nos desafiam).

Destaco o Objetivo Geral da CF: “Promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da Terra.”, com seus objetivos específicos:

1) Reconhecer o caminho percorrido e as ações já iniciadas com a Encíclica ‘Laudato Si’ (LS) e o Sínodo da Amazônia, em vista do seu fortalecimento e continuidade;

2) Denunciar os males que o modo de vida atual impõe ao planeta e que tem gerado uma “complexa crise socioambiental” (LS 135), dado que em nossa Casa Comum “tudo está interligado” (LS 16);

3) Apontar as causas da grave crise climática global, a urgência de alteração profunda nos nossos modos de vida e as “falsas soluções” (LS 54) fomentadas em nome da transição energética;

4) Aprofundar o conhecimento do “Evangelho da Criação” (LS, Cap. II), valorizando a dimensão trinitária da fé cristã e recuperando o horizonte bíblico da aliança universal que envolve todas as criaturas (Gn 8-9);

5) Explicitar a Doutrina Social da Igreja e assumir o compromisso com a conversão integral, para a superação do pecado, em todas as suas manifestações;

6) Vivenciar as propostas do Ano Jubilar em vista de novas relações do ser humano com Deus e suas criaturas, consigo mesmo e com o próximo;

7) Propor a Ecologia Integral como perspectiva de conversão e elemento transversal às dimensões litúrgica, catequética e sociotransformadora do compromisso cristão;

8) Incentivar as pastorais e os movimentos socioambientais, em articulação com outras Igrejas e Religiões, sociedade civil, povos originários e comunidades tradicionais, em vista da justiça socioambiental e da atuação socioeducativa;

9) Promover e apoiar ações efetivas que visem à mudança do modelo econômico que ameaça a vida em nossa Casa Comum;

10) Apoiar os atingidos por catástrofes naturais e as vítimas dos crimes ambientais em sua busca por reparação e justiça;

11) Celebrar os 10 anos da Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco, acolhendo a ‘Laudate Deum’ e avançando com as temáticas socioambientais que já foram abordadas nas Campanhas da Fraternidade.

Fundamental que multipliquemos espaços e encontros para refletir, rezar e encontrar caminhos para darmos sagrados passos na promoção da Ecologia Integral, no cuidado da sacralidade da vida humana e da Casa Comum.

Transfiguração do Senhor: ouvir e proclamar Sua Palavra (IIDTQC)

                                                        

Transfiguração do Senhor: ouvir e proclamar Sua Palavra
                                                                           
Uma prece à luz da Transfiguração do Senhor:

Supliquemos:

Senhor Deus, concedei-nos a coragem para subir, descer e sermos enviados para onde quiserdes para realizar Vossa divina vontade realizar, sem fixar âncoras nas aparentes seguranças que já tenhamos alcançado.

Concedei-nos a graça de não cairmos na tentação de nos instalarmos num passado sereno, ou presente tão certo e seguro, mas termos a coragem de nos levantarmos, descermos e partirmos para o indeterminado, tão apenas confiando em Vosso Projeto, sem sombras de dúvidas ou de medo, guiados pelo Vosso Espírito, na fidelidade ao Vosso Amado Filho.

Não permitais que caiamos na tentação de fixar moradas no Monte Tabor, como desejaram Vossos Apóstolos, mas com os olhos da fé devidamente purificados, descermos à planície ao encontro dos desfigurados, Vossos pobres prediletos, até que mereçamos a visão da Trindade Santa e Eterna, plenitude de amor e luz: céu.

Senhor Deus, ainda que o Mistério da Cruz se faça presente em nossa vida, a experiência do Tabor pelos Apóstolos vivida, conosco compartilhada e nela acreditada, seja a força que nos impulsione a caminhar adiante, colocando nossa vida inteiramente ao Vosso dispor, para que renovemos sagrados compromissos com Vosso Reino.

Oremos: 

“Ó Deus, que nos mandastes ouvir o Vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a Vossa Palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de Vossa glória. Por N.S.J.C. Amém." 

Fontes: cf. Dn 7,9-10.13-14; Mt 17,1–9, Mc 9,2–8; Lc 9,28–36; 2 Pd 1,16-19

Transfiguração do Senhor: Vi meu Amado...(IIDTQC)

                                                      


Transfiguração do Senhor: Vi meu Amado...

 “Este é o meu Filho, o Escolhido.
Escutai o que Ele diz!” (Lc 9,35)

Na Liturgia do 2º Domingo da Quaresma (ano C), somos agraciados com a Liturgia da Palavra que nos apresenta a Transfiguração do Senhor, com a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 9,28b-36).

Ela é um momento fundamental na vida do discípulo missionário, vivido pelos três apóstolos (João, Pedro e Tiago), e muito nos ajuda ao iniciar nossa caminhada Quaresmal.

Quaresma é Tempo de:

- Renovar e revigorar nossa aliança e confiança em Deus, como Abraão, modelo de crente, que confia, se entrega, busca, espera, jamais se instala (1ª Leitura - Gn 15,5-12.17-18);

- Tornar-nos amigos da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, sempre acompanhados da mudança, da transformação e da conversão, que deve acontecer primeiramente em nosso coração (2ª Leitura – Fl 3,17-4,1);

- Redimensionar a nossa vida a partir da provisoriedade e precariedade de nosso corpo, até que possamos receber, na Ressurreição, um corpo glorioso, um corpo celestial, uma morada eterna;

- Sentir antecipadamente a alegria da Vitória Pascal que passa pela obediência ao Pai e a fidelidade no carregar da cruz, como nos revela a Transfiguração do Senhor (Lc 9,28b-36); 

- Fazer silêncio, afastando-nos de todos os ruídos que nos distraiam e não nos possibilitem a escuta do Filho muito amado, que tem sempre algo de muitíssimo especial para nos dizer, para que sejamos felizes, realizados e plenos de vida;

- de subir a Montanha Sagrada contemplar a presença do Senhor, escutá-Lo atentamente, descer à planície e testemunhar Sua Palavra com nossa vida;

- Renovar a graça de sermos “cidadãos dos céus”. Como cristãos, estamos no mundo, mas não somos do mundo, como podemos ver nos primeiros ensinamentos da Igreja;

- Subir ao Monte Santo para contemplar Cristo Glorioso e Transfigurado, mas também de corajosamente descer a montanha e renovar compromissos solidários com os “Cristos” desfigurados que clamam por vida, alegria, dignidade, amor e paz;

- De subidas e descidas. Subir ao Monte Sagrado para revitalização da graça divina para a fé, esperança e caridade; na planície viver confiantes sempre no Senhor,  testemunhando que conhecemos e cremos em Alguém, Jesus, que transformou e transforma continuamente a nossa vida;

- Recuperar as forças indo à Fonte das fontes, Jesus, nutrir pela  Sua Palavra, alimentar-se com o Pão da Imortalidade, inebriar a alma com a Verdadeira Bebida; porque verdadeiramente Jesus na Eucaristia, comungamos a Palavra que se faz Pão, trigo que se faz Pão, vinho que se faz Sangue de Redenção, isto é o que contemplamos, saboreamos e cremos, ao participar do Banquete da Eucaristia.

Jesus nos acolhe com nossos cansaços, dificuldades, imperfeições, limitações próprias do ser humano.

Jesus ama a cada um de nós como somos para nos fazer melhores, para nos aperfeiçoar, para que a imagem de Deus possa transparecer em nosso olhar, em nossos pensamentos, palavras e atitudes, para que transpareça que há Alguém que faz morada no mais profundo de nós e nos acompanha em todo instante.

Celebrar a Transfiguração do Senhor nos convida a  renovação de sagrados compromissos com a Boa Nova do Reino.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG