sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

A caridade presente na ação evangelizadora

 


A caridade presente na ação evangelizadora
 
“Como são belos sobre os montes,
os pés do mensageiro que anuncia a paz” (Is 52,7)
 
A elaboração de Planejamento Pastoral  Paroquial é exigente e complexa, e se torna, cada vez mais,  um instrumento indispensável para que lancemos as redes em águas mais profundas (cf. Lc 5,1-11),  num trabalho de comunhão e participação,  na perspectiva da Pastoral de Conjunto.
 
Ressalta-se que a evangelização não é um ato individualista, mas em estreita vinculação com a caminhada e orientação do Magistério da Igreja com seus organismos, assessorias e serviços, na busca de ousadas e corajosas respostas evangélicas para os grandes desafios que enfrentamos na realidade urbana e pós-moderna.
 
Com a presença e ação do Espírito Santo, urge revigorar nosso peregrinar de esperança, vivendo a graça do Ano Jubilar, que nos desafia a atitudes de reconciliação, perdão, e revigoramento de nossa caminhada de fé.
 
Indispensável a vivência da caridade, como o princípio vital na caminhada da comunidade missionária eclesial, aonde todos os carismas, dons e ministérios sejam valorizados e colocados à serviço, e nos colocamos no caminho da perfeição:
 
“... já que o Cristo nos deu a escada da caridade pela qual todo cristão pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade verdadeira, exercitai-a uns pra com os outros e, subindo por ela, progredi sempre mais no caminho da perfeição” (São Fulgêncio d. Ruspe, bispo séc. IV).
 
Em todo tempo, devemos juntos participar da construção da casa da paz, promover a vida e cuidar de nossa Casa Comum, fundados nos pilares da verdade, justiça, amor e liberdade (Papa São João XIII).
 
Firmemos nossos passos, como mensageiros da Boa Nova de Jesus Cristo, na prática da caridade, que o amor que nos impele (cf. 2 Cor 5,14), tornando nossas comunidades mais fraternas, solidárias e comprometidas com a Boa Nova do Reino de Deus (cf. At 2,42-47).

Correspondamos ao Amor de Deus!

                                                      

Correspondamos ao Amor de Deus!

Exigências no seguimento de Jesus...

Na Missa da quarta Sexta-feira do Tempo comum (ano ímpar) é proclamada a passagem de Hebreus (Hb 13, 1-8), e do Evangelho de Marcos (Mc 6,14-29), em que nos é apresentado o martírio de João Batista em tramas de um banquete de morte, que se opõe absolutamente ao Banquete de Jesus, o Banquete da Vida.

Cremos que “Jesus é o mesmo, ontem, hoje e por toda a eternidade” (Hb 13,8), e nos acompanha vivo e Ressuscitado, enquanto aguardamos Sua vinda gloriosa!

Na fidelidade ao Senhor, partícipes do Seu Banquete, ao contrário do banquete de Herodes, urge que perseveremos no amor fraterno, pois este tem primazia sobre tudo, porque é a essência do cristianismo.

Há um caminho a percorrer, e não há porque recuar e esforços por fazer para viver o acolhimento mútuo na comunidade e além de suas fronteiras, sendo mais acolhedores, fraternos. 

A solidariedade sempre seja expressa na ajuda mútua, de modo que exercida para com o outro é feita ao próprio Deus (Mt 25 e o julgamento final) com quem quis se identificar e fazer presença;

A santidade matrimonial também é uma exortação do autor da Epístola. Fidelidade, família como santuário da vida, espaço do aprendizado dos princípios e valores da fé... Escola de inesquecíveis e imprescindíveis aprendizados; eliminação de toda forma de imoralidade e adultério...

A vida simples, sem avareza, materialismos, consumismos – “Que o amor ao dinheiro não inspire a vossa conduta. Contentai-vos com o que tendes”.

A confiança no amor e presença divina. É próprio do amor de Deus jamais nos abandonar – “Eu nunca te deixarei, jamais te abandonarei”, de modo que podemos dizer – “O Senhor é meu auxílio, jamais temerei; que poderá fazer-me o homem?”, ou como o Salmista dizer “O Senhor é minha luz e salvação, a quem temerei?”;

Imitar aqueles que nos antecederam na fé no que eles deixaram de bom, seguindo as pegadas de pessoas que deixaram santos rastros luminosos. Quantas pessoas temos na memória e no coração, já não mais ao nosso lado, mas no mais profundo de nós, na comunhão dos santos, em saudosa e fecunda lembrança...

A coragem, a confiança, a coerência de João Batista são outras qualidades invejáveis que devem nos iluminar na fidelidade a Jesus. João não se curvou aos interesses de Herodes e sua corte. Prevaleceu a fidelidade aos preceitos divinos, a fidelidade à Aliança... Foi decapitado, mas sem trair a Lei Divina.

João Batista é sempre um exemplo admirável e encorajador, para que também firmemos nossos passos na missão de discípulos missionários do Senhor, sobretudo retomando nossas atividades pastorais e os compromissos com a Boa-Nova do Reino.

Renovemos também nossa fidelidade e correspondência ao amor de Deus, assumindo com coragem as exigências da missão. 

Sacerdotes, profetas e reis

                                                            

Sacerdotes, profetas e reis

Senhor, longo é o caminho e, por vezes, desafiadora é a missão que recebemos no dia de nosso Batismo. Por isto, como discípulos missionários Vossos, pedimos que nos conceda graça, sabedoria, luz e fortaleza para participarmos de Vossa missão e do tríplice múnus: sacerdotal, profético e real.

Como sacerdotes, participemos do Vosso sacerdócio, numa contínua e incansável busca da santificação pessoal e comunitária, iluminados e fortalecidos pela oração, intercessão e ajuda mútua no carregar de nossa cruz, para maior fidelidade a Vós e ao Vosso Projeto de Vida plena e feliz para todos.

Como profetas, participemos do Vosso múnus profético,  anunciando e testemunhando a Vossa Palavra, que é viva e eficaz, e não nos permite calar diante do que seja pecado, e também saibamos anunciar e testemunhar a Boa-Nova do Reino, sendo sinal de esperança de um novo céu e uma nova terra.

Como servidores, participemos do Vosso múnus régio, colocando nossa vida, dons, carismas a serviço de nossos irmãos e irmãs, sobretudo os que mais precisam de nossas obras de misericórdia corporais e espirituais, na plena certeza de que o bem que ao próximo fazemos é a vós que fazemos, porque neles e com eles Vos identificastes.

Vivendo nosso Batismo, como sacerdotes, profetas e reis, renovamos, Senhor, nosso compromisso com a verdade e os valores morais que garantem a dignidade e sacralidade da vida, desde sua concepção ao seu declínio natural, ainda que atraiamos a ira, incompreensão ou perseguição de quem seja  contrário aos Vossos divinos ensinamentos. Amém.



PS: Inspirado no Evangelho de São Marcos Mc 1;40-45; 6,14-29; Lc 4,21-30)

“Se calarem a voz dos Profetas...”

                                                           

“Se calarem a voz dos Profetas...”
 
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 14,1-12), em que Herodes manda cortar a cabeça de João Batista, num ímpio banquete de morte.
 
“Também na morte o Batista é ‘precursor’, e Jesus o põe em relevo. Esta morte é um típico exemplar do que muitas vezes acontece no mundo: a supressão violenta dos inocentes, dos verdadeiros heróis, por parte dos seres abjetos, cobertos de prestígio e poder, e por motivos inconfessáveis: ambição, cálculo, inveja, ciúme, falsa moral...
 
Triste espetáculo é ver-se a opinião pública (os convidados) assistir impassível, se não divertida, ao fato de exatamente o honesto, que corajosamente denuncia o adultério e a expoliação, ser trucidado pelos desonestos e delinquentes.
 
Cumpre criar uma opinião pública contrária, ter a coragem de desmascarar o erro de quem julga tudo lícito, porque pode fazê-lo com franqueza.
 
João não era inimigo de Herodes e este o estimava (Mc 6,20); no entanto, por covardia, fá-lo calar para sempre. Engano! Aquele martírio jamais se calará” (1)
 
João foi o último dos Profetas, e o Precursor do Senhor, tanto do nascimento, como de sua morte, ao derramar sangue por causa da Verdade e da incondicional fidelidade à Palavra do Senhor.
 
Ontem como hoje, Deus suscita profetas para falarem em seu nome, para serem a sua divina voz a denunciar tudo quanto fira a vida, roubando-lhe a beleza e a sua sacralidade, desde sua concepção ao seu declínio natural.
 
Vozes proféticas no campo e na cidade, em defesa de princípios éticos dos quais não podemos prescindir; denúncia de tudo aquilo que fomenta o consumismo, bem como a exploração de nossa Casa Comum, a Terra; vozes que não se calam em tantas outras situações que possam ser mencionadas.
 
Renovemos a graça da vocação profética, que Deus nos concedeu no dia de nosso Batismo, para termos a coragem de João Batista, em amor e fidelidade incondicional à vontade divina.
 
Lembremos as palavras de Santo Agostinho: João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.”
 
Um canto para finalizar: “Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão...”
 
 
(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1099
PS: Proclamado no sábado do 17º sábado do Tempo Comum, e oportuno para a Celebração da Memória do Martírio de São João Batista, quando se proclama a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6,14-29).
 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Enviados pelo Senhor em missão

                                         


Enviados pelo Senhor em missão
 
“A missão de Jesus é a nossa missão”
 
A Liturgia da Palavra da quinta-feira da quarta Semana do Tempo Comum, apresenta-nos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 6,7-13), em que Jesus envia os discípulos em missão.
 
Jesus, O Profeta do Pai por excelência, envia os discípulos dois a dois para pregar a Boa Nova do Evangelho, anunciando a conversão, mudança de mentalidade e atitudes para a acolhida da chegada do Reino.
 
Não somente envia, mas lhes confere o poder que tem junto do Pai para expulsar demônios, curar os enfermos, inaugurar relações novas de vida e liberdade.
 
Há, porém, algumas exigências que devem marcar a vida dos discípulos do Senhor:
 
- Alegria da missão por Ele confiada; o despojamento, pobreza, simplicidade, liberdade total diante de tudo e de todos, confiança incondicional no poder e na providência divina, maturidade para suportar a rejeição e as adversidades.
 
Assim afirma o Missal dominical:
 
“Quem anuncia não deve ter nada que pese, deve ser leve e desembaraçado, não tanto de alforje e capa, mas antes, livre de interesses humanos, de ideologias a defender, de compromissos com as potências deste mundo. Essas coisas não lhe permitem estar livre, condicionam-no, embaraçam-lhe o trabalho, enfraquecem-lhe o zelo, impedem-no de merecer crédito”.
 
Reflitamos:
 
- Qual é a missão que Jesus me confia?
- Sinto alegria em realizá-la?
 
- Onde e quando sinto a presença e ação de Deus se revelando em minha vida?
- Quais exigências estão mais presentes ou ausentes na missão que realizo como discípulo missionário do Senhor?
 
Urge aprender com os Apóstolos, os Santos e tantos quantos que deram testemunho de sua fé, que sem paixão por Jesus, fascínio por Ele e pelo Reino, não há apostolado, não há missão e tão pouco profecia.
 
É sempre tempo de reavivar a chama profética, crepitar ardente no coração, para que a alegria da missão torne visível o quanto nos configuramos ao Senhor, e assim geremos e formemos Cristo em nós e nos outros:
 
“Não só a Igreja na sua totalidade, mas também cada cristão deve sentir-se escolhido pessoalmente, chamado e enviado: cada um de nós faz parte de um projeto cósmico, a construção do Reino de Deus. O grande pecado seria sentirmo-nos sozinhos ou sentirmo-nos inúteis” (1)
 
 
(1) Leccionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 714 

Lamentos sentidos que tocaram os céus

                                               

Lamentos sentidos que tocaram os céus

Impressiona-nos a história do martírio de São Paulo Miki e seus companheiros, pela coragem que testemunharam a fé no Senhor, cuja Memória celebramos dia 06 de fevereiro, escrita por um autor do século XVI.

“Quando as cruzes foram levantadas, foi coisa admirável ver a constância de todos, à qual eram exortados pelo Padre Passos e pelo Padre Rodrigues.

O Padre Comissário permaneceu sempre de pé, sem se mexer e com os olhos fixos no céu. O Irmão Martinho cantava Salmos de ação de graças à bondade divina, aos quais acrescentava o versículo: Em Vossas mãos, Senhor (Sl 30,6). Também o Irmão Francisco Blanco dava graças a Deus com voz clara. O Irmão Gonçalo recitava em voz alta o Pai-nosso e a Ave-Maria.

O nosso Irmão Paulo Miki, vendo-se colocado diante de todos no mais honroso púlpito que nunca tivera, começou por declarar aos presentes que era japonês e pertencia à Companhia de Jesus, que ia morrer por haver anunciado o Evangelho e que dava graças a Deus por lhe conceder tão imenso benefício. E por fim disse estas palavras:

“Agora que cheguei a este momento de minha vida, nenhum de vós duvidará que eu queira esconder a verdade. Declaro-vos, portanto, que não há outro caminho para a salvação fora daquele seguido pelos cristãos. E como este caminho me ensina a perdoar os inimigos e os que me ofenderam, de todo o coração perdoo o Imperador e os responsáveis pela minha morte, e lhes peço que recebam o Batismo cristão.

Em seguida, voltando os olhos para os companheiros, começou a encorajá-los neste momento extremo. No rosto de todos transparecia uma grande alegria, mas era no de Luís que isto se percebia de modo mais nítido.

Quando um cristão gritou que em breve estaria no paraíso, ele fez com as mãos e o corpo um gesto tão cheio de contentamento que os olhares dos presentes se fixaram nele. Antônio estava ao lado de Luís, com os olhos voltados para o céu. 

Depois de invocar os santíssimos nomes de Jesus e de Maria, entoou o Salmo Louvai, louvai, ó servos do Senhor (Sl 112,1), que tinha aprendido na escola de catequese em Nagasáki; de fato, durante o catecismo, costumavam ensinar alguns Salmos às crianças.

Alguns repetiam com o rosto sereno: ‘Jesus, Maria’; outros exortavam os presentes a levarem uma vida digna de cristãos; e por estas e outras ações semelhantes demonstravam estar prontos para a morte.

Finalmente os quatro carrascos começaram a tirar as espadas daquelas bainhas que os japoneses costumam usar. Vendo cena tão horrível, os fiéis gritavam: ‘Jesus! Maria!’ Seguiram-se lamentos tão sentidos de tocar os próprios céus. Ferindo-os com um primeiro e um segundo golpe, em pouco tempo os carrascos mataram a todos.”


São Paulo Miki foi um religioso jesuíta, sacerdote da Companhia de Jesus, um dos mártires do Japão, filho de um renomado militar, membro de uma família samurai da Provínicia de Harima, conhecido como excelente pregador e orador.

Paulo era filho de pais nobres, e foi educado no Colégio Jesuíta, em Anquiziama, no Japão. A convivência na Escola Jesuíta logo despertou nele o interesse de se unir à Companhia de Jesus.

Como não havia nenhum bispo na região de Fusai, Paulo não pode ser ordenado no tempo certo, mais tarde tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta em sua pátria.

Memórias como estas celebradas no Senhor, questionam nossa fé; se de fato levamos uma vida digna de cristãos, vivendo com autenticidade a graça do Batismo, como profetas, sacerdotes e reis.

Os lamentos de Paulo Miki e seus companheiros tão sentidos tocaram os próprios céus, somados a tantos outros lamentos de mártires e testemunhas intrépidas, que professaram a fé desde o princípio da fidelidade no seguimento do Senhor.

Outros lamentos tão sentidos se multiplicam, lá e em outros tantos lugares, de cristãos perseguidos e mortos no testemunho da fé.

Ainda hoje, milhares de cristãos pelo mundo são perseguidos, mortos, impedidos de professarem a fé cristã.

Elevemos Orações por estes, e também peçamos a graça de corresponder como estes mártires numa vida cristã mais coerente, com maior fidelidade ao Evangelho do Senhor, e dizer como o Apóstolo Paulo:

– Com Cristo, eu fui pregado na Cruz. Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim Se entregou” (Gl 2,19b-20).

Senhor, rezamos por todas as pessoas que participam da missão de Jesus e do seu tríplice múnus: sacerdotal, profético e real:

Que vivendo a graça do Batismo participem do sacerdócio de Cristo através da busca da santificação pessoal e comunitária, na Oração, na intercessão, em profunda comunhão convosco.

Participem, corajosamente, do múnus profético através da Palavra que denuncia o pecado e anuncia a chegada do Vosso Reino de: amor, paz, alegria, justiça, verdade e liberdade.

Conduzidos por Vosso Espírito, nesta participação, renovem o compromisso com a verdade e os valores morais, sem medo da atração da ira dos que sejam contrários à proposta do Evangelho, a exemplo João Batista e tantos Profetas/mártires, que foram vítimas do ódio, da vingança, da perseguição e por vezes culminando na própria morte.

Sejam partícipes do múnus régio pelo serviço aos irmãos e irmãs, no amor, doação e entrega da própria vida como fizestes, Vós que viestes para servir e não para ser servido, para dar a vida em resgate de muitos.

Pai Nosso que estais nos céus...

Eucaristia: Salutar Sacramento

 


Eucaristia: Salutar Sacramento

“Poderia haver algo de mais admirável que este Sacramento? De fato, nenhum outro Sacramento é mais salutar do que este; nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. (Santo Tomás de Aquino – séc. XIII)

Aprofundemos a passagem da Carta aos Hebreus (Hb 10,11-18) proclamada na quarta-feira da 3ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar).

Como se explica que, cada dia, sobre milhares de altares do mundo inteiro, se "renove" o sacrifício da cruz, se, na Nova Aliança, há uma única oblação para o perdão dos pecados e a santificação?

Assim, lemos no Comentário do Missal Cotidiano:

“Na realidade, não se trata de ‘renovar’, no sentido de fazer novamente, mas de ‘reapresentar’ ao Pai o sacrifício do Seu Filho, para que olhando para este, nos conceda os bens que Sua morte e ressurreição nos alcançou.

A Igreja ‘celebra a memória’ do sacrifício pascal de Jesus, ‘rendendo graças’, como Ele faz na última ceia, por todo o mistério da salvação, cujos pontos principais recorda na oração eucarística” (1).

Participemos ativa e conscientemente da Santa Missa (Celebração Eucarística), como nos ensina a Igreja, pois ela é “Ação de Graças”, o  verdadeiro Sacrifício da Igreja; porém, não se trata de outro sacrifício, embora torne presente e atual a morte-ressurreição de Jesus, "cada vez", "até Sua vinda", como dizemos após a consagração do Pão e do Vinho, Corpo e Sangue do Senhor (três fórmulas):

1ª fórmula:

-  “Mistério da fé!”

- “Anunciamos, Senhor, a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição. Vinde Senhor Jesus!”.

2ª fórmula:

- “Mistério da fé e do amor!”

- “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda!”

3ª fórmula:

- Mistério da fé para a salvação do mundo!”

- “Salvador do mundo, salvai-nos, vós que nos libertastes pela cruz e ressurreição.”

Oremos:

Cremos, Senhor, que o pão partido e o vinho derramado sobre o Vosso altar são símbolos de Sua morte dolorosa.

Cremos, Senhor,  que a participação no pão e vinho nos coloca em comunhão com os Vossos sentimentos de filial abandono ao Pai e de supremo amor por nós,

Cremos, Senhor,  no Vosso sacrifício, ato supremo, duradouro e perene de amor por nós, ainda que não mereçamos.

Cremos, Senhor,  que em cada Eucaristia Celebrada, ao receber o mais Salutar dos Sacramentos, nossos pecados são destruídos, crescem nossas virtudes, e nossa alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. Amém.  (2)

(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – pág. 685 – Comentário da passagem bíblica – Hb 10,11-18

(2)Santo Tomás de Aquino

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