sábado, 23 de novembro de 2024

“Viver para Ele e, com Ele, para os outros”

 “Viver para Ele e, com Ele, para os outros”

“A consciência de que n'Ele
O próprio Deus Se entregou por nós até à morte,
Deve induzir-nos a viver, não mais para nós mesmos,
Mas para Ele e, com Ele, para os outros.”

Assim Reina Jesus, amando e Se doando;
Amando e passando pela crudelíssima morte,
Por nós se entregando, Sangue Redentor,
No trono da Cruz fragilizado, derramando.

Onipotência divina do Amor confirmada,
Paradoxalmente, na morte de Cruz, revelada.
Sua humanidade violada, sacrificada.
Em Sua morte, a morte de nossa morte.

Lição última ao mundo deixada:
Não viver mais para nós mesmos,
Porque se assim o for, um viver empobrecido,
Porque não pelo amor a vida vivida.

Somente o amor vivido, a vida plenifica;
Somente o amor que morre como grão,
É que apenas um solitário grão não há de ser,
Porque na entrega solidária há de florescer.

Assim é Jesus, e assim conosco haverá de ser,
Quando para Ele e com Ele vivermos,
E não mais egoisticamente para nós,
Mas para o outro, sentido da vida haveremos de ter.

Bela é a vida de quem se doa como Ele o fez,
Mais alegria e coragem para a vida viver,
Não fará de problemas pessoais montanhas,
Mas terá fé para outras insanas montanhas remover.

Vivamos para Ele e com Ele, centro de nosso existir.
Vivamos o amor autêntico, por Ele vivido e testemunhado,
Tão somente assim a Lei do Amor por Ele deixada,
Em atos transformada, eternidade feliz alcançada.


PS: Inspirado na primeira Carta Encíclica Papa Bento XVI - “Deus Caritas Est“ - n.33. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Em poucas palavras...

                                                 


Com Maria sempre podemos contar

Ao pronunciar o «Fiat» da Anunciação e dando o seu consentimento ao mistério da Encarnação, Maria colabora desde logo com toda a obra a realizar por seu Filho. Ela é Mãe, onde quer que Ele seja Salvador e Cabeça do Corpo Místico.

Terminado o curso da sua vida terrena, a santíssima Virgem Maria foi elevada em corpo e alma para a glória do céu, onde participa já na glória da ressurreição do seu Filho, antecipando a ressurreição de todos os membros do Seu Corpo.

«Nós cremos que a santíssima Mãe de Deus, a nova Eva, a Mãe da Igreja, continua a desempenhar no céu o seu papel maternal para com os membros de Cristo» “ (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica – parágrafos n. 973-975 

Doce e amarga é a Palavra do Senhor

                                                        


Doce e amarga é a Palavra do Senhor

        “Na boca era doce como mel, mas quando o engoli,
meu estômago tornou-se amargo”  (Ap 10,10)

Com a passagem do Livro do Apocalipse (Ap 10, 8-11), refletimos sobre a importância da Palavra de Deus para quem professa a fé.

Além do duplo aspecto (doçura-amargor) que possui, ela deve ser antes interiorizada por quem a acolhe e nela acredita, para viver coerentemente:

“É doce como o mel, porque a Palavra de Deus comunica sentimentos de doçura e de conforto aos homens, mas ao mesmo tempo é muito amargo, porque o seu anúncio pode comportar dificuldades, provas e perseguições” (1)

Este processo tem exigência própria, porque coloca a nu nossa realidade e contradições, e não é como a palavra humana que pode ser combatida, revogada, com possíveis álibis, escapatórias, réplicas, tréplicas, divergências, contraposições, concepções divergentes, ou outras tantas possibilidades.

Acolhê-la implica vencer todo medo de ouvi-La, permitindo que penetre em nossa alma, com suas interpelações de mudança, conversão, redirecionamento de caminhos e propósitos, porque, de fato, a Palavra divina é irrevogável, questionadora, reveladora do mais profundo de cada um de nós.

Não é uma Palavra que anestesia ou legitima nossos caprichos e quereres, pois nem sempre nossa vontade corresponde à vontade divina, assim como nosso tempo, definitivamente, não é o tempo de Deus.

Na impossibilidade de refutá-la ou sufocá-la, ou pelo medo do compromisso, é possível que a esvaziemos de sua força revolucionária, flexibilizando-a e a condicionando aos nossos caprichos, até mesmo para que se torne agradável e aceitável por parte também dos que nos ouvem.

Não nos é dado este direito da parte de Deus, pois a Palavra Divina não se presta a manipulações de quaisquer motivações.

O anúncio da Palavra não se faz para a multiplicação de adeptos e seguidores de si mesmo, mas do Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós.

Concluo com as palavras do Missal  Cotidiano:

“Mas se a Palavra de Deus é ‘amarga por vezes, também é cheia de doçura para quem a aceita e se esforça por vivê-la. Garante a liberdade, a segurança, a paz, a salvação; dá-nos a coragem de atualizá-la e transmiti-la aos outros como mais precioso dom”. (2)


(1)         Lecionário Comentado – Editora  Paulus – 2013 – p.834
(2)        Missal Cotidiano Editora Paulus - 1997 – pp.1520-1521)
PS: Livre adaptação do comentário do Missal Cotidiano

Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

                                                                 


Presbíteros testemunhas da mansidão e da doçura

Ajudai, Senhor, a fim de que todos os presbíteros mantenham a mansidão e a doçura, virtudes tipicamente cristãs, para com todos (cf. Mt 11,29), como assim fizestes para conosco, cansados e abatidos, como ovelhas sem pastor que estávamos.

Concedei-lhes a graça de serem inclinados à mansidão; acompanhado do autodomínio das paixões e desejos, afastando toda e qualquer forma de egoísmo, vivendo a graça do ministério na comunhão e sinodalidade.

Concedei-lhes progredir na paciência, constância e coragem, renúncia e sacrifício, desenvolvendo sentimentos de bondade inaugurando e fortalecendo relações fraternas de comunhão e solidariedade, como assim fizeram os santos no bom combate da fé, sem jamais fomentarem a discórdia, violência, e propagação do ódio e rancor.

Concedei-lhes a doçura que educa para a compreensão, à clemência, à humildade, à plena e contínua comunhão com Deus; assim como a mansidão, como sua mais alta e delicada expressão, porque, esquecendo-se de si mesmos, vivam e trabalhem para os outros. Amém.

 

Fonte: Missal Cotidiano, Editora Paulus, 1997, p.1483 – passagem bíblica: Tt 3,1-7

Hospitalidade: expressão de caridade, participação na missão

 


 

Hospitalidade: expressão de caridade, participação na missão

Senhor, como Igreja sinodal que somos, ajudai-nos a viver a hospitalidade como forma de caridade, expressão viva e concreta de nossa fé.

Aquecei nossos corações para que sejamos cooperadores Vossos na verdade, colaborando com os missionários e missionários que anunciam pelo mundo a Verdade do Evangelho.

Concedei-nos colaborar com o apostolado missionário da Vossa Igreja, que tem não apenas necessidade do apoio moral, mas também apoio material e econômico de todos os seus membros.

Saibamos, Senhor, infundir nos católicos, desde a mais tenra idade, um espírito realmente universal e missionário, para favorecer uma adequada coleta de auxílios em favor de todas as missões e segundo a necessidade de cada uma.

Iluminai-nos, com Vosso Espírito, para que compreendamos e creiamos que é obra verdadeiramente divina cooperar na salvação de toda a humanidade. Amém.

 

Fonte: Missal Cotidiano – Comentário da passagem da Terceira Epístola de São João 5-8 – pág. 1496.

Tão doce, tão amarga é Vossa Palavra, Senhor

                                                     

Tão doce, tão amarga é Vossa Palavra, Senhor

Acordar e Vossa Palavra ouvir, meditar...
Tão doce e amarga ao mesmo tempo:
Doce ao paladar, num primeiro momento,
Amarga ao ser digerida, paradoxalmente.

Doce como mel, Vossa Palavra
Comunica doçura e conforto a quem a ouve,
Mas ao mesmo tempo tão amarga,
Porque exigente a sua prática.

Não meros ouvintes dela haveremos de ser,
Mas fiéis e autênticas testemunhas,
Com maturidade enfrentaremos dificuldades,
Provações, tentações, possíveis perseguições.

Tão doce, tão amarga é Vossa Palavra, Senhor,
Mas é ela quem nos dá sabedoria, que nos acompanha,
Para fidelidade e perseverança comprovadas na agonia,
Testemunho na dor e na alegria, na angústia e na esperança...

Tão doce, tão amarga é Vossa Palavra, Senhor,
Mas é a ela que procuro noite e dia.
Ela me acompanha, ilumina, seduz,
E não permite sombras de omissão e covardia.

Tão doce, tão amarga é Vossa Palavra, Senhor,
Ouvida, meditada, contemplada, rezada,
Em leitura orante deleitosamente saboreada,
Na vida, em gestos pequenos ou grandes, testemunhada.

Tão doce, tão amarga é Vossa Palavra, Senhor.



PS: Passagens bíblicas inspiradoras: Ap  10,8-11; Sl 118; Lc 19,45-48.

Livres para amar e servir o Senhor

                                                              

Livres para amar e servir o Senhor

Senhor, que jamais nos vangloriemos de participar ativamente da Igreja, possuir ministérios ou ter um serviço na comunidade eclesial de que fazemos parte, porque tudo é obra de Tua graça.

Senhor, que jamais, por pertencermos a uma comunidade que professa a fé em Ti, substituamos as relações de serviço por relações de poder, de domínio, de opressão, na busca da promoção pessoal, somada à desvalorização de outras pessoas.

Ensina-nos, Senhor, a viver uma religião autêntica, que consiste em adorar ao Deus vivo e verdadeiro, sem a promoção do culto a si próprio, buscando a satisfação dos próprios interesses, e jamais fazer do Altar um “palco de si mesmo”.

Assim, Senhor, estaremos vigilantes, participando do Teu Reino, numa vida expressa em doação, serviço e entrega por amor, e tão simplesmente por amor a Ti, servindo-Te na pessoa de quem mais precisa. Amém.

Fonte inspiradora: passagem do Evangelho Lucas 19, 45-48

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG