segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Nós Vos suplicamos, Senhor...

                                 


Nós Vos suplicamos, Senhor...

Senhor, Vós que tendes a plenitude do Espírito.
Vós que sois o Amém, o Sim total a Deus,
Vós que sois a testemunha fiel, a Verdade,
O princípio de todas as criaturas de Deus,

Nós Vos suplicamos, Senhor...

Suplicamos
Que nos ajudeis a multiplicar
Os dons que tanto nos enriqueceis
Pela Divina presença do Vosso Espírito em nós.

Suplicamos
Que não sejamos moribundos na fé,
Diante das dificuldades que possam existir,
Como Vossa Igreja de Sardes exortada.

Suplicamos
Que nossa fé não seja morna,
Que não nos assemelhemos à Igreja de Laodiceia,
Que a chama de nossa fé a todos ilumine e aqueça.

Suplicamos
Que nos fortaleceis no carregar da cruz,
Para uma vida cristã autêntica, fé comprovada,
Como viveram tantos no início de Vossa Igreja.

Suplicamos
Que não nos deixeis perder a fidelidade originária,
O primeiro amor, o primeiro encanto,
A alegria dos primeiros passos da fé.

Suplicamos
Que afasteis de nós uma vida cristã inócua e insípida,
Marcada pela infelicidade, pobreza, cegueira e nudez,
Que encontremos em Vós a mais bela e preciosa riqueza.

Suplicamos
Que nos concedais o imprescindível colírio da fé,
Para redescobrirmos sempre em nosso próximo,
Sobretudo nos empobrecidos, Vossa divina presença.

Suplicamos
Enfim, Senhor, que sejamos por Vosso poder curados
De toda mudez, para que ouvintes de Vossa Palavra
Não apenas o sejamos, mas fervorosos praticantes.

Até que Vós venhais reinar sobre tudo e sobre todos.
A Vós, a quem rendemos toda honra, glória e poder,
Toda a nossa vida Vos seja um agradável louvor.

Se a vida for, por vezes, a travessia de um vale escuro,
Que a chama batismal em nosso coração um dia acesa
Não se apague, o caminho ilumine, Vossa luz resplandeça!
Amém!


PS: Fonte inspiradora: Ap  3,1-6.14-22, Leitura da terça-feira da 33ª semana do Tempo Comum (ano par); apropriado para a passagem do Evagelho de Marcos (Mc 10,46-52; Lc 18,35-43)

Companheiros na travessia

                                                          

Companheiros na travessia

Todas as vezes que celebramos a Eucaristia, degustamos a Palavra, precedida por uma preparação, que se torna cada vez mais um imperativo no mundo pós-moderno, em procura da saciedade de amor, alegria, paz, luz.

A Liturgia da Palavra, inseparavelmente da Liturgia Eucarística, são imprescindíveis Mesas que nos revigoram, nos dão forças em nossas travessias, por vezes sombrias, obscuras em alguns momentos.

Viver, de fato, é uma grande travessia: 

“Tornar-se companheiro de viagem de cada homem, ser para cada homem ‘Sacramento ‘do Amor de Deus com os gestos, tal como com as palavras: é este o compromisso irrenunciável que as leituras de hoje colocam à nossa frente. 

Somos chamados a viver a responsabilidade de fazer da dupla Mesa do Pão e da Palavra o centro, o coração da vida, tornando-a disponível a quem quer que possamos encontrar: 

Somos chamados a tornar-nos companheiros de viagem, e, portanto, a tornar-nos dom, na missão que Deus nos confia, identificando-nos com essa missão sem querer nada para nós, e desaparecer nela e com ela; como o diácono Filipe, que cumpre a sua missão e logo é arrebatado pelo Espírito por ser destinado a outras missões.”  (1)

Nesta travessia, como companheiros de viagem, é fundamental que nos ajudemos reciprocamente com os dons que Deus nos concede a cada um:

“Nesta caminhada, tão profundamente humana, todos podemos descobrir-nos, companheiros de viagem e iluminar-nos reciprocamente com os dons que Deus concede a cada um” (2).

Deste modo:

Companheiros de viagem, haveremos de ser também,
Companheiros de viagem, também precisamos ter.

Companheiro é aquele que come o pão no mesmo prato;
Que partilha as alegrias, vitórias, conquistas,

Mas que também é solícito para compartilhar
Tristezas, derrotas, perdas, por vezes irreparáveis.

Que nos fala, com a palavra e com a vida,
Uma palavra, sobretudo uma Palavra Divina.

Que nos ajuda a firmar os passos na direção
De uma eternidade feliz, desde o tempo presente.

Que nos abre os olhos para o necessário,
Não permitindo que o medo nos cegue.

Que não faz média, pacto de mediocridade,
Sem conivência com o erro e a falta da verdade.

Que nos toma pelas mãos para adiante seguir,
Sem dar em nosso lugar os necessários passos.

Que sabe contar e cantar os sonhos que nos movem,
Porque de sonhos e cantos também vivemos.

Que nos ajuda a enfrentar os terríveis pesadelos,
Confiantes que não têm eles a última palavra.

Que compartilhe as dúvidas e incertezas do momento que vivemos,
Nas escolhas que haveremos de fazer, para maiores acertos.

Que nos ajuda a não trair os princípios de nossa fé,
Sobretudo os que se referem à dignidade e sacralidade da vida.

Companheiros que me ajudem a continuar esta reflexão,
Porque companheiros se enriquecem reciprocamente.

Companheiros de viagem, precisamos!
Companheiros de viagem, sejamos!

(1)     Lecionário Comentado – Tempo Pascal - p.470. 
(2)    Idem – Tempo Comum – Vol. II – p.476

A permanente caminhada de fé

                                                        

A permanente caminhada de fé

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43), quando Jesus Se aproximando de Jericó, curou um cego que estava sentado à beira do caminho.

Oportuno retomar o Comentário do Missal Dominical para o 30º Domingo do Tempo Comum (Ano B), quando se proclama a passagem paralela do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), para reflexão e o aprofundamento da vivência de nossa fé, como discípulos missionários do Senhor.

“... Se, no passado, a fé podia constituir uma explicação ou uma interpretação do universo, um lugar de segurança diante dos absurdos da história e do mistério do mundo, hoje não é mais assim.

Os movimentos de ideias, o processo tecnológico, a expansão do consumo, os movimentos migratórios e turísticos, a urbanização crescente e caótica com as consequentes dificuldades de integração comunitária, a agressão da publicidade, a instabilidade política, econômica e social, com todos os problemas daí derivados, concorrem para aguçar a dilaceração interior, ainda mais sensível nos homens de cultura.

Neste quadro, a carência de uma fé consciente e robusta favorece a dissolução da religiosidade, até a ruptura total com a prática religiosa”. (1)

Como vemos, não há mais lugar para uma fé anônima e sem compromissos, pois há sempre um itinerário a ser percorrido para que nossa fé tenha os “predicativos desejáveis” e “aditivos indispensáveis”

“Num mundo como o nosso, não há mais lugar para uma fé anônima, formalista, hereditária. É necessária uma fé fundada no aprofundamento da palavra de Deus, na opção e nas convicções pessoais. Uma fé conscientemente abraçada e não passivamente recebida em herança.

Tudo isto comporta um novo modo de enfrentar o problema da iniciação cristã, um novo modo de considerar a evangelização e a sacramentalização. Abre-se um imenso campo de ação à pastoral em geral e à catequética particularmente.

O cristão deverá percorrer (ou repercorrer, se se trata de adulto) não tanto um caminho feito de etapas e gestos sacramentais, mas um itinerário de fé, um catecumenato renovado, sem o qual não têm sentido nem eficácia os gestos sacramentais feitos em prazos fixos.” (2)

Assim é a caminhada de fé: um processo permanente, no qual é preciso que se avance para não recuar, sem qualquer possibilidade de desistência do carregar da cruz, ainda que adversos e difíceis sejam os momentos por que possamos passar.

Oremos: 
“Deus eterno e Todo-Poderoso, aumentai em nós
a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar
o que prometeis. Por N.S.J.C. Amém!”



(1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 1057.
(2) Idem.

“Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”

                                                              

“Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”

Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim. Não quero ficar aqui, à beira do caminho, mendigando em eterna dependência, saboreando o amargo sabor da marginalização, indiferença e exclusão.

Ainda que queiram calar minha voz, a Ti, grito e, suplico, pois sei em quem confio e que não me deixarás gritar aos ventos, com minha dor, sofrimento, prantos e lamentos, e em Ti, tenho fé que podes me devolver o olhar, um novo olhar...

Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim. A exemplo daquela que curaste, que há dezoito anos encurvada se encontrava, e não podia olhar para o alto e ver o horizonte do inédito, pois apenas via o chão sórdido da dor, regado pelas lágrimas de sofrimento.

Não quero mergulhar meu coração na terra, como se não mais houvesse sinais de esperança, como que numa entrega, abandono, desistência, sem saídas possíveis, a não ser silenciá-lo, no chão duro dos que não mais querem viver, porque razões não há.

Nem cego, nem encurvado quero ficar, mas quero enxergar contra toda falta de esperança.

Quero me por de pé, olhando para o alto, e as coisas do alto para sempre buscar, como nos falou o Apóstolo Paulo - "Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas do alto onde Cristo está sentado à direita de Deus" (Cl 3,1).

Jesus, Filho de Davi, curai minha cegueira, e que não me curve jamais diante do mal, do medo, da apatia, da indiferença e de qualquer outra coisa que roube a beleza da vida
E o encantamento e paixão pelo Teu Reino. Amém


PS: Inspirado nas passagens bíblicas Mc 10,46-52; Lc 13,10-17;Lc 18,35-43)

Oração do Diácono Permanente à Maria Santíssima

                                                      


À Maria Santíssima 

Maria, 

Mestra de fé, que com a tua obediência à Palavra de Deus colaboraste de maneira exímia na obra da Redenção, torna frutuoso o ministério dos diáconos, ensinando-lhes a ouvir e a anunciar com fé a Palavra. 

Maria, 

Mestra de caridade, que com a tua plena disponibilidade ao apelo de Deus cooperaste no nascimento dos fiéis na Igreja, torna fecundos o ministério e a vida dos diáconos, ensinando-lhes a se doar no serviço do Povo de Deus. 

Maria, 

Mestra de oração, que com a tua materna intercessão, sustentaste e ajudaste a Igreja nascente, torna os diáconos sempre atentos às necessidades dos fiéis, ensinando-lhes a descobrir o valor da oração. 

Maria, 

Mestre de humildade, que no teu profundo reconhecimento de ser a Serva do Senhor foste repleta do Espírito Santo, torna os diáconos dóceis instrumentos da redenção de Cristo, ensinando-lhes a grandeza que consiste em se fazer pequenos. 

Maria, 

Mestra do serviço escondido, que com a tua vida normal e ordinária plena de amor, soubeste colaborar de maneira exemplar no plano salvífico de Deus, torna os diáconos servos bons e fiéis, ensinando-lhes a alegria de servir, na Igreja, com ardente amor. Amém . 


Fonte: https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cclergy/documents/rc_con_ccatheduc_doc_19980331_directorium-diaconi_po.html.


Avancemos na caminhada de fé

Avancemos na caminhada de fé

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), em que nos apresentado a cura do cego Bartimeu (filho de Timeu). 

Jesus ao sair de Jericó, curou um cego que estava sentado à beira do caminho.

Vejamos o que nos diz o Comentário do Missal Dominical:

“... Se, no passado, a fé podia constituir uma explicação ou uma interpretação do universo, um lugar de segurança diante dos absurdos da história e do mistério do mundo, hoje não é mais assim.

Os movimentos de ideias, o processo tecnológico, a expansão do consumo, os movimentos migratórios e turísticos, a urbanização crescente e caótica com as consequentes dificuldades de integração comunitária, a agressão da publicidade, a instabilidade política, econômica e social, com todos os problemas daí derivados, concorrem para aguçar a dilaceração interior, ainda mais sensível nos homens de cultura.

Neste quadro, a carência de uma fé consciente e robusta favorece a dissolução da religiosidade, até a ruptura total com a prática religiosa”. (1)

Como vemos, não há mais lugar para uma fé anônima e sem compromissos, pois há sempre um itinerário a ser percorrido para que nossa fé tenha os “predicativos desejáveis” e “aditivos indispensáveis”:

“Num mundo como o nosso, não há mais lugar para uma fé anônima, formalista, hereditária. É necessária uma fé fundada no aprofundamento da palavra de Deus, na opção e nas convicções pessoais. Uma fé conscientemente abraçada e não passivamente recebida em herança.

Tudo isto comporta um novo modo de enfrentar o problema da iniciação cristã, um novo modo de considerar a evangelização e a sacramentalização. Abre-se um imenso campo de ação à pastoral em geral e à catequética particularmente.

O cristão deverá percorrer (ou repercorrer, se se trata de adulto) não tanto um caminho feito de etapas e gestos sacramentais, mas um itinerário de fé, um catecumenato renovado, sem o qual não têm sentido nem eficácia os gestos sacramentais feitos em prazos fixos.” (2)

Assim é a caminhada de fé: um processo permanente, no qual é preciso que se avance para não recuar, sem qualquer possibilidade de desistência do carregar da cruz, ainda que adversidades tenhamos que enfrentar.

Oremos: 

“Deus eterno e Todo-Poderoso, aumentai em nós
a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar
o que prometeis. Por N.S.J.C. Amém!”



(1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 1057.
(2) Idem.
PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43)

Coragem, o Senhor te chama

Coragem, o Senhor te chama

Joguemos o manto e
saltemos ao encontro do Amor

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), em que nos apresentado a cura do cego Bartimeu (filho de Timeu). 

Esta passagem bíblica é mais do que a história da cura de um cego por Jesus, trata-se de uma catequese batismal com todas as suas etapas.

Deus sempre deseja que alcancemos a vida verdadeira e o caminho que Ele nos apresenta para alcançarmos esta meta, é o Seu próprio Filho que nos cura de toda cegueira e nos dá vida plena, na total adesão a Ele, acolhendo e vivendo Sua proposta de Salvação.

Jesus quer dos discípulos uma vida de luz, uma vida nova e para isto é preciso romper com o mundo da escuridão e acolhe-Lo como luz – “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).

Precisamos que nosso olhar seja curado, para que se torne o olhar de Deus: olhar de ternura, de solidariedade, de confiança, de esperança, de compromisso, de amor sem limites, de horizonte do inédito, de alcance do aparentemente intangível...

O cego Bartimeu está sentado, numa expressão real de desânimo e conformismo, está privado da luz e da liberdade e conformado com sua aparente irredutível situação, sem qualquer perspectiva.

Suplicando ao Senhor, tem que superar as resistências, mas até o seu grito tentam calar.

Diante da Palavra de Jesus – “Coragem, levanta-te que Ele te chama”, irrompe a novidade. O cego atira a capa, dá um salto e vai ao encontro com Jesus.

“É claro o significado simbólico do gesto: para seguir o Senhor é preciso saber libertar-se de tudo aquilo que serve de obstáculo a uma adesão pronta à Sua Palavra. Não se trata somente de nos libertarmos dos pecados, mas de saber antepor a riqueza espiritual da fé no Senhor aos recursos a que o nosso coração está demasiado apegado e que o tornam pesado” .(1)

É preciso que joguemos fora nossa capa, com a coragem de desapegos, despojamentos, esvaziamentos. É preciso que fiquemos nus aos olhos de Deus, como nossos primeiros pais, para que por Ele sejamos revestidos, em intensa relação de amor, amizade, intimidade.

De fato, diante do Senhor rompemos com o passado, simbolizado na capa, saltamos para o novo, para o encontro que transforma a nossa vida e pomo-nos com novo ardor a caminho: o caminho da luz, do amor, da verdade e da vida.

Bartimeu depois do encontro se torna modelo de verdadeiro discípulo para nós. Em nosso encontro com Jesus há quem nos conduz, como também há os que nos impedem, obstaculizam. Não podemos desanimar jamais de ir ao Seu encontro, pois somente com Ele nossa vida se torna plena de luz, paz, amor e alegria.

Pôr-se no caminho do amor, do serviço, da entrega, do dom da vida, a partir do encontro com Jesus é o caminho que todos devemos fazer.

Somente curados pelo Senhor, a cada instante, é que não desanimamos da caminhada de fé, sabendo, crendo, anunciando e testemunhando que somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Somente Ele nos introduz na luz no tempo presente e um dia na luz eterna, na plena claridade que é o céu. Claridade plena, porque assim é o amor. Onde houver amor, há luz. Onde houver a plenitude do amor haverá a plenitude da luz.

Assim o autor da Epístola aos Hebreus nos apresentou Jesus, pouco mais tarde, ao escrever para a sua comunidade fragilizada, cansada e desanimada, Jesus como o Sumo Sacerdote que intercede a Deus em nosso favor.

Jesus é o Sumo Sacerdote por excelência! Escolhido por Deus, saído do meio dos homens e mediador entre nós e Deus, entende perfeitamente, como Homem e Deus, nossas dificuldades reais da existência.

Com Jesus, a comunidade precisa revitalizar o seu compromisso, empenhando-se numa fé mais coerente e mais comprometida. Contemplar e corresponder ao Amor de Deus por nós que é imensurável, sem limites, indescritível, indefinível...

Jesus, o Sumo Sacerdote do Pai, é para nós e nos comunica pelo Seu Espírito a plenitude do Amor, da Vida e da Luz. Amém.



(1) Leccionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 647.
PS: Oportuno para a reflexão da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43)

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