Amando o próximo encontramos Deus
“Mestre, que devo fazer para
receber em herança a vida eterna?”
Com a Liturgia da segunda-feira da 27ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 10,25-37), sobre a parábola do bom samaritano, e a pergunta sobre o que deve ser feito para alcançar a Vida Eterna.
Vemos que somente o amor a Deus no próximo é que nos dará vida em plenitude e eterna.
A Parábola refere-se a um herege, um infiel, segundo os critérios judaicos (por longos séculos assim foi se caracterizando), mas foi aquele que tudo deixou para ser solidário ao irmão caído à beira da estrada, e o Senhor no-lo apresenta como exemplo a ser imitado: Fazer-se próximo de quem mais precisa – “Vai e faz o mesmo”.
Na Parábola são citados os levitas e sacerdotes que passam ao lado, sem nada fazer; talvez por medo de ficarem impuros, por pressa, indiferença, ou por viverem uma religião sem misericórdia.
Ao contrário, o samaritano, herege, excomungado, tem o coração cheio de amor, e nos dá o verdadeiro sentido da religião: ter um coração pleno de amor a Deus, que se concretiza no amor ao próximo, em gestos de partilha e solidariedade.
Conclui-se que a vida eterna somente se alcança quando não se separa o amor a Deus do amor ao próximo.
Este próximo é qualquer um que necessite de nós, amigo ou inimigo, conhecido ou desconhecido; e todo aquele que se encontra à beira do caminho e precisa de nosso amor e de nossas mãos para se levantar e se por a caminho.
Nisto consistirá a missão da Igreja do Bom Samaritano, em todos os tempos, na fidelidade ao Senhor Jesus: viver um amor sem limites, sem fronteiras, sem rotulações.
Reflitamos:
- Qual a missão que O Senhor confia a nossas comunidades à luz desta parábola?
- Mais que saber quem é nosso próximo, quais são os nossos próximos que clamam por ajuda a beira do caminho?
- Somos sensíveis e solidários aos clamores dos pobres?
- Como nossas comunidades podem ser mais parecidas com o bom samaritano?
- Quem se encontra à beira do caminho e precisa de nossas mãos e ação solidária?
- Como estamos vivendo a verdadeira religião, que nos permite experimentar a proximidade divina, para uma maior proximidade humana, em gestos de comunhão fraterna?
- Qual é a diretriz de minha vida: leis, ritos ou o amor concreto?
Concluindo, quando Cristo é o centro de nossa vida e de nossa comunidade, abrimo-nos ao outro, fazemo-nos próximos daqueles que estão à beira do caminho, no amor, misericórdia, compaixão e solidariedade.
Lembremos as palavras do Papa Bento XVI, na Encíclica – Deus Caritas Est” – 2005 – n. 15.16:
“O Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo:
no mais pequenino, encontramos o próprio Jesus e,
em Jesus, encontramos Deus... o amor ao próximo
é uma estrada para encontrar também a Deus, e que
o fechar os olhos diante do próximo torna cegos
também diante de Deus.”
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