segunda-feira, 7 de outubro de 2024

“Quem ama os irmãos revela Deus”


“Quem ama os irmãos revela Deus”

Ouvimos na segunda-feira da 27ª Semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 10,25-37), sobre o Evangelho do bom samaritano.

Retomemos algumas citações do Missal Dominical (pág. 1176-1177) para nosso enriquecimento:

Jesus Homem levará à perfeição a imagem do Pai, no sacrifício da Cruz; aí revelará a verdadeira face do duplo amor para com Deus e para com os homens, do qual brota a história da Salvação...

O sacrifício de si e o amor gratuito e universal pelo próximo fazem resplandecer na face do cristão a face de Cristo e de Deus...

Cristo se comporta com a humanidade como o samaritano da narrativa evangélica para com o desconhecido, como o bom pastor vem salvar a ovelha despojada, espancada e quase morta (Jo 10,10), como o filho do dono da vinha se apresenta depois dos profetas enviados em vão (Jo 10; Lc 20,9-18)...

Não basta mais amar o próximo como a si mesmo; é preciso perguntar-se como ser próximo para o outro e amá-lo como Deus o ama. Depois da Ceia, Cristo dará um Mandamento novo: amar aos outros como fomos amados (Jo 13,34).

É necessário tomar consciência da pertença a esta humanidade ferida, abandonada, semimorta, à beira da estrada, que Cristo veio salvar...

Se Deus é Amor, se Cristo é a revelação de Deus porque Se entregou à morte pelo homem, o cristão revelará Deus ao mundo com seu amor concreto pelo próximo”.

Agora é tempo de nos fazermos solidários, como o bom samaritano.

Trata-se de uma Parábola desafiadora.

- Quem é o samaritano?
- Qual é o seu nome?

Urge que nossa Igreja que professa a fé no Cristo Ressuscitado; que seja cada um de nós, que um dia recebeu o nome no Batismo, para dentro deste corpo viver a vocação, a missão, conhecer, amar e encarnar o Mandamento do Senhor não é algo remoto, adiável, inatingível ou compromisso estranho para o cotidiano.

Oportuna também a citação do Lecionário Comentado (p. 718-719), que nos desafia:

“Esta página evangélica exorta todos os discípulos a deixarem-se penetrar pela mesma misericórdia que impele o pastor a procurar a ovelha perdida (LC 15,4-7), o pai correr ao encontro do filho perdido (Lc 15,11-32) e Jesus morrer numa Cruz (Lc 23,44-46)...

Não se trata de um humanismo generoso e desinteressado qualquer, mas de nos colocarmos em sintonia com uma atuação que resume a história e a experiência de um Amor infinito, o do Amor feito Carne.

Se Jesus é a Palavra que Se tornou ‘próxima’, para que a pudéssemos pôr em prática, então ‘tornar-se próximo’ não é já, para nenhum de nós, uma meta que está longe, irreal ou inacessível.

Se em Jesus, o samaritano, Deus me tomou a Seu cuidado e me Amou, também eu, curado dos meus males, posso amá-Lo com todo o coração e a todos os irmãos como a mim mesmo.”

É preciso coragem e amor para fazer-se próximo, não esvaziando a essência da religião, que é a revelação do Rosto Divino, no amor concreto pelo humano que se coloca no caminho e, sobretudo, à beira do caminho... 

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