quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Em poucas palavras...

                                                              


 Maria, modelo de fé

“No campo da fé a única segurança é a de Deus, o único gesto, verdadeiramente inteligente é apoiar tudo em Deus. Então a impossibilidade torna-se possível, como em Maria.”  (1)

 

 

(1)            Missal Cotidiano – Editora Paulus – pp. 1397-1398

Oração do mês missionário 2024

 


Oração do mês missionário 2024

Senhor Deus,
Pai de todos os seres humanos,
faze com que nós cristãos,
ungidos com a força do Espírito Santo,
cooperemos com a tua missão
até os confins do mundo,
testemunhando Jesus
e anunciando o Evangelho do Reino
com urgência, respeito e gentileza.

Abre nossos ouvidos
para acolher o teu mandato: “Ide”!
Abre nossa boca para convidar a todos
para o banquete do teu Filho!
Abre nossos olhos para reconhecer
todas as situações de indiferença,
injustiça e rejeição presentes no mundo!

Ajuda-nos a ser Igreja sinodal em missão,
peregrinos da esperança, construindo pontes
de fraternidade e solidariedade entre os povos.
Maria, Estrela da Evangelização, rogai por nós.
Amém!

 

PS: Pontifícias Obras Missionárias / CNBB

 

Em poucas palavras...

                                  


“Jesus orou também por nós...”

“É consolador para nós, crentes do século XX, pensar que Jesus orou também por nós, por nossa fé, nossa santidade, nossa unidade. Como Sua Palavra, também sua prece, atravessa os séculos e é ‘contemporânea’ do homem de todos os tempos, de toda latitude e raça.” (1)

 

(1)Comentário do Missal Cotidiano - Editora Paulus - 1998 - pág. 483 - sobre a passagem do Evangelho de João (Jo 17,20-26).

Estreita é a porta da Salvação

                                        

Estreita é a porta da Salvação

Na quarta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 13,22-30), que nos convida a refletir sobre a proposta da Salvação, que se destina a todos os povos e passa por Jesus, a porta estreita da caridade, da doação, da partilha e da solidariedade. 

Passar por esta porta não significa apenas multiplicar orações, aumentar o número das vezes que participamos das Missas ou Celebrações, e tão pouco das tantas vezes que pronunciamos o nome de Deus.

A porta, ou melhor, a passagem pela porta exige que superemos toda acomodação, desânimo. Exige a coragem para enfrentarmos o sofrimento, que por si só não faz nenhum sentido. 

Mas que, se assumindo na perspectiva da Cruz, pode ser medicinal, levar ao aprendizado, ao amadurecimento, ensinar e corrigir.

Não se pode perder jamais a coragem e o entusiasmo, como podemos ver na Epístola aos Hebreus (Hb 12,5-7.11-13): a  comunidade estava perdendo o entusiasmo, caindo numa fé instalada e cômoda, porque grandes eram as tribulações e perseguições. 

Apesar das dificuldades e crises, o cristão jamais pode esquecer o Amor de Deus, e de ser agradecido por ele. Mesmo nos sofrimentos, e especialmente nos sofrimentos, Deus manifesta o Seu Amor e nos salva. Nossos sofrimentos não são indiferentes para Deus.

Com isto, somos chamados a abandonar toda prática que nos afaste de Deus e do próximo: o egoísmo, a arrogância, a prepotência, o individualismo, atitudes de indiferença, rancores e ressentimentos.

A porta larga seduz momentaneamente, a porta estreita salva eternamente. A larga é mais fácil, mas nos empobrece. De outro lado, a estreita é muito mais difícil, porém nos enriquece e nos alcança a plenitude de vida.

O desejo de Deus é que haja um só povo, superando-se todas as divisões, discriminações e exclusões, de modo que todos os povos sejam salvos.

Façamos a nossa escolha. A salvação nos espera. A questão não é quantos serão salvos, mas se estamos dispostos a passar pela porta estreita.

Com esta citação do Missal Dominical concluo a reflexão:

“Só quem tiver dado a vida como Jesus poderá entrar na sala e sentar-se à Mesa. 

A tradição, o parentesco de nada adiantam para a Salvação, nem as palavras, a cultura ou a pertença à Igreja. Somente a dedicação à construção de um mundo que manifeste visivelmente a realidade do Reino... 

O convite ao Banquete tem uma única resposta: dar a vida a exemplo de Cristo”.
Foi passando pela morte que Jesus entrou na Glória de Deus e, do Banquete Eterno, com o Pai participa, em comunhão com o Santo Espírito, e nos espera também. 

Sigamos Seus passos, Seu exemplo, pois somente Ele nos garante a entrada nos céus, porque é Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6).

Quaresma: a prática da misericórdia nos faz fraternos

                                                        

Quaresma: a prática da misericórdia nos faz fraternos

Reflexão sobre a passagem do Evangelho sobre o julgamento final, ao qual seremos todos submetidos (Mt 25,31-46).

A Palavra proclamada, escutada, acolhida, meditada e vivida, nos propõe e nos inspira a um balanço de nossa vida cristã, na vigilante expectativa da última vinda do Senhor, servindo-O na alegria, fazendo frutificar o amor que vence no dia do juízo final.

Jesus nos fala do juízo final, nos revela  qual será o fim daqueles que se mantiveram ou não vigilantes e preparados para a Sua vinda vitoriosa “... para que Deus seja tudo em todos)” (1Cor 15,28).

Lembremo-nos do contexto da comunidade de Mateus, que é de desinteresse, instalação, acomodação, rotina. É preciso despertá-la para uma atitude vigilante e comprometida na espera do Senhor que vem. Vigilância para o juízo final.

O critério de julgamento será o amor ou a indiferença vivida para com os pobres (famintos, sedentos, doentes, presos, estrangeiros, nus). Somente o amor concreto e a solidariedade ativa nos credenciam para a eternidade. 

Somente o amor na simplicidade e na gratuidade nos eterniza. Quem vive a misericórdia, o amor, a solidariedade ativa não tem motivo para temer o julgamento final (Tg 2,12-13).

Os discípulos têm que amar Cristo e viver como Ele. Deus não quer condenar ninguém. A autoexclusão de Seu amor está em nossas mãos. Não há lugar para egoísmo e indiferença na construção do Reino de Deus, como Jesus nos falou através de diversas Parábolas.

Cabe a nós, como discípulos missionários, edificá-lo na história através do amor concreto, em solidariedade ativa até que Ele venha e instaure o Reino definitivo, na realização da Parusia.

Jesus também reconhece que existe um cristianismo autêntico mesmo fora da Igreja visível, e que aqueles que não O conheceram mediante o Evangelho, nem por isto ficam isentos do Mandamento do Amor, que se estende a toda a humanidade, nem da sua manifestação na solidariedade ativa.

Reflitamos:

- Como vivemos o amor e a solidariedade ativa?

- O que fazemos para que o Reino de Deus deixe de ser uma imagem e seja, de fato, o Reino do amor, da verdade, da graça, da liberdade, da santidade e da vida?

- Fazemos da religião um ópio que nos anestesia, nos entorpece ou ela é, de fato, a expressão e o revigoramento de nosso compromisso com os empobrecidos, na verdadeira adoração a Deus?

Vivendo a Quaresma, mais configurados a Jesus Cristo no Mistério de Sua Paixão e Morte, contemplemos a Cruz de nosso Senhor: O Seu trono.
Contemplemos Sua coroa, a coroa de espinhos dada pelos homens, a Coroa da Glória dada pelo Pai.

Fixemos nosso pensamento e abramos nosso coração ao Seu Novo Mandamento, o Mandamento do Amor.

A Sua Lei seja a nossa Lei: o amor, vivenciado na mais bela página das Bem-Aventuranças. Que ela seja nosso programa de vida para que um dia também participemos do Reino definitivo, quando Ele vier em Sua glória.

Sejamos armados em Seu exército com a arma do amor.

Testemunhando nossa fé,  
damos corpo e conteúdo à caridade no coração inflamada, 
e somos movidos pela fé na Ressurreição.


A solidariedade, a fraternidade, o amor à vida, 
a paixão pelo Reino nos consome, 

e nos sentimos fascinados por Sua Palavra, 
em nosso pregar e viver,
provocando o mesmo fascínio
naqueles que nos ouvem.


PS: Oportuno para reflexão sobre a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,31-46)

O que fazer para entrar pela “porta estreita” da Salvação?

                                        


O que fazer para entrar pela “porta estreita” da Salvação?

Antes que a “porta” do Reino se feche quero entrar por ela...
O que faço para passar por esta “porta”?
O que faço para alcançar a Salvação?
A “porta” se fechará?  

Reflitamos sobre o Evangelho proclamado na Liturgia da quarta-feira da 30ª Semana do Tempo Comum – (Lc 13, 22-30), em que Jesus apresenta proposta da Salvação destinada a todos os povos.

O desejo de Deus é que haja um só povo, superando-se todas as divisões, discriminações, exclusões...

A Salvação Divina traz em si o desejo de Deus: todos podem ser salvos. A universalidade da Salvação passa por Jesus e vem por meio d’Ele, exclusivamente.

Ele é a “porta estreita” da caridade, doação, partilha e solidariedade. Para passar por esta “porta” não basta apenas multiplicar Orações, aumentar o número de vezes que participamos da Missa e tão pouco das vezes que pronunciamos o nome de Deus...

A porta, ou melhor, a passagem pela porta exige que superemos toda acomodação e  desânimo.

Exige a coragem de enfrentar o sofrimento, que por si só, não faz sentido algum, mas que na perspectiva da fé visto pode ser pedagógico e medicinal.

Sofrimento assumido na perspectiva da Cruz ensina, corrige, amadurece, pode nos curar de certas enfermidades e fragilidades que muitas vezes nem damos conta.

É inconcebível uma fé que nos instale e nos acomode, ao contrário, uma fé autêntica  nos incomoda até que o mundo seja o que Deus deseja, ou seja, o melhor para nós.

Urge recuperar sempre o brilho e o entusiasmo que provém da fé genuína. Mesmo em noites escuras, em momentos de crises Deus continua nos amando. Mesmo nos dramas da vida, Deus manifesta o Seu indizível Amor que nos acompanha e nos salva.

Podemos duvidar de muitas coisas, mas jamais do Amor incondicional de Deus, que muitas vezes parece ausente, mas é constante e sempre presente.

Com isto somos chamados a abandonar toda prática que nos afasta de Deus e do próximo: egoísmo, arrogância, petulância, prepotência, individualismo, indiferenças, rancores, ressentimentos.

Passar pela “larga porta” é trilhar por estas escolhas. A “porta larga” seduz momentaneamente, no entanto, a “porta estreita” salva eternamente! A porta larga é mais fácil, mas empobrece.

A “porta estreita” é muito mais difícil, mas nos enriquece, amadurece. 

Entrar por ela é fazer-se pequeno como Jesus: simples, humilde, servidor, capaz de amar os outros até o extremo, fazendo de nossa vida um dom.

É seguir Jesus no Seu exemplo de Amor e entrega ao Pai, Amor que nos ama e nos amou até o fim, até o extremo.

Amor que foge de nossos parâmetros e categorias. Amor muitas vezes incompreendido.

Amor que, por nós, precisa ser vivido, e quando vivido causa “vertigem”, porque nos desaloja e impulsiona e a vida redimensiona, pois se enraizados no Amor de Cristo, só haverá uma “porta”: a estreita.

Reflitamos:

 A porta da salvação é estreita, mas quem por ela não deseja entrar?
 O céu é possível? Para quem e como?
 Como passar pela porta que nos leva aos céus?

De fato, a salvação é para todos, e a questão, portanto, não é saber quantos a alcançarão, mas se estamos dispostos a multiplicar esforços para pela “porta estreita” passar e a eternidade alcançar!

Façamos, de fato, esforço incansável de passar pela “porta estreita” que nos conduz à eterna felicidade, enraizados no amor de Cristo, brotarão frutos que ficarão para a eternidade!

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Ser Catequista à luz das sete parábolas do Senhor

                                           

Ser Catequista à luz das sete parábolas do Senhor

“Naquele dia, saindo Jesus de casa, sentou-Se à beira-mar. Em torno d’Ele reuniu-se uma grande multidão. Por isto, entrou num barco e sentou-Se, enquanto a multidão estava em pé na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas.” (Mt 13,1-3).

Sete Parábolas saíram dos lábios do Senhor, e chegam aos nossos ouvidos e nas entranhas do coração, que tão somente Deus pode conhecer plenamente.

Sete Parábolas: do semeador, sua Palavra e nosso coração; do joio e do trigo; do grão de mostarda; do fermento na massa; do tesouro escondido; da pérola preciosa e da rede lançada ao mar. (Mt 13,3-50).

Nisto consiste a missão do(a) Catequista: acolher a Palavra, a melhor semente no próprio coração; e discípulo missionário do Divino Semeador, Jesus; e, também, no coração dos catequizandos, a semente da Palavra lançar, na esperança da acolhida em férteis terrenos do chão do coração, com os frutos a produzir, por Deus sempre esperados.

Perseverança e paciência ao lançar as sementes do bem, amor e verdade, com ousadia e coragem, ainda que o inimigo venha semear as sementes do mal, do ódio, da mentira e da pseudofelicidade, pois a autêntica, somente Ele, o Senhor, pode nos alcançar.

Catequese é como um grão de mostarda: ainda que pareça tão pequena e insignificante, pela graça de Deus, faz crescer e florescer, frutos produzir, ainda que não os vejamos e os frutos não saboreemos, mas outros com certeza o farão.

Catequese, fermento que leveda a massa: fermento do amor que faz toda a diferença: tão somente o amor é capaz de gerar o novo em cada um e em cada uma de nós. Há que se apresentar e levedar a humanidade com o eterno fermento do amor que jamais acabará, tão pouco jamais passará (1Cor 13).

Tesouro encontrado e a pérola preciosa de nossa vida é o Senhor Jesus, com a Sua Palavra, Pessoa , e com Ele, a alegria do Reino de Deus entre nós presente. Por este tesouro e pérola, nossas renúncias nada são, ainda que muitos o façamos, incomparável valor, por isto tão somente este Tesouro e Pérola fazem nosso coração crepitar com chamas eternas de amor.

Ser catequista é lançar as redes, sem medo, nas águas mais profundas (Lc 5,1-11), para resgatar do mar da vida homens e mulheres, para que entrem na comunhão com o Senhor, do Reino parte façam, e o coração transborde de alegria.

Catequista, acolha as palavras do Senhor ao final das sete Parábolas:

“’Entendestes todas essas coisas?’ Responderam-lhe: ‘Sim”. Então lhes disse: ‘Por isso, todo escriba que se tornou discípulo do Reino dos Céus é semelhante ao proprietário que do seu tesouro tira coisas novas e velhas.” (Mt 13,51).

Ser Catequista é, com a presença e ação do Espírito, rezar e viver da Palavra de Deus, em permanente leitura, meditação, oração, contemplação, colocando-se como barro na mão do oleiro, porque imperfeitos e inacabados todos o somos, para que mais imagem e semelhança de Deus o sejamos. Amém.

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG