“Peregrinos longe do Senhor...”
“... enquanto peregrinamos em meio às coisas deste
mundo passageiro, aspiremos à imortalidade celeste...”
Sejamos enriquecidos pela reflexão do Bispo São Boaventura (séc. XIII).
“Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor, a fé é o fundamento que sustenta, a lâmpada que orienta, a porta que introduz a todas as iluminações espirituais... é necessário que nos aproximemos do Pai das luzes com fé pura, dobrando os joelhos do coração, para que, por Seu Filho, no Espírito Santo, nos conceda o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo e, com o conhecimento, também o Seu Amor”.
Reflitamos por parte:
“Enquanto estamos peregrinando longe do Senhor...” Nisto consiste o existir, o ato de viver, mas não viver tão apenas por viver. O tempo presente é o peregrinar.
“A fé é o fundamento que sustenta...”
Como peregrinar sem fundamentos, sem princípios, sem âncoras? Como sustentar o existir, para que não seja um mero existir, sem perspectivas, horizontes, anseios, sonhos, projetos?
“... a lâmpada que orienta...”
É a fé que nos mostra por onde andar em meio à escuridão, na penumbra. Bem disse o Senhor: “quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). N’Ele crendo, iluminados e iluminadores o somos...
“... a porta que introduz a todas as iluminações espirituais...”
Quem suportaria a escuridão pior, a escuridão da alma? Quais compromissos se renovariam e se multiplicariam de um coração ou alma na escuridão? Nenhum. Tudo o que fizermos seja porque por Ele iluminados, para o mundo iluminar.
“... dobrando os joelhos do coração, para que, por Seu Filho, no Espírito Santo, nos conceda o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo e, com o conhecimento, também o Seu Amor”.
A fé e o dobrar dos joelhos do coração nos alcançam o perfeito e verdadeiro conhecimento, e o essencial, o amor. Conhecimento e amor alcançados que só se renovam na perfeita busca, na perfeita prática. É próprio do Amor de Deus querer nosso crescimento.
É próprio da Ação Divina sustentar nossa fé, para que cresçamos no amor. E, assim ancorados pela fé e enraizados na caridade a nossa esperança vai se materializando...
Urge, portanto, traduzir a nossa fé, visibilizando-a em compromissos irrenunciáveis: a fé como experiência pessoal e sua manifestação comunitária e social.
Oremos:
“Concedei-nos que, enquanto peregrinamos em meio às coisas deste mundo passageiro, aspiremos à imortalidade celeste, e que, pela fé, esperança e caridade, saboreemos desde já as alegrias do Vosso Reino.”
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