Perdoados e libertos pelo Senhor
A Liturgia da Palavra, da Sexta-feira da 1ª Semana do Tempo Comum, nos apresenta a passagem do Evangelho (Mc 2,1-12).
Reflitamos sobre o Projeto de Salvação que Deus tem para toda a humanidade, e que se viu realizado na Pessoa de Jesus, que deve ser acolhido como Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6).
Através d’Ele, a humanidade pode se voltar novamente para Deus (reconciliação), sobretudo se considerarmos que em cada um de nós existe uma profunda necessidade de libertação do exílio de nós mesmos, das nossas múltiplas paralisias, do nosso afastamento de Deus (pecado).
Reflitamos, também, sobre o perdão dos pecados, a verdadeira doença da humanidade que Jesus combate e derrota ao cuidar da pessoa humana em sua totalidade.
Através d’Ele, a humanidade pode se voltar novamente para Deus (reconciliação), sobretudo se considerarmos que em cada um de nós existe uma profunda necessidade de libertação do exílio de nós mesmos, das nossas múltiplas paralisias, do nosso afastamento de Deus (pecado).
Deste modo, Jesus é a manifestação da bondade, da misericórdia e do Amor divino que liberta o homem de toda paralisia, de todo pecado. Começa a ser desenhado um conflito que o levará à Cruz, por ação e rejeição das autoridades constituídas.
Lembramos que Marcos não faz uma reportagem jornalística, mas uma autêntica catequese sobre a pessoa e a missão de Jesus, que deverá ser por sua vez a missão de todo aquele que O seguir.
Um paralítico é levado por quatro homens e introduzido pelo telhado na casa onde Jesus Se encontrava. Ele será liberto e perdoado manifestando o poder que Jesus possuía, pelo Pai confiado.
Quatro homens significa a humanidade solidária com quem sofre, e vai ao encontro d'Aquele que tem a última Palavra, a resposta, a libertação.
O paralítico sem nome é a mesma humanidade sedenta de vida, liberdade, movimento, dinamismo, enfim, de uma nova possibilidade.
Também revela que a Salvação de Jesus não é somente para a comunidade judaica, mas para a humanidade inteira. Os esforços feitos para que o paralítico chegasse até Jesus retratam os esforços que devemos fazer para chegarmos até Jesus.
Nada pode impedir nosso encontro com a Fonte da Vida e da Liberdade. Tudo se torna nada, para conhecê-Lo, encontrá-Lo. Os esforços são a revelação da ânsia por libertação. Normalmente Jesus Se revela precisamente em nossas fraquezas, temores, cansaços, incertezas.
Ele tem a Palavra e a resposta. Ele é a própria Palavra que cura, liberta, perdoa, porque a plena manifestação do Amor de Deus.
O perdão que Jesus nos concede é a oportunidade do começo de uma nova vida, ao mesmo tempo revela o poder divino que possui, pois é Deus, e somente Deus pode perdoar (aqui o grande conflito: as autoridades reagem dizendo tratar-se de blasfêmia).
A grande mensagem catequética do Evangelista: Jesus tem autoridade para trazer a vida em plenitude. N’Ele, Deus Se revelou como misericórdia, bondade, amor e perdão.
A humanidade que percorre diariamente as estradas de sofrimento e angústia encontra em Jesus uma resposta, uma palavra de Libertação e Vida plena. Somente Ele pode colocar a humanidade numa órbita de vida nova. Sem Ele nada pode ser feito.
O pecado redimido deixa a lembrança no coração do pecador perdoado, não para imobilizá-lo, mas para que relembre sempre a história de um amor vivenciado, de uma nova oportunidade encontrada. Recorda-se como uma História de Salvação, como que um sigilo de um amor que foi e continua a ser maior do que qualquer enfermidade, qualquer pecado, quaisquer deslizes ou infidelidades.
O perdão purifica e renova. No coração de quem foi perdoado, por um pecado cometido, fica a lembrança do amor vivido; força impulsionadora para um novo modo de ser e agir, para a não repetição indesejável das mesmas faltas.
Reflitamos:
- Como testemunhamos Jesus e Seu poder?
- Quem nós conduzimos até Jesus?
- Quem recebe da Igreja a solidariedade necessária para o encontro da vida digna e plena?
- Procuramos superar a cada instante o perigo de uma forma de vida cômoda, instalada, medíocre?
- Testemunhamos nossa fé com coragem para a transformação em todos os níveis?
- Quais são as paralisias que nos roubam o compromisso com a construção do Reino?
- Quais são os pecados assumidos, para que confessados diante da misericórdia de Deus mereçam o perdão?
- Antes de nosso pedido de perdão chegar até Deus, quais são os esforços que fazemos para alcançá-lo?
Deste modo, por meio de palavras e gestos, Jesus ama, salva, perdoa, liberta.
Concluindo:
Concluindo:
A Face misericordiosa de Deus Se revela em Sua ternura, solidariedade, fidelidade, perdão, liberdade e vida plena para todos.
PS: Passagem paralela - Evangelho de Mateus (Mt 9,1-8)
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