A
indiferença ao Mundial na Rússia
Andando
pelas ruas e praças, observamos uma fraca motivação e expectativa em relação à
Copa do Mundo.
Segundo
pesquisa da Folha de São Paulo, podem ser atribuídos, em forma de alegoria
(alusão à derrota do Brasil na última Copa – 7x1), sete motivos para esta
apatia (53% da população são indiferentes ao Mundial de Futebol na Rússia)
1
– a economia – falta de emprego e a perda do poder de compra, inflação
crescente;
2
– corrupção, saúde e violência;
3
– descrédito em relação às instituições do país;
4
– governo federal mais impopular desde a redemocratização do país;
5
– falta de esperança;
6
– crescente desinteresse dos brasileiros pelo futebol;
7
– a perda do orgulho em declarar-se brasileiro.
Um
ponto positivo é o raro apoio da população em
relação ao treinador da Seleção, sobretudo considerando o descrédito em relação
às figuras públicas do país.
(Confira
na íntegra: https://www1.folha.uol.com.br/esporte/2018/06/crises-alimentam-os-medos-que-ampliam-desinteresse-por-copa.shtml)
De
fato, não será um hexacampeonato conquistado que resolverá questões tão sérias
por que passamos.
Agora
é tempo de sonharmos acordados, redescobrindo o caminho do fortalecimento da
democracia em que vivemos.
É
tempo de pautarmos as reflexões nos temas que nos inquietam e roubam a beleza
da vida: fome, desemprego, corrupção, violência, corrupção...
É
tempo de ressuscitarmos os princípios éticos, que asseguram uma sociedade mais
justa e fraterna, em que rostos desfigurados pela fome, tristeza e abandono
sejam transfigurados.
É
tempo de que ressuscitarmos a verdadeira política, a fim de que ela seja, de
fato, a forma sublime da caridade vivida em vista do bem comum, como tão bem expressou o Bem-Aventurado Papa Paulo VI, na “Octogesima Adveniens”, em 1971: “A política é uma maneira exigente - se bem que não seja a única - de
viver o compromisso cristão, ao serviço dos outros.” (n.46).
Mais que o hexacampeonato Mundial de
futebol, precisamos novos dias, novos tempos, novos caminhos, novas realidades
sociais, políticas, econômicas, culturais.
Torcer pela seleção é possível ou
não, mas compromissos com um Brasil mais justo e fraterno, mais que possível, é
necessário, inadiável e ninguém pode se omitir.
PS: Texto escrito em julho de 2018 - Mundial de Futebol na Rússia
PS: Texto escrito em julho de 2018 - Mundial de Futebol na Rússia
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