segunda-feira, 1 de julho de 2024

A indiferença ao Mundial na Rússia


A indiferença ao Mundial na Rússia

Andando pelas ruas e praças, observamos uma fraca motivação e expectativa em relação à Copa do Mundo.

Segundo pesquisa da Folha de São Paulo, podem ser atribuídos, em forma de alegoria (alusão à derrota do Brasil na última Copa – 7x1), sete motivos para esta apatia (53% da população são indiferentes ao Mundial de Futebol na Rússia)

1 – a economia – falta de emprego e a perda do poder de compra, inflação crescente;
2 – corrupção, saúde e violência;
3 – descrédito em relação às instituições do país;
4 – governo federal mais impopular desde a redemocratização do país;
5 – falta de esperança;
6 – crescente desinteresse dos brasileiros pelo futebol;
7 – a perda do orgulho em declarar-se brasileiro.
Um ponto positivo é o raro apoio da população em relação ao treinador da Seleção, sobretudo considerando o descrédito em relação às figuras públicas do país.


De fato, não será um hexacampeonato conquistado que resolverá questões tão sérias por que passamos.

Agora é tempo de sonharmos acordados, redescobrindo o caminho do fortalecimento da democracia em que vivemos.

É tempo de pautarmos as reflexões nos temas que nos inquietam e roubam a beleza da vida: fome, desemprego, corrupção, violência, corrupção...

É tempo de ressuscitarmos os princípios éticos, que asseguram uma sociedade mais justa e fraterna, em que rostos desfigurados pela fome, tristeza e abandono sejam transfigurados.

É tempo de que ressuscitarmos a verdadeira política, a fim de que ela seja, de fato, a forma sublime da caridade vivida em vista do bem comum, como tão bem expressou o Bem-Aventurado Papa Paulo VI, na “Octogesima Adveniens”, em 1971: “A política é uma maneira exigente - se bem que não seja a única - de viver o compromisso cristão, ao serviço dos outros.” (n.46).

Mais que o hexacampeonato Mundial de futebol, precisamos novos dias, novos tempos, novos caminhos, novas realidades sociais, políticas, econômicas, culturais.

Torcer pela seleção é possível ou não, mas compromissos com um Brasil mais justo e fraterno, mais que possível, é necessário, inadiável e ninguém pode se omitir.

PS: Texto escrito em julho de 2018 -  Mundial de Futebol na Rússia

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