Bem-Aventuranças
vividas, mundo transformado
No 6º domingo do Tempo Comum (ano C),
ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,17.20-26), em que Jesus nos
apresenta o Sermão da Planície, que se vividas é o único e autêntico caminho
para a felicidade que tanto desejamos e buscamos.
Vemos em Sua proposta, um programa de
felicidade: Paradoxal caminho da felicidade, porque tão diferente da felicidade
que o mundo oferece, porque as Bem-aventuranças vividas, inevitavelmente, a
cruz quotidiana deve ser assumida e carregada, com suas necessárias renúncias,
para maior liberdade e fidelidade no seguimento ao Senhor.
Importa acolhê-lo, quer na montanha (Mt
5,1-12), ou mesmo na planície (Evangelho de Marcos).
É fundamental que vivamos este Projeto
na planície de nosso quotidiano. Não podemos ficar para sempre na montanha,
ainda que nos seja tentador (Pedro que o diga).
Enquanto o mundo novo não irrompe nas
relações entre nós, os “ais” de Jesus ecoam no mais profundo de nosso coração,
bem como o convite à vivência das Bem-aventuranças.
Quando os “ais” de Jesus são acolhidos,
rompe-se e supera-se todo egoísmo, prepotência, injustiça, exploração, ilusões,
dolorosas frustrações, porque não confiaremos demais nas pessoas (prescindindo
de Deus), tão pouco em nós (em execrável autossuficiência), nem confiaremos nas
coisas em si, nos bens que passam...
Quando as Bem-Aventuranças são
encarnadas, inauguram-se relações de partilha, solidariedade, comunhão e amor,
humildade, gratuidade, doação... Ganham vigor as relações fraternas.
Celebrando a Eucaristia,
experimentamos a força do Ressuscitado, subimos a montanha Sagrada, onde Deus
Se revela e nos envolve com Seu sopro e rompemos com o velho mundo e sua
enganadora proposta de felicidade.
Precisamos subir sempre a Montanha
Sagrada e respirar o ar de Deus que nos refaz de nossos cansaços, fortalece-nos
para suportar sofrimentos, superando quaisquer sinais de marginalização, para
que o Reino de Deus aconteça.
Ainda que alcançado por caminhos tão
diferentes daquele que a humanidade teima em propor... A felicidade divina é
alcançada não por quem tem todos os tesouros da terra, mas por quem fizer de
Deus seu grande e belo tesouro.
Nossas comunidades precisam encarnar o
Projeto das Bem-aventuranças! Elas são caminhos para se viver com absoluta
confiança em Deus e chegar até Ele, alcançando o desejo mais profundo d’Ele
para nós, e que desde a concepção desejamos: A felicidade! Para a felicidade
que Deus nos criou! É este o genuíno e irremovível Projeto de Deus para nós!
A fé na Ressurreição faz-nos
comprometidos com o Projeto das Bem-Aventuranças, alcançando a felicidade desde
já, para desabrochar plenamente na madrugada de nossa Páscoa.
A felicidade está ao nosso alcance, mas
saibamos o caminho único para alcançá-la: o caminho da Bem-Aventuranças.
Este caminho passa pela cruz, nem
sempre pela humanidade, entendido. Por quem recebeu o Batismo, nem sempre bem
assumido. Caminho da cruz, aparente sinal de
fracasso e desilusão, mas para aquele que crê, certeza de vitória, alegria transbordante no
coração.
Sejamos pobres em espírito, porque a eles
pertence o Reino dos Céus, disse o Senhor.
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