terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Em poucas palavras...

 


Jesus: dom total de Si na liberdade e no amor

"A vontade do Pai jamais foi a morte do Seu Filho. Tal atitude seria própria de um Deus sanguinário, que só se aplacaria com o sangue de um ente querido...

Em Jesus não há dissociação entre rito e vida; sua morte é sacrifício espiritual, porque é dom total de si na liberdade e no amor.” (1)

 

 

(1)               Missal Cotidiano – Editora Paulus – passagem da Carta aos Hebreus (Hb10,-10) – pág, 680

Em poucas palavras...

 


Jesus fala com autoridade

“No meio de tantas palavras que tendem para iludir e seduzir, que prometem paraísos fáceis e imediatos, surge uma Palavra que promete e que exige ao mesmo tempo paciência e fadiga, sem fáceis alterações. A Palavra de Deus tem de parecer revestida de uma outra ‘exousia’!”  (1)

 

 

(1) Lecionário Comentado - Volume I - Tempo Comum - Paulus - Lisboa - pag.166

Passagem do Evangelho de Marcos (Mc 1,21-28).

 

“Eu vim, ó Deus, para fazer a Tua vontade”

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“Eu vim, ó Deus, para fazer a Tua vontade”

Os Profetas anunciaram a vinda da nossa Paz,
Esta é o próprio Jesus, nosso Salvador,
Que nasceria em Belém de Éfrata.

promessa d’Aquele que dominaria Israel
E o povo jamais se sentiria abandonado,
Pois apascentaria com a força do amor.

Seu Reino de amor, verdade, justiça,
Fraternidade, liberdade, eterno e universal,
Por toda a Terra se estenderia.

Promessa feita, que assim se cumpriu,
Como nos diz o autor da Epístola aos Hebreus:
Eis que Ele veio para fazer a vontade de Deus.

Com a oferenda e sacrifício de Sua Vida,
Nos resgatou, reconciliou e redimiu;
Por Sua vontade livremente, santificados fomos.

Sacrifício realizado uma vez por todas,
Cuja Memória, em cada Eucaristia celebramos,
E deste Banquete Eterna de Vida participamos.

Mas para que a promessa se tornasse realidade,
Deus quis contar com a nossa participação,
De modo notável, Maria,  sem comparação.

Com Seu sim, o Espírito nela agiu silenciosamente,
E o Verbo em seu ventre concebeu divinamente:
A Luz do mundo, a Divina fonte da vida da humanidade.

Promessarealização e necessária participação
Contemplemos Maria em sua visitação,
Levando à sua prima, a alegria do Santo Espírito.

Trocam palavras de exultação que ressoam nos tempos.
Com as crianças em seus ventres presentes:
Um o precursor, o outro o esperado Salvador.

Promessa, realização e participação
Cada tempo estas palavras ganham conteúdo e forma
Hoje é a nossa resposta que Deus espera.

Promessa, realização e participação
Em todo tempo, o tempo da vigilância,
Da conversão, da alegria, e de nossa prontidão.

Como Maria, aprendamos, sem demora,
Prontamente nos pormos a caminho
Em santa viagem de amor, serviço e doação.

Somos discípulos missionários do Senhor,
E em todo o tempo digamos:

“Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor”


Liturgia da terça-feira da 3ª Semana do Tempo Comum:  Hb 10,1-10 (ano ímpar); Mc 3,31-35

Exigências para que pertençamos à família do Senhor (27/01)

                                                            Resultado de imagem para ouvir e por em prática a palavra de deus

Exigências para que pertençamos à família do Senhor

Na terça-feira da 3ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 3,31-35), na qual Jesus nos ensina que Sua família é constituída por todos aqueles que fazem a vontade de Deus, e não tão apenas pelos laços de sangue.

É condição indispensável, portanto, um compromisso com o Evangelho e com o Reino de Deus, sem jamais fazer a separação entre que o se crê e o que se vive, o que se celebra e o que se traduz no cotidiano, nos mais diversos âmbitos da vida.

Deste modo, para Jesus, há algumas exigências indispensáveis para que alguém se torne importante para Ele, e de Sua família faça parte:


- ouvir a Palavra de Deus, colocando em prática;

- pautar toda existência pelo Mandamento maior do Amor a Deus e ao próximo; amando como Ele nos ama – “amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei” (Jo 13,34);


- saber perdoar, e procurar o perdão, quando necessário, como expressão de que todos somos passíveis de erros e necessitados do perdão do outro, para viver a autêntica misericórdia que Ele nos ensinou;

- ter a alegria de partilhar o melhor que se possui, para que o milagre da multiplicação continue a ser realizado, de modo que não haja necessitados entre nós;


- aprender que, na acolhida do outro, se acolhe o próprio Jesus, sobretudo se for um pequenino, pobre, doente, marginalizado;

- saber se esforçar, quando preciso, em ser sinal de consolo, compreensão e solidariedade, como a mais bela expressão da compaixão divina com expressões concretas;


- ser comprometido com a Boa-Nova do Reino, com coragem e profecia, sem deixar-se submergir no medo, na omissão e na indiferença;

- viver a doação pura e simples, sem nada esperar em troca, na mais perfeita alegria;


- saber ser feliz com os que são felizes, mas também saber chorar com os que choram,

- não somente se encontrar e se reunir para celebrar, orar, mas fazer o necessário prolongamento no dia a dia, jamais separando a Mesa da Palavra e do Altar das incontáveis mesas do cotidiano.


Há outras exigências, mas estas já são o bastante para avaliarmos o quanto somos, de fato, membros da família de Jesus.


Neste sentido, contemplamos Maria, Sua Mãe, como a mais perfeita e integrada em Sua família, porque não somente foi Mãe da Salvador, pela ação do Espírito Santo, mas em todo o seu viver sempre colocou a vontade Deus acima da própria vontade.


Maria é por excelência modelo de escuta à prática da Palavra, e nos ensina o mesmo fazer, e mais: com ela também podemos contar, para que o mesmo façamos, ressoando em nosso coração suas palavras que não emanaram de seus lábios apenas, mas de um coração pleno do amor e graça divina:

“Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

Correspondemos ao Amor de Deus?

                                                                

Correspondemos ao Amor de Deus?

“Ele é tão bom que não cobra remuneração,
mas Se satisfaz com ser amado em vista de Seus dons..."

No tesouro espiritual da Igreja, temos na Liturgia das Horas parte “Da Regra mais longa”, do Bispo São Basílio Magno, século IV que nos fala sobre o imenso amor de Deus por nós.

“Que palavra poderá verdadeiramente descrever os dons de Deus? São tantos que não se podem enumerar. São de tal grandeza que um só deles bastaria para merecer toda a nossa gratidão para com o Doador. 

Há um que a nós, seres racionais e inteligentes, seria forçosamente impossível esquecê-lo, e pelo qual jamais o louvaríamos condignamente: Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Honrou-o, assim, com a reflexão. 

Só a ele, dentre todas as criaturas, deu a razão. Concedeu-lhe o gozo da indizível beleza do paraíso e o constituiu rei de toda a terra. 

Enganado o homem pela serpente, caído no pecado e pelo pecado na morte e nos sofrimentos que a acompanham, nem por isto Deus o abandonou; mas pela Lei, que lhe serviria de auxílio no princípio, colocou Anjos para guardá-lo e dele cuidar. 

Enviou Profetas para denunciarem os vícios e ensinarem a virtude. Susteve por ameaças o ímpeto do mal, e estimulou por promessas a prontidão para o bem. Não poucas vezes, declarou antecipadamente, em relação a várias pessoas, qual o fim dos bons e o dos maus a fim de advertir os outros. 

A tantos benefícios, porém, respondemos com a nossa rebeldia. Ele, contudo, não se afastou de nós. A bondade do Senhor não nos abandonou. 

Nem mesmo pela estupidez com que desprezamos Seus dons conseguimos destruir Seu Amor em nós, embora desdenhássemos nosso benfeitor. 

Ao contrário, fomos libertos da morte e chamados de novo à vida por nosso Senhor Jesus Cristo. Maior motivo ainda de admiração por tanta bondade vem de que: Sendo Ele de condição divina não Se prevaleceu de Sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si mesmo assumindo a forma de escravo.

E não só, mas tomou sobre Si nossas misérias, carregou nossas fraquezas, por nós foi ferido para curar-nos por Suas chagas; e ainda, redimiu-nos da maldição, fazendo-se por nós maldição, sofrendo morte infamíssima para nos reconduzir à vida gloriosa.

Não se contentou em chamar os mortos à vida, quis ainda conceder-nos a glória de Sua divindade e preparar-nos um descanso eterno cuja imensa alegria supera qualquer imaginação.

O que, então, retribuiremos ao Senhor por tudo quanto nos deu? Ele é tão bom que não cobra remuneração, mas Se satisfaz com ser amado em vista de Seus dons. 

Quando penso em tudo isto, para dizer o que sinto, fico horrorizado e cheio de espanto, pois, por minha leviandade e preocupação com coisas vãs, posso perder o Amor de Deus e ser uma vergonha e um opróbrio para Cristo.”

Reflitamos sobre o indizível amor de Deus por nós e a necessária correspondência de nossa parte que deve crescer a cada dia.

Urge que sejamos vigilantes para que não caiamos na leviandade e também nos consumirmos com preocupações vãs que nos desviam do Amor de Deus, tornando-nos uma vergonha e uma infâmia para Cristo.

Acompanhe-nos atitudes sinceras e corajosas para dar concretude a cada resposta no emaranhado da existência, para que, então, correspondamos ao Amor de Deus tanto quanto possamos, sem jamais desistir em darmos o melhor a Deus, na solicitude e busca do caminho da perfeição, no subir silenciosa e dedicadamente cada degrau da escada que nos levarão até Ele. 

Reflitamos: 

  Ø   De que modo retribuímos ao Senhor por tudo quanto nos deu até o presente?

  Ø   O que podemos fazer para retribuirmos ainda mais?

  Ø   Quais os eventuais perigos de leviandades que nos levariam a perda do Amor de Deus?

  Ø   Quais são as preocupações autênticas que devem nos consumir para que não nos afastemos dos desígnios divinos?

  Ø   “Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus...” (Fl 4,6).  Confio na força e presença divina para superação das dificuldades, procurando soluções para eventuais preocupações, problemas que são inerentes à existência humana?

Ressoe sempre em nosso coração a inquietação do Bispo, para que jamais nos descuidemos no corresponder à altura ao imensurável Amor de Deus: 
Quando penso em tudo isto, para dizer o que sinto,
fico horrorizado e cheio de espanto, pois,
por minha leviandade e preocupação com coisas vãs,
posso perder o Amor de Deus
e ser uma vergonha e um opróbrio para Cristo.”

Abertos aos ensinamentos do Espírito

                                 


Abertos aos ensinamentos do Espírito
 
A finalidade de um Planejamento Paroquial ou Diocesano é garantir  que as comunidades e paróquias sejam bem conduzidas nas inúmeras atividades programadas.
 
São iluminadoras as palavras contidas no Sermão do Venerável e Doutor da Igreja São Beda (séc. VIII), sobre a Visitação de Maria a Isabel:
 
“Estando Isabel iluminada pelo mesmo Espírito Santo de que estava cheia, soube o que significava a alegria do infante que trazia em si: a consciência da visita da Mãe preciosa do soberano Senhor, e de quem ele haveria de ser embaixador e precursor. Foi admirável esta obra do Espírito Santo, porque, quando Ele é o que ensina, não retarda o conhecimento do que aprende.
 
Deste modo, abertos ao Espírito Santo, que nos conduz, ensina e ilumina, trilhemos o caminho da Evangelização, anunciando e testemunhando Jesus Cristo e a Sua Boa Notícia em todo lugar e a todas as pessoas, com amor, zelo e alegria.
 
É nossa missão ser sinal e presença de Jesus Cristo, que nos revela a misericórdia do Pai.
 
Evidentemente, não podemos prescindir da presença da Estrela da Evangelização, Maria,  que nos acompanha em todos os momentos.
 
Ela, a primeira discípula missionária do Senhor, na qual o Espírito Santo pôde agir plenamente, na fidelidade a Deus, cremos, caminha conosco e, no cansaço ou nas dificuldades, somos acolhidos em seu colo maternal e cobertos por seu manto sagrado, para que a seu exemplo, refeitas nossas forças, continuemos a nossa missão.
 
Alimentados pelo Pão da Eucaristia e iluminados pelo Pão da Palavra, renovemos nossos compromissos batismais como alegres e incansáveis trabalhadores da vinha. Pois apesar de nossas fraquezas e limitações, Deus sabe com elas trabalhar, como tão bem expressou o Papa Bento XVI no início de seu pontificado.

Anunciar e testemunhar “A alegria do Evangelho”

                                                

Anunciar e testemunhar “A alegria do Evangelho”

 
“Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos,
batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” (Mt 28, 19-20).
 
Para nos conduzir na concretização de um Planejamento Paroquial ou Diocesano, são iluminadoras as palavras do Papa Bento XVI, retomadas pelo Papa Francisco em sua primeira Exortação Apostólica, “Evangelii Gaudium” – Alegria do Evangelho – (n. 7):
 
“Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Carta Encíclica Deus Caritas Est - n. 1).
 
Num contexto de mudança de época, urge que cada cristão seja missionário, na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus, de tal modo que a intimidade com o Senhor é condição indispensável para que sejamos alegres discípulos missionários Seus.
 
E nisto consiste a nossa missão: anunciar e a testemunhar a “Alegria do Evangelho”, que tem um fundamento e uma fonte que a muitos pode chocar: a Cruz, que nosso Senhor carregou e nos oferece para ser carregada cotidianamente, precedida das renúncias necessárias (cf. Lc 9,23-25).
 
A autêntica alegria Pascal se alcança passando, inevitavelmente pela cruz,  carregando-a com coragem, iluminados pelos Ensinamentos dos Apóstolos, nutridos pela Fração do Pão, no Sacramento da Eucaristia, prolongado e testemunhado na Comunhão Fraterna, e na Oração pessoal, familiar e comunitária (cf. At 42,-27).
 
Portanto, tenhamos sempre em mãos a Sagrada Escritura para cultivarmos uma espiritualidade bíblica que sacie nossa sede Deus, na prática da Leitura Orante da Sagrada Escritura, e que, também, o Catecismo da Igreja Católica esteja em nossas mãos, para estudo e aprofundamento, para que em nossa vida apareçam mais acentuados e expressivos os Ensinamentos dos Apóstolos.
 
Por fim, que o Planejamento, com suas avaliações, objetivos e estratégias, fruto de muito esforço e Oração, em abertura ao Espírito, bem como as inúmeras atividades contempladas, nos faça mais fervorosos na fé, numa prática ativa e incansável da caridade, para dar razão de nossa esperança de que o Reino de Deus já está em nosso meio, e que esta é a grande razão de nossa alegria (cf. 1 Pd 3,15).
 
Com Maria, em autêntica devoção, renovemos continuamente o nosso sim a Deus e à Sua vontade. – “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa Palavra” (Lc 1, 38).     

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