quarta-feira, 19 de março de 2025

A difícil e bela missão de ser pai

A difícil e bela missão de ser pai

Celebramos no dia 19 de março a Solenidade de São José, esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria e patrono da Igreja, e a Liturgia da Palavra nos apresenta estas leituras: 2Sm 7, 4-5a.12-14a; Rm 4, 13.16-18.22; Mt 1, 16.18-21.24.

Sejamos enriquecidos por esta reflexão a fim de que edifiquemos famílias como santuários da vida, uma pequenina Igreja doméstica:

“A Igreja propondo-nos, em algumas Festas, a figura de homens – os Santos [...]  Propõe-se, ao invés, essencialmente, um fim educativo e pastoral; quer colocar-nos diante dos olhos encarnações concretas do Evangelho, isto é, um valor religioso vivido exemplarmente num estado e numa situação particular da  vida.

O valor evangélico encarnado por São José é o da paternidade: o que é necessário para ser um pai ‘de acordo com os planos de Deus’. É bonito saber que em alguns lugares se tenha escolhido a Festa de São José para fazer nas famílias ‘a festa do pai’.

A segunda leitura nos falou também de paternidade, com a figura de Abraão, pai de muitos povos. Também esta paternidade metafórica, da fé, ajuda a entender o sentido profundo de ser pai.

No Evangelho fala-se, enfim, de outro Pai, o único que Jesus chama ‘o meu Pai’  (talvez para tornar mais precisas as palavras de Maria: Teu pai e eu, angustiados, Te procurávamos).

José é uma pessoa da qual se fala pouco. Temos muitas oportunidades, graças às numerosas festas de Nossa Senhora, falar da mãe e da mulher, mas poucas – talvez somente a de hoje – para falar da pessoa do pai.

[...] No Antigo Testamento – escutamos na primeira Leitura – Deus diz:

Eu serei para ele um Pai; São Paulo escreve que toda paternidade, no céu e na terra, deriva e toma nome da paternidade divina (cf. Ef 3,15).

Em duas coisas Jesus nos ensinou a reconhecer, sobretudo, a paternidade de Deus. A primeira é esta: Deus é Pai porque cuida de nós (cf. 1Pd 5, 7): Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lhe peçais. [...]

Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã (Mt 6, 8-34); vós, pois, que sois maus – acrescenta Jesus – sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celeste dará boas coisas aos que lhe pedirem (Mt 7, 11).

São José encarnou este traço da paternidade. Sua solicitude desinteressada pela esposa e pelo ‘filho’ enche as primeiras páginas do Evangelho.

Quantas coisas pode isto sugerir a um pai cristão! O que significa desperdiçar, olhar para o que é realmente útil para a família, não para os próprios gostos e caprichos.

Significa não se aproveitar do próprio trabalho como pretexto para humilhar; nunca fazer pesar aos de casa que eles estão comendo ‘em suas costas’.

Significa cuidar da saúde e da integridade de seus familiares, não expô-los inutilmente a perigos, por exemplo quando dirige o carro.

A solicitude deve estender-se também à saúde mental e moral. Por isso, o pai controlará o que entra em sua casa, pessoas e livros.

O outro traço que Jesus nos apontou muitas vezes na paternidade de Deus é a bondade, isto é, Sua doçura, Sua ternura e Sua longanimidade: Sede misericordiosos – isto é, bons – como também vosso Pai é misericordioso (Lc 6, 36). Pensemos na atitude com que Jesus descreve o pai na Parábola do filho pródigo, quando este volta para casa: isto é bondade e magnanimidade.

Pensemos agora em São José, em sua delicadeza com Maria quando esta lhe revelou o mistério da sua maternidade, em silêncio no templo.

Uma coisa que os pais devem corrigir é precisamente esta. Seu verdadeiro papel na família não é, com efeito, se ocupar apenas da parte financeira, mas ser a imagem de uma bondade forte ou de uma energia bondosa.

Do contrário, vai acontecer como àquele pai desesperado porque, depois de ter dado ao filho várias notas de cem reais cada semana para se divertir, um dia o ouviu dizer: ‘Você nunca me deu nada. Por que me fez nascer?’.

Seria preciso pensar também no modo com que se exerce a autoridade. O pai não é chefe do jeito de quem dirige um trabalho ou um exército.

Não há coisa mais triste do que conhecer crianças que têm medo do próprio pai e esperam que ele saia de casa para falar e sentir-se livres. Há um número considerável destas crianças que crescem, consequentemente, cheias de inseguranças e de complexos.

É grandeza de alma reconhecer também a contribuição da própria esposa e externar este reconhecimento com gestos e palavras. E depois o diálogo conjugal; é mau sinal reservar seus melhores pensamentos, os comportamentos mais gentis para quando se está fora de casa, com os amigos ou com outras mulheres.

A coisa mais bonita e, tacitamente, mais desejada por parte dos filhos é que o pai e a mãe demonstrem que se querem bem. Isto dá-lhes segurança, os faz crescer; é como oxigênio para seus jovens pulmões. Tantas fugas trágicas no paraíso da droga e da delinquência começam pelas carências neste campo: as rupturas violentas entre pais deixam marcas no ânimo dos filhos e apagam sua confiança na vida.

O amor que havia entre o pai adotivo e a mãe de Jesus! Este se reflete também naquelas sentidas palavras de Maria: Teu pai e eu, angustiados, Te procurávamos; a angústia do pai é mencionada antes da sua.

A paternidade deve se enriquecer, em relação aos filhos, pela amizade. Isto exige que se fale livremente com eles; que não se continue a tratá-los como crianças, como acontece, muitas vezes, também quando são maiores e responsáveis; que não se apele demais para a autoridade e nem para o paternalismo; que se tenha a paciência necessária de esperar que amadureçam para que descubram por conta própria a razão de certas decisões” (1)

À luz do que afirmou o autor, Raniero Cantalamessa, apresento esta oração: 

Oremos: 

Ó Deus, contemplando a vocação de tantos pais,
Vejo como é bela e difícil a missão de ser pai.

Elevo Orações por todos os pais de nossa comunidade.
Suplico-Vos que lhes conceda a força e a luz divina
para serem como São  José,

Pai adotivo do Senhor, servo bom e fiel,
Guardião e defensor da Divina Fonte da Vida, Jesus.

Guiados por Vós, sejam como sois: solícitos, dóceis, ternos,
Pacientes e misericordiosos.

Dai, ó Deus, a eles a alegria serena e a
Graça de viver uma profunda e fecunda paternidade
Sendo de Vós imagem e sinal. Amém!

Pai Nosso que estais nos céus...

(1) “O Verbo Se fez carne” – Raniero Cantalamessa - Editora Av Maria - 2013 - pp. 834-836 

Mensagem do Papa Francisco - 2021 - "São José: o sonho da vocação"

 


Mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Tema: São José: o sonho da vocação”

Retomemos a Mensagem do Papa Francisco para o dia do Bom Pastor (4º Domingo da Páscoa) e o 58º Dia Mundial de oração pelas vocações (2021).

A mensagem tem como motivação o Ano especial dedicado a São José, iniciado dia 8 de dezembro do ano passado e a encerrar dia 8 de dezembro do próximo ano, por ocasião do 150º aniversário da declaração dele como Padroeiro da Igreja universal da Igreja, do Papa PIO IX.

São José, afirma o Papa, neste contexto de pandemia, que tem suscitado incertezas e medos sobre o futuro e o próprio sentido da vida, vem em nossa ajuda com a sua mansidão, como um Santo ao pé da porta, e com seu forte testemunho, guiar-nos no caminho.

Apresenta-nos São José, embora não fosse famoso, tão pouco os Evangelhos transcrevam uma palavra sequer, como modelo de toda vocação realizada com amor e expressão de alegria, a partir de três palavras-chaves: sonho, serviço e fidelidade.

Sonho – São José, através dos sonhos que Deus lhe inspirou, fez da sua existência um dom, como nos falam os Evangelhos de seus quatro sonhos (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19.22).

A partir destes, São José soube alterar os seus planos para executar os misteriosos projetos de Deus, ainda que tivesse que sacrificar os próprios.

Que ele ajude a todos, sobretudo aos jovens em discernimento, a realizar os sonhos que Deus tem para cada um; inspire a corajosa intrepidez de dizer «sim» ao Senhor, que sempre surpreende e nunca desilude, disse o Papa.

2º - Serviço - ele viveu em tudo para os outros e nunca para si mesmo, com capacidade de amar sem nada reservar para si próprio, encarnando o sentido oblativo da vida, de modo que toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício; assim como no sacerdócio e na vida consagrada, ou qualquer outra vocação, requer-se esta maturidade.

São José, diz o Papa, é como a mão estendida do Pai Celeste para o Seu Filho na terra, sendo modelo para todas as vocações, pois para isto são chamadas: ser as mãos operosas do Pai em prol dos Seus filhos e filhas.”

3º - Fidelidade – A vocação de José se realiza na fidelidade incondicional a Deus, como um homem justo (Mt 1,19), que, no trabalho silencioso de cada dia, persevera na adesão a Deus e aos Seus desígnios, tudo repassando com paciência, pois sabia que a existência se constrói apenas sobre uma contínua adesão às grandes opções, e isto corresponde à laboriosidade calma e constante com que desempenhou a profissão humilde de carpinteiro (cf. Mt 13, 55).

Esta fidelidade se alimentava das palavras recebidas em sonho, em permanente convite para que não tivesse medo, porque Deus é fiel às Suas promessas: “José, filho de David, não temas’ (Mt 1, 20).

A todos, o Papa nos dirige estas palavras, para que não tenhamos medo de dar nossa resposta “...quando, por entre incertezas e hesitações, sentes como inadiável o desejo de Lhe doar a vida. São as palavras que te repete quando no lugar onde estás, talvez no meio de dificuldades e incompreensões, te esforças por seguir diariamente a Sua vontade. São as palavras que descobres quando, ao longo do itinerário da chamada, retornas ao primeiro amor. São as palavras que, como um refrão, acompanham quem diz sim a Deus com a vida como São José: na fidelidade de cada dia”.

Finaliza a Mensagem expressando o desejo de que, assim como na casa de Nazaré, onde reinava “uma alegria cristalina” (como diz um hino litúrgico), ela se faça presente em todos os lugares, como em nossos seminários, institutos religiosos e residências paroquiais:

“É a alegria que vos desejo a vós, irmãos e irmãs que generosamente fizestes de Deus o sonho da vida, para O servir nos irmãos e irmãs que vos estão confiados, através duma fidelidade que em si mesma já é testemunho, numa época marcada por escolhas passageiras e emoções que desaparecem sem gerar a alegria. São José, guardião das vocações, vos acompanhe com coração de pai!”


Oração pela Família (V Encontro Internacional da Família)

Oração pela Família

“Ó Deus, que nos deixastes um modelo perfeito de vida  familiar, vivida na fé e na obediência à Vossa vontade na Sagrada Família, damo-vos graças pela nossa família.

Concedei-nos a força para permanecermos unidos no amor, na generosidade e na alegria de vivermos juntos.
 
Ajudai-nos na nossa missão de transmitir a fé
que recebemos de nossos pais.

Abri o coração dos nossos filhos para que cresça neles a semente da fé que receberam no Batismo.

Fortalecei a fé dos nossos jovens, para que cresçam no conhecimento de Jesus.

Aumentai o amor e a fidelidade em todos os casais,
especialmente naqueles que atravessam sofrimentos
ou dificuldades.

Derramai a Vossa graça e a Vossa Bênção sobre todas as famílias do mundo.

Unidos a José e a Maria, nós Vo-lo pedimos por Jesus Cristo Vosso Filho, Nosso Senhor. Amém” (1)


(1) Oração do V Encontro Internacional das Famílias, Valência, julho de 2006 – citada no Leccionário Comentado – Editora Paulus – Lisboa – pág. 262 – Advento/Natal.

terça-feira, 18 de março de 2025

Brasão Episcopal de Dom Otacilio Ferreira de Lacerda

                                                                 

Brasão Episcopal de Dom Otacilio Ferreira de Lacerda

O Brasão é composto de um escudo dividido em quatro partes, uma cruz dourada em fundo chapado azul, que representa a devoção de Dom Otacilio a Nossa Senhora do Bom Sucesso, fonte inspiradora para aceitar o chamado ao ministério episcopal. O “SIM” de Maria iluminou o “SIM” de Dom Otacilio.

Cruz dourada significa AUTORIDADE AMOROSA, como deve ser marcada a vida de um bispo.

Na parte superior do Escudo, à direita, está uma Bíblia aberta, prateada, com contorno dourado, tendo no centro uma lança ladeada das letras gregas ALFA E ÔMEGA: Cristo, o princípio e o fim da dedicação episcopal de Dom Otacilio.

À esquerda da parte superior do brasão está uma Âncora prateada que significa o Cristo que ancora a perseverança fiel de seu ministério, mesmo nos momentos de dificuldades e, ao mesmo tempo, a renovação da esperança nas promessas de Cristo, onde ancora seu coração.

Abaixo, à direita do brasão, a imagem do Cordeiro, que devido à sua candura e tolerância é símbolo de mansidão e pureza de coração, qualidades necessárias para os que estão a serviço do acolhimento dos fiéis que procuram a pessoa do Bispo, como pastor da Igreja onde ele está.

Abaixo, à esquerda, está uma Estrela, que significa “Maria, a Estrela da Nova Evangelização”, propósito claro na opção de Dom Otacilio no seu ministério episcopal.

Atrás do brasão, a Cruz em ouro simboliza o cajado do pastor, que deve continuar a Missão de Jesus Cristo, Morto e Ressuscitado, sustento e modelo do serviço pastoral que o novo Bispo deseja exercer. Na ponta da cruz-cajado, o listel com o lema de Dom Otacilio: “PARA MIM O VIVER É CRISTO” - “MIHI VIVERE CHRISTUS EST” (Fl 1,21).

Encimando o brasão está o chapéu prelatício verde, com seis borlas de cada lado, símbolo do Episcopado.

Dom Otacilio deseja transparecer em seu ministério a vida de Cristo, através da Palavra proclamada, da tradição dos Santos Padres trazidas para a experiência da vida.

A espiritualidade Paulina que inspirou seu lema, e a devoção e espiritualidade Mariana estão presentes em seu ministério e no serviço de uma Igreja missionária.

Na Eucaristia, encontra o sustento e força da presença de Cristo, experiência profunda de comunhão. 

Em poucas palavras...

 


Quaresma: mergulhados no amor da Santíssima Trindade

Trilhando o caminho quaresmal, iluminadoras são as palavras de Santa Teresa de Ávila para o fortalecimento da espiritualidade no seguimento de Jesus: “Amor traz amor”

Quanto mais o Amor de Deus tomar conta da vida do Discípulo, mais amor trará não somente para si, mas para aqueles que consigo vivem. O povo simples diz “quem planta amor, colhe amor...”.

Assim, também, sejamos iluminados pelo conselho de São João da Cruz: “Onde não há amor, põe amor e tirarás amor” .

 

Reconheçamos nossos pecados

                                                 

Reconheçamos nossos pecados

“O pecado é fratura, divisão, dilaceramento.
Ele pode insinuar-se em nossa vida de fé
e separar a fé da vida”.

Na segunda terça-feira da Quaresma, ouvimos as seguintes passagens: Is 1, 10.16-20; Sl 49; Mt 23,1-12, e refletimos sobre nossa conduta, para que tenhamos uma prática religiosa mais sincera e autêntica, revendo nossas atitudes e, sobretudo, reconhecendo nossos pecados.

Mas o que é o pecado?
No comentário do Missal Cotidiano, assim lemos: “O pecado é fratura, divisão, dilaceramento. Ele pode insinuar-se em nossa vida de fé e separar a fé da vida”.

À luz das Leituras, podemos dizer que o pecado é quando dissociamos o que cremos e ensinamos do que vivemos: quando cresce a distância entre o Evangelho que anunciamos e as linhas da história que escrevemos, nos mais diversos âmbitos.

Pecado é a não realização da vontade divina, que encontramos em Sua Palavra, Leis e Mandamentos a serem vividos, expressos no Decálogo, ou nos dois maiores Mandamentos que o Senhor nos deu: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Deste modo, quando o pecado cria raízes em nosso coração, produz frutos que não nos permitem a realização dos desígnios divinos, e de modo especial, a vocação à santidade para a qual nos predestinou. Ao contrário, são produzidos frutos amargos, que roubam a alegria, o gosto e o sentido do existir, a beleza do viver.

Pecado, deste modo, é fratura, divisão e dilaceramento, porque nos fragiliza, cria animosidades, fomenta rivalidades, cega-nos diante de Deus e do outro e do mundo em que vivemos.

Pecados cometidos, sem penitência, conversão, confissão e novos compromissos com a promoção do bem comum, da vida dos empobrecidos (como nos fala o Profeta), é a perda da graça e do amor, que são derramados abundantemente em nosso coração pelo Espírito Santo (cf. Rm 5,5).

A Quaresma é tempo de reconhecermos nossa condição finita, frágil e pecadora, e de pedirmos a Deus que nos ajude a nos libertarmos das amarras dos pecados.

Tão somente reconciliados com Deus e com os irmãos, não desperdiçaremos este Tempo favorável de nossa salvação, como nos exortou o Apóstolo Paulo em sua Carta: – “Em nome de Cristo, nós vos suplicamosdeixai-vos reconciliar com Deus... Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus” (2Cor 5,20-6,2).

Reconheçamos nossos pecados e os confessemos diante da misericórdia divina. Porém a confissão de pecados requer sempre novas atitudes, novas posturas, um novo começo, afinal, Deus pode fazer novas todas as coisas.

Coloquemo-nos, portanto, diante da misericórdia de Deus, que veio ao nosso encontro na Pessoa de Jesus, e com Sua Morte e Ressurreição, o Espírito nos foi enviado, para o perdão de nossos pecados.

Evidentemente que, amados e perdoados por Deus, novos compromissos com o Reino se renovam em nosso coração, e nos empenhamos por mundo mais justo, fraterno, dando verdadeiro conteúdo à nossa prática religiosa. 

Discípulos missionários a caminho da glória

                                                             

Discípulos missionários a caminho da glória 

A passagem do Evangelho da terça-feira da 2ª semana da Quaresma (Mt 23,1-12) nos apresenta atitudes que devem marcar a vida do Discípulo missionário de Jesus, vivendo a alegria da missão, para que a Igreja viva a sua essência evangelizadora, e sejamos uma Igreja em saída, como tem insistido o Papa Francisco.

Sendo assim, o discípulo de Jesus, carregando a cruz cotidiana rumo à glória eterna:

- Não pode se curvar à hipocrisia;

- Não pode ser ambíguo com dupla moral (fala uma coisa e vive outra);

- Deve ter uma profundidade espiritual;

- Não pode viver um moralismo empobrecedor;

- Não pode ser incoerente;

- Jamais nutrir um formalismo religioso (religião separada da vida);

- Não pode ser intolerante com os mais fracos;

- Nem deixar tomar conta do coração o sentimento da vaidade;

- É impensável a desobediência à lei divina;

- Jamais mergulhar no pecado e na infidelidade dos Mandamentos divinos.

 

É próprio do Discípulo de Jesus, a serviço do Reino:

- Amor em tudo e acima de tudo por Deus e ao próximo, inseparavelmente;

- Procurar a perfeita coerência;

- Viver a humildade;

- Dar corajoso testemunho da fé;

- Viver a fidelidade à Palavra Divina;

- a simplicidade e prudência em tudo;

- Disponibilidade para o serviço;

- Promover sempre o bem comum;

- Irradiar alegria;

- Obedecer à Igreja e seus ensinamentos.

Trilhando o caminho quaresmal, iluminadoras são as palavras de Santa Teresa de Ávila para o fortalecimento da espiritualidade no seguimento de Jesus: “Amor traz amor”

Quanto mais o Amor de Deus tomar conta da vida do Discípulo, mais amor trará não somente para si, mas para aqueles que consigo vivem. O povo simples diz “quem planta amor, colhe amor...”.

Assim, também, sejamos iluminados pelo conselho de São João da Cruz: “Onde não há amor, põe amor e tirarás amor” .

Urge alargar nossos horizontes da evangelização, encorajando-nos em nossa missão de discípulos missionários do Senhor, seja na Quaresma ou em qualquer outro tempo rumo a vida eterna, trilhando o caminho que passa, necessariamente pela cruz, a fim de que mereçamos e alcancemos a glória celestial. Amém.


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG