segunda-feira, 17 de março de 2025

Em poucas palavras...

                                                 

  

“A Escritura, história do amor de Deus...”


“A Escritura, história do amor de Deus, é também uma história do pecado... 

As forças de verdade de graça postas por Deus no homem, e continuamente comunicadas por meio da Igreja, fazem o bem mais forte e mais contagioso que o mal. 

Reconhecendo-nos pecadores, tenhamos confiança na misericórdia do Pai, que nos ama, mesmo quando estamos fora do caminho.” (1)
 

(1) Comentário do Missal Cotidiano – Editora Paulus – 1998 – pág. 204 – passagem do Livro da Profecia de Daniel (Dn 9,4b-11)

“Mulher e Homem: Imagem de Deus” (CF 90)

                                                       

           “Mulher e Homem: Imagem de Deus”

Com vistas ao Dia Internacional da Mulher (08/03), retomo a Campanha da Fraternidade de 1990, que teve como tema: "Fraternidade e a Mulher"; e como lema: "Mulher e Homem: Imagem de Deus".

O Objetivo Geral:

Conscientizar que mulher e homem juntos são imagem de Deus e que Deus entregou a criação a todos. Ajudar a ver como, na realidade, a mulher não é reconhecida e tratada como igual ao homem.


Enfocar a vocação inicial da mulher e do homem: construir juntos uma nova sociedade.

A oração:


Creio em DEUS-PAI
- que criou Mulher e Homem à Sua imagem,
entregou aos dois o cuidado pelo mundo
e viu que isto era muito bom;
- que pediu o consentimento de uma Mulher
para realizar Sua obra de Salvação.
 
Creio em JESUS
Filho de Deus,
nascido de uma Mulher,
- que escutava e valorizava as mulheres
e as protegia contra os homens acusadores;
- que tinha mulheres discípulas
que O seguiam e O serviam;
- que apareceu primeiro a Maria Madalena e às mulheres
e as enviou para transmitir
a Boa-nova da Ressurreição aos discípulos.
 
Creio no ESPÍRITO SANTO,
Sopro e princípio da vida,
- que foi derramado sobre mulheres e homens
no dia de Pentecostes
- e que anima a comunidade da Igreja em direção
à igualdade, pois todos, mulheres e homens,
são UM EM CRISTO

Quaresma: tempo favorável para vivermos a misericórdia

                                                  

Quaresma: tempo favorável para vivermos a misericórdia

Sede misericordiosos
 como também o vosso Pai é misericordioso.” (Lc 6,36).

Celebrando a segunda feira da 2ª semana do Tempo da Quaresma, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,36-38).

Somos exortados a crescer sempre mais na prática da Misericórdia, procurando suas múltiplas faces, expressões e concretizações.

Contemplemos o Coração de Jesus, onde habita a plenitude da Misericórdia, por isto quem O vê, vê o Pai, pois Ele e o Pai são um só.

Um Coração pleno de Misericórdia, pleno de luz, e por isto, Ele pode Se nos apresentar como a Luz do mundo, para que todo aquele que O seguir não caminhe nas trevas, mas tenha a luz da vida (Jo 8,12).

Um pouco mais adiante, no Evangelho acima mencionado, Jesus adverte os discípulos sobre o perigo de um cego guiar outro cego, com risco de ambos caírem num buraco e o perigo de enxergar com nitidez os defeitos do próximo sem dar conta dos próprios:

“Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Lc 6, 42).

A prática da Misericórdia, além de nos levar ao amor e oração pelos inimigos, também exige de nós coerência de vida, evitando uma vida pautada por “dois pesos e duas medidas”.

Tirar a trave de nossos olhos nos capacitará para nos ajudarmos mutuamente, sem desviar do caminho da prática da misericórdia, não mergulhando nos buracos que uma cegueira nos levaria (cegueira como ausência da Misericórdia).

Se por um lado a Misericórdia se expressa na coerência de vida, há algumas coisas que a ofuscam, como a hipocrisia, a ambiguidade, o julgamento rigoroso de nossos irmãos e a impaciência de vê-los trilhar o caminho do crescimento, aperfeiçoamento...

A ausência da Misericórdia destrói a paciência, a caridade, consequentemente, o outro.

Somente a Misericórdia, vislumbrada na prática da caridade resgata, recria e possibilita o novo, muitas vezes concretizada no gesto da acolhida e do perdão reintegrador; pois tão somente assim ela constrói, edifica, promove...

Jesus disse que a boca fala daquilo que o coração está cheio, e também podemos concluir que nossos olhos revelarão aquilo que se encontra em nosso íntimo, em nosso coração.

Se em nosso coração houver rancor, ódio, tristeza, indiferença, preconceitos, egoísmo, materialismo, hedonismo cultuado (busca do prazer sem medida), ídolos cultivados, o nosso olhar será a mais perfeita e triste expressão de tudo isto.

É tempo de olharmos para dentro de nós mesmos, para que possamos dizer como São Paulo:

“Pregar o Evangelho não é, para mim, motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1Cor 9,16).

E pregando o Evangelho, vivamos, pois ele também disse:

“Trato duramente o meu corpo e o subjugo, para não acontecer que, depois de ter proclamado a Boa-Nova aos outros, eu mesmo seja reprovado” (1Cor 9, 27).

Quando a Misericórdia, o Amor de Deus em ação, na ação dos que creem, for vivida, com ousadia, vigor, ardor inextinguível, e paixão por Cristo, à luz da espiritualidade paulina, resplandecerão os sinais do Reino: Amor, verdade, justiça e paz e o reencantamento da vida.

Somente guiados pela luz divina, seremos para o irmão e irmã, com humildade, guias luminosos!

Oremos:
Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
semente plantada que, abundantemente, germina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que toda cegueira elimina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que toda hipocrisia abomina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que nossos olhos ilumina!

Oh múltipla face da Misericórdia Divina,
Que a humanidade incansavelmente ensina!
Amém! 

Ó Pai de Misericórdia!

                                                              


Ó Pai de Misericórdia!

"Misericordiosos como o Pai" (Lc 6,36)

Alegremo-nos e exultemos: Deus nos escolheu como pedras vivas e escolhidas suas, para que sejamos edificados sobre Cristo, pedra angular. Portanto, com o coração transbordante de alegria, peçamos cheios de fé a Deus Pai todo-poderoso em favor de Sua amada Igreja, santa e pecadora, que somos:

Ó Pai do Céu, que sois o agricultor da vinha que Cristo plantou na terra, a Vossa Igreja, purificai, guardai e fazei que ela cresça, para que, sob o Vosso olhar, espalhemos por toda a terra Vossa luz, anunciando e testemunhando a Boa-Nova do Evangelho, de modo especial vivendo, na planície do cotidiano, o Programa de vida e santidade: as Bem-Aventuranças.

Ó Pastor Eterno, protegei e aumentai o Vosso pequenino rebanho que somos, para que como ovelhas Vossas, sejamos congregados na unidade, sob um só Pastor, Jesus Cristo, Vosso Unigênito e Amado Filho que, na Cruz morrendo, revelou-nos Vosso infinito amor, amando-nos até o fim.

Ó Pai de Amor, Vós que nos enviastes ao mundo Vosso Filho, a Palavra que Se fez Carne, dai-nos a graça de sermos deste Semeador providente, semeadores da Palavra em Vosso campo, para que dê frutos abundantes para a vida eterna, assim como torne fecundo nosso coração para acolher e frutificar a semente da Vossa Palavra nele também lançada.

Ó Pai Eterno, Vós que sois sábio construtor, santificai a Vossa Igreja, Vossa casa e Vossa família, para que apareça no mundo como Cidade Celeste, Jerusalém nova e Esposa sem mancha, na fidelidade ao Seu divino fundador, Vosso Filho, Jesus Cristo, Senhor Nosso, com a luz, sopro e assistência, do Vosso Santo Espírito. Amém.


PS: Livre Adaptação das Preces das Laudes da quarta-feira da quarta Semana do Tempo Comum.

Em poucas palavras...

                                              


Cristo Crucificado, Sabedoria e força de Deus

“A fé em Deus Pai todo-poderoso pode ser posta à prova pela experiência do mal e do sofrimento. Por vezes, Deus pode parecer ausente e incapaz de impedir o mal.

Ora, Deus Pai revelou a sua onipotência do modo mais misterioso, na humilhação voluntária e na ressurreição de Seu Filho, pelas quais venceu o mal.

Por isso, Cristo crucificado é «força de Deus e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens» (1 Cor 1, 25).

Foi na ressurreição e na exaltação de Cristo que o Pai «exerceu a eficácia da [Sua] poderosa força» e mostrou a «incomensurável grandeza que representa o seu poder para nós, os crentes» (Ef 1, 19-22).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - parágrafo n. 272

“Misericordiosos como o Pai”

                                                       


“Misericordiosos como o Pai”

“Pois, Deus não nos deu um espírito de timidez,
mas de fortaleza, de amor e sobriedade” (2Tm 1,6)

A Doutrina Social da Igreja, vivida à luz da misericórdia divina, nos faz “Misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36), para que toda a Igreja se coloque a serviço da vida plena para todos.

Urge intensificar a formação de nossos agentes, fortalecendo a participação social e política dos cristãos leigos na construção de políticas públicas justas, bem como o fortalecimento das Escolas de Fé e Política, a fim de que evangelizemos como amor, zelo e alegria.

Vivendo concretamente a misericórdia, sempre conduzidos pelo Espírito do Senhor, que não nos deixou órfãos, e nos assiste e nos acompanha nesta missão de construir um novo céu e uma nova terra: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim...” (Lc 4,18).

E é este mesmo Espírito que não nos permite timidez, omissão, indiferença diante dos inúmeros apelos de vida que clamam aos céus, no deserto árido de nossa cidade, porque somos discípulos missionários do Cristo Ressuscitado, que doou a própria vida para que todos tenham vida plena.

Oportunas são as palavras do Apóstolo Paulo a Timóteo: “Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição de minhas mãos. Pois, Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade” (2Tm 1,6).

Deste modo, conduzidos pelo protagonista da evangelização, que é o Espírito Santo, somos fortalecidos pela Doutrina Social da Igreja, na vivência das obras de misericórdia corporais (dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos); e espirituais (aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rezar a Deus pelos vivos e defuntos).

Sejamos uma Igreja misericordiosa, e assim seremos  “misericordiosos como o Pai”, reaviando a chama da vocação como dom de Deus, e a graça de participar da missão evangelizadora que o Senhor nos confia.

Cremos em Jesus Cristo, Verdadeira Comida, Verdadeira Bebida

                                                       

              Cremos em Jesus Cristo, Verdadeira Comida,                   Verdadeira Bebida

“Ninguém é justificado por observar a Lei de Moisés,
mas por crer em Jesus Cristo” (Gl 2,16).

Acolhamos esta página catequética escrita pelo Bispo São João Crisóstomo (séc. IV), na qual ele estabelece um paralelo entre Moisés e Cristo.

“Os judeus viram milagres. Tu também verás, maiores e mais estupendos do que os do tempo em que os judeus saíram do Egito.

Não viste o Faraó afogado no mar com seu exército, mas viste o demônio tragado pelas ondas com as suas armas. Os judeus passaram o Mar Vermelho, tu passaste para além da morte. Eles foram libertados dos egípcios e tu, do poder dos demônios. Eles escaparam da escravidão do estrangeiro e tu, escapaste da escravidão muito mais triste do pecado.

Queres ainda mais provas de que foste honrado com favores maiores? Os judeus não puderam contemplar o rosto resplandecente de Moisés, que era homem como eles e servo do mesmo Senhor; tu, porém, viste a Glória do rosto de Cristo. E Paulo exclama: Todos nós, com o rosto descoberto, contemplamos a Glória do Senhor (2Cor 3,18).

Os judeus tinham Cristo que os seguia; mas agora Ele nos segue de modo muito mais real. Então o Senhor os acompanhava por causa de Moisés; agora nos acompanha não só por causa de Moisés, mas também por nossa obediência.

Os judeus, depois do Egito, encontraram o deserto; tu, depois da morte, encontrarás o céu. Em Moisés eles tinham um guia e chefe excelente; nós temos como chefe e guia o novo Moisés, que é o próprio Deus.

Qual era a característica de Moisés? Moisés, diz a Escritura, era um homem muito humilde, mais do que qualquer outro sobre a terra (Nm 12,3).

Esta qualidade podemos sem erro atribuí-la ao nosso Moisés, porque é assistido pelo suavíssimo Espírito que lhe é intimamente consubstancial.

Moisés, erguendo as mãos ao céu, fazia cair o maná, o pão dos Anjos; o nosso Moisés ergue as mãos ao céu e nos dá o Alimento eterno. Aquele feriu a rocha e fez brotar torrentes de água; este toca na Mesa, a Mesa espiritual, e faz jorrar as  fontes do Espírito. Por isso, a Mesa está colocada no meio, como uma fonte, para que de todos os lados acorram os rebanhos à fonte e bebam das Águas da Salvação.

Uma vez que nos é dada uma tal fonte, um manancial de vida tão abundante, uma vez que a nossa Mesa está repleta de bens inumeráveis e nos inunda com seus dons espirituais, aproximemo-nos de coração sincero e consciência pura, para alcançarmos graça e misericórdia no tempo oportuno.

Pela graça e misericórdia do Filho único, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, por quem e com quem seja dada ao Pai e ao Espírito, fonte de vida, a glória, a honra e o poder, agora e para sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.”

Reconheçamos o quanto Jesus Cristo é imensuravelmente superior, e a agradeçamos a Deus pelas infinitas graças que são derramadas sobre nós.

Vivendo intensamente o Tempo da Quaresma, unamo-nos, cada vez mais ao Senhor, configurados a Ele no Seu Mistério de Paixão e Morte, para com Ele também ressuscitarmos.

Cremos que Jesus é o novo Moisés, que veio para nos salvar, reconciliando-nos com Deus, e nos ensinando a sermos mais humanos e fraternos - "Vós sois todos irmãos" (Mt 23,8), vivendo o Novo Mandamento do amor que Ele viveu e nos deu - "Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei"  (cf. Jo 13,34).

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