quarta-feira, 5 de março de 2025

A radicalidade do amor e a cultura da paz (CF 2018)

A radicalidade do amor e a cultura da paz

No Tempo da Quaresma (2018), a Igreja no Brasil realizou a Campanha da Fraternidade, com uma temática de extrema importância – “Fraternidade e a superação da violência”, com o Lema – “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).

Vejamos um parágrafo iluminador que a Conferência de Aparecida nos apresenta, a fim de que a evangelização contribua na construção da fraternidade, promovendo uma cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência, como vemos no Objetivo Geral da Campanha da Fraternidade.

A Igreja nos ensina que somente será possível purificar as estruturas da sociedade violenta e gerar novas estruturas, se promovermos uma evangelização que coloque a Redenção no centro, nascida de um amor crucificado.

Esta evangelização de nossos povos será autêntica se assumirmos plenamente a radicalidade do amor cristão, que se concretiza no seguimento de Cristo na Cruz; no padecer por Cristo por causa da justiça; no perdão e no amor aos inimigos.

Este amor, segundo o ensinamento do Evangelho, supera o amor humano e participa do amor divino, único eixo cultural capaz de construir uma cultura da vida.

Esta cultura de vida deve se inspirar no Deus Trindade, pois, nela, a diversidade de pessoas não gera violência e conflito; ao contrário, é a fonte mesma do amor e da vida.

Vivemos em contextos de múltiplas formas de violência, que somente se resolverá com a radicalidade do amor redentor de Nosso Senhor, a nós dado como Novo Mandamento.

A Evangelização marcada pelo amor de plena doação é o caminho para superação de conflitos e a construção de uma nova sociedade:

“Só assim o Continente da esperança pode chegar a tornar-se verdadeiramente o Continente do amor” (DAP n.543).

Campanha da Fraternidade 2018

Campanha da Fraternidade 2018

A Igreja no Brasil, na Quaresma, realizará a Campanha da Fraternidade 2018, com um tema extremamente atual, complexo e desafiador.  

Tema: “Fraternidade e superação da violência”;
Lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). 

Objetivo Geral: “Construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência”.

Que todos nós não meçamos esforços em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver esta Campanha, que não se encerra com a Páscoa, pois bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5, 9).

Oração Oficial da Campanha da Fraternidade 2018

Deus e Pai,
nós Vos louvamos pelo Vosso infinito amor
e Vos agradecemos por ter enviado Jesus,
o Filho amado, nosso irmão.

Ele veio trazer paz e fraternidade à terra
e, cheio de ternura e compaixão,
sempre viveu relações repletas
de perdão e misericórdia.

Derrama sobre nós o Espírito Santo,
para que, com o coração convertido,
acolhamos o Projeto de Jesus
e sejamos construtores de uma sociedade
justa e sem violência,
para que, no mundo inteiro, cresça
o Vosso Reino de liberdade, verdade e de paz.
Amém!

Síntese da Mensagem para a Quaresma 2018

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2018

“Porque se multiplicará a iniquidade,
vai resfriar o amor de muitos” (Mt 24, 12)

Retomemos uma síntese da da “Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2018”, que tem como inspiração bíblica um versículo do Evangelho de Mateus –“Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos” (Mt 24, 12).

“Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenômenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho”.

É preciso que fiquemos atentos aos “falsos profetas”, que se assemelham a “encantadores de serpentes”, e também aos “charlatães”.

Os primeiros “aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!”

Os “charlatães” são, por sua vez, os que “oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis, mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! ...  Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem”.

Em seguida, fala-nos do resfriamento da caridade e como ele se dá, e um dos sinais evidente é, “antes de mais nada, a ganância do dinheiro, “raiz de todos os males” (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n’Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos”.

Vítimas disto são: o bebê nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expectativas.

Também a criação sofre as consequências deste resfriamento do amor: “a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte”.

Também nossas comunidades sofrem como consequência do resfriamento do amor, como ressaltou na Exortação apostólica Evangelii Gaudium, expresso nos sinais: da acédia egoísta, do pessimismo estéril, da tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, da mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário.

Apresenta-nos o caminho a ser feito nesta Quaresma, a partir do remédio doce da oração, da esmola e do jejum.

Finalmente, convida-nos a refletir sobre o “fogo da Páscoa”, que será a consumação de um caminho quaresmal feito com ardor, apoiado nos remédios da oração, jejum e esmola.

“Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar”.

Como em anos anteriores, motiva-nos à realização, das “24 horas para o Senhor”, dias 09 e 10 de março, com a Celebração do Sacramento da Reconciliação num contexto de Adoração Eucarística, inspirados nas palavras do Salmo 130: “Em Ti, encontramos o perdão” (v. 4).

Orienta que, em cada diocese, pelo menos uma igreja fique aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de Adoração e da Confissão Sacramental.

Acena para a Noite de Páscoa, em que a Luz acesa do Círio Pascal seja sinal do dissipar das trevas do coração e do espírito, crendo na vitória do Ressuscitado, “...para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a Palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor”.

Finaliza a Mensagem concedendo-nos as bênçãos de Deus, assegurando orações por nós e pedindo que rezemos por ele.



Se desejar, confira a mensagem na íntegra: 

Campanha da Fraternidade 2017

Campanha da Fraternidade 2017

A Igreja no Brasil realizou em 2017, a Campanha da Fraternidade com um tema extremamente atual, complexo e desafiador.  

Tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”;
Lema: Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15).

Objetivo Geral: “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”.

Não se economizou esforços em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver a Campanha que não se encerrou com a Páscoa, porque é sempre tempo de cuidarmos de nossa “Casa Comum”, assegurando vida para nós e para todos que virão depois de nós.

Oração Oficial da Campanha da Fraternidade 2017
“Deus, nosso Pai e Senhor,
nós Vos louvamos e bendizemos,
por Vossa infinita bondade.

Criastes o universo com sabedoria
e o entregastes em nossas frágeis mãos
para que dele cuidemos com carinho e amor.

Ajudai-nos a ser responsáveis e zelosos pela
Casa Comum.
Cresça, em nosso imenso Brasil,
o desejo e o empenho de cuidar mais e mais
da vida das pessoas,
e da beleza e riqueza da criação,
alimentando o sonho do novo céu e da nova terra
que prometestes.
Amém!

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2017

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2017

Apresento uma síntese da Mensagem para a Quaresma, do Papa Francisco para o ano de 2017 - "A Palavra é um dom. O outro é um dom".

Fala-nos da Quaresma como “...um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor”.

Trata-se também de momento favorável para a intensificação da vida espiritual, através da prática do jejum, da oração e da esmola, tendo como base a Palavra de Deus a ser ouvida e meditada mais intensamente neste tempo.

A reflexão tem como fundamentação principal a parábola do homem rico e do pobre Lázaro (cf. Lc 16, 19-31), uma chave para compreensão de como se tem que agir para alcançar a verdadeira felicidade e a vida eterna, que passa pela sincera conversão anteriormente mencionada.

À luz da passagem, na primeira parte o Papa nos apresenta o “outro” como um dom.

Embora a parábola inicie “...com a apresentação dos dois personagens principais, mas quem aparece descrito de forma mais detalhada é o pobre que se encontra numa condição desesperada e sem forças para se solevar, jaz à porta do rico na esperança de comer as migalhas que caem da mesa dele, tem o corpo coberto de chagas, que os cães vêm lamber (cf. vv. 20-21)”.

Este pobre tem um nome: “Lázaro”, literalmente, “Deus ajuda” e nos interpela a solidariedade: “Lázaro ensina-nos que o outro é um dom”.

O Papa nos diz que a parábola nos faz alguns convites, e o primeiro é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom, seja ela o nosso vizinho ou o pobre desconhecido –

Em seguida, na segunda parte, o Papa nos alerta para o fato de que a parábola também põe em evidência as contradições em que vive o rico, cego pelo pecado e indiferente à realidade de Lázaro.

Entrevê-se no rico dramaticamente, a corrupção do pecado, que se realiza em três momentos sucessivos: amor ao dinheiro, vaidade e soberba.

Cita a passagem da Carta a Timóteo, em que o apóstolo Paulo diz que “a raiz de todos os males é a ganância do dinheiro” (1 Tm 6, 10) – “Em vez de instrumento ao nosso dispor para fazer o bem e exercer a solidariedade com os outros, o dinheiro pode-nos subjugar, a nós e ao mundo inteiro, numa lógica egoísta que não deixa espaço ao amor e dificulta a paz”.

Acena também para o Evangelho de Mateus, sobre a condição do homem rico da parábola: «Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro» (Mt 6, 24).

Na última parte, o Papa nos apresenta a Palavra de Deus como um dom: “O Evangelho do homem rico e do pobre Lázaro ajuda a prepararmo-nos bem para a Páscoa que se aproxima.

A Liturgia de Quarta-Feira de Cinzas convida-nos a viver uma experiência semelhante à que faz de forma tão dramática o rico. Quando impõe as cinzas sobre a cabeça, o sacerdote repete estas palavras: ‘Lembra-te, homem, que és pó da terra e a terra hás de voltar’. De fato, tanto o rico como o pobre morrem, e a parte principal da parábola desenrola-se no Além. Dum momento para o outro, os dois personagens descobrem que nós «nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7).

Continua a reflexão da parábola conduzindo-nos a nos abrirmos à escuta atenta da Palavra de Deus: “Deste modo se patenteia o verdadeiro problema do rico: a raiz dos seus males é não dar ouvidos à Palavra de Deus; isto o levou a deixar de amar a Deus e, consequentemente, a desprezar o próximo”.

De fato, a Palavra de Deus é uma força viva, capaz de suscitar a conversão no coração dos homens e orientar de novo a pessoa para Deus, e afirma o Papa que, fechar o coração ao dom de Deus que fala, tem como consequência fechar o coração ao dom do irmão.

Finaliza exortando a todos nós para que vivamos a Quaresma como tempo favorável para renovação e encontro com Cristo vivo, na Sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo.

Seja a Quaresma um itinerário a ser percorrido por todos nós:

O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador – indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados.

Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive participando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana.

Rezemos uns pelos outros para que, participando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa”.

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2016

Síntese da Mensagem para a Quaresma de 2016

A Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2016, com o Lema -“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13), e o título: “As obras de misericórdia no caminho jubilar”, foi apresentada em três tópicos:

No primeiro, ressaltou Maria, o ícone de uma Igreja que evangeliza porque é evangelizada, remetendo-nos à Bula de proclamação do Jubileu, em que nos fez o convite para que «a Quaresma daquele Ano Jubilar fosse vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiae Vultus, 17).

Fez um apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», ressaltando a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética, e nos promete o envio de Missionários da Misericórdia a fim de que seja um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus (o que ainda não temos bem claro como será).

No segundo, ressaltou sobre a Aliança de Deus com a humanidade, que é uma história de misericórdia, retratada de modo especial nas páginas da Sagrada Escritura, na ação e missão dos Profetas bíblicos.

O amor de Deus pela humanidade chega ao ápice na Encarnação de Jesus Cristo: “Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a Sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiae Vultus, 8).

Jesus é o rosto da misericórdia divina, esposo da humanidade: “O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da Sua Esposa, à qual O liga o Seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela”.

A misericórdia de Deus nos revela a ação de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar (Misericordiae Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim uma nova relação com Ele.

Por meio de Jesus crucificado, “Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e se afastou d’Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da Sua Esposa”.

No último tópico, fomos convidados a viver as obras de misericórdia corporais e espirituais.

As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.

As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2ª Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos
(Catecismo de S. Pio X. Capítulo IV. "Das obras de misericórdia").

O Papa afirmou, ainda,  que “a misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia”, vendo em Lázaro que mendiga à porta da casa do rico (Lc 16,20-21) a figura do Cristo, que nos pobres, mendiga a nossa conversão. “Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos”, porque acometidos de uma cegueira acompanhada do delírio de  onipotência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado.

Este delírio de onipotência “... pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem atualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los”.

Exortou-nos para que a Quaresma do Ano Jubilar viesse a ser um tempo favorável para todos, saindo da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia, tocando por meio das obras corporais a carne de Cristo nos irmãos e irmãs, necessitados de serem nutridos, vestidos, alojados e visitados; as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar.

Insistiu para que jamais separemos as obras corporais e as espirituais, porque “tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo”.

Concluiu nos convidando a não perdermos o tempo de Quaresma, como tempo favorável à conversão, contando com a intercessão materna da Virgem Maria que, reconhecedora de sua pequenez, coloca-se humildemente como serva diante da grandeza da Misericórdia Divina (cf. Lc 1, 38).



Campanha da Fraternidade 2016


Campanha da Fraternidade 2016

A Igreja no Brasil realizou a IV Campanha da Fraternidade, Ecumênica, com um tema extremamente atual, complexo e desafiador, com uma proposta em sintonia com a Encíclica do papa Francisco, “Laudato Si”. 

Tema: “Casa comum, nossa responsabilidade 
Lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24). 

Objetivo Geral: “Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.

Não se economizou esforços em acompanhar, refletir e ajudar a desenvolver esta Campanha que não se encerrou  com a Páscoa, porque é sempre tempo de cuidarmos de nossa Casa Comum assegurando vida para nós e para todos que virão depois de nós.

Oração Oficial da Campanha da Fraternidade 2016
Deus da vida, da justiça e do amor, Vós fizestes com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos.
Dai-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos.
No seguimento de Jesus, com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres. (1)

(1) Dom Pedro Casaldáliga (Prelazia de São Felix do Araguaia)

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