segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Jesus, nosso Senhor e nosso Deus
Peregrinar conduzidos pela Sabedoria Divina
Peregrinar conduzidos pela Sabedoria Divina
“Se de fato é feliz o homem que encontra a sabedoria,também é feliz, e mais ainda, o homem que permanece firme na sabedoria: isto refere-se certamente à abundância”
Em um de seus Sermões, o Abade São Bernardo (séc. XII) nos fala da necessária busca da sabedoria.
“Trabalhemos pelo alimento que não se perde. Trabalhemos na obra de nossa salvação. Trabalhemos na vinha do Senhor, para merecermos receber o salário de cada dia. Trabalhemos na sabedoria, pois esta diz: Quem trabalha em mim, não pecará. O campo é o mundo, diz a Verdade. Cavemos nele, pois aí está um tesouro escondido. Vamos desenterrá-lo! É assim a sabedoria, que se extrai de coisas ocultas. Todos nós a buscamos, todos nós a desejamos.
Foi dito: se quereis procurá-la, procurai. Convertei-vos e vinde! Queres saber do que te converter? Afasta-te de tuas vontades. Mas se não encontro em minhas vontades, onde então encontrarei a sabedoria? Minha alma deseja-a ardentemente; se vier a encontrá-la, isto não me basta. Cumpre pôr em meu seio uma medida boa, apertada, sacudida e transbordante. Tens razão. Feliz é o homem que encontra a sabedoria e que está cheio de prudência. Procura-a, pois, enquanto podes encontrá-la; e enquanto está perto, chama-a!
Queres saber como está perto a sabedoria? Perto está a palavra, no teu coração e na tua boca; mas somente se a procurares de coração reto. No coração encontrarás a sabedoria, e a prudência fluirá de teus lábios. Cuida, porém, de tê-la em abundância e que não te escape como num vômito.
Na verdade, se encontraste a sabedoria, encontraste mel. Não comas demasiado, para que, saciado, não o vomites. Come de modo a sempre teres fome. A própria sabedoria o diz: Aqueles que me comem, ainda têm fome. Não julgues já teres muito. Não te sacies para que não vomites e te seja retirado aquilo que pareces possuir, por teres desistido de procurar antes do tempo. Pelo fato de a sabedoria poder ser encontrada enquanto está perto, não se deve deixar de buscá-la e invocá-la. De outro modo, como disse ainda Salomão: assim como não faz bem a alguém tomar o mel em demasia, assim quem perscruta a majestade, sente-se oprimido pela glória.
Feliz o homem que encontra a sabedoria. Feliz, ou, antes, muito mais feliz quem mora na sabedoria. Talvez Salomão queira aqui significar a superabundância. São três as razões de fluírem em tua boca a sabedoria e a prudência: se houver nos lábios primeiro a confissão da própria iniquidade; segundo a ação de graças e o canto de louvor; terceiro a palavra de edificação. Na verdade pelo coração se crê para a justiça, pela boca se confessa para a salvação. De fato, começando a falar, o justo se acusa. Depois, engrandece ao Senhor. Em terceiro, se até este ponto transborda a sabedoria, deve edificar o próximo”.
Nesta busca pela Sabedoria, sejamos atentos ao que nos disse o Abade: confessemos nossa iniquidade; tenhamos sempre em nossa boca um canto de louvor e ação de graças a Deus, e tenhamos sempre palavras para a edificação no relacionamento com o outro.
Peregrinos de esperança, amemos a Sabedoria mais do que a saúde e a beleza, e a prefiramos mais que a luz do sol, uma vez que todos os bens que possuímos vêm juntamente com ela: Amá-la e procurá-la desde sempre, apaixonados por sua indescritível beleza, e por ela conduzidos em todos os momentos.
Que nosso testemunho de fé revele o quanto ela age em nossos pensamentos, palavras e ações. Amém.
Nada se sobreponha à Lei do Amor
domingo, 16 de fevereiro de 2025
Em poucas palavras... (VIDTCC)
“As bem-aventuranças retratam o rosto de Jesus”
“As bem-aventuranças retratam o rosto de Jesus Cristo e descrevem-nos a sua caridade: exprimem a vocação dos fiéis associados à glória da Sua Paixão e Ressurreição; definem os atos e atitudes características da vida cristã; são as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de todos os santos” (1)
(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n. 1717
PS: Passagens do Evangelho - (Lc 6,17.20-26; Mt 5,1-12)
A prática das Bem-Aventuranças na construção do Reino (VIDTCC)(Homilia)
Bem-Aventuranças vividas, mundo transformado (VIDTCC)
A consolação divina em nosso peregrinar na esperança (VIDTCC)
A consolação divina em nosso peregrinar na
esperança
Sejamos enriquecidos
pelo Sermão escrito por São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, o Grande,
Patriarca de Roma (séc. V), sobre as Bem-Aventuranças.
“Após
falar sobre a pobreza, que tanta felicidade proporciona, o Senhor seguiu
dizendo: Bem-aventurados os que
choram, porque serão consolados.
Queridíssimos
irmãos, o pranto ao qual está vinculado um consolo eterno é distinto da aflição
deste mundo. Os lamentos que se escutam neste mundo não tornam ninguém feliz. É
muito distinta a razão de ser dos gemidos dos santos, a causa que produz
lágrimas felizes.
A
santa tristeza lamenta o pecado, o alheio e o próprio. E a amargura não é
motivada pela maneira de agir da justiça divina, mas pela maldade humana. E,
neste sentido, deve-se lamentar mais a atitude do que age mal, do que a
situação daquele que tem que sofrer por causa do malvado, porque ao injusto sua
malícia termina no castigo; porém, ao justo sua paciência o leva para a glória.
Segue
o Senhor: Bem-aventurados os
sofredores, porque eles herdarão a terra. Promete-se a posse da terra
aos sofredores e aos mansos, aos humildes e simples, e aos que estão dispostos
a tolerar todo o tipo de injustiças.
Não
se deve olhar esta herança como desprezível e desfragmentada, como se estivesse
separada da pátria celestial; do contrário, não se compreende quem poderia
entrar no Reino dos Céus.
Porque
a terra prometida aos sofredores, em cuja posse os mansos entrarão, é a carne
dos santos. Esta carne viveu em humilhação, por isso mereceu uma ressurreição
que a transforma e a reveste de imortalidade gloriosa, sem temer nada que possa
contrariar ao espírito, sabendo que sempre estarão de comum acordo. Porque,
nesse caso, o homem exterior será a possessão pacífica e inamissível do homem
interior.
E,
assim, os sofredores herdarão em paz perpétua e sem prejuízo algum a terra
prometida, quando este corruptível
se revista de incorrupção, e este mortal se revista de imortalidade.” (1)
Vivendo o Ano Jubilar,
peçamos a graça e força divinas, para continuarmos nosso peregrinar, na
esperança de um novo céu e nova terra (cf. 2 Pd 3,13).
Renove-se
em nossos corações a esperança e confiança no Senhor, em meio às eventuais
dificuldades e provações que enfrentamos no testemunho de nossa fé, de tal modo
que ela seja fortalecida, e a esperança renovada, e a caridade cada vez mais
inflamada, convictos de que “ao justo sua
paciência o leva para a Glória”. Amém.
(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 –
pág. 638







