
Livrai-nos da duplicidade e incredulidade, Senhor
Sejamos
enriquecidos por uma Homilia de um Autor do século segundo:
“Quanto
a nós, sejamos daqueles que dão graças, daqueles que servem a Deus; e não, dos
ímpios que serão condenados.
Na
verdade, eu, mesmo pecador, que não sei fugir das tentações, e ainda vivo em
meio das pompas do demônio, esforço-me por seguir a justiça, a fim de, no temor
do futuro juízo, poder ao menos chegar perto dela.
Portanto, irmãos e irmãs, tendo nós ouvido o Deus da Verdade, leio-vos uma
exortação. Se prestardes atenção ao que está escrito, vós vos salvareis e
também aquele que lê diante de vós.
Peço
esta paga: que de todo o coração façais penitência, dando-vos assim a salvação
e a vida. Agindo desse modo, apresentaremos uma finalidade aos jovens que
querem dedicar seus esforços à santidade e à bondade de Deus.
Não
levemos a mal nem nos indignemos, nós insensatos, se alguém nos chama a atenção
e quer nos converter da injustiça para a justiça. Acontece às vezes que,
procedendo mal, não o percebemos por causa da duplicidade e incredulidade que
existem em nossos corações e nossa mente é obscurecida por vãs inclinações.
Cumpramos, pois, a justiça para no fim sermos salvos. Felizes os que obedecem a
estes preceitos; embora por breve tempo padeçam no mundo, hão de colher o
incorruptível fruto da ressurreição. Não se entristeça o cristão, se neste
tempo suporta a miséria; espera-o um tempo feliz.
Ao recobrar a vida, junto com os antepassados, no Alto, alegrar-se-á para
sempre, nunca mais a tristeza o perturbará.
E também não se abale nosso espírito, quando vemos ricos os injustos e em
dificuldades os servos de Deus. Tenhamos fé, irmãos e irmãs: suportamos as
lutas do Deus vivo e somos provados nesta vida para recebermos a coroa na
futura.
Nenhum
justo recolhe um fruto imediato, mas aguarda-o. Porque, se Deus desse logo a
recompensa aos justos, nos entregaríamos então a um negócio e não à virtude;
pareceríamos querer ser justos por causa do lucro, não do serviço de Deus. Por
isto, o juízo divino perturba o espírito que não é justo e torna mais pesadas
as cadeias.
Ao único Deus invisível, ao Pai da verdade que nos enviou o Salvador e doador
da incorruptibilidade, por meio de quem nos manifestou a verdade e a vida
celeste, a ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)
Com a homilia somos exortados à prática da justiça para
alcançarmos a salvação, com esforços contínuos de coerência superando toda duplicidade
e incredulidade, para que cada vez mais correspondamos à vontade divina.
“Pai Nosso que estais nos céus...”
(1) Liturgia das Horas - Vol IV do Tempo Comum - Editora Paulus pp.458-459
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