sábado, 15 de novembro de 2025

Livrai-nos da duplicidade e incredulidade, Senhor

 


Livrai-nos da duplicidade e incredulidade, Senhor
 
Sejamos enriquecidos por uma Homilia de um Autor do século segundo:
 
“Quanto a nós, sejamos daqueles que dão graças, daqueles que servem a Deus; e não, dos ímpios que serão condenados.
 
Na verdade, eu, mesmo pecador, que não sei fugir das tentações, e ainda vivo em meio das pompas do demônio, esforço-me por seguir a justiça, a fim de, no temor do futuro juízo, poder ao menos chegar perto dela.
Portanto, irmãos e irmãs, tendo nós ouvido o Deus da Verdade, leio-vos uma exortação. Se prestardes atenção ao que está escrito, vós vos salvareis e também aquele que lê diante de vós.
 
Peço esta paga: que de todo o coração façais penitência, dando-vos assim a salvação e a vida. Agindo desse modo, apresentaremos uma finalidade aos jovens que querem dedicar seus esforços à santidade e à bondade de Deus.
 
Não levemos a mal nem nos indignemos, nós insensatos, se alguém nos chama a atenção e quer nos converter da injustiça para a justiça. Acontece às vezes que, procedendo mal, não o percebemos por causa da duplicidade e incredulidade que existem em nossos corações e nossa mente é obscurecida por vãs inclinações.
Cumpramos, pois, a justiça para no fim sermos salvos. Felizes os que obedecem a estes preceitos; embora por breve tempo padeçam no mundo, hão de colher o incorruptível fruto da ressurreição. Não se entristeça o cristão, se neste tempo suporta a miséria; espera-o um tempo feliz.

Ao recobrar a vida, junto com os antepassados, no Alto, alegrar-se-á para sempre, nunca mais a tristeza o perturbará.

E também não se abale nosso espírito, quando vemos ricos os injustos e em dificuldades os servos de Deus. Tenhamos fé, irmãos e irmãs: suportamos as lutas do Deus vivo e somos provados nesta vida para recebermos a coroa na futura.
 
Nenhum justo recolhe um fruto imediato, mas aguarda-o. Porque, se Deus desse logo a recompensa aos justos, nos entregaríamos então a um negócio e não à virtude; pareceríamos querer ser justos por causa do lucro, não do serviço de Deus. Por isto, o juízo divino perturba o espírito que não é justo e torna mais pesadas as cadeias.

Ao único Deus invisível, ao Pai da verdade que nos enviou o Salvador e doador da incorruptibilidade, por meio de quem nos manifestou a verdade e a vida celeste, a ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)

Com a homilia somos exortados à prática da justiça para alcançarmos a salvação, com esforços contínuos de coerência superando toda duplicidade e incredulidade, para que cada vez mais correspondamos à vontade divina.
 
“Pai Nosso que estais nos céus...”
 

(1) Liturgia das Horas - Vol IV do Tempo Comum - Editora Paulus pp.458-459

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG