domingo, 28 de abril de 2024

Permaneçamos na Videira!

                                                       

Permaneçamos na Videira!

“Jesus é a Videira.
Jovens, n’Ele, sejam os ramos
e produzam frutos permanentes!”

Inspirados na passagem do Evangelho (Jo 15, 1-17) sobre a Videira, que é o próprio Cristo Jesus, realizamos o XVII EJC - Encontro de Jovens com Cristo (2011) na Paróquia Santo Antônio do Gopoúva, onde fui Pároco.

Foi uma fertilização para o coração de cada um e, de modo especial, dos jovens “Encontristas”, para que se torne chão fértil para acolhida da Palavra do Divino Semeador, Jesus, produzindo os frutos que Deus espera.

A Seiva do Amor foi derramada abundantemente em todos os corações:

- de cada jovem que deu o seu sim para fazer o Encontro, e descobriu que somente com Cristo poderá ser verdadeiramente feliz e frutos abundantes produzir;

- dos casais e jovens que, no milagre da multiplicação do tempo, colocaram-se generosamente a serviço para o êxito deo Encontro;

- dos assessores das palestras, padres, seminaristas, religiosas, leigos (as) que nos enriqueceram com sua presença e reflexão;

- em tantos e incontáveis corações que sempre acreditaram nesta proposta, deixando o amor de Deus falar mais alto do que qualquer obstáculo ou pensamento que não correspondesse aos desígnios divinos.

Não basta a participação em um encontro, mas que cada jovem, tendo o Senhor verdadeiramente encontrado, d’Ele jamais se separe! Pois sem a seiva do amor divino, a juventude conhece o ocaso antes mesmo que o sol nasça. Sem o Senhor nada podemos, nada somos, nenhuma alegria sentimos. Com Ele tudo podemos, na força que nos concede, exclamou o Apóstolo Paulo (Fl 4,13).

Sendo ramos da Videira, é preciso que vivamos os Mandamentos, sobretudo do Mandamento maior do amor, com todo esforço de não entristecermos o Espírito Santo de Deus, e jamais nos faltará a seiva do amor que jorrou copiosamente do lado trespassado de Jesus na Cruz.

Há ainda um longo caminho a percorrer e com Jesus permanecer, pois somente n’Ele alcançaremos a santidade perfeita como a mais bela expressão de felicidade.

É impossível distanciar-se do Amado, Cristo Jesus, quem por Ele sentiu-se amado, seduzido; cresce o apaixonamento e enraizamento em seu Amor, inevitavelmente.

Saciados pela Seiva do amor divino nossos jovens tem e terão sempre terão alegria, e a farão transbordar a muitos outros.
Acreditamos no sopro do Espírito que é o
Encontro de Jovens com Cristo.
Permaneçamos na Videira,
a Seiva do Amor não nos faltará. Amém.

Enquanto esperamos a Cidade Santa (VDTPC)


Enquanto esperamos a Cidade Santa

Uma reflexão sobre a espera da Cidade Santa, que descerá do céu, e que nos desafia, enquanto a aguardamos, com sagrados compromissos, tornarmos nossas cidades terrenas mais justas, humanas e fraternas.

Neste sentido, uma passagem iluminadora, encontramos no Livro do Apocalipse (Ap 21,1-5a), que nos remete a duas outras passagens: Apocalipse 21,10-14.22-23 e Profeta Ezequiel (capítulos 40-42).

A visão da Cidade Santa, a Jerusalém Celeste, que descia do céu, sinaliza para o fato de que ela é de iniciativa divina e temos a possibilidade de participar de sua construção desde o tempo presente.

Neste sentido compreendemos o Livro do Apocalipse, escrito por João para fortalecer a missão das primeiras comunidades cristãs, num contexto de dura perseguição pelo Império Romano, com martírios, sangue derramado. Como foram difíceis os primeiros anos daqueles que se puseram no caminho da fé, no testemunho do Ressuscitado!

A parte final do Livro retrata, através de uma linguagem figurada, o triunfo definitivo da Igreja, a esposa do Cordeiro.

A referência às 12 Tribos de Israel e os nomes dos 12 Apóstolos nos alicerces desta Cidade, retrata a continuidade do antigo Povo de Deus unida à novidade da Igreja de Cristo.

O Bispo Santo Agostinho nos ajuda a compreender outros significados que merecem ser conhecidos:

v.10 «A montanha é Cristo. A Igreja é a Cidade Santa edificada na montanha; é a esposa do Cordeiro. Foi edificada na montanha, quando foi conduzida aos ombros do pastor, como foi conduzida ao redil a própria ovelha (cf. Lc 15,  5)».

v.12 «As doze portas e os doze Anjos são os Apóstolos e os Profetas, segundo o que está escrito (Ef 2, 20). Isto está de harmonia também com o que o Senhor disse a Pedro (Mt 16, 18). (…) Diz-se que os Apóstolos são portas que, com a sua doutrina, abrem a porta da vida eterna».

v.13 «Porque a cidade descrita é a Igreja difundida por todo o orbe, mencionam-se três portas em cada uma das quatro partes do mundo, pois na Igreja, nas quatro partes do mundo, anuncia-se o Mistério da Trindade».

v.22 «Na cidade não vi nenhum templo»: «assim é, porque em Deus está a Igreja, e na Igreja está Deus», «porque o seu templo é o Senhor» (cf. Jo  2, 19-22; 4, 23-24).

v. 23 «Não precisa da luz do Sol». «A Igreja não é orientada pela luz, nem pelos elementos do mundo; é conduzida por Cristo, o eterno Sol, por entre as trevas do mundo (cf. Jo 8, 12; 1, 9)».

Assistidos pelo Paráclito que o Senhor nos prometeu e o Pai nos enviou em nome de Jesus para conduzir a Igreja, continuemos a nossa missão na construção deste novo céu e nova terra.

Como cantamos nas Missas – “... Céus e terra passarão, mas a Sua Palavra não passará...”.

Crer no Ressuscitado, e com a força do Espírito Santo, do Advogado, do Defensor, continuarmos a missão que Ele nos confiou, para que o Projeto de Deus se realize em nosso meio.

Que a fé no Cristo Ressuscitado nos revigore na missão de participar, de construir uma cidade mais humanizada em que o bem comum seja promovido de fato, sem jamais recuar na fé, perder a esperança, e assim fazer progressos maiores na prática de caridade ativa.



PS: Celebração Litúrgica – Revista de Liturgia e Pastoral - ano C - 2013 – p.666 - Edições Licel – Braga.

Amar como Jesus Ama: desafio e missão (VDTPC)

Amar como Jesus Ama: desafio e missão

“Vede como eles se amam” (Tertuliano)

A Liturgia do 5º domingo da Páscoa (Ano C) nos convida a aprofundar a vivência do essencial do cristianismo: a prática do Mandamento do Amor – “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (já anunciado no Livro do Levítico 19,18-34 e Dt 10,19).

A vida cristã tem esta marca que garante sua autenticidade: a capacidade de amar até o extremo, no dom total da própria vida.

A passagem da primeira Leitura (At 14,21b-27) retrata o fim da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé.

A missão do anúncio e do testemunho do Ressuscitado tem traços fundamentais que podem ser assim sintetizados:

- O entusiasmo necessário para vencer os perigos e as dificuldades para o anúncio da boa nova;

- Ter palavras de consolação para fortalecer a fé da comunidade confiada;

- O necessário apoio mútuo; a Oração e a consciência de que a missão não é obra puramente humana, mas de iniciativa divina, tendo Deus como autor autêntico da conversão, sob a ação e iluminação do Espírito Santo.

A passagem da segunda Leitura (Ap 21, 1-5a) nos apresenta a missão de construirmos um novo céu e uma nova terra, que é a meta última de nossa história.

A visão do autor – “Jerusalém que desce do céu” – retrata a realidade de que o novo céu e a nova terra têm origem divina e possibilita nossa resposta, nossa participação.

Discípulos do Ressuscitado, esperamos e nos comprometemos com a Jerusalém Celeste tornando o mundo mais fraterno, mais justo e solidário, a meta da harmonia e da felicidade sem fim. Não haverá mais dor, luto, morte e sofrimento.

A partir desta fé inaugura-se um relacionamento que transforma a si mesmo e todos os que estão em sua volta, culminando até na renovação de todas as estruturas geradoras de lágrimas, dor, sofrimento e luto.

O amor e a alegria de sermos partícipes na construção do Reino devem estar presentes em nossas comunidades. Isto ocorre quando os ministérios diversos são postos a serviço da comunidade, e não nos servimos dela para qualquer outro objetivo. A grandiosidade está no servir à comunidade e não o contrário.

Somente no amor vivido é que reconhecerão que somos discípulos do Ressuscitado, e esta passa a ser para sempre a nossa identidade, de modo que nossa identidade não é uma filosofia, tão pouco a prática de ritos em si mesmo, mas a intensidade e profundidade do como e do quanto amamos.

A Ressurreição de Jesus Cristo nos convoca a nossa própria renovação, bem como de todas as estruturas do mundo, para que seja a expressão de uma Aliança que deu certo. Ter nos amado e nos amado até o fim, não foi em vão.

Esta missão é explicitada na passagem do Evangelho (Jo 13,31-33a.34-35) em que, num contexto de despedida dos Seus discípulos, Jesus deixa o Novo Mandamento do Amor.

Trata-se de um momento muito solene, e não havia possibilidade para conversas inúteis, porque se aproximava o fim, e era preciso recordar aos discípulos o mais fundamental na proposta cristã: o Mandamento do Amor.

A medida do amor fraterno é Ele próprio, o Amor de Cristo – “como Eu vos amei” (Jo 13,34). Portanto, o amor não consiste numa ideia, e tão pouco pode ser reduzido a qualquer sentimento, mas um autêntico movimento de entrega que faz o outro viver, porque gera vida.

Amemos como Jesus nos ama, porque isto é a exigência fundamental para aquele que n’Ele crê.  O Mandamento do Amor é a expressão máxima da vida cristã.

A comunidade será para o mundo um sinal do Deus vivo e que ama a humanidade.

Ser discípulo é testemunhar o Amor de Deus na fidelidade, acolhida, serviço, entusiasmo, generosidade, partilha...

“Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” Segundo Tertuliano, autor sagrado, os primeiros cristãos tomaram tão a sério estas Palavras do Senhor, que os pagãos exclamavam admirados «Vede como eles se amam!» (cf. Jo 15, 12.13.17; 1 Jo 2, 8; Mt 22, 39; Jo 17, 23; Act 4, 32).

Reflitamos:

- De que modo vivemos o Novo Mandamento do Amor que o Senhor nos ordenou?
- Somos uma comunidade onde o amor é o nosso distintivo?

- Nossas relações dentro da comunidade são marcadas pelo amor fraterno?
- Somos uma comunidade missionária, indo ao encontro daqueles que não conhecem ainda a Boa Nova do Ressuscitado?

- Quais são os sinais que expressam nossos compromissos na construção de um novo céu e uma nova terra?
- Ao virem nossas comunidades, as relações entre os que dela participam e outras manifestações, os que dela não participam dirão – “vede como eles se amam”?

Eis o desafio, eis a nossa missão. Um longo caminho já fizemos, sem nos esquecermos de que somos a Igreja do Ressuscitado, uma Igreja santa e pecadora, somos convidados a viver a religião do amor, a amar como Deus ama, como aprendemos com o Filho, iluminados e inflamados pelo Fogo do Espírito.

Quando não perdemos a meta da Jerusalém Celeste, não nos perdemos também no caminho.

É tempo de amar como Jesus ama; somente assim nossa vida terá sentido e a alegria Pascal transbordará verdadeiramente em nosso coração. Aleluia!

Jesus, o Caminho que nos conduz ao Pai (VDTPA)

Jesus, o Caminho que nos conduz ao Pai

               Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo  no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo,  que    nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

No 5º Domingo da Páscoa (ano A), a Liturgia nos convida a refletir sobre a missão da Igreja, que nasce de Jesus na fidelidade ao Pai, é vivificada com a presença e ação do Espírito Santo, continuando o caminho que é o próprio Jesus: Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6).

Na passagem da primeira Leitura (At 6,1-7), Lucas nos fala do testemunho da Igreja de Jerusalém, apresentando-nos alguns aspectos que dão identidade a ela.

Trata-se de uma comunidade santa, embora formada por pecadores, num contínuo processo de conversão, procurando viver a fidelidade apesar das falhas e dificuldades.

Possui uma organização hierárquica com a responsabilidade de conduzir e orientar a direção da comunidade, favorecendo o diálogo e a participação consciente, ativa e frutuosa.

Uma comunidade de servidores que colocam em comum os dons de Deus recebidos.

Finalmente, uma comunidade criada, animada e dinamizada pelo Espírito Santo, para que dê testemunho de Jesus Cristo Ressuscitado.

Na passagem da segunda Leitura (1Pd 2,4-9), nos é apresentado o fundamento, a Pedra  Angular, a Pedra principal da Igreja que é Jesus Cristo, no qual os cristãos são pedras vivas.

Como Igreja se constitui um povo sacerdotal, com a missão de viver uma obediência incondicional aos planos do Pai, no amor aos irmãos, e nisto consiste o verdadeiro culto agradável a Deus.

Deste modo, a Igreja precisa crescer na fé para alcançar a Salvação, vencendo todas as dificuldades, hostilidades, incompreensões e perseguições, consciente de sua missão no testemunho do Ressuscitado, com a força vivificante do Espírito Santo, infundida no coração dos discípulos.

Como comunidade da Nova Aliança, a Igreja precisa oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus e, como Povo de Sacerdotes, ofertar uma vida santa, vivida na entrega a Deus e no dom da vida aos irmãos, com amor total e incondicional, superando todo medo em total fidelidade e confiança em Deus.

A comunidade não pode se contentar com um "verniz" cristão que a torne indiferente a todos os problemas que cercam a vida humana.

Sendo Cristo o fundamento da Igreja, e o amor o distintivo dos cristãos, a missão da Igreja será colocar-se em todos os âmbitos, profeticamente, como instrumento da vida plena e definitiva.

Na passagem do Evangelho (Jo 14,1-12), a comunidade continua a missão de Jesus, no anúncio e testemunho do Evangelho, como homens novos, com vida em plenitude, porque integrados à Família Trinitária: Pai, Filho e Espírito Santo.

A passagem retrata um contexto de despedida de Jesus, e com isto Ele quer deixar no coração dos discípulos uma palavra de confiança e esperança, para que não se desviem e nem abandonem a caminhada com Ele iniciada: Ele vai para o Pai e garante a todos que O seguirem o mesmo destino, ou seja, a glória da eternidade.

A comunidade, acolhendo o Espírito que Ele enviará do Pai, viverá na obediência e fidelidade a Deus, em total entrega de amor e serviço ao outro.

No entanto, para fazer parte de Sua família é preciso que os discípulos vivam esta total obediência a Deus, trilhando o Caminho que é o próprio Jesus que ama até o fim, porque de fato, cristãos são os que se põem a caminho. Não se pode viver uma fé instalada, acomodada, e tão pouco conceber possíveis recuos, pois “a fé começa pelos pés”.

Sejamos cristãos alegres, corajosos, convictos a caminho do céu, vivendo no tempo presente a nossa fé em Jesus Cristo, que nos conduz ao Pai, com a força, presença e ação do Seu Espírito.

Celebrando mais um Domingo neste Itinerário Pascal, renovemos em nosso coração, o Amor de Deus infundido em nós pela ação do Espírito, para continuarmos com os pés firmes neste Bom Caminho que nos conduz aos céus, à comunhão plena e eterna de Amor: Céu. 

sábado, 27 de abril de 2024

Que vejam Cristo em nós!

Que vejam Cristo em nós! 

“Quem me viu, viu o Pai.”

Senhor Jesus, meu coração não fica perturbado,
Ainda que pareça que Vós estais ausente,
Sobretudo em momentos sombrios vividos.

Trilho meus passos convosco, confiante,
Pois Vós sois o meu único Caminho,
E me conduz na travessia do mar da vida.

Fixo meus olhos na linha do horizonte,
Fiel no Caminho, sem desvios por atalhos sedutores,
Que ofereçam aparente felicidade, que só há convosco.

Creio que somente poderei chegar ao Pai
Convosco, que com Ele à direita estais,
Por isto sois o verdadeiro e único Caminho.

Senhor, pauto minha vida pela Verdade,
Verdade que sois Vós e que tão ricamente
Encontro em Vossa Palavra que liberta.

Senhor, bem dissestes, que somente Vos amando e conhecendo,
Somente tendo o coração inflamado pela eterna chama de amor,
É que então o Pai poderemos amar e conhecer.

Porque sois, Senhor, a Verdade que nos revela o Pai.
Vós sois o próprio Ícone do Pai,
Vivendo em perfeita comunhão com Ele.

Concedei-nos, Senhor, também participarmos dessa comunhão.
Ajudai-nos a nos tornarmos ícones Vosso,
Para que alcancemos a Vida em plenitude.

Vida e Vida plena, Senhor, somente em Vós temos,
Porque sois o nosso Bom Pastor e Porta de Salvação,
Garantia de Vida eterna, participação na Vida divina.

Senhor, dissestes que Vos vendo, vemos o Pai.
Ajudai-nos, para que, como cristãos que somos,
Vejam Cristo gerado e formado em nós. Amém. Aleluia!


PS: Fonte inspiradora - Jo 14, 1-14.

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo”

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo”

Aprofundemos sobre a missão do Bom Pastor, que é o próprio Jesus Cristo, à luz das reflexões de São Clemente de Alexandria (séc. III):

“As pessoas em bom estado de saúde não necessitam de médico, ao menos enquanto estão bem; os enfermos, ao contrário, necessitam de sua arte. Da mesma forma, nós que nesta vida estamos enfermos e oprimidos pelos desejos vergonhosos, de intemperança condenável, de todas as outras desordens de nossas paixões, necessitamos do Salvador.

Ele nos aplica doces medicamentos, mas também remédios amargos: as raízes amargas do temor detêm as úlceras do pecado. Eis por que o temor, embora seja amargo, é saudável.

Por isso nós, os enfermos, necessitamos do Salvador; extraviados, d’Aquele que nos guie; cegos, d’Aquele que nos ilumine; sedentos, da fonte de Água Viva; e aqueles que bebem dela nunca mais terão sede; mortosnecessitam da Vida; o rebanho, do Pastor; as crianças, do Pedagogo; e toda a humanidade necessita de Jesus: por receio que, sem guia e sendo pecadores, caiamos na condenação final. É necessário, ao contrário, que sejamos separados da palha e empilhados no celeiro do Pai. ‘A pá está na mão’ do Senhor, e com ela separa o trigo do joio destinado ao fogo.

Se quisermos, podemos compreender a profunda sabedoria do Santo Pastor e Pedagogo, o onipotente Verbo do Pai, quando, servindo-Se da alegoria, proclama-Se Pastor do rebanho; Ele é também o Pedagogo dos pequeninos.

É assim que Ele aborda amplamente, através de Ezequiel, aos anciãos, e que lhes dá o exemplo salutar de uma solicitude esmerada: Cuidarei do que está ferido, e curarei o que está fraco, trarei de volta os que se extraviaram, e apascentarei Eu mesmo no meu Santo monte. Tal é a promessa de um Bom Pastor. Apascenta as Tuas criaturas como a um rebanho.

Sim, Senhor, sacia-nos; dá-nos com abundância o pasto de Tua justiça; sim, Pedagogo, conduz-nos até o Teu Santo monte, até a Tua Igreja, a que está colocado no alto, acima das nuvens, que toca os céus! E eu serei, diz Ele, seu Pastor, e estarei perto deles, como a túnica de sua pele. Ele quer salvar a minha carne, revestindo-a com a túnica da incorruptibilidade, e ungiu a minha pele.

Eles me chamarão, diz o Senhor, e Eu lhes direiAqui estou. Me escutas muito antes do que eu esperava, Senhor. Se cruzarem as águas, não resvalarão, diz o Senhor. De fato, não cairemos na corrupção, os que cruzamos até a incorruptibilidade, porque Ele nos sustentará. Ele disse e quis.

Assim é nosso Pedagogo: realmente bom. Não vim, disse Ele, para ser servido, mas para servir. Por isso o Evangelho O revela fatigado; se fadigas por nós e prometeu dar Sua vida como resgate por muitos.

Somente o Bom Pastor – acrescenta – se comporta assim. Que grande benfeitor; entrega por nós o que tem de melhor: sua vida! Que grande benfeitor e amigo do homem, Aquele que, sendo Senhor, quis ser seu irmão! E Sua bondade chegou a tal extremo, que morreu por nós.” (1)

Amemos, adoremos e sigamos os passos de Jesus, pois, Ele é de fato o Santo Pastor e Pedagogo, que conosco caminha.

Alegremo-nos!
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha, e tão somente Ele tem Palavra de Vida Eterna que nos ilumina e orienta.

Ele é o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós, caminhou entre nós, fez-Se um de nós, igual a nós, exceto no pecado.

Aleluia!

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo” (continuação)

“Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo”

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele tem Palavra de Vida Eterna,
Que nos ilumina e nos orienta.
Ele é o Verbo que Se fez Carne e habitou entre nós.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele nos garante o melhor Vinho,
Como fez nas festas das Bodas de Caná.
Façamos tudo o que Ele nos disser.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele sacia nossa sede de vida eterna,
Como saciou a sede da samaritana à beira do poço de Jacó.
A Ele recorramos, nós, tão sedentos de amor e vida que somos.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele sacia nossa fome de eternidade,
Como saciou a fome de multidões, e Se fez para nós
Pão Vivo de imortalidade, antídoto para não morrer, na Santa Eucaristia.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é a Verdade que nos liberta.
Conheçamos esta Verdade que nos faz verdadeiramente livres,
Pois foi para a liberdade que Ele nos libertou (Gl 5,1).

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele cura nossa cegueira, para que vejamos saídas,
Assim como curou o cego de nascença, também curado sejamos.
Ele que é a Luz do mundo, e nós sinais desta Luz.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é o Bom Pastor, que nos ama e nos conduz,
E por nós dá livremente a Sua própria vida,
Para que vida plena e definitiva tenhamos.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é a Ressurreição e a Vida
Assim como ressuscitou Lázaro, também nos ressuscitará,
Pois, n’Ele vivendo e crendo, não morreremos para sempre.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é o Mestre e Senhor, como nos falou na Santa Ceia;
Lavando humildemente os pés dos discípulos,
Um ensinamento de amor, serviço e doação nos concedeu.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida:
Caminho que nos leva ao Pai, Verdade que ilumina os povos
E Vida que renova o mundo, confessamos piamente.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele é a Videira amada do Pai,
Na qual somos ramos unidos para frutos produzir;
Nutridos pela Seiva do Amor, que da Videira nos vem: o Santo Espírito.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo, conosco caminha.
Somente Ele ora por nós, em nós e recebe a nossa oração.
Porque Ele e o Pai, com o Espírito, são perfeita comunhão,
Por isto, ora, a fim que também todos sejamos Um.

Alegremo-nos! Não caminhamos sozinhos.
Jesus, o Santo Pastor e Pedagogo conosco, caminha.
Amamos, adoramos e cremos que o Santo e Bom Pastor e Pedagogo,
Jesus, que tanto nos ama, e nos amando até o fim,
Assegura-nos o perfeito caminho que nos faz livres e felizes.
Amém. Aleluia!

   
(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pp.99-100 

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG