sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Oração do 3º Ano Vocacional do Brasil

                                                


Oração do 3º Ano Vocacional do Brasil

 

Senhor Jesus,

enviado do Pai e Ungido do Espírito Santo,

que fazeis os corações arderem

e os pés se colocarem a caminho,

ajudai-nos a discernir a graça do Vosso chamado

e a urgência da missão.

 

Continuai a encantar famílias, crianças

adolescentes, jovens e adultos,

para que sejam capazes de sonhar e se entregar,

com generosidade e vigor,

a serviço do Reino,

em Vossa Igreja e no mundo.

 

Despertai as novas gerações

para a vocação aos Ministérios Leigos,

ao Matrimônio, à Vida Consagrada

e aos Ministérios Ordenados.

 

Maria, Mãe, Mestra e Discípula Missionária,

ensinai-nos a ouvir o Evangelho da Vocação

e a responder com alegria. Amém!

 

PS: 3º ano Vocacional do Brasil (20/11/2022 a 26/11/2023).  Tema – “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33).


Consolidemos nossa vocação com a graça divina

                                          

Consolidemos nossa vocação com a graça divina

O mês de agosto é especialmente dedicado, pela Igreja, à reflexão sobre a graça da vocação a qual cada pessoa é chamada.

Vivendo a vocação como chamado de Deus e resposta nossa, é oportuna e inspiradora a afirmação de Santo Ambrósio (séc. IV), Bispo e Doutor da Igreja: “Do corpo de Deus brotou para mim uma fonte eterna; Cristo bebeu minhas amarguras para dar-me a suavidade de Sua graça”.

Quando somos envolvidos e enriquecidos pela suavidade da graça divina, temos a força necessária para a consolidação de nossa vocação e eleição, vivendo nosso batismo como autênticos discípulos missionários do Senhor.

Deste modo, a suavidade da graça divina nos acompanha para continuarmos a inquietante busca de caminhos para uma ação evangelizadora.

Esta mesma graça é abundantemente derramada em diversos acontecimentos, atividades pastorais, movimentos, comprometimentos sociais e políticos a fim da construção do Reino, a fim de edificarmos uma sociedade mais justa e fraterna.
Urge  criatividade e ardor na evangelização, acompanhado sobre a reflexão da vocação que Deus nos concede, para vivê-la em todos os âmbitos, dentro e fora da Igreja, reavivando as chamas da fé, do amor e da esperança, renovando a alegria de  nos colocarmos a serviço da vida plena e feliz para todos.

E ainda, para o revigoramento de nossa vocação, ressoem as Palavras do Apóstolo Pedro: “… Procurai com mais diligência consolidar a vossa vocação e eleição, pois, agindo desse modo, não tropeçareis jamais; antes, assim é que vos será outorgada generosa entrada no Reino eterno de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pd 1,11), “ como pedras vivas e escolhidas de Deus” (1Pd 2,1-3).

Envolvidos pela suavidade da graça divina, que nos é derramada abundantemente, é, mais do que nunca, ocasião favorável para consolidação de nossa fé, vocação e eleição, renovando sagrados compromissos com o Reino de Deus, com o ardor,zelo e a alegria.

Tendo o Senhor “bebido nossas amarguras”, e nos comunicado, em cada instante, a suavidade de Sua graça, consolidaremos nossa vocação e eleição; tão somente assim, Ele verá Sua face resplandecendo em cada um de nós, que aceitou o Seu chamado, e prontamente respondeu, deste modo, enfrentaremos e venceremos os momentos difíceis em diversos campos (econômico, político, social), que estamos vivendo.

“Deus na Cidade”

                                                    

“Deus na Cidade”

Em agosto de 2015, participei, em Itaici, do Curso Teológico-Pastoral promovido pela Arquidiocese de São Paulo, com o tema “Deus na Cidade”, assessorado pelo Pe. Dr. Carlos Maria Galli.

Fomos iluminados pelas reflexões da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Documento de Aparecida); e também pela Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, pela Encíclica “Laudato Si”, ambas do Papa Francisco.

A reflexão partiu do parágrafo 514 do Documento de Aparecida: “A fé nos ensina que Deus vive na cidade, em meio às suas alegrias, desejos e esperanças, com também em meio às suas dores e sofrimentos. As sombras que marcam o cotidiano das cidades, como exemplo, a violência, pobreza, individualismo e exclusão, não podem nos impedir que busquemos e contemplemos a Deus da vida também nos ambientes urbanos.

As cidades são lugares de liberdade e de oportunidade. Nelas, as pessoas têm a possibilidade de conhecer mais pessoas, interagir e conviver com elas. Nas cidades é possível experimentar vínculos de fraternidade, solidariedade e universalidade. Nelas, o ser humano é constantemente chamado a caminhar sempre mais ao encontro do outro, conviver com o diferente, aceitá-lo e ser aceito por ele”.

Vimos a necessidade de repensar a Pastoral Urbana, neste contexto, para efetiva e afetiva presença da Igreja nas realidades mais desafiadoras:

-  Como ser uma Igreja “em saída” verdadeiramente missionária?
- Como descobrir a presença de Deus com rosto humano e urbano, contemplando e anunciando a presença de Cristo presente no outro?

Para tanto, se faz necessária a conversão das estruturas e a conversão pessoal para uma nova Pastoral Urbana, em que a evangélica opção preferencial pelos pobres se torne uma realidade; pequenas comunidades, onde vínculos mais estreitos e fraternos sejam estabelecidos, superando toda forma de isolamento e anonimato.

Urge que passemos de uma pastoral de conversão para uma pastoral decididamente missionária; de uma pastoral estática para uma pastoral extática, colocando-se a serviço da vida plena para todos, a partir do encontro pessoal com Jesus, que traz um novo horizonte e um novo sentido para a própria existência de quem O encontrou.

Por este viés caminhou a reflexão: como ser uma Igreja urbana, e fazer de toda a ação eclesial na cidade uma ação evangelizadora urbana, porque a cidade é, de fato, um campo prioritário para a vida e a missão da Igreja, a partir dos subsídios apresentados, e do livro do assessor (Dios vive em la ciudade. Hacia uma nueva pastoral urbana a la luz de Aparecida y del proyeto missioneiro de Francisco – Buenos Aires – Ágape, 3.a Edición corregida y aumentada, 2014).

Como Igreja que somos, presentes na cidade, atentos aos clamores que sobem aos céus, não podemos nos acomodar, mas nos incomodar, com as sombras que pairam sobre a cidade, e ser presença iluminadora, como nos diz o Senhor, confiantes de que o Espírito Santo nos acompanha em nossa missão, para que vejamos Deus presente na cidade, ora com belos traços, ora nem tanto assim, porque há desfigurados, maltratados, maltrapilhos, nas ruas e praças, e em outros tantos lugares.

Continuemos, portanto, empenhados pela defesa da vida na cidade, em todos os aspectos, desde a concepção até seu declínio natural, eis a nossa missão e desafio, afinal Deus vive na cidade, e está presente em cada um que nela habita; como também na promoção da vida daqueles que nela moram, preservando a casa comum na qual todos moramos.

Em poucas palavras...

                                                 


“A Igreja é, por sua própria natureza, missionária...”

“«Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para cumprir na terra, no dia de Pentecostes foi enviado o Espírito Santo para que santificasse continuamente a Igreja» (LG 4).

Foi então que «a Igreja foi publicamente manifestada diante duma grande multidão» e «teve o seu início a difusão do Evangelho entre os gentios, por meio da pregação» (AG 4).

Porque é «convocação» de todos os homens à salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária, enviada por Cristo a todas as nações, para de todas fazer discípulos (Mt 28,19-20; AG 2,5-6).” (1)

 

(1)Catecismo da Igreja Católica – parágrafo n.767

Vocação é graça e missão

                                                


Vocação é graça e missão
 
“Corações ardentes, pés a caminho”
(Cf. Lc 24,13-35)
 
Com Ele, vivamos.
Corações ardentes,
Olhos iluminados,
Pés a caminho.
 
Não permitir que frio, fique o coração,
Quando tudo parece perder real sentido,
Nem sonhos, nem esperanças sobrevividas,
Como que tudo a cinzas para sempre reduzidas.
 
Somente se d’Ele Palavra no caminho ouvida,
Possibilitando vislumbrar novos horizontes,
E para a vida, com o divino encontro, um novo sentido,
Inflamado o coração, forças revigoradas na Divina Fonte.
 
Corações ardentes, tão somente
Quando Sua Palavra é ouvida,
No mais profundo do coração,
Acolhida, acreditada, vivida.
 
Não permitir que os olhos percam o brilho,
Ainda que os fatos os queiram ofuscar,
É preciso n’Ele, a Luz que não se apaga,
Incansavelmente, e a cada instante confiar.
 
Com Ele, podemos sempre contar,
E o colírio da fé jamais há de nos faltar,
Para um olhar que transcenda o ilusório,
Olhar que ultrapassa o aparente e transitório.
 
Olhos que se abrem no partir do Pão,
Gesto que se repete em cada Eucaristia.
Pão partilhado, Sua Real presença,
Que nos alimenta e renova forças e alegria.
 
Não permitir que os pés se cansem no caminho,
Subindo montanhas, atravessando vales e campinas,
Confiantes que jamais nos faltará a Sua presença
Contemplada desde sempre na suave brisa divina.
 
Viver a graça da sinodalidade, como Igreja que somos,
Caminhar sempre juntos para mais longe chegar,
Com renúncias e sacrifícios necessários,
Sonhos e utopias que nos movem, compartilhar.
 
Pés a caminho, sem jamais desistir.
Quedas e cansaços inevitáveis, mas
Com a força da oração e da Eucaristia, e a
Presença da Estrela da Evangelização: Maria. Amém. 

quinta-feira, 31 de julho de 2025

“Cuidemos de nossa casa comum”

 



“Cuidemos de nossa casa comum”
 
Em 2016, a Igreja no Brasil realizou a IV Campanha da Fraternidade Ecumênica, com um tema extremamente atual, complexo e desafiador: “Casa comum, nossa responsabilidade”, e o Lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).
 
Retomamos a temática com a Campanha da Fraternidade deste ano (2025), com o tema - "fraternidade e Ecologia Integral", e com o lema -"Deus viu que tudo era muito bom" (cf. Gn 1,31).
 
Oportuno retomar os sete “erres” que, cada vez mais, devem fazer parte de nossa vida:
 
Repensar os nossos hábitos de consumo e comportamentos. Vejamos onde podemos economizar e evitar a produção de lixo; 

Reduzir o consumo e o uso de embalagens e produtos não recicláveis; 

Reaproveitar materiais, papéis, embalagens etc., que muitas vezes vão para o lixo, mas que poderiam continuar sendo usados ou doados para outras pes­soas; 

Reciclar, fazendo a separação/coleta seletiva do lixo; reciclá-lo ou doá-lo para quem o recicla (muitas pessoas ganham o próprio sustento e da família com este trabalho); 

Recusar produtos descartáveis como plásticos e outros produtos que prejudicam o ecossistema; 

Reparar produtos, prolongando sua vida útil; 

- Reintegrar restos de alimentos e outros materiais orgânicos à natureza, através da compostagem.

Com estas ações, que não exigem grande esforço, ao mesmo tempo em que cuidamos do Planeta, estaremos fazendo bem a nós mesmos e aos outros, e, com isto, exercitando a caridade fraterna.
 
Cuidemos do nosso Planeta, nossa Casa Comum, com a consciência de que devemos preservá-lo para as gerações que virão. Se não nos convertermos no uso das coisas, na relação com elas, estaremos comprometendo não somente o futuro, mas já também o presente, haja vista os acidentes e tragédias ambientais que vemos nos noticiários e bem perto de nós.
 


O Senhor revigora a nossa fé

                                                     

O Senhor revigora a nossa fé
 
Reflexão à luz da passagem da Carta de São Pedro (1Pd 1,6-9):
 
“Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira – mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo – e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo. Sem ter visto o Senhor, vós O amais. Sem O ver ainda, n’Ele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação”
 
A Carta é dirigida aos cristãos das cinco províncias romanas da Ásia menor, e tem como objetivo a exortá-los para que vivam a fidelidade ao Senhor, apesar de toda provação, perseguição e incompreensão.
 
O discípulo missionário não está livre de aflições e provações, como o próprio Senhor já alertara no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados” (Mt 5,5); “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos Céus. Bem-Aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim” (Mt 5,10-11).
 
A autenticidade, solidez, luminosidade e fecundidade da fé somente são alcançadas quando ela for provada, e assim se torna “mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo” (1Pd 1,7), e como também podemos ler no Livro do Eclesiástico: “Meu filho, se te ofereceres para servir o Senhor, prepara-te para a prova. Endireita teu coração e sê constante, não te apavores no tempo da adversidade. Une-te a Ele e não separes a fim de seres exaltado no teu último dia. Tudo o que te acontecer, aceita-o, e nas vicissitudes que te humilharem sê paciente, pois o ouro se prova no fogo, e os eleitos, no cadinho da humilhação” (Eclo 2,1-5).
 
É preciso nas contrariedades do cotidiano, sobretudo se inevitáveis, manter a esperança, confiar no amor de Deus, que nos envolve e nos impulsiona, para que jamais recuemos no testemunho da fé, no revigoramento da caridade, virtudes divinas que nos movem, permanentemente, na fidelidade ao Senhor, com a força e presença do Espírito Santo, dom de Deus, e todos os dons que possam nos enriquecer.
 
Vivamos na solidariedade, alegria, coerência e fidelidade na adesão feita ao Cristo Ressuscitado, em total identificação com Aquele a quem amamos, mesmo sem ter visto, pois Ele é o Cristo que, por amor, Se entregou ao Pai em favor de todos nós.
 
Nisto consiste a fé: crer no poder e presença do Senhor, ainda que não O tenhamos visto, mas n’Ele acreditamos, como também nos disse o Senhor, quando Se manifestou aos discípulos, dirigindo a Tomé estas palavras: “Porque viste creste. Felizes os que não viram e creram!” (Jo 20,29).
 
Tão somente deste modo, beberemos de uma fonte genuína e inesgotável de alegria, que é o próprio Senhor Jesus Cristo, que nos ama e nos garante vida plena e feliz, a salvação, e com Ele, chegaremos à glória da Ressurreição.
 
Concluamos com as palavras do Salmista: “O Senhor nos sacia com a fina flor do trigo. E nos farta com o mel que sai da rocha” (cf. Sl 81,17), e assim, satisfeitos e felizes somos, não obstante às provações e dificuldades que tenhamos que enfrentar e superar.



PS: oportuno para a reflexão da passagem do Livro do Eclesiástico (Eclo 2,1-3) (gr. 1-11)

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG