sexta-feira, 1 de agosto de 2025

“Espera, ó minha alma”

                                                      

“Espera, ó minha alma”

No parágrafo número 1821 do Catecismo da Igreja Católica, encontramos uma citação iluminadora de Santa Teresa de Jesus:

“Espera, ó minha alma, espera. Ignoras o dia e a hora. Vigia cuidadosamente, tudo passa com rapidez, ainda que tua impaciência torne duvidoso o que é certo, e longo um tempo bem curto.

Considera que, quanto mais pelejares, mais provarás o amor que tens a teu Deus e mais te alegrarás um dia com teu Bem-Amado numa felicidade e num êxtase que não poderão jamais terminar”.

Diante de dificuldades, resultados a serem alcançados, respostas esperadas, entre outras tantas situações, por vezes, somos tomados pela impaciência.

À espera de uma resposta de Deus, muitas vezes, a impaciência coloca à prova nossa fé e esperança, no entanto, é preciso perseverar na confiança inabalável.

“Espera, ó minha alma, espera”, pensamento que, como um refrão, deve costurar os parágrafos de nossa história, sem perdas de conexões, a fim de que se alcance o desejado.

E a mais bela “espera”: provar o amor que temos por Deus, numa alegria imensurável diante do Bem-Amado, Jesus, para viver o transbordamento da alegria que jamais passará.

Supliquemos a Deus que nos ajude a perseverar e esperar, com plena confiança no que Ele sempre tem de melhor para nós.

Reencontremos dentro de nós a paz, porque é lá, bem dentro de cada um nós, que Deus fez Sua morada, Seu Templo: “Espera, ó minha alma, espera” Amém.

Renovemos a Esperança

                                                       

Renovemos a Esperança

É sempre necessário o aprofundamento da virtude teologal da esperança, que nos leva ao desejo do Reino dos céus e da vida eterna, como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos no socorro da graça do Espírito Santo, e não apenas em nossas forças.

Retomemos, portanto, para este aprofundamento, alguns parágrafos do Catecismo da Igreja Católica.

Esta virtude corresponde ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem; assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens, purifica-as e ordena-as para o Reino dos céus.

Ela também protege contra o desânimo; sustenta no abatimento; dilata o coração na expectativa da bem-aventurança eterna, de modo que o ânimo que a esperança dá, preserva do egoísmo e conduz à felicidade da caridade.

A esperança cristã, por sua vez, retorna e realiza a esperança do Povo eleito, que tem a sua origem e modelo na esperança de Abraão, o qual, em Isaac, foi cumulado das promessas de Deus e purificado pela provação do sacrifício: – “Contra toda a esperança humana, Abraão teve esperança e acreditou. Por isso, tornou-se pai de muitas nações” (Rm 4, 18).

As Bem-Aventuranças desde o princípio presente nas pregações de Jesus, elevam a nossa esperança para o céu, como nova terra prometida e aponta o caminho através das provações que aguardam os discípulos de Jesus.

O Apóstolo Paulo também nos faz compreender que, pelos méritos do mesmo Jesus Cristo e da Sua paixão, Deus nos guarda na “esperança que não decepciona” (Rm 5, 5), e assim escreveu a Tito: -  “O Espírito Santo, que Ele derramou abundantemente sobre nós, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador, para que, justificados pela Sua graça, nos tornássemos, em esperança, herdeiros da vida eterna” (Tt 3, 6-7).

Ainda nos diz o Apóstolo, que ela é arma que nos protege no combate da Salvação: “Revistamo-nos com a couraça da fé e da caridade, com o capacete da esperança da salvação” (1 Ts 5, 8). Proporciona-nos alegria, mesmo no meio da provação: “alegres na esperança, pacientes na tribulação” (Rm 12, 12)

O autor da Epístola aos Hebreus, por sua vez, exorta: –“Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele que fez a promessa é fiel” (Hb 10, 23), e esta é “a âncora da alma, inabalável e segura” que penetra [...] “onde entrou Jesus como nosso precursor” (Hb 6, 19-20).

Ela se exprime e se nutre na oração, particularmente na oração do Pai-Nosso que o Senhor nos ensinou, resumo de tudo o que a esperança nos faz desejar.

Podemos nutrir a esperança da glória do céu prometida por Deus àqueles que O amam e fazem a sua vontade.

Em todas as circunstâncias, ainda que marcada por adversidades, devemos esperar contando com a graça de Deus e permanecer fiel até o fim (Mt 10,22), e alcançar a alegria do céu, como eterna recompensa de Deus pelas boas obras realizadas.

Finalizemos com as palavras de Santa Teresa de Jesus:

“Espera, espera, que não sabes quando virá o dia nem a hora. Vela com cuidado, que tudo passa com brevidade, embora o teu desejo faça o certo duvidoso e longo o tempo breve. Olha que quanto mais pelejares, mais mostrarás o amor que tens a teu Deus, e mais te regozijarás com teu Amado em gozo e deleite que não pode ter fim”.


Fonte de pesquisa: Catecismo da Igreja Católica – parágrafos n.1817-1821

Vivamos intensamente o 3º Ano Vocacional do Brasil

 


Vivamos intensamente o 3º Ano Vocacional do Brasil

Estamos vivenciando o terceiro Ano Vocacional do Brasil, com o tema – Vocação: Graça e Missão”, e o lema: – “Corações Ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), aprovados na assembleia dos bispos, no ano passado.

A realização do 3º Ano Vocacional, iniciado em 20 de novembro de 2022, e o encerramento no 26 de novembro de 2023, deve nos cumular de alegria, porque responde à necessidade da reflexão e aprofundamento do tema em nossas comunidades eclesiais, paróquias, dioceses e regiões, porque o número de operários e operárias na messe continua sendo menor do que deveria (cf. Mt 9,35; Lc 10,2).

Fundamental a acolhida e aprofundamento do texto-base por todos nós, a fim de que vejamos caminhos e propostas a concretizarmos para uma profunda e fecunda vivência do ano vocacional, bem como o fortalecimento do Serviço de Animação Vocacional em todas as paróquias de nossa diocese.

Em sua introdução, o objetivo geral e específicos; em seguida, aprofundamos a graça de sermos Povo de Deus, discípulos e discípulas missionários do Senhor; na parte seguinte, aprofundamos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 3,13-19), e os aspectos e graça de sermos chamados pelo Senhor para continuarmos a Sua missão, pois como nos lembra o cartaz: o Coração de Jesus é a origem, centro e meta de toda a vocação; é a missão e a própria Pessoa de Jesus Cristo:

“Aquele que chama, também envia. Iniciativa do próprio Deus, mistério, graça, experiência de encontro, fascínio, alegria, assombro, sensibilidade, inconformidade, resposta pessoal, envolvimento comunitário, missão, serviço, entrega de vida, coragem e determinação, esperança e firme convicção, testemunho de fé” (Texto Base).

Urge que, nos diversos espaços, acolhamos com alegria a sua realização. Não podemos cruzar os braços; ao contrário, é preciso que nossos “corações sejam ardentes” e “nossos pés se coloquem a caminho”, vivendo a memorável experiência dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35).

 PS: Escrito em 2023

Edifiquemos a Igreja, a casa da misericórdia

                                                     

Edifiquemos a Igreja, a casa da misericórdia

"A Igreja é a casa da misericórdia e também a ‘terra’
onde a vocação germina, cresce e dá fruto”.

Iniciamos o mês Vocacional, e temos a possibilidade de um aprofundamento da vocação cristã.

Retomemos as palavras do Papa Francisco em sua mensagem para o 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (2016) com o tema «A Igreja, mãe de vocações»:

Como gostaria que todos os batizados pudessem, no decurso do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, experimentar a alegria de pertencer à Igreja! E pudessem redescobrir que a vocação cristã, bem como as vocações particulares, nascem no meio do povo de Deus e são dons da misericórdia divina! A Igreja é a casa da misericórdia e também a ‘terra’ onde a vocação germina, cresce e dá fruto”.

Deste modo, sendo a família uma espécie de Igreja doméstica, também precisa redescobrir sua sagrada missão de gerar e formar novos cristãos comprometidos com a causa do Reino de Deus, inaugurado por Jesus. Neste sentido, papel fundamental têm os pais, como os primeiros educadores de seus filhos, plantando no coração destes a semente da fé e da Palavra divina, para que germine, cresça e frutos copiosos produzam.

Não nos faltam, como Igreja, espaços e momentos para que vocações sejam cultivadas e floresçam: os grupos de reflexão, onde se aprofunda a Palavra e se estabelece vínculos de amor, comunhão, partilha e solidariedade; bem como a redescoberta da experiência da Leitura Orante, quando em comum se faz a leitura, meditação, oração e contemplação, a partir da Palavra de Deus, fonte de luz e alegria e da vida plena que tanto ansiamos.

Urge que sejam fortalecidos a fé de tantos cristãos comprometidos com a construção de um mundo novo, marcado por relações de fraternidade, justiça, direito, partilha e solidariedade, contrapondo-se à realidade marcada pela injustiça, egoísmo, ganância, injustiças, corrupção, degradação da vida e do planeta, perda de princípios éticos com consequências penosas para a vida de milhões de pessoas.

Cremos que a vocação cristã se exerce de forma sublime na participação política, como já acenara o Papa São Paulo VI. E ainda que a vocação cristã na política não se esgote apenas em período eleitoral.

Concluindo, peçamos ao Senhor da messe que nos envie operários, para que o rebanho não pereça por falta de pastores. Dentro e fora do campo da Igreja, precisamos de autênticos discípulos missionários, que se abram para o mundo, em alegre e convicto anúncio, testemunho de vidas marcadas pela doação, amor e serviço, sendo d’Ele irradiadores de luz, promotores da vida plena e feliz, como sinal do Reino.

Quanto mais compreendermos que a vocação é dom da misericórdia divina a nós confiado, muito maior será nosso esforço e compromisso com a Boa-Nova do Reino, iluminados pela Palavra de Deus e revigorados pelo Pão da Eucaristia.

Celebremos o 3º Ano Vocacional do Brasil

                                                              


Celebremos o 3º Ano Vocacional do Brasil 

Vivenciamos o terceiro Ano Vocacional do Brasil, de 20 de novembro de 2022 a 26 de novembro de 2023, com o tema – “Vocação: Graça e Missão”, e com o Lema – “Corações Ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,32-33), aprovado na Assembleia dos Bispos no ano passado. 

Deve ser para todos nós motivo de grande alegria,  como foram os dois anteriores: em 1983 motivado pelo tema “Vem e segue-me”, e em 2003, com o tema “Batismo, fonte de todas as vocações”.

A realização do Ano Vocacional responde à grande necessidade da reflexão e aprofundamento do tema em nossas comunidades eclesiais, paróquias, dioceses e regiões, porque o número de operários e operárias na messe continua sendo menor do que deveria (cf. Mt 9,35; Lc 10,2). 

Fundamental foi o Texto Base com caminhos e propostas para a concretição profunda e fecunda do ano vocacional. 

Em sua introdução encontramos o objetivo geral e específicos; em seguida aprofundamos a graça de sermos Povo de Deus, em que todos somos chamados a sermos discípulos e discípulas missionários do Senhor; na parte seguinte, aprofundamos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 3,13-19), e os aspectos e graça de sermos chamados pelo Senhor para continuar a Sua missão. 

Finalizando, somos exortados para fortalecer a cultura vocacional, a fim de que despertemos vocações, como tão bem encontra expresso na oração do 3º Ano Vocacional, e somos enriquecidos com indicações práticas para o necessário Serviço de Animação Vocacional em nossas dioceses. 

Urge que, nos diversos espaços, acolhamos com alegria a sua realização. Não podemos cruzar os braços; ao contrário é preciso que nossos “corações sejam ardentes” e “nossos pés se coloquem a caminho”, vivendo a memorável experiência dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). 

Como nos lembra o cartaz, que o Coração de Jesus nos recorde que a origem, centro e meta de toda a vocação é a missão e a pessoa de Jesus Cristo: 

“Aquele que chama, também envia. Iniciativa do próprio Deus, mistério, graça, experiência de encontro, fascínio, alegria, assombro, sensibilidade, inconformidade, resposta pessoal, envolvimento comunitário, missão, serviço, entrega de vida, coragem e determinação, esperança e firme convicção, testemunho de fé (Texto Base). 

Oração do 3º Ano Vocacional do Brasil
 
Senhor Jesus,
enviado do Pai e Ungido do Espírito Santo,
que fazeis os corações arderem
e os pés se colocarem a caminho,
ajudai-nos a discernir a graça do Vosso chamado
e a urgência da missão.
 
Continuai a encantar famílias, crianças
adolescentes, jovens e adultos,
para que sejam capazes de sonhar e se entregar,
com generosidade e vigor,
a serviço do Reino,
em Vossa Igreja e no mundo.
 
Despertai as novas gerações
para a vocação aos Ministérios Leigos,
ao Matrimônio, à Vida Consagrada
e aos Ministérios Ordenados.
 
Maria, Mãe, Mestra e Discípula Missionária,
ensinai-nos a ouvir o Evangelho da Vocação
e a responder com alegria. 

Amém!

Cristãos leigos: artífices da paz e da justiça

                                                   


Cristãos leigos: artífices da paz e da justiça

“Não compete aos pastores da Igreja intervir diretamente na construção política e na organização da vida social. Este papel faz parte da vocação dos fiéis leigos, agindo por sua própria iniciativa juntamente com os seus concidadãos.

A ação social pode implicar uma pluralidade de caminhos concretos; mas deverá ter sempre em vista o bem comum e conformar-se a mensagem evangélica e o ensinamento da Igreja.

Compete aos fiéis leigos «animar as realidades temporais com o seu compromisso cristão, comportando-se nelas como artífices da paz e da justiça» (João Paulo II, Enc. Sollicitudo rei socialis, 47: AAS 80 (1988) 582; cf. Ibid., 42: AAS 80 (1988) 572-574.).” (1)

 

(1) Catecismo da Igreja Católica - Parágrafo n. 2442

O esplendor da verdade nos conduz

                                                        

O esplendor da verdade nos conduz

Na história da humanidade, cada tempo apresenta suas sombras e luzes; desafios que clamam por respostas, e cremos que cada pessoa tem um papel inadiável e intransferível para contribuir na escrita de linhas diferentes com matizes de esperança, que possibilitem o descortinar de uma nova realidade.

Cada um de nós tem uma vocação, e é preciso refletir sobre a mesma não apenas com a tradicional abordagem que fazemos nos espaços da Igreja. Refletiremos não apenas na tradicional abordagem (ministros ordenados, ministros não ordenados, vida consagrada...), mas vocação como responsabilidade na resposta que devemos dar ao chamado de Deus, que espera que sejamos sinal de Sua presença na Igreja e no mundo.

Mas há sempre para cada batizado o necessário revigoramento e renovação da chama vocacional; vocação à santidade, como presença viva de Jesus em todos os âmbitos de nossa vida.

Como Igreja presente no mundo e, para que melhor possamos professar nossa fé, comunicando o esplendor da verdade do Senhor e sua Boa Nova, se faz necessário que conheçamos a Doutrina de nossa Igreja, refletindo e vivendo os Mandamentos que o Pai nos deixou.

Viver a fé e manter vivo o esplendor da verdade que nos conduz no mundo da política.

O esplendor da verdade se manifesta quando acolhemos o sopro do Espírito e promovemos pequenas e grandes coisas pela santificação das famílias.

Que as palavras do Apóstolo Paulo encontrem acolhida em nosso coração: “Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4,22-23).

É preciso renunciar e despojar o homem velho que habita em nós, e assim, renovados e revestidos de Cristo, sejamos homens novos, criaturas novas, criados à imagem de Deus, revelando Sua face no mundo.

Nossa vocação é ser luz do mundo. Portanto, nossos pensamentos, palavras, atitudes, deverão ser sempre a expressão desta bela verdade, somente assim viveremos a vocação no seu sentido mais amplo e verdadeiro, como Deus espera de nós, ordenados ou não, na Igreja ou fora de suas paredes.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG