sexta-feira, 11 de julho de 2025

Simplicidade, retidão e temor a Deus

                                                             

Simplicidade, retidão e temor a Deus

Senhor, ajudai-nos a não nos afastarmos da pura simplicidade, procurando incansavelmente a virtude da retidão, nos pensamentos, palavras e ações, afastando-nos de todo mal, sem indesejáveis omissões, que fragilizam a novidade de Vosso Reino em nosso meio.

Senhor, dai-nos a graça de permanecer na inocência pela simplicidade, para que sejamos sábios no bem, e totalmente simples no mal; de modo que não nos façamos crianças pelo entendimento, maturidade de fé e sabedoria, mas sejamos pequeninos na malícia e em tudo que não nos torne puros de coração, como nos ensinais.

Senhor, dai-nos Vosso Espírito, para que em tudo sejamos prudentes como serpentes e simples como pombas, inseparavelmente, pois com a astúcia da serpente prevenimos a simplicidade da pomba, e assim, com a simplicidade da pomba temperamos a astúcia da serpente em nós e em nosso agir.

Senhor, que Vosso Espírito Se manifeste a nós, como presença, pela figura da pomba, recordando-nos a necessária simplicidade, mas também pela figura do fogo para que jamais descuidemos do zelo e do ardor, do amor que queima e arde sem se ver.

Senhor não permiti que caiamos na tentação de entrar por dois caminhos, pois assim poderíamos multiplicar obras em Vosso nome, mas tendo o coração distante de Vós, porque movidos por outros interesses, como o poder, a riqueza, o prestígio; e não a pura realização de Vossa vontade acima de todas as vontades.

Senhor, dai-nos a graça do temor divino, e também o afastar-se todo mal, pois o amor que segue o temor, esmaga toda a culpa na consciência pelo firme propósito da Vossa vontade, e tão somente assim, nos tornamos verdadeiros discípulos missionários Vossos, com renovados compromissos com um mundo novo, com ânsias sagradas de eternidade. Amém.



PS: Oração à luz dos Livros “Moralia” sobre Jó, do Papa São Gregório Magno – (Séc. VI).

Dai-nos, Senhor, prudência e simplicidade de coração

                                                         

Dai-nos, Senhor, prudência e simplicidade de coração 

Sejamos enriquecidos pela Homilia da divina fonte da Tradição da Igreja: a Homilia do Bispo e doutor da Igreja, São João Crisóstomo (séc. IV).
 
“Enquanto somos ovelhas, vencemos e ficamos por cima, seja qual for o número dos lobos que nos rodeiam. Se, ao contrário, formos lobos, seremos vencidos; não teremos a ajuda do pastor. Pois este apascenta ovelhas, não lobos; abandonar-te-á e te deixará, porque não lhe dás ocasião de mostrar seu poder. 

O que o Senhor quer dizer é isto: Não fiqueis perturbados quando, ao vos enviar para o meio dos lobos, Eu vos ordeno ser como ovelhas e pombas. Eu vos poderia proporcionar o contrário: enviar-vos sem mal algum em vista, sem vos sujeitar ao lobo qual ovelha, porém, tornar-vos mais terríveis do que leões. 

Convém que seja assim. Isto vos fará mais refulgentes e proclamará meu poder. Dizia o mesmo a Paulo: Basta-te minha graça, pois a força se realiza na fraqueza (2Cor 12,9).
 
Fui Eu mesmo que estabeleci isto para vós. Ao dizer, pois: Eu vos envio como ovelhas (Lc 10,3), subentende: Não desanimeis por este motivo; Eu sei, certamente, Eu sei que assim sereis invencíveis. 

Em seguida, para que não viessem a pensar que poderiam conseguir algo por si mesmos, sem demonstrar que tudo vem da graça, e, assim, não julgassem ser coroados sem méritos, diz: Sede prudentes como serpentes e simples como pombas (Mt 10,16). 

Que vantagem terá nossa prudência entre tantos perigos? dizem eles. Como poderemos ter prudência, sacudidos por tantas ondas? Por maior que seja a prudência que uma ovelha possua, no meio de lobos, e de tão grande número de lobos, que poderá fazer? 

Seja qual for a simplicidade de uma pomba, que lhe adiantará, diante de tantos gaviões ameaçadores? Para aqueles que não entendem, nada certamente. Para vós, porém, será de muito proveito.

Mas vejamos a prudência que aqui se exige: a da serpente. Esta expõe tudo, até mesmo se lhe cortam o corpo, não se defende, contanto que proteja a cabeça. Assim também tu, diz Ele, à exceção da fé, entrega tudo: dinheiro, corpo, até mesmo a vida. 

A fé é a cabeça e a raiz; salva esta, tudo o mais que perderes, recuperarás depois ao dobro. Por isso, não ordenou ser só simples, nem só prudente; mas uniu as duas coisas, a fim de serem verdadeiramente uma força. Ordenou a prudência da serpente para não receberes golpes mortais; e a simplicidade da pomba, para não te vingares dos que te fazem o mal nem afastares por vingança os perseguidores. Sem ela, de nada vale a prudência. 

E não pense alguém ser impossível cumprir este preceito. Mais do que todos, conhece Ele a natureza das coisas; sabe que a ferocidade não se aplaca com a ferocidade, mas com a brandura.” 

Sejamos fortalecidos para maior correspondência na realização do Projeto do Senhor, na construção do Seu Reino, para que de fato Ele reine em nossos corações e em todo o universo. 

Se formos ovelhas do rebanho do Senhor, com Ele, venceremos todas as dificuldades, ameaças, provações, pois experimentaremos e testemunharemos o poder de Deus que age em nossa vida; de outro lado, não basta estar no rebanho, pois a falta de fidelidade e coerência de fé nos fará lobos, e então seremos vencidos. 

Enviados como cordeiros em meio aos lobos, é a ocasião em que o Senhor manifesta a Sua graça em nossa fraqueza. Não há porque desanimar, com Ele, somos invencíveis, como o próprio Paulo afirmou, mais que vencedores (Rm 8, 37). 

Urge que sejamos prudentes como as serpentes (não permitir o golpe mortal) e simples como as pombas (não fomentar a lógica da violência), a fim de que a ferocidade seja vencida com a brandura. 
 
Mantenhamos viva e intacta a fé, contra toda dificuldade e esperança.

Perseveremos no caminho da caridade, do amor, do perdão, que são marcas distintivas dos discípulos missionários do Senhor. 

Supliquemos ao Senhor para que Ele nos dê, por Seu Espírito, a prudência e a simplicidade necessárias, para que continuemos a missão a nós confiada. 

Oremos:
 
Senhor nosso Deus,
Que sois o refúgio na tribulação,
Força na fraqueza e conforto no sofrimento,
Concedei-nos a prudência e sabedoria necessárias,
Para que, como membros do Vosso rebanho,
Com coragem, combatendo o bom combate da fé,
Um dia, a glória da eternidade mereçamos receber,
E a Vossa glória celestial para sempre contemplar.
Amém. 

"Eterna Chama’'

                                                                         

"Eterna Chama’'

“Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor?
 Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?” (Is 33,14)

Acordei e pensei sobre os meus problemas,
e confesso, tive vontade de fugir.
Minhas forças pareciam ter sumido,
Mas diante de Deus me recolhi.

Para quem se abre ao Santo Espírito,
Os problemas não deixam de existir,
Mas quem conta com a Eterna Chama
Pode vencê-los, sem jamais desistir.

Horas passadas, já era meio-dia,
Sol brilhando, sem sombras de mim,
Também sem o mesmo sentimento,
Que pela manhã fortemente senti.

Já era tarde, sol poente no horizonte,
Como que se despedindo para um novo dia,
Voltando como sempre, ainda que eu não pense,
Assim é o Sol Nascente que sempre vem nos visitar.

Ó Jesus, com o Fogo da Eterna chama, comigo estás,
Tão silenciosamente e docemente sinto Tua presença,
Como presente, o Amor do Pai a me abraçar,
Chama Eterna, meu coração sempre abrasar.

Ó Eterna Chama Divina, ó Divino fogo consumidor,
Tu que me consomes me refazendo,
Me inflamas com Tuas Labaredas Eternas,
Para que não se congelem meus sonhos.

Ó Eterna Chama Divina, ó Divino fogo consumidor,
Não há nada e nenhum problema que possa,
Irremediavelmente, minhas forças exaurir,
Tens a Chama Eterna para meu coração reluzir... 

Conduzi, Senhor, a Vossa Igreja!

                                                                     

Conduzi, Senhor, a Vossa Igreja!

“Prudentes como a serpente e
simples como as pombas”

Contemplo o Mistério da Igreja, com sua fragilidade, que contrasta com a força do mundo, como foi com o próprio Jesus Cristo, em Sua pessoa, quando enviou os discípulos em missão.

Contemplo o Mistério do Rei do Universo, inerme e tranquilo, tão diferente do rei que os judeus esperavam; um rei poderoso e triunfante, que se imporia pela força e violência. Ele tão frágil e indefeso.

Contemplo, em silêncio: A Palavra Viva e encarnada diante das palavras funestas ou mortais de Pilatos: “proclama-se Rei; e, no entanto, deixa-se prender, flagelar, conduzir à morte como malfeitor pelo bem de todos nós”.

Contemplo Aquele pelo qual tudo foi criado, tão pobre que não tem onde repousar a cabeça, mas dá prodigiosamente pão a milhares de pessoas, saciando a fome da multidão.

Medito sobre o Programa das Bem-Aventuranças, nada fácil para a Igreja: viver, cotidianamente, enfrentando ventos contrários, tempestades, mas, com a divina presença de Jesus na “barca”, em confiante travessia.

Suplico para que, como Igreja que somos, vençamos a contínua tentação de assumir as mesmas atitudes do mundo (fome do ter, poder e ser), aparentemente mais eficazes, mas que secam as fontes de sua ação.

Suplico para que a Igreja jamais se afaste do espírito da missão recebida, reavivando o testemunho, como o Mestre, de pobreza, simplicidade, humildade, e profecia, enriquecida com os infinitos dons e carismas do Espírito.

Rogo a Deus a assistência do Santo Espírito, para que a Igreja tenha coragem e clareza em todos os momentos, em absoluta e incondicional fidelidade ao Evangelho, com renúncias e carregando a cruz, no Mistério Pascal.

E assim, assistidos e conduzidos pelo Espírito, tenhamos prontidão para suportar, com paciência, toda injúria, sem nos calarmos diante da prática da injustiça, no permanente combate da fé, a espera de um novo céu e de uma nova terra.

Enfim, rogo para que, no realizar da missão pelo Senhor confiada, sejamos “Prudentes como as serpentes, simples como as pombas” (Mt 10,16), na construção do Reino de Deus por Ele inaugurado, como Igreja em saída, missionária e misericordiosa.
  

Fonte inspiradora: Mt 10, 16-23; Mt 10,15-22 - Missal Cotidiano - Editora Paulus -  p.1011.

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito

                                                                   

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito, a fim de que reconheçamos a Vossa divina presença em nosso meio, na Palavra e nos Sacramentos, de forma tão respeitosa, paciente e humilde, e no amor testemunhado na doação da vida  sacrificada na Cruz.

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito, para que reconheçamos na aparente "presença fraca" a expressão de um "amor forte" de Vós por nós (Ez 2,2-5), que se opõe à nossa "fortaleza débil", e que jamais desiste de nós.

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito, para que contemplemos no Cristo crucificado, expressão maior do amor divino, indefectível  e infinito  por nós, um amor mais forte que a morte, quando, inerme na Cruz, teve Seu coração trespassado.

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito, para que vejamos na Cruz a revelação da maldade humana, e mais ainda, o amor de Deus pela humanidade redimida pelo Sangue do Inocente, Jesus Cristo.

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito, para que contemplemos, aos pés da Cruz Redentora, o confronto dramático e perene; o  duelo entre a “fortaleza débil’ do homem e a "fraqueza forte" de Deus.

Dai-nos, Senhor, a Luz do Espírito, para que, enfim, revigorada a nossa fé, tenhamos os véus dos nossos olhos retirados, e experimentemos a Vida que vem da Gloriosa Ressurreição. Amém.

PS: Fonte de inspiração – Lecionário Comentado – Tempo Comum – Voume I – Lisboa - 2011 – p.666

Senhor, sois para mim...

                                                     

Senhor, sois para mim...

Senhor, sois para mim o Messias desde sempre esperado,
E na plenitude dos tempos, na história da humanidade encarnado.

O descendente de Abraão,
E exulto por Vos conhecer, crer e testemunhar.

Sois muito mais do que Moisés,
Pois por ele veio a Lei, por Vós, Amor e fidelidade.

Sois o Filho de Davi prometido,
A quem clamo Hosana no mais alto dos céus;

A grande promessa por Deus feita,
E em nada decepcionastes a promessa, em fidelidade incondicional.

Senhor, sois a Divina Fonte da Sabedoria,
Muito mais que qualquer humano, até mesmo Salomão;

Mais do que João Batista,
Porque ele a voz no tempo, Vós a Palavra eterna, desde sempre...

Sois a máxima expressão do Amor de Deus,
Que, desde sempre, pelos Profetas anunciado, promessa realizada;

Aquele que entra em nossos sonhos e desejos,
Não para sufocá-los, mas para ampliá-los, elevá-los e realizá-los.

Sois o Dom do Pai ao mundo enviado,
E para sempre em nosso meio, com o Santo Espírito, Ressuscitado.

Sois o Amor perene e irrevogável,
Que suporta inconstâncias e infidelidades.

A Palavra que se fez Carne,
Palavra que vivifica e garante a perfeita liberdade;

Sois a revelação maravilhosa de Deus Pai,
Pois dissestes: “Quem me vê, vê o Pai que me enviou”.

Sois um Deus incompreendido, rejeitado,
Que esperais como resposta tão apenas ser amado;

Um Deus que Se fez homem, por Amor;
Entrastes no mundo com humildade e o transformou, renovou...

Sois a mais bela História da Salvação Divina,
E a cada dia que vivo, posso escrever uma página nesta história.

Sois Aquele que, assumindo a natureza humana,
Sem pecado, a elevou a uma esfera mais alta, a desejada esfera divina.

Senhor, sois para mim o meu Tudo,
Porque sem Vós, sou simplesmente nada.

Sois Aquele de quem ainda que muito tenha falado
Ainda nada disse, porque Mistério inesgotável.

Aquele que está sempre comigo.
Quantas vezes esta presença suave tenho sentido:

Presença na Palavra e no Pão,
Mas também presença em cada irmã e irmão.

Sois Aquele que me chama,
Me envia, me acompanha no carregar da cruz cotidiana.

Aquele que não me deixa desfalecer,
Porque há um mundo a ser iluminado, fermentado.

Senhor, sois Aquele que não permite minha insipidez,
Porque há um mundo que precisa o sabor de Deus conhecer. Amém.

“Alegria do Evangelho”

                                                           


“Alegria do Evangelho

Senhor, a Vós recorremos confiantes e suplicamos:
Dai-nos Vossa Sabedoria em todos os instantes,
Para que sejamos corajosas testemunhas Vossas,
Com a indispensável graça para a perseverança.

A Vossa Sabedoria que nos preserva de riscos indesejáveis,
Como o da autossuficiência e indiferença,
Numa autêntica fidelidade à Vossa Palavra
Em todas as circunstâncias, favoráveis ou não.

Testemunhar a fé contra o risco de perdê-la.
Quando situações adversas e ventos contrários
Teimosamente insistirem em soprar,
Saibamos confiar em Vossa terna presença.

Comunicai-nos Vossa Divina Sabedoria,
Para que diante da provação inevitável,
Seja a dor, o pranto, o sofrimento e a morte,
Fiéis a Vós, sejamos humildes e fortes.

Deus, Forte, Santo e infinitamente misericordioso,
Afastai de nós as aflições e as lágrimas da condição humana,
Quando copiosa e teimosamente verterem,
Consolai-nos, confortai-nos, afagai-nos, Senhor!

Fortalecei nossa necessária perseverança,
Sem permitir que morra a fina flor da Esperança,
Que brota, morre e renasce continuamente,
Quando a nossa Fé não se separa da Caridade.

Dai-nos, Senhor, Vossa Divina Sabedoria
Para compreendermos a dura linguagem da Cruz,
Loucura para alguns, escândalo para outros,
Que para a vida plena e eterna nos conduz.

Vossa força e graça nos acompanhem todos os dias,
Para que, ao testemunhar nossa Fé em Vós,
Sejamos discípulos missionários perseverantes,
Comunicando a “Alegria do Evangelho” com sabedoria. Amém.

Quem sou eu

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG