sexta-feira, 11 de julho de 2025

Agradeço a Deus por você existir

                                                                  

         Agradeço a Deus por você existir

“Eu tenho claro meu desígnio em relação a vós 
– oráculo do Senhor!
É um desígnio de paz, não de sofrimento:
eu vos darei um futuro e esperança! (Jr 23,11) 

Hoje, o dia teria amanhecido como qualquer outro,
Não fosse o fato de você, neste dia ter passado a existir.
Sim, teu aniversário torna este dia diferente.
Lembrarei de  ti no altar, melhor lugar não há.
Temos muito para rezar, no altar celebrar.
 
Mais um ano a Deus, com júbilo, agradecer,
Súplicas também por ti elevarei, com fé.
É o que posso sempre te oferecer,
Por tudo que significas em minha vida
E na de tantos com os quais convives.
 
Um novo ano terás para descortinar,
Com seus segredos, mistérios e desafios.
No atravessar pelo deserto árido,
Peço a Deus que te conceda um oásis necessário:
Sede saciada, forças refeitas, para a frente seguir.
 
Se as nuvens de teus dias ficarem escuras,
Prenúncio de possíveis raios e tempestades,
no teu recolhimento, comigo poderás contar.
Elas passarão - não tenhas medo. Minhas orações
Aos céus subirão, para que tenhas serenidade.
 
Corra atrás de seus sonhos conhecidos ou ocultos,
Na certeza de que, se da vontade divina forem,
Nada haverá que os impeça de se realizarem.
Acredita em teu potencial, como eu acredito.
Com Deus, podemos mais do que ousamos imaginar.
 
Feliz Aniversário é o que te desejo hoje,
Fortaleçamos nossos laços de comunhão e amizade.
Saiba que, para mim e para muitos, fazes a diferença.
Que as luzes do Santo Espírito iluminem teus passos:
Sejam na plena luz do dia, ou na escuridão da noite.
 
Parabéns! Feliz Aniversário!
Viva na graça santificante este dia,
Para que os dias de um novo ano,
Não sejam apenas sucessão de dias,
Mas a realização de tuas santas utopias. Amém.

Santa Escolástica e São Bento: O mundo precisa de irmãos assim!

                                                                      

Santa Escolástica e São Bento: O mundo precisa de irmãos assim!

No dia 10 de fevereiro, a Igreja celebra a memória de Santa Escolástica, e no dia 11 de julho a memória de seu irmão, São Bento.

É sempre muito oportuno refletirmos a relação entre irmãos e irmãs dentro de uma família, a luz destes dois irmãos.

Não poucos são os irmãos e irmãs que vivem fechados uns para os outros… Há irmãos e irmãs que quase nada conversam dentro de casa, por diversos motivos…

Muitos irmãos e irmãs entram em contendas intermináveis, em disputa de quirelas materiais de heranças deixadas… Mas hão de se multiplicar irmãos e irmãs que passam horas e horas juntos com conversas sadias, edificantes… Hão de se multiplicar irmãos e irmãs que nem o túmulo (a morte) possa separar…

A reflexão é um convite a revermos nossos relacionamentos fraternais. Que ao fim da mesma possamos descobrir se há algo a mudar em nós a partir destes grandes exemplos a serem imitados na fidelidade ao Senhor.

Conheçamos um pouco da vida destes dois irmãos e santos da Igreja, e mais que conhecer é preciso reaprender o caminho da verdadeira fraternidade/amizade…

No séc. V tivemos dois irmãos que até hoje têm muito a nos ensinar. Como sempre os santos estão no seu tempo, mas o transcendem. Santa Escolástica nasceu provavelmente por volta do ano 480 na Úmbria (Itália), e dedicou-se junto a seu irmão, São Bento, ao culto e louvor de Deus.

Sentiu-se sempre ligada ao santo irmão pelo ideal de consagração a Deus e por uma comum vocação de fundadores. Bento, de monges, Escolástica, de irmãs, que passaram a ter o nome de beneditinas, ou por ter São Bento codificado os estatutos da Ordem, ou por ter sido ele o seu grande inspirador.

Consagrada a Deus desde sua infância costumava visitar o irmão uma vez por ano no mosteiro. E assim, por sua vez, São Bento procedia e costumava visitar a irmãzinha. Passavam o dia em santas conversas e louvores ao Senhor e à noite tomavam juntos a refeição.

Segundo conta a tradição, São Bento, que era extremamente rigoroso a Regra, recebeu uma demonstração do poder divino: Deus quis lhe provar que, de fato, o que vale mais é o amor.

Uma noite, Escolástica pediu a Bento que ficasse em seu mosteiro para continuarem a conversa que estavam tendo sobre assuntos espirituais. Bento recusou por causa das regras de sua ordem. 

Quando a religiosa ouviu a negativa do irmão, juntou as mãos sobre a mesa e apoiou a cabeça para rogar a Deus que não o deixasse ir. Naquele momento trovões prenunciaram uma grande tempestade que nem São Bento e os freis, que com eles estavam, poderiam sair. 

Seu irmão foi obrigado a ficar, mas a culpou pelo fato. E ela disse:

Pedi a você e você não me ouviu. Pedi ao Senhor e Ele me ouviu.
Pode ir embora para o seu mosteiro. Vá, se você puder!

E assim passaram a noite, conforme Escolástica desejou: em santas conversas com todos os freis.

Três dias após, estando em oração, São Bento viu a alma de sua irmã subindo ao céu em forma de pomba. Teve tanta certeza de sua partida para a eternidade que pediu que fossem buscar seu corpo para enterrá-lo no próprio túmulo.

Não foi por pouco a insistência dessa sua irmã: Era uma despedida em que Deus realizava Sua santa vontade!

Segundo autores da época, São Bento tão cheio de júbilo por tão grande glória que lhe havia sido concedida, deu graças a Deus onipotente com hinos e cânticos de louvor. O corpo da irmã foi trazido para o mosteiro e depositado no túmulo que ele mesmo preparara para si.

Como disse São Gregório Magno: “… nem o túmulo separou aqueles que sempre tinham estado unidos em Deus”.

Reflitamos:

- Como nos relacionamos como irmãos e irmãs?
- Qual o conteúdo de nossas conversas?

- Qual a intensidade de nossa confiança em Deus quando a Ele nos dirigimos e algo suplicamos?
- O que mais há de se aprender com estes dois irmãos da Igreja?

- Sentimos alegria em partilhar com o outro as maravilhas de Deus em nossa vida?
- Quais são outras possíveis lições que apreendemos deste belo testemunho de Santa Escolástica e São Bento?

Pai Nosso que estais nos céus… 

“Quão grande e admirável é a caridade”

                                                              

“Quão grande e admirável é a caridade”

Sejamos enriquecidos pela arta aos Coríntios, escrita pelo Papa São Clemente I (séc. I):

Vede, diletos, quão grande e admirável é a caridade. A sua perfeição ultrapassa as palavras. Quem é capaz de possuí-la a não ser aquele que Deus quiser tornar digno?

Oremos, portanto, e peçamos-lhe misericórdia para sermos encontrados na caridade, sem culpa nem qualquer inclinação meramente humana. Todas as gerações, desde Adão até hoje, já passaram. Aqueles, porém, que pela graça de Deus foram consumados na caridade, alcançam o lugar dos santos e serão manifestados na parusia do Reino de Cristo.

Está escrito: Entrai nos quartos por um momento até que passe minha cólera acesa; e lembrar-me-ei dos dias bons e vos erguerei de vossos sepulcros.

Felizes de nós, diletos, se cumprirmos os preceitos do Senhor na concórdia da caridade, para que pela caridade sejam perdoados nossos pecados. Pois está escrito: Felizes aqueles cujas iniquidades foram perdoadas e cobertos os pecados. Homem feliz, a quem o Senhor não acusa de pecado nem há engano em sua boca. Esta felicidade pertence aos eleitos de Deus, mediante Jesus Cristo, Nosso Senhor, a quem a glória pelos séculos dos séculos. Amém.

De tudo quanto faltamos e fizemos, seduzidos por alguns servos do adversário, peçamos-lhe perdão. Aqueles, porém, que se tornaram cabeças de sedição e discórdia, devem meditar sobre a comum esperança.

Quem vive no temor de Deus e na caridade, prefere o próprio sofrimento ao do próximo, prefere suportar injúrias a desacreditar a harmonia, que bela e justamente nos vem da tradição. É de fato melhor confessar o seu pecado do que endurecer o coração.

Quem entre vós é o generoso, quem o misericordioso, quem o cheio de caridade? Que esse diga: ‘Se por minha causa surgiu esta sedição, esta discórdia e divisão, então eu me retiro, vou para onde quiserdes e farei o que o povo decidir; contanto que o rebanho de Cristo tenha a paz com os presbíteros estabelecidos’.

Quem assim agir, alcançará grande glória em Cristo e será recebido em todo lugar. Do Senhor é a terra, e tudo o que contém. Assim fazem e farão aqueles que vivem a vida divina, da qual nunca se têm de arrepender”.

A Carta é um convite para a reflexão sobre os Preceitos do Senhor, no fortalecimento dos laços e vínculos de concórdia e da caridade na vida de comunidade.

Sete vezes a palavra caridade é mencionada nesta Carta, e bem sabemos quão necessária ela é na vida da comunidade, para que se fortaleçam os vínculos entre seus membros.

Sem ela, a missão se fragiliza, a Igreja não se rejuvenesce, e perde o ardor da missão que o Senhor confiou.

A caridade vivida nos coloca em abertura ao sopro do Espírito, que anima e conduz Sua Igreja, para que seja aberta aos sinais dos tempos e os clamores que emergem por uma solidária e corajosa resposta.

Roguemos a Deus para que nossas comunidades sejam espaços privilegiados de aprendizado e da prática da caridade, na correção fraterna, na conversão de todos ao que delas se espera, e que jamais sejamos motivos de discórdia delas participando.

Nada prefiramos ao amor de Deus

                                                                          

Nada prefiramos ao amor de Deus

No dia 11 de julho, celebramos a Memória de São Bento, e a Liturgia das Horas nos apresenta um de seus textos da Regra de São Bento (Séc. VI), que nos exorta a nada absolutamente preferir a Cristo.

“Antes de tudo, quando quiseres realizar algo de bom, pede a Deus com oração muito insistente que seja plenamente realizado por Ele. Pois já tendo Se dignado contar-nos entre o número de Seus filhos, que Ele nunca venha a entristecer-Se por causa de nossas más ações.

Assim, devemos em todo tempo pôr a Seu serviço os bens que nos concedeu, para não acontecer que, como Pai irado, venha a deserdar Seus filhos; ou também, qual Senhor temível, irritado com os nossos pecados nos entregue ao castigo eterno, como péssimos servos que O não quiseram seguir para a glória.

Levantemo-nos, enfim, pois a Escritura nos desperta dizendo: Já é hora de levantarmos do sono (cf. Rm 13,11). Com os olhos abertos para a luz deífica e os ouvidos atentos, ouçamos a exortação que a voz divina nos dirige todos os dias: Oxalá, ouvísseis hoje a Sua voz: não fecheis os corações (Sl 94,8); e ainda: Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas (Ap 2,7).  E o que diz Ele? Meus filhos, vinde agora e escutai-me: vou ensinar-vos o temor do Senhor (Sl 33,12). Correi, enquanto tendes a luz da vida, para que as trevas não vos alcancem (cf. Jo 12,35).

Procurando o Senhor o Seu operário na multidão do povo ao qual dirige estas palavras, diz ainda: Qual o homem que não ama sua vida, procurando ser feliz todos os dias? (Sl 33,13). E se tu, ao ouvires este convite, responderes: Eu, dir-te-á Deus: Se queres possuir a verdadeira e perpétua vida, afasta a tua língua da maldade, e teus lábios, de palavras mentirosas. Evita o mal e faze o bem, procura a paz e vai com ela em seu caminho (Sl 33,14-15).

E quando fizeres isto, então meus olhos estarão sobre ti e meus ouvidos atentos às tuas preces; e antes mesmo que me invoques, Eu te direi: Eis-me aqui (Is 58,9). Que há de mais doce para nós, caríssimos irmãos, do que esta voz do Senhor que nos convida? Vede como o Senhor, na Sua bondade, nos mostra o caminho da vida!

Cingidos, pois, os nossos rins com a fé e a prática das boas ações, guiados pelo Evangelho, trilhemos os seus caminhos, a fim de merecermos ver Aquele que nos chama a Seu Reino (cf. 1Ts 2,12). Se queremos habitar na tenda real do acampamento desse Reino, é preciso correr pelo caminho das boas ações; de outra forma, nunca  chegaremos lá.

Assim como há um zelo mau de amargura, que afasta de Deus e conduz ao inferno, assim também há um zelo bom, que separa dos vícios e conduz a Deus. É este zelo que os monges devem pôr em prática com amor ferventíssimo, isto é, antecipem-se uns aos outros em atenções recíprocas (cf. Rm 12,10).

Tolerem pacientissimamente as suas fraquezas, físicas ou morais; rivalizem em prestar mútua obediência; ninguém procure o que julga útil para si, mas, sobretudo o que o é para o outro; ponham em ação castamente a caridade fraterna; temam a Deus com amor; amem o seu abade com sincera e humilde caridade; nada absolutamente prefiram a Cristo; e que Ele nos conduza todos juntos para a vida eterna”.

Além de nos exortar a nada absolutamente preferir a Cristo, o Abade nos enriquece, na vivência de nossa fé, com outros ensinamentos, que, como discípulos missionários do Senhor, podemos retomar:

- “Antes de tudo, quando quiseres realizar algo de bom, pede a Deus com oração muito insistente que seja plenamente realizado por Ele”;

- “...devemos em todo tempo pôr a Seu serviço os bens que nos concedeu, para não acontecer que, como Pai irado, venha a deserdar Seus filhos”;

“Cingidos, pois, os nossos rins com a fé e a prática das boas ações, guiados pelo Evangelho, trilhemos os seus caminhos, a fim de merecermos ver Aquele que nos chama a Seu Reino (cf. 1Ts 2,12)”;

- “Assim como há um zelo mau de amargura, que afasta de Deus e conduz ao inferno, assim também há um zelo bom, que separa dos vícios e conduz a Deus”;

- “...antecipem-se uns aos outros em atenções recíprocas (cf. Rm 12,10)”;

- “...ninguém procure o que julga útil para si, mas sobretudo o que o é para o outro”.

Oremos:

“Ó Deus, que fizestes o Abade São Bento preclaro mestre na escola do Vosso serviço, concedei que, nada preferindo ao Vosso amor, corramos de coração dilatado no caminho dos Vossos mandamentos. Por N.S.J.C. Amém.”

Permaneçamos fiéis até o fim

                                                        

Permaneçamos fiéis até o fim

 “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo,
mas não podem matar a alma!”

Reflexão à luz das passagens do Evangelho de Mateus (Mt 10,16-23; Mt 10,24-33), em que Jesus envia os discípulos em missão como ovelhas para o meio de lobos.

Exorta para que sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas, acompanhado de outras exortações, concluindo com o imperativo para que os discípulos permaneçam fiéis até o fim, vencendo as provações, perseguições, e tão somente assim serão salvos.

Refletimos sobre a solicitude e o Amor de Deus para com aqueles que Ele chama e envia em missão, uma vez que a perseguição está sempre presente no horizonte dos discípulos de Jesus.

Assim aconteceu com Jeremias e tantos outros profetas (Jr 20, 10-13). O Profeta Jeremias sofreu o abandono dos amigos, o sofrimento, a solidão e a perseguição, por isto é um paradigma do Profeta sofredor, que merece ser lembrado para nos inspirar e fortalecer na caminhada de fé e no testemunho da vocação profética.

Este fez forte apelo à conversão e a fidelidade a Deus e à Aliança, num período, da história do Povo de Deus, marcado por desgraças, infidelidade e injustiça social.

Por sua veemência e fidelidade, Jeremias é chamado de o “amargo Profeta da desgraça” e é acusado de traidor. Sua missão tem um alto preço pago: o abandono e a solidão. Ele é tratado como objeto de desprezo e de irrisão e tido como um maldito, porque não é aceita e compreendida sua mensagem em nome do Senhor.

Encontramos no Livro desabafos seus, expressando desilusão, amargura, queixas, confissões e frustração, mas mantém-se fiel, porque estava verdadeiramente apaixonado pela Palavra de Deus.

Apesar do abandono experimentado, até dos amigos mais íntimos, eleva hino de louvor, que expressa confiança em Deus, para além de todo o sofrimento e perseguição.

Bem sabemos que o caminho do Profeta é marcado pelo risco da incompreensão e da solidão, e precisamos de coragem para trilhar este caminho, com a certeza e confiança de que Deus jamais nos abandona.

Portanto, ontem e hoje, os discípulos missionários precisam superar toda a forma de desânimo e frustração decorrentes das perseguições, e nestes versículos assim como nos versículos sucessivos  encontramos uma espécie de “manual do missionário cristão”, que consiste no “discurso da missão” – “Para mostrar que a atividade missionária é um imperativo da vida cristã. Mateus apresenta a missão dos discípulos como a continuação da obra libertadora de Jesus” (1).

Três vezes aparece a expressão “Não temais”, assegurando a presença, ajuda e proteção divina para superação do medo que impeça a proclamação da Boa Nova; o medo da morte física; e neste medo se pode experimentar a solicitude de Deus, um cuidado que desconhece limites.

A mensagem é que a vida em plenitude é para quem enfrentar o medo, na fidelidade, até o fim. O medo não pode nos deixar acomodados.

A ternura, a bondade e a solicitude divina são imprescindíveis, pois fortalecem na missão. É preciso se entregar confiadamente nas mãos de Deus:

“Jesus encoraja os Seus discípulos a alargar o horizonte da vida e a avaliar os riscos vividos por Sua causa, no contexto mais amplo da vida com Deus, da vida eterna.

O cristão é chamado a viver na confiança de que o Pai não o abandona nas mãos dos perseguidores (v.28), que a sua vida, a sua salvação custou o Sangue do Filho e tem por isso, aos Seus olhos, um valor imenso (vv. 29-31).

A fidelidade e a confiança no Senhor serão recompensadas por aquele ‘reconhecimento’ que já se manifestou na Ressurreição de Cristo” (2).

No testemunho da fé, é possível a perseguição, portanto é necessária a confiança. Anunciar e testemunhar a Boa-Nova é não deixar que o medo nos paralise, pois o medo nos impede de sermos autênticos discípulos missionários:

“O cristão não é chamado a procurar o martírio como prova da sua fé, mas a viver constantemente a vida com os olhos fixos no Alto, isto é, a alargar aquele horizonte que hoje, mais do que nunca, tende a fechar-se no círculo dos benefícios desfrutáveis, aqui e agora.” (3)

Também nós precisamos ouvir a todo instante – “Não tenhais medo”. É preciso que a Palavra de Jesus ressoe em nossos ouvidos e fique entranhada no mais profundo de nosso coração:

“Impressiona a história de tantos mártires cristãos, antigos e atuais, que escolheram o caminho da coerência e da fidelidade ao Senhor a custo da própria vida.

É com eles que nos encontramos na Comunhão dos Santos, vivida, sobretudo, na Celebração Eucarística; uma companhia que a comunidade dos crentes gosta de ter ao seu redor, mesmo com as pinturas, os afrescos, os mosaicos que adornam as nossas Igrejas (hoje reduzidas muitas vezes a belas obras que se admiram em igrejas-museu) expressões artísticas surgidas para tornar humanamente visível o que vivemos na fé.” (4)

Considerando a nossa realidade existencial, marcada pela fragilidade, portanto, ela é necessitada da força e intervenção divina.

Urge que, como cristãos, levantemos o olhar para a vida a que Cristo nos chama, ou seja, “viver a força de contestação profética que viveu Jeremias, que Jesus levou perante as autoridades judaicas e romanos e conduziu os Apóstolos ao martírio.

É na relação íntima e comunitária que vivemos com  Deus, no desejo de sermos reconhecidos por Ele que se reforça a adesão a Cristo e ao seu Evangelho, com a esperança libertadora de vivermos confiando no Pai.” (5)

Oremos:

“Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de Vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no Vosso amor. Por N. S. J. C. Amém.”



(2) (3) (4) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - p. 560.
(5) Idem p. 561.

PS: Oportuno para celebrarmos a Festa de Santo Estêvão - 26 de dezembro em que se proclama a passagem do Evangelho de  Mateus (Mt 10,17-22).

quinta-feira, 10 de julho de 2025

“Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor”

                                                     

“Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor”

À luz da Primeira Epístola do Apóstolo São Pedro (1Pd 1,22-23), reflitamos sobre o essencial da vida cristã, na fidelidade a Jesus Cristo, Nosso Senhor:

“Pela obediência à verdade, purificastes as vossas almas, para praticar um amor fraterno sem fingimento. Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor. Nascestes de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a Palavra de Deus, viva e permanente”. 

Purificados pelo Sangue de nosso Redentor, redimidos de nossos pecados, reconciliados com Deus, como discípulos missionários Seus, vivendo em comunidade, precisamos cada vez mais fazer progressos no amor fraterno –“amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor”.

Nossas comunidades haverão de ser sempre espaço de aprendizado do amor mútuo, quando com humildade cada um reconhecer seus pecados e limitações, compreender e aprender a perdoar, em necessárias e contínuas conversões na prática do perdão, contando sempre com a graça e misericórdia divinas.

Este amor vivido e fortalecido, de modo especial, nutrido ao participarmos do Banquete Eucarístico, torna-se missão, de modo que deve chegar aos mais necessitados, aos empobrecidos, a todos que venham a precisar de acolhida, pão, água, liberdade, como o Senhor mesmo nos falou na passagem de Mateus (Mt 25,31-46).

Que Deus nos conceda a graça, fortaleza e sabedoria necessárias, para que edifiquemos uma Igreja em que a perfeição e a santidade sejam buscadas, reconhecendo sempre nossa condição finita, limitada e pecadora, mas sempre abertas às novas e luminosas realidades.

Enamorado por Ti

                                                         


Enamorado por Ti

O sentido da vida encontrei quando Te encontrei, e quando me chamaste pelo nome, e não pude resistir à vibração de Tua voz, como que lançando fagulhas nas entranhas de meu coração, e as  águas do rio e do mar  não bastarão para apagar.

Desde aquele dia, enamorado por Ti fiquei, e não consigo mais sem Ti viver, por isto Te procuro e Te encontro na oração, quando num diálogo intenso e profundo, com desejo que interminável seja.

Tuas Palavras na Oração, não mais como fagulhas, mas como labaredas, aquecem o meu coração, e a “noite escura” de minha existência fica mais clara que o ápice da claridade de um dia de verão, ensolarado, com seus raios fustigantes.

Enamorado por Ti, já não preciso de fórmulas, espaço e tempo determinados para contigo falar, pois é próprio de quem ama não encontrar as palavras para exprimir o inexprimível: o verdadeiro amor.

Este enamoramento, como fogo devorador, me liberta de fórmulas, porque posso dizer como sou e o que sinto, sem rodeios e máscaras, e ainda que nada fale, Tu, que me amas com amor eterno, já sabes, porque conheces e sondas todas as coisas com Teu Espírito.

A Eterna Chama, que em mim acendeste, possibilita-me encontrar-Te, em todos os momentos: porque me amas, e porque Te amo, estás comigo aqui e agora, lá e em todo tempo, aonde quer que eu vá.

Este amor que nutres por mim, e sem o qual não posso viver, porque me fizeste para o mundo sinal do Teu amor, renovo no Banquete em que Te dás no Pão de Eternidade, Pão que alimenta, Vinho que dá alegria e vida, nos inebria, no Banquete da Eucaristia.

Discípulo missionário Teu, Senhor, sou e para sempre o serei, porque enamorado por Ti, apaixonado por Ti e pela Palavra que Tu nos anunciaste, e com o Espírito Santo que, com o suave sopro, nos concedeste, quando voltaste para o Teu Pai de Amor.

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