sábado, 28 de junho de 2025

Curados pelo Senhor para o discipulado

                                                         

Curados pelo Senhor para o discipulado

A Liturgia do sábado da 12ª Semana do Tempo Comum nos apresenta a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8, 5-17) em que Jesus cura a sogra de Pedro, e curada põe-se a servi-Lo.

Oportuno para refletirmos sobre qual é o sentido do sofrimento e da dor que acompanham a caminhada da humanidade, apesar de Deus possuir um Projeto de vida verdadeira e felicidade plena e infinita para a mesma.

Como explicar o sofrimento dos bons, dos justos, dos inocentes?

No Livro de Jó (7, 1-4.6-7) já fora retratado sobre o sofrimento do justo, do inocente.

O sofrimento de Jó leva-nos a afirmar que fora de Deus não há nenhuma possibilidade de salvação: Deus é nossa única esperança. O grito de revolta de Jó é ao mesmo tempo a afirmação de que somente em Deus encontra-se o sentido da existência e da salvação, insisto.

Jó procura o verdadeiro rosto de Deus – “... numa busca apaixonada, emotiva, dramática, veemente, temperada pelo sofrimento, marcada pela rebeldia e, às vezes, pela revolta, Jó chega ao face a face com Deus. Descobre um Deus onipotente, desconcertante, incompreensível, que ultrapassa infinitamente as lógicas humanas; mas descobre também um Deus que ama com Amor de Pai cada uma das Suas criaturas. Jó reconhece, então, a sua pequenez e finitude, a sua incapacidade para compreender os Projetos de Deus. Reconhece que ele não pode julgar Deus, nem entende-Lo à luz da lógica dos homens. A Jó, o homem finito e limitado, só resta uma coisa: entregar-se totalmente nas mãos desse Deus incompreensível, mas cheio de Amor, e confiar plenamente n'Ele. É isso que Jó faz, finalmente”.

Voltando à passagem do Evangelho, vemos qual é a preocupação de Deus a partir da atividade pastoral de Jesus, que torna o Reino uma realidade na vida das pessoas.

A ação de Jesus é para nos libertar de nossas misérias mais profundas, sejam quais forem. Jesus Se aproxima da sogra de Pedro, levanta-a tomando pela mão e esta curada põe-se a servir. Assim acontece quando o Senhor de nós Se aproxima, nos toca, nos cura. Põe-nos curados, de pé para amar e servir. Assim é a atitude e a vida de quem crê no Ressuscitado.

Reflitamos:

- Como enfrentamos a dor e sofrimento em nossa vida?
- O que eles nos ensinam?
- O que aprendemos com Jó?
- Como e onde procuramos encontrar a verdadeira Face de Deus?
- O que aprendemos com a cura da sogra de Pedro?
- O que a ação de Jesus nos ensina para que sejamos discípulos missionários como assim Ele deseja?

Oremos: 

Ó Deus, enraizados no Vosso Amor de Pai, tornemo-nos testemunhas eficazes do Reino, na fidelidade a Boa-Nova do Vosso Filho com a Luz e Sabedoria do Espírito. Amém.

Curados para amar e servir

                                                         

Curados para amar e servir

 “Minhas lágrimas e minha penitência
têm sido para mim como o Batismo”

Ouvimos, no sábado da 12ª Semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8, 5-17) em que Jesus cura a sogra de Pedro que estava com febre.

Sejamos iluminados pelo Comentário de São Jerônimo, doutor da Igreja, (séc. V).

“A sogra de Pedro estava com febre.
Oxalá venha e entre em nossa casa o Senhor e com uma ordem Sua cure as febres de nossos pecados! Porque todos nós temos febre.

Tenho febre, por exemplo, quando me deixo levar pela ira. Existem tantas febres como vícios. Por isso, peçamos que intercedam frente a Jesus, para que venha a nós e segure nossa mão, porque se Ele segura a nossa mão, a febre foge em um instante. Ele é um médico nobre, o verdadeiro protomédico. Médico foi Moisés, médico Isaías, médico todos os Santos, mas este é o protomédico. Sabe tocar sabiamente as veias e perscrutar os segredos das enfermidades.

Ele não toca o ouvido, não toca a fronte, não toca nenhuma outra parte do corpo, mas a mão. Tinha febre, porque não possuía boas obras.

Em primeiro lugar, portanto, tem que curar as obras, e logo remover a febre. A febre não pode fugir se não são curadas as obras. Quando nossa mão possui más obras, jazemos no leito, sem podermos levantar, sem poder andar, pois estamos totalmente consumidos na enfermidade.

E aproximando-Se daquela que estava enferma.
Ela mesma não pôde levantar-se, pois jazia no leito e, portanto, não pôde sair ao encontro do que vinha. Porém, este médico misericordioso, ele mesmo acode ao leito; Aquele que tinha levantado sob Seus ombros a ovelhinha enferma, Ele mesmo acorre ao leito. E aproximando-Se...Sobretudo Se aproxima, e o faz para curá-la. E aproximando-Se... Observa o que Ele diz. É como dizer: seria suficiente sair-me ao encontro, achegar-te à porta e receber-me, para que tua saúde não fosse totalmente obra de minha misericórdia, mas também de tua vontade. Porém, já que te encontras oprimida pelas altas febres e não pode levantar-se, Eu mesmo venho a ti.

E aproximando-Se, a levantou.
Visto que ela mesma não podia levantar-se, é segurada pelo Senhor. Ele a levantou, tomando-a na mão. Segurou-a precisamente na mão. Também Pedro, quando perigava no mar e afundava, foi agarrado na mão e erguido. E levantou-a tomando-a pela mão, Com Sua mão o Senhor tomou a mão dela. Ó feliz amizade, ó formoso afago! Levantou-a segurando-a com Sua mão: com Sua mão curou a mão dela. Segurou sua mão como um médico, tomou o pulso, comprovou a intensidade das febres, Ele mesmo, que é médico e medicina ao mesmo tempo.

Jesus a toca e a febre foge. Que Ele toque também a nossa mão, para que nossas obras sejam purificadas, que Ele entre em nossa casa: por fim, levantemo-nos do leito, não permaneçamos abatidos. Jesus está de pé frente ao nosso leito, e nós permanecemos deitados? Levantemo-nos e fiquemos de pé: é para nós uma vergonha que estejamos recostados diante de Jesus.

Alguém poderá dizer: Onde está Jesus? Jesus está aqui agora. No meio de vós, diz o Evangelho, está alguém a quem não conheceis. O Reino de Deus está no meio de vós. Creiamos e vejamos que Jesus está presente. Se não podemos tocar Sua mão, prostremo-nos aos Seus pés. Senão podemos chegar à Sua cabeça, ao menos lavemos Seus pés com nossas lágrimas. Nossa penitência é unguento do Salvador. Vede quão grande é a Sua misericórdia. Nossos pecados fedem, são podridão e, contudo, se fizermos penitência pelos pecados, se os chorarmos, nossos pútridos pecados se convertem em unguento do Senhor. Peçamos, portanto, ao Senhor que nos tome pela mão.

E no mesmo instante, afirma, a febre a deixou.
Apenas a segura pela mão e a febre a deixa. Observa o que segue: No mesmo instante a febre a deixou. Tem esperança, pecador, contanto que te levantes do leito.

O mesmo ocorreu com o santo Davi, que tinha pecado, deitado na cama com a mulher de Urias, o hitita, sentindo a febre do adultério, depois que o Senhor o curou, depois de ter dito: tem piedade de mim, ó Deus, por tua grande misericórdia, assim como: Contra Ti, só contra Ti pequei, cometi o mal aos Teus olhos. Livra-me do sangue, ó Deus, Deus meu... Porque ele tinha derramado o sangue de Urias, ao ter ordenado derramá-lo. Disse: livra-me do sangue, ó Deus, Deus meu, e renova meu espírito em meu interior.

Observa o que diz: Renova. Porque o tempo em que cometi o adultério e perpetrei o adultério e o homicídio, o Espírito Santo envelheceu em mim. E o que mais ele diz? Lava-me e ficarei mais branco do que a neve. Porque me lavaste com minhas lágrimas.

Minhas lágrimas e minha penitência têm sido para mim como o Batismo. Observa, então, de penitente em que se converte. Fez penitência e chorou, por isso foi purificado. O que acontece em seguida? Ensinarei aos iníquos Teus caminhos e os pecadores voltarão a Ti. De penitente se tornou mestre.

Por que disse tudo isto? Porque aqui está escrito: E no mesmo instante a febre a deixou e se pôs a servir-lhes. Não basta que a febre a deixasse, mas também se levanta para o serviço de Cristo. E se pôs a servi-lhes. Servia-lhes com os pés, com as mãos, corria de um lugar ao outro, venerava ao que lhe tinha curado. Sirvamos também nós a Jesus. Ele acolhe com gosto o nosso serviço, mesmo que tenhamos as mãos manchadas: Ele Se digna olhar aquele que curou, porque Ele mesmo o curou. A Ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)

Jesus é, ao mesmo tempo, o médico e a medicina. Ele tem a cura para nossas enfermidades, sejam quais forem.

Assim como Jesus curou a sogra de Pedro da febre que a acometia, e ela logo se pôs a serviço, também sejamos curados de nossas febres de tantos nomes (soberba, avareza, luxúria, ira, inveja, gula e preguiça), que consistem exatamente nos sete pecados capitais, que nos escravizam e nos roubam a alegria do serviço.

Curados pelo Médico e pela Medicina, curados pelo próprio Senhor, tomados pela Sua Mão, levantemo-nos e coloquemo-nos a serviço da vida e da esperança, para que a justiça e a paz se abracem, o amor e a verdade se encontrem, como rezou o Salmista (Sl 85,11). 

A sogra foi curada de uma febre para pôr-se a serviço; Pedro precisou, mais tarde, ser tomado pela febre de amor, para que o Senhor lhe confiasse o rebanho.

Há febres que precisamos ser curados, e há uma febre que deve, a cada dia mais, tomar conta de nosso coração: a febre de amor pelo Senhor.

Tão somente febris de amor pelo Senhor é que somos curados das febres indesejáveis que nos afastam da alegria da participação da construção do Seu Reino.


Lecionário Patrístico Dominical – 2013 - Editora Vozes - pp.382-384

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Inflamados pelo Fogo do Espírito

                                                          


Inflamados pelo Fogo do Espírito

 

Oremos: 

Senhor, que o Fogo do Espírito nos inflame, para correspondermos melhor ao Projeto Divino. 

Com a Sabedoria a nós comunicada, seja nossa alma inflamada, e acompanhados pela Vossa presença e envolvidos pela Vossa infinita misericórdia, bondade e ternura. 

Como peregrinos da esperança, com a Sabedoria do Espírito, contemplemos os insondáveis Mistérios Divinos que dão um novo e salutar sentido à nossa vida. Amém.

 

Senhor, que eu não seja...

                                                             

Senhor, que eu não seja...
 
Brincar com as palavras leva-nos à oração. Diante de Deus, também podemos nos colocar na atitude pura e sincera de quem gosta de brincar.
 
Parece estranho dizer que Deus gosta de brincar! Aliás, ter um coração de criança para entrar no Reino dos Céus, não seria redescobrir a alegria de brincar com seriedade e responsabilidade com a vida e com o próprio Autor da vida?
 
Brincar com Deus nós podemos, mas brincar de ser Deus, jamais! Quando brincamos de “ser Deus”, incorremos em atitudes que se voltam contra a própria humanidade, e consequentemente, a multiplicação dos deuses destrói a humanidade.
 
Deus é único, absoluto, soberano e quer Se relacionar conosco: amando, brincando, indo ao nosso encontro.
 
Quando nos perdemos, vai a nossa procura, quando nos enfraquecemos, nos fortalece.
 
Não creio em um Deus sisudo, triste e distante, fechado, mal-humorado. Deus é amor, e conosco Se relaciona no amor, portanto, só quem ama conhece a Deus. 
 
Para nós que professamos a fé no Ressuscitado, há alguns traços que não podem ter vestígio algum em nosso ser, a fim de que não desejemos ser deuses, porque isto subtrairia em nós a maravilha de sermos criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1).
 
 
Vejamos o que precisa ser mudado em cada um de nós.
 
Oremos:
 
Senhor, que eu não seja incolor, mas transpareçam em mim as cores da felicidade de viver e ser cristão, batizado; e que eu possa colorir o mundo com as cores do fogo do Teu Espírito que, insistentemente, pousa sobre mim.
 
Senhor que eu não seja inodoro, mas exale o odor do amor por toda a extensão da terra, com aqueles com quem convivo; e assim possa, a cada dia, exalar o odor de santidade, pois foi para isto que me criaste!           
 
Senhor, que eu não seja insosso, mas seja como o sal que dá sabor a vida; e tão somente assim terei gosto de amor, gosto de Deus, gosto da vida, e poderei dar gosto e não desgosto com quem eu convivo.
 
Senhor, que eu não seja impaciente diante dos Teus desígnios e Projetos.
Senhor, que eu não seja impenetrável a Tua entrada e morada.
Senhor, que eu não seja impermeável a Tua graça e luz.
Senhor, que eu não seja impiedoso diante dos pequenos e aflitos.
Senhor, que eu não seja implacável com aquele que me ofendeu.
Senhor, que eu não seja implicante com tudo e com todos, afável e leal.
 
Senhor, que eu não seja imponente, e afasta de mim toda arrogância e prepotência.
 
Senhor, que eu não seja imprestável quando o mundo pede minha colaboração. 
 
Senhor, que eu não seja imprudente para não ser surpreendido pela Tua eminente chegada.
 
Senhor, que eu não seja incapaz de compreender e aceitar os Teus Mistérios.
 
Senhor, que eu não seja incrédulo da Tua onipresença, onipotência, onisciência.
 
Senhor, que eu não seja indiferente aos clamores que a Ti sobem todos os dias.
 
Senhor, que eu não seja insípido, mas canal da vossa graça, para quem perdeu a alegria de viver.
 
Senhor, que eu não seja insuportável, e afaste de mim todo mau humor e amargura.
 
Senhor, que eu não seja insignificante, ou que não me sinta assim, sobretudo para ajudar as pessoas com quem convivo a perceberem seu valor, sua importância, que às vezes parecem estar obscurecidas.
 
Senhor, que eu não seja intolerante com aqueles que ainda não Te descobriram. 
 
Senhor, que eu não seja intragável para com quem me relaciono no dia a dia.
 
Senhor, que eu seja exatamente o que queres de mim!
Por isto invoco o Teu Espírito: Vinde Espírito Santo…
 

Festa ao Sagrado Coração de Jesus (SCJ)

                                                                      

Festa ao Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem a sua origem na própria Sagrada Escritura.

No Antigo Testamento:

Ezequiel 34,11-16 – Deus cuida do Seu rebanho.
Ezequiel 11,19-20 – Tirarei o coração de pedra e colocarei um coração de carne.

No Novo Testamento:

Mateus 11,25-30 – Jesus é manso e humilde de coração.
Lucas 15 – O Coração de Deus é Fonte de Misericórdia.           
João 19,31-37 – O Coração de Jesus é transpassado pela lança e jorra Sangue e Água: Sacramentos da Igreja – Batismo e Eucaristia

O coração é um dos modos para falar do infinito Amor de Deus por nós, e este Amor encontra seu ponto alto com a vinda de Jesus.

A devoção ao Sagrado Coração de um modo visível aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia (cf. Jo 13,23); e na Cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).

Em um, temos o consolo pela dor da véspera da Sua morte, e no outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.

Estes dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito em 1675 a Santa Margarida Maria Alacoque:

“Eis este Coração que tanto tem amado os homens... não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios, indiferenças...

Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma Festa especial para honrar o meu Coração, comungando neste dia e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo, para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares; e prometo-te que o meu Coração Se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino Amor sobre os que tributem esta divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”

O Papa João Paulo II sempre cultivou esta devoção, e a incentiva a todos que desejam crescer na amizade com Jesus.

Em 1980, no dia do Sagrado Coração, afirmou:

“Na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do Mistério do Coração de Cristo.

Quero hoje dirigir juntamente convosco o olhar dos nossos corações para o Mistério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano volto a este Mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja.”

Portanto, faz parte da tradição da Igreja esta Devoção inspirada pela Monja Santa Margarida Maria Alacoque, que nasceu em 1647 e morreu em 1690, e o Movimento do Apostolado da Oração encontra-se pelo mundo inteiro.

Esta devoção ao Sagrado Coração de Jesus está em estreita relação com a Eucaristia, e fortalece nossa fé, esperança e caridade.
        
Vejamos as consequências de uma autêntica devoção ao Sagrado Coração de Jesus:

- fortalece o amor à Igreja e às Comunidades;
- são sempre alimentados do Amor de Deus;
- leva à paixão e compromisso com os pobres, e estes têm lugar todo especial;
- fortalece o profetismo;
- exige o engajamento nas diversas pastorais e movimentos;
- torna-se participante da construção de um mundo novo.

Deste modo, não basta ter apenas Deus dentro de nosso coração, mas estar sempre dentro do Coração de Deus, de tal forma que, quando cumprimos a Lei maior de Deus que é o amor a Ele e ao próximo estamos no coração de Deus e Deus em nosso coração.

Concluindo, o Coração de Jesus é o templo do Espírito Santo que faz de nós também Seu templo, e urge fazer o nosso coração semelhante ao Coração de Jesus, aperfeiçoando a prática do Mandamento do Amor, com a intensificação de nossa devoção e contemplação do Coração de Jesus, a fim de que tal modo, vivamos uma espiritualidade essencialmente Eucarística.

Oportuno, portanto, iniciar ou fortalecer o Apostolado da Oração em nossas Paróquias.

Num mundo marcado, muitas vezes, 
pela frieza, indiferença e anonimato 
o Coração de Jesus é para nós
Fornalha Ardente de Caridade.

Acorramos à Divina Fonte (SCJ)

                                                                 

Acorramos à Divina Fonte

Na Celebração da Festa do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja nos propõe, na segunda Leitura do Ofício das Leituras, um trecho das Obras do Bispo São Boaventura (Séc. XIII), em que ele nos apresenta Jesus como a fonte de vida para a humanidade:

Considera, ó homem redimido, quem é Aquele que por tua causa está pregado na Cruz, qual a Sua dignidade e grandeza.

A Sua morte dá a vida aos mortos; por Sua morte choram o céu e a terra, e fendem-se até as pedras mais duras.

Para que, do lado de Cristo morto na Cruz, se formasse a Igreja e se cumprisse a Escritura que diz:

‘Olharão para Aquele que transpassaram’ (Jo 19,37), a divina Providência permitiu que um dos soldados lhe abrisse com a lança o sagrado lado, de onde jorraram Sangue e Água.

Este é o preço da nossa salvação. Saído d'Aquela fonte divina, isto é, no íntimo do Seu Coração, iria dar aos Sacramentos da Igreja o poder de conferir a vida da graça, tornando-se para os que já vivem em Cristo Bebida da fonte viva que jorra para a vida eterna (Jo 4,14).

 Levanta-te, pois, tu que amas a Cristo, sê como a pomba que faz o seu ninho na borda do rochedo (Jr 48,28), e aí, como o pássaro que encontrou sua morada (cf. Sl 83,4), não cesses de estar vigilante; aí esconde como a andorinha os filhos nascidos do casto amor; aí aproxima teus lábios para beber a água das fontes do Salvador (cf. Is 12,3).

Pois esta é a fonte que brota no meio do paraíso e, dividida em quatro rios (cf. Gn 2,10), se derrama nos corações dos fiéis para irrigar e fecundar a terra inteira.

Acorre com vivo desejo a esta fonte de vida e de luz, quem quer que sejas, ó alma consagrada a Deus, e exclama com todas as forças do teu coração:

‘Ó inefável beleza do Deus altíssimo e puríssimo esplendor da luz eterna, vida que vivifica toda vida, luz que ilumina toda luz e conserva em perpétuo esplendor a multidão dos astros, que desde a primeira aurora resplandecem diante do trono da Vossa divindade. 

Ó eterno e inacessível, brilhante e suave manancial d'Aquela fonte oculta aos olhos de todos os mortais! Sois profundidade infinita, altura sem limite, amplidão sem medida, pureza sem mancha!’

De Ti procede o rio que vem trazer alegria à cidade de Deus (Sl 45,5), para que entre vozes de júbilo e contentamento (cf. Sl 41,5) possamos cantar hinos de louvor ao Vosso nome, sabendo por experiência que em Vós está a fonte da vida, e em Vossa luz contemplamos a luz (Sl 35,10).”

Nesta Divina Fonte de Amor, bebemos da água cristalina do Amor, que jamais termina, mesmo quando parece terminar nossas forças para trilhar o caminho da fé.

Nesta Divina Fonte de Amor, bebemos da água cristalina do Amor, para que a secura de nossa alma, por vezes experimentada, seja novamente “hidratada”, e assim possamos avançar no horizonte da esperança que se dilata, amplia, redimensiona.

Nesta Divina Fonte de Amor, bebemos da água cristalina do Amor, e não apenas, também participamos do Altar em que Ele Se faz verdadeiramente Comida e Bebida para nos revigorar, e o Mandamento Maior que nos ordenou, ao mundo anunciar, testemunhar.

A esta Divina Fonte de Amor acorramos, fome e sede jamais teremos; senão a sede e fome de justiça, de ver acontecer um novo céu e uma nova terra, porque discípulos missionários do Senhor, que esta sede, no Sermão da Montanha, proclamou: “Bem-Aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5, 6).

À esta Divina Fonte sempre acorramos, sem demora, porque tão apenas n’Ela encontramos a Fonte inesgotável e indizível de Amor. 

“A juventude mora no coração da Igreja”

                                             


“A juventude mora no coração da Igreja”
 
 A juventude mora no coração da Igreja
e é fonte de renovação da sociedade”
 
Voltemos ao que nos disseram os bispos em Documento dedicado especialmente à juventude:
 
"A juventude mora no coração da Igreja e é fonte de renovação da sociedade. Os jovens de todos os tempos e lugares buscam a felicidade. A Igreja continua olhando com amor para os jovens, mostrando-lhes o verdadeiro Mestre − Caminho, Verdade e Vida − que os convida a viver com Ele.
 
Nós, pastores, consideramos urgente e importante o tema da evangelização da juventude para refleti-lo à luz da Palavra de Deus e de tantas riquezas e desafios deste momento histórico-cultural em que vivemos” (Evangelização da Juventude  Desafios e perspectivas pastorais n. 85).
 
Mais que acreditar, é dedicar tempo e espaço para que a juventude seja protagonista da evangelização.
 
Não há nada mais precioso para nós do que sermos chamados pelo Senhor para trabalhar em Sua vinha. Ele é a nossa pérola preciosa de maior valor, Ele é o nosso tesouro escondido, pelo qual tudo vendemos, de tudo nos dispomos, para adquirir o terreno no qual Ele Se encontra (Mt 13,44-52), ou seja, que O tenhamos sempre no mais profundo de nós, mais íntimo a nós, do que nós a nós mesmos, como bem falou Santo Agostinho, em seu incansável e feliz encontro, quando partiu a procura de Deus.
 
Impossível ter-se encontrado com Jesus e retê-Lo somente para si.
 
É sempre tempo de todos avançarmos para águas mais profundas, e que cada jovem, ao fazer uma profunda experiência pessoal com Cristo, leve tantos outros jovens à mesma experiência, à mesma graça.
 
Concluímos com um convite a refletir sobre a passagem do Evangelho, em que Jesus chama os primeiros discípulos para segui-Lo (cf. Jo 1,38-39)

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