segunda-feira, 21 de abril de 2025

Contemplo o Mistério Pascal

                                                   

Contemplo o Mistério Pascal

Contemplo o Mistério Pascal
Acolho na fé a Deus Pai
Que por Amor a todos nós,
Ainda que não entendamos,
Mais ainda, mesmo que não mereçamos,
Se dá pelo Cristo Ressuscitado,
Torna-Se pelo Espírito
Presente em nossos corações,
Faz de nós Sua morada.

Contemplo o Mistério Pascal...
Deixo-me envolver por um movimento indizível:
O movimento do amor,
Para uma vida nova viver,
Buscando as coisas do alto,
Onde habita Deus.

Contemplo o Mistério Pascal...
Fortalecido e pleno de confiança:
Em Deus que é Amante – Pai
Em Deus que é Amado – Filho
Em Deus que é Amor – Espírito

Contemplo o Mistério Pascal...
A vida do Filho Amado;
Uma vida filial que dia após dia
Revela-nos, com Sua humanidade plena e perfeita.
Uma vida inteiramente pela ação do Espírito
Conduzida, assistida, do nascer ao na Cruz morrer;
Que rebentou na madrugada da Gloriosa Ressurreição,
Com suas Flores e Frutos Pascais:
Alegria, amor, paz, presença,
Que ninguém jamais trouxe, traz e trará.

Contemplo o Mistério Pascal...
Acontecimento que regenera e recria
A humanidade, e continuamente a nossa fé;
Que dá um novo sentido a nossa existência,
Que é a  mais bela de todas as experiências:
O experimentar da Vida do Ressuscitado,
A vida em sua beleza e esplendor,
Como deve e haverá de ser
A vida cristã.
Aleluia! Aleluia!

  
PS: Fonte inspiradora Leccionário Comentado - Páscoa - Ed. Paulus.

Ano da Oração: Viver um tempo de graça

 

Ano da Oração: Viver um tempo de graça

Estamos vivendo o Ano da Oração que o Papa Francisco anunciou no final do Angelus no dia 21 de janeiro.

É um tempo de graça a fim de que nos dediquemos a redescobrir o grande valor e necessidade absoluta da oração, de modo que é fundamental  intensificar a oração, a fim de preparar-nos para viver esse tempo de graça, em preparação ao Jubileu a ser celebrado por toda a Igreja no próximo ano.

Ao longo deste ano, as Dioceses são convidadas a promover momentos de oração individual e comunitária.

Celebrado a cada 25 anos, os anos jubilares na Igreja são acompanhados de muitas iniciativas e peregrinações, normalmente ao redor de um tema proposto. Iremos retomar o Jubileu de 2025 muitas vezes nos próximos meses.

Oportunas as palavras do Papa ao anunciar o Ano da Oração: trata-se de uma  proposta para “que os corações estejam abertos para receber a efusão da graça de Deus e para fazer do ‘Pai Nosso’, a oração que Jesus nos ensinou, o programa de vida de cada um dos seus discípulos”.

Além do Pai Nosso, muitas outras formas de oração serão incentivadas ao longo deste ano para provocar a redescoberta da importância e valor da oração, e neste sentido, estão previstos a elaboração e divulgação de diversos materiais a serem oportunamente divulgados e devidamente utilizados pelas nossas comunidades.

Glorificamos a Deus pelo Ano da Oração, e que ele bem vivido nos ajude a crescermos na intimidade com o Pai, na fidelidade a Jesus Cristo, Seu Amado Filho, com a presença e ação do Espírito Santo, a fim de que nos preparemos para celebrar e viver o Anto Jubilar de 2025.

PS: Escrito em janeiro de 2024

 

“Iluminai, Senhor, as profundezas de nosso coração!”

                                                               


“Iluminai, Senhor, as profundezas de nosso coração!”

Uma Oração que se encontra na Liturgia das Horas, e retomo para reflexão.

“Acolhei, Senhor, as preces desta manhã, e por Vossa bondade iluminai as profundezas de nosso coração, para que não se prendam por desejos tenebrosos os que foram renovados pela luz de Vossa Graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”
                                     
Em primeiro lugar, colocamos nas mãos divinas as preces da manhã em alegre confiança: “acolhei”. Ele que é nosso auxílio e proteção, nosso refúgio, fortaleza e abrigo!

“Desta manhã”:
Implica na constância da Oração: há de ser cotidiana; ininterrupta.

A cada dia o pão, as preocupações, o bom combate da fé, as súplicas... 

A cada dia o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia (tanto quanto possível para os leigos e sempre para nós Presbíteros).

“Por Vossa bondade”:
Indubitavelmente, Deus nos atende não porque sejamos bons, mas porque Ele é sumamente bom e nos atende para que sejamos bons, como Ele o é.


“Iluminai as profundezas de nosso coração”: O verbo é denso: “iluminai”:

- Somente Deus tem a plenitude da luz que pode iluminar nossos caminhos, projetos, obscuridade, dúvidas, temores...

- Somente Ele pode penetrar no mais profundo de nós mesmos, nas profundezas de nosso coração, sentimentos, pensamentos...

- Somente Ele é capaz de penetrar no mais profundo de nós mesmos, e muito mais do que nós mesmos, como disse Santo Agostinho...

- Somente Ele pode manter viva a chama que ainda fumega em nosso coração; mantê-la inflamável, inapagável...

“Para que não se prendam por desejos tenebrosos”:

“Desejos tenebrosos” podem ser a cobiça, a volúpia, a inveja, a rivalidade, o indiferentismo, os preconceitos velados, a ânsia e busca frenética do poder, a tentação da fama, privilégios.

"Desejos tenebrosos" que afloram no deserto nosso de cada dia, que o Senhor venceu para que também pudéssemos vencer: as tentações fundamentais do ter, ser e poder...

- Quem destes desejos está verdadeiramente liberto?
- Qual coração se encontra plenamente livre e imune de seduções sem fim?

“Por N. S. J. C., Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”
Como toda Oração, é confiança absoluta na Trindade Santa. Nela estamos e conosco Ela sempre está em imprescindível relacionamento.

Refaçamos a Oração acima com fé, trazendo ao coração:
Luz radiante,
Alegria inebriante,
 Serenidade contagiante...
Aleluia! Aleluia!

Nossos corações ardem com a Palavra do Senhor

                                                        

Nossos corações ardem com a Palavra do Senhor

Só nos vem à mente aquilo que passou pelas entranhas do coração. 
Assim como em cada Eucaristia que participamos, 
temos a graça de ouvir o Senhor falar conosco,
como o fez com os discípulos de Emaús. 

Naqueles dias e sempre, 
O Senhor faz arder nossos corações enquanto a Palavra nos ensina, 
e fez nossos olhos se abrirem quando o Pão partilha,
participando frutuosamente do Banquete da Eucaristia.

Incendeia, Senhor, nosso coração com o Fogo do Espírito,
Com o Fogo do Vosso Amor de que tanto precisamos.
Continuemos trilhando o caminho da Santidade,
cuja meta é a eternidade.

Urge que tiremos nossas máscaras,
para que a verdadeira imagem de Deus transpareça.
Santidade na fidelidade total ao Senhor,
coração inflamado do mais puro amor.

Somente assim nos tornamos missionários da Palavra,
Pregando e vivendo, inseparavelmente.
Assim como são inseparáveis as duas Mesas:
A Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia.

Acolher e semear a Palavra ouvida,
Tendo o coração pelo Amor preenchido,
Um coração totalmente seduzido,
Sem jamais nada de Cristo se perder!

Um pouco de Cristo, perdemos e esvaziamos Sua Palavra:

Quando não valorizamos a Palavra pregada,
Quando não a encarnamos em nosso dia a dia.
Quando não ressoamos em nossos pensamentos,
Gestos e atitudes, o Pão Eucarístico que comungamos.

Mas de Cristo nos aproximamos e nos configuramos:

Quando perseveramos no caminho de santidade quando,
Como os primeiros cristãos, nossa vinda fundamentar
nos Quatro Pilares” indispensáveis: Doutrina dos Apóstolos, 
Comunhão Fraterna, Fração do Pão e Oração.

Que a alegria, a simplicidade e a fidelidade nos acompanhem,
Pois somente assim poderemos o outro atrair para Cristo,
como no mais Belo, desejado e frutuoso arrastão de
conversão, fraternidade, comunhão - Evangelização.

Tenhamos a alma missionária.
Naveguemos nos mares das adversidades,
Com confiança e fidelidade inabaláveis na força divina,
pois a Missão de Cristo é a nossa missão.

Alegremo-nos, ponhamo-nos com coragem a caminho!
Como os santos e santas, que nos antecederam na glória, 
escrevamos nossa história de santidade,
pedras vivas da Igreja para sempre sejamos!

Revigoremos nossos passos, 
revitalizemos nossa fé e  ardor missionário, 
fazendo de nossa Paróquia comunidade de comunidades, 
para que um dia, o céu alcancemos. Amém!

O Senhor Ressuscitou. Aleluia!

 


O Senhor Ressuscitou. Aleluia!

Renovamos nossa fé na Ressurreição, que tem por fundamento um acontecimento que foi, ao mesmo tempo, historicamente testemunhado pelos discípulos (que realmente encontraram o Ressuscitado) e misteriosamente transcendente, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus.

Cremos que o sepulcro vazio e os lençóis deixados no chão significam, por si mesmos, que o corpo de Cristo escapou aos laços da morte e da corrupção, pelo poder de Deus; assim como preparam os discípulos para o encontro com o Ressuscitado.

Honra, glória, poder e louvor a Jesus Cristo, Nosso Deus e Senhor, “primogênito de entre os mortos” (Cl 1, 18), que é o princípio da nossa própria ressurreição, desde agora pela justificação da nossa alma (Rm 6,4), mais tarde pela vivificação do nosso corpo (Rm 8,11). Amém. Aleluia!

 

 

PS: Catecismo da Igreja Católica – parágrafos nn. 656-658

 


A Ressurreição de Jesus: O Mistério central da fé (parte I)


A Ressurreição de Jesus: O Mistério central da fé

Após a Consagração do Pão e do Vinho na Missa, quando o Padre diz –“Eis o Mistério da fé”, a Assembleia aclama com uma destas fórmulas:

- “Anunciamos, Senhor, a Vossa morte e proclamamos a Vossa Ressurreição. Vinde Senhor Jesus!”;

- “Todas as vezes que comemos deste Pão e bebemos deste Cálice, anunciamos, Senhor, a Vossa Morte, enquanto esperamos a Vossa vinda!”;

-  “Salvador do mundo, Salvai-nos, Vós que nos libertastes pela Cruz e Ressurreição”.

- Mas o que é a Ressurreição de Jesus para a fé cristã?
- Qual o conteúdo do que proclamamos piedosamente, em cada Celebração Eucarística?

Apresento algumas passagens do “Verbete Ressurreição”, que muito nos ajudará a aprofundar sobre esta verdade fundante de nossa fé, pois, se Cristo não Ressuscitou, vazia e ilusória é a nossa fé e pregação, como disse o Apóstolo Paulo (1 Cor 15, 1-34), e ainda: “Com efeito, nós cremos que Jesus morreu e Ressuscitou” (1 Ts 4,14).

Para o Apóstolo, a Ressurreição é a pedra angular do Mistério de Cristo, o critério absoluto da verdade do Evangelho que anunciou; é de fato, o Mistério central do anúncio cristão: desde o início é o fundamento da fé e o conteúdo essencial da pregação.

Em várias passagens, ele nos fala da aparição do Ressuscitado: Atos 16,9; 18, 9; 22. 17s): Cefas (Pedro – chefe dos Apóstolos), os Doze, mais de quinhentos irmãos; Tiago, chamado “O Menor” todos os Apóstolos e a ele próprio no caminho de Damasco.

A fé na Ressurreição é “o fio dourado da esperança que reuniu na fé os vinte séculos de cristianismo...

A Ressurreição foi a batalha decisiva de uma guerra já vencida, mas que ainda não terminou. Mesmo se na história as hostilidades ainda continuam e nem todos reconheceram a importância definitiva dessa batalha, ela já significa a vitória” (1)

De fato, a Ressurreição consiste no “coroamento da história e a confirmação de que a salvação do homem não é uma utopia, mas uma realidade.

Como vitória decisiva sobre o mal e sobre todos os limites humanos e como premissa e primícias da nossa Ressurreição, ela dá um impulso decisivo ao compromisso do cristianismo no mundo e à sua esperança no futuro” (2)

A Ressurreição de Jesus é o Mistério central de nossa fé. Desde os primeiros dias da Morte de Jesus, foi a Verdade que fez os discípulos recobrarem as forças, porque sentiram a Sua presença vitoriosa.

Também nós a sentimos, de modo especialíssimo, em cada Ceia Eucarística que celebramos, quando muito mais do que repetir, proclamamos e cremos:

“Anunciamos Senhor a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição. Vinde Senhor Jesus!”

(1) (2) Dicionário de Homilética – Verbete Ressurreição – p. 1489. 

A Ressurreição de Jesus: O Mistério central da fé (Parte II)

A Ressurreição de Jesus: O Mistério central da fé

Ressurreição, evento inesperado e fonte de compreensão do Mistério de Jesus.

Os quatro Evangelhos nos apresentam o acontecimento da Ressurreição, num contexto em que os discípulos se encontravam profundamente desanimados, desiludidos e inquietos (e não por acaso, haja vista o fim inglório de seu Mestre).

- Como manter o entusiasmo despertado na experiência da Transfiguração (Mc 9,2-10; Mt 17,1-9; Lc 9,28-36), e pelos milagres testemunhados com os próprios olhos, as ressurreições realizadas: a filha de Jairo (Mc 5,21-24.35-43), o filho da viúva de Naim (Lc 7,11-17), Lázaro de Betânia (Jo 11,1-45)?

A morte de Jesus provocou um sofrimento tão profundo que anulou toda esperança, de modo que foi necessária uma longa pedagogia de encontros e de provas sobre a realidade do Ressuscitado:

- Deixar-Se tocar por Tomé (Jo 20,27);
- Caminhar com os discípulos de Emaús (Lc 24, 15);
- Comer com eles (Lc 24,42-43; Jo 21,10-12).

Voltemo-nos, de modo especial, para a passagem da caminhada de Jesus com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35):

Caminhavam desiludidos, entristecidos, afinal viram ocorrer o naufrágio do sonho de liberdade:

– “Nós esperávamos que Ele seria o que devia libertar Israel. Mas, com tudo isso, já é o terceiro dia que esses fatos se deram” (Lc 24,19-21).
     
De fato, o “evento da Paixão e Morte havia provocado neles desânimo e até a negação. Pedro que confessara Jesus como ‘o Cristo, o Filho do Deus vivo’ (Mt 16,16), diante de Jesus aprisionado e humilhado (Mt 26,67) admite não O reconhecer mais.” (1)

Mas a Ressurreição foi o acontecimento inesperado “... que ofereceu aos discípulos a verdadeira compreensão de Jesus. A luz da Páscoa ilumina em sua autêntica realidade a história terrena de Jesus, pela qual os discípulos passam de um reconhecimento superficial e incompleto à confissão convicta, ao anúncio inabalável, até a entrega da própria vida no martírio.

É a Ressurreição que de fato restitui a Pedro e aos discípulos a fé e o entusiasmo em Jesus, tornando-os difusores tenazes e perseverantes do seu Evangelho de Salvação” (2)

A Ressurreição é, portanto, o não naufrágio dos sonhos, da esperança, da liberdade, da vida.

Com Ela renovam-se as forças, pois está Vivo, com os discípulos, com a Igreja, Aquele que sempre estivera, mas agora Ressuscitado e  Glorioso, como dissera.

A ausência de inteligência de alguns e a lentidão para crer de outros, ou ambas presentes no coração e na mente dos discípulos, foram dissipadas aos poucos, quando o próprio Ressuscitado Se deu a conhecer, e a eles comunicou a Sua presença e Palavra.



(1) (2) Dicionário de Homilética – Verbete Ressurreição – p. 1492.

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