quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Padres, sinais do Cristo Bom Pastor!

                                                        

           

Padres, sinais do Cristo Bom Pastor!
 
O Missal Dominical nos oferece uma reflexão sobre o Ministério Sacerdotal que nasce da Eucaristia, tornando-se um dom para a unidade:
 
“Dentro da comunidade, as relações recíprocas são avaliadas em nível de serviço e não de poder, e encontram sua mais perfeita expressão no momento da Ação Eucarística.
 
Quem ‘preside’ à comunidade e é por ela responsável, preside também à Eucaristia; reúne-a na Oração comum, como a une nas diversas atividades da palavra e do auxílio mútuo.
 
Para ser coerentes com seu Ministério Sacramental, o Bispo com os Sacerdotes (e os Diáconos) são os mais próximos do Cristo Servo na consagração total de suas forças e sua vida à atividade eclesial.
 
O Concilio Vaticano II exprime a relação dos vários aspectos do Ministério Sacerdotal com a celebração da Eucaristia:
 
‘Os Presbíteros... segundo a imagem de Cristo, sumo e eterno Sacerdote, são consagrados para pregar o Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino, de maneira que são verdadeiros Sacerdotes do Novo Testamento.
 
Participando, no grau próprio de seu Ministério, da função de Cristo Mediador único (cf. 1Tm 2,5), a todos anunciam a Palavra de Deus.
 
Eles exercem seu sagrado múnus principalmente no Culto Eucarístico ou sintaxe, na qual, agindo na pessoa de Cristo e proclamando Seu Mistério, eles unem os votos dos fiéis ao Sacrifício de sua Cabeça e, até a volta do Senhor, apresentam e aplicam no Sacrifício da Missa o único Sacrifício do Novo Testamento, isto é, o Sacrifício de Cristo que, como Hóstia imaculada, uma vez por todas Se ofereceu ao Pai...
 
Exercendo, dentro do âmbito que lhes compete, o múnus de Cristo Pastor e Cabeça, eles congregam a família de Deus numa fraternidade a tender para a unidade e a conduzem a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo...
 
De coração, feitos modelos para o rebanho, presidam e sirvam de tal modo sua comunidade local, que esta dignamente possa ser chamada com aquele nome pelo qual só e todo o Povo de Deus é distinguido, a saber: Igreja de Deus" (cf. LG n. 28)
 
Vemos que o Concílio Vaticano II apresenta a missão do Presbítero diante da comunidade, como modelo para o rebanho, com uma vida marcada pela doação, serviço e caridade.
 
O Presbítero precisa, portanto, uma configuração contínua a Jesus Cristo, com mesmos pensamentos e sentimentos (Fl 2,5-11).
 
Deste modo os Presbíteros serão Homens que:
 
- asseguram que o rebanho não se perderá, pois deles se pode esperar uma Palavra, a Palavra do Cristo Bom Pastor, Palavra de Vida Eterna;
 
- empenham-se na fortaleza do rebanho apesar da fraquezas próprias de sua condição, nutrindo com o Pão da Imortalidade, o Pão Eucarístico;
 
- inflamados pela chama do Amor de Deus, que os chamou e os consagrou, aprendizes da Divina Fonte de Amor, Jesus, conduzem a comunidade sob a ação e manifestação do Espírito Santo. Amém.
 
PS: Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 287.
 


Bem-Aventuranças: a carteira de identidade do cristão

 


Bem-Aventuranças: a carteira de identidade do cristão 
 
Celebramos no dia 1º de novembro a Solenidade de todos os Santos e Santas (no Brasil é transferida para o domingo seguinte, quando dia 1º for um dia da semana).
 
Santidade é um caminho a ser percorrido, ou mesmo, podemos dizer como que a subida de uma escada, degrau por degrau, de modo que, não há santidade alcançada plenamente e para sempre.
 
Ela consiste num processo contínuo de lapidação, para que o esplendor da verdade e da caridade aconteça em nós, até o encontro com a plenitude da luz que se dá no céu!
 
Celebramos a memória de todos os santos e santas, canonizados ou não pela Igreja, e tantos outros que hoje cantam a Deus, no Céu, o perfeito louvor, intercedendo a Deus por nós.
 
Devemos venerá-los e jamais adora-los, pois tão somente a Deus se adora. “Santo é um pecador de quem Deus teve misericórdia”, conforme afirmação atribuída a Santo Agostinho.
 
São exemplos a serem imitados – cada santo tem uma marca forte e apaixonante no seguimento de Jesus – podemos aprender com eles.
 
A santidade é participar da vida de Deus, e deve ser compreendida como dom de Deus e nossa resposta a Ele:
 
“A santidade cristã manifesta-se, pois, como uma participação na vida de Deus, que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece, particularmente com os sacramentos.
 
A santidade não é o fruto do esforço humano, que procura alcançar a Deus com suas forças, e até com heroísmo; ela é dom do amor de Deus e resposta do homem à iniciativa divina” (1)
 
Com o batismo, alcançamos a filiação, recebemos a semente de imortalidade,  e com a Ressurreição, a imagem perfeita de Cristo, e o nosso futuro é a pertença e a semelhança de Deus – imagem perfeita de Cristo.
 
Deste modo, as Bem-Aventuranças (Mt 5,1-12)  são caminho que leva à santidade, com uma ética própria, que renova a pessoa, a comunidade e a sociedade, porque, se vividas, provocam mudança radical de vida.
 
Compreendamos as Bem-Aventuranças:
 
- Os pobres em espírito:  mais do que no sentido econômico e social, são os humildes, pecadores e abertos ao perdão. Ser pobre é ter o olhar voltado para o futuro, para a eternidade, confiando totalmente em Deus.
 
- Os que “choram” partilham o sofrimento do outro.
 
- Os “mansos” mantém a serenidade sempre!
 
- A prática da justiça consiste no fazer a vontade de Deus.
 
- A Pureza de coração é sinônimo de retidão...
 
- Somos como discípulos promotores da paz e impulsionados pela misericórdia divina.
 
- Temos a serenidade e maturidade para enfrentar as adversidades, calúnias e perseguições.
 
A Igreja haverá sempre de nos ensinar que, na comunhão dos santos, não caminhamos sós, e contamos com aqueles que lavaram a suas vestes no Sangue do Cordeiro, que hoje contemplam a face do Pai, continuam vivos em nosso coração, como exemplos a serem imitados, sedentos da Salvação divina, que tão somente Deus pode nos alcançar.
 
Sejamos santos como Deus é Santo, vivendo iluminados e conduzidos pelas Bem-Aventuranças, caminho de santidade e felicidade plena e verdadeira. Sejam as Bem-Aventuranças a carteira de identidade do cristão (cf. Papa Francisco).
 
 
 
(1) Missal Dominical – Editora Paulus - pág. 1367

Cair, levantar e caminhar

                                                    


Cair, levantar e caminhar

Por vezes, podemos experimentar a queda,
mas temos que nos levantar e continuar o caminho...

Ainda que não tenhamos forças para nos levantar,
Deus, em Sua bondade e providência, nos assiste.

Não nos deixa faltar mãos solidárias estendidas,
Que não apenas nos levantam, mas condividem os fardos.

Agradeçamos a Deus por estas mãos tantas,
Que nos foram estendidas para sermos o que somos.

Mãos que tocaram nossas feridas com o bálsamo da atenção,
E nos enfaixaram com as faixas da ternura e coragem.

Sejam nossas mãos também estendidas e solidárias,
A quantos caídos, feridos sem vontade de viver e caminhar.

Contemplemos a tríplice queda do Senhor,
E a solidariedade de Simão Cirineu no carregar da cruz.

O Senhor caiu pelo peso de nossos pecados e maldade.
Caiu porque expressão máxima da misericórdia divina.

Caiu pela misericórdia redentora por todos nós vivida.
Caímos, por vezes, por causa de nossos pecados e miséria.

Se cairmos, que não seja para sempre,
Pois há um longo deserto a atravessar...

Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor

                                                       

          Cristãos leigos e leigas perseverantes no amor
 
Reflitamos sobre a graça da missão realizada pelos cristãos leigos e leigas na obra da evangelização à luz da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 14,25-33).
 
Para que tenhamos na Igreja, alegres e convictas testemunhas do Ressuscitado, são necessárias renúncias até de si mesmo, acompanhados de separação, radicalidade e realismo.
 
Tudo isto se faz na vivência dos desapegos de toda a ordem, na radicalidade própria do amor que sabe elencar o que é prioritário, num realismo inadiável, de modo que, sem renúncias, jamais haverá fidelidade no seguimento ao Senhor.
 
A fé cristã será, portanto, movida pela virtude da esperança enraizada no chão da caridade que é o próprio coração do homem e da mulher.
 
Somente assim, cristãos leigos e leigas serão discípulos missionários do Reino, sem medo, mas com muita alegria, procurando ter do Senhor Jesus os mesmos sentimentos, em total e incondicional fidelidade, com a presença e ação do Espírito Santo (Fl 2,5).
 
Cumpra-se, portanto, a Palavra Divina, para que na fidelidade ao Senhor progridamos: “Aqueles que perseverarem no amor ficarão junto de Deus, porque a graça e a misericórdia são para Seus eleitos”, já nos dizia o autor do Livro da Sabedoria (Sb 3,9).
 
Como Igreja sinodal, ponhamo-nos todos a caminho, firmados nos pilares da Palavra, Pão da Eucaristia, Caridade e Missão, vivendo a graça do batismo recebido, com o coração ardente e os pés a caminho.
 

A missão cristã e a política são indissociáveis

A missão cristã e a política são indissociáveis

“Alegres por causa da esperança”
(Rm 12,12)

Retomemos um trecho do parágrafo 46 da Carta Apostólica “Octogésima Advenies”, escrita pelo Papa São Paulo VI, ao celebrar o octagésimo aniversário da Rerum Novarum, que nos fala sobre um tema que está na pauta do dia: a política, sobretudo neste período que antecede as Eleições Municipais em nosso país.

O poder político a serviço do bem de todos e além das fronteiras nacionais:
“Atendo-se, pois, à sua vocação própria, o poder político deve saber desvincular-se de interesses particulares, para poder encarar a sua responsabilidade pelo que se refere ao bem de todos os homens, passando mesmo para além das fronteiras nacionais”.

A política tomada a sério, em seus diversos níveis, na promoção do bem comum:
“Tomar a sério a política, nos seus diversos níveis, local, regional, nacional e mundial, é afirmar o dever do homem, de todos os homens de reconhecerem a realidade concreta e o valor da liberdade de escolha que lhes é proporcionada, para procurarem realizar juntos o bem da cidade, da nação e da humanidade”.

Uma definição do que vem a ser a política:
“A política é uma maneira exigente - se bem que não seja a única - de viver o compromisso cristão, ao serviço dos outros. Sem resolver todos os problemas, naturalmente, a mesma política esforça-se por fornecer soluções, para as relações dos homens entre si”.

O campo de atuação e domínio da política:
“O seu domínio é vasto e abrange muitas coisas, não é porém, exclusivo; e uma atitude exorbitante que pretendesse fazer da política algo de absoluto, tornar-se-ia um perigo grave”.

A autonomia da realidade política e o compromisso dos cristãos em coerência ao Evangelho:
“Reconhecendo muito embora a autonomia da realidade política, esforçar-se-ão os cristãos, solicitados a entrarem na ação política, por encontrar uma coerência entre as suas opções e o Evangelho e, dentro de um legítimo pluralismo, por dar um testemunho, pessoal e coletivo, da seriedade da sua fé, mediante um serviço eficaz e desinteressado para com os homens”.

Retomar este parágrafo é enriquecedor, para que vejamos a necessária superação de apatia, indiferença e omissão diante da atuação política, como tem insistido o Papa Francisco em seus pronunciamentos e encontros.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Em poucas palavras...

                                              


Amar como Jesus, empenhar-se na comunhão

“Em particular, a comunhão nos leva a conciliar duas necessidades: o acolhimento a todos, inclusive aos que nos parecem menos motivados; a exigência de aproximar os mais empenhados nos caminhos do Senhor e no esforço social. Só vivendo o amor de Cristo ressuscitado, poderemos viver em comunhão.”  (1)

 

 

(1) Missal Cotidiano – Comentário da passagem (1 Cor 12,12-14.27.31a) – pág. 1275

Em poucas palavras... (05/11)

                                    


Arautos contemplativos e enamorados de Deus

“São necessários arautos do Evangelho, peritos em humanidade, que conheçam a fundo o coração do homem de hoje, participem das suas alegrias e esperanças, das suas angústias e tristezas, e ao mesmo tempo sejam contemplativos, enamorados de Deus.

Para isso são precisos novos santos [...]. Devemos suplicar ao Senhor que aumente o espírito de santidade na Igreja e nos envie novos santos para evangelizar o mundo de hoje” (1)

 

(1)Discurso ao Simpósio de Bispos europeus pelo Papa São João Paulo II - 25 de dezembro de 1985

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG