quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Ele bate à porta de nosso coração...

                                                  

Ele bate à porta de nosso coração...

Senhor, é sempre tempo de Vossa visita, batendo à nossa porta, sob o aspecto de tantas pessoas próximas e distantes que têm fome, solitárias, abandonadas, exploradas...

Senhor, que jamais nos esqueçamos e nos descuidemos da grande responsabilidade de não repelir o Vosso chamado, pela Palavra e por Vossa dulcíssima presença.

Senhor, ensinai-nos a perscrutar os sinais dos tempos, aprendendo a colher os fermentos provindos do Espírito, apesar de toda dificuldade que possamos encontrar.

Senhor, que não nos ocupemos em defender nossos interesses, privilégios, hábitos, comodidades, e tão pouco deixemos escapar os momentos de graça que podem mudar radicalmente nossas vidas, para que mais configurados a Vós sejamos.

Senhor, que não sejamos devorados por nossa vida burguesa, pelo nosso pequeno mundo, na defesa de uma vida tranquila, fechados em nossa casa, em nossa zona de conforto.

Senhor, que não vejamos somente a nós mesmos e nossos interesses, sem qualquer preocupação com o próximo, surdos aos seus gritos de dor e desespero, seus clamores que bradam aos céus, e a Vós sempre chegam, e não ficam sem resposta.

Senhor, que renovemos a graça de sermos Vossos discípulos missionários. E, a fé vivendo, a esperança renovemos, de mãos dadas com a caridade testemunhada.

Senhor, que evangelizemos como Vós desejais: com amor, zelo e alegria, contando com a presença e ação do Vosso Santo Espírito, na fidelidade ao Projeto de Vosso Pai. Amém.


Fonte inspiradora: Missal Cotidiano (Lc 19, 41-44) - p.1518. 

Se Te fiz chorar...

                                                     


Se Te fiz chorar...

A passagem do Evangelho (Lc 19,41-44):

“E como estivesse perto, viu a cidade e chorou sobre ela, dizendo: ah! Se neste dia também tu conhecesses a mensagem de paz! Agora, porém, isso está escondido a teus olhos. Deitarão por terra a ti e a teus filhos no meio de ti, e não deixarão de ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada!” 

Uma das páginas evangélicas em que aparece mais claramente a profunda humanidade de Jesus. Ele como qualquer pessoa Se comove e chora diante de fatos que provocam sofrimento, como também  aconteceu na morte de Seu amigo Lázaro (Jo 11,35).

Jesus chora a morte de um amigo, como também podemos chorar a morte dos nossos. Chora, mas não Se curva à aparente impotência do choro de comoção e compaixão. Ele tem a Palavra de Vida Eterna, Palavra que se crida e vivida é garantia de Ressurreição.

Chora a aparente vitória da morte que inevitavelmente nos acompanha, inexoravelmente, mas se irrompida em atitude de vigilância, torna-se o começo de uma vida com dias sem ocaso, que desabrocha no tempo que não conhece o fim, porque nos introduz na plenitude da luz divina.

Lágrimas pela morte de Lázaro, lágrimas pelo recrudescimento de Jerusalém, a Cidade que mata seus mensageiros de paz, seus divinos, tenazes, intrépidos e audazes Profetas. E, diante da vinda do Verbo, como a máxima e definitiva manifestação do Amor de Deus, se fecha.
   
Jerusalém arranca lágrimas do Senhor pela sua incredulidade, impiedade,  e não se abre à Boa Notícia, pelo Filho Amado, anunciada e testemunhada.

Fecha-se em sua mediocridade, arrogância e autossuficiência,

Não acolhe a mensagem de paz trazida pela Divina Fonte, O autor e consumador da mensagem, autor e consumador da fé que oferece a plenitude de vida e paz.

Faz verter lágrimas na face humana do Verbo Divino, que um dia se fez tão frágil, um Deus Homem Menino, experimentando o desprezo, a falta de humana acolhida.

Mas, hoje também não fazemos verter lágrimas na face do Senhor?
Não multiplicamos sinais de morte, indiferença, maldita violência?
Não compactuamos com a injustiça, mazelas caducas do poder?

E agora diante de Ti, Senhor, questiono-me,
Se Te fiz chorar, Senhor, peço perdão.
Não quero mais fazê-Lo, desejo do coração.

Se Te fiz chorar, Senhor, peço perdão
Pelo Batismo não vivido, pelo compromisso não assumido,
Fermento não ter sido, luz não comunicada, sabor não oferecido.

Se Tua Palavra se tornou tão apenas uma palavra qualquer,
Se esvaziei Tua Palavra de conteúdo e densidade,
Por uma vida também esvaziada de conteúdo de santidade

Se Te fiz chorar, Senhor, peço perdão,
Se também fiz da fé uma aparência
Sem abertura sincera do coração

Se Te fiz chorar, Senhor, peço perdão,
Por promessas santas um dia feitas,
Curvado pela fragilidade, não intensamente vividas.

Se Te fiz chorar Senhor, peço perdão
Se não permiti que reinasse em meu coração
Em compromissos de amor, serviço e doação.

Se Te fiz chorar, Senhor, não apenas peço perdão,
Peço que me ajude a ser melhor,
A permanecer firme na fé, contigo que és Caminho.

Se Te fiz chorar, Senhor, não apenas suplico perdão,
Peço que me regue no chão fecundo do coração
A divina semente da esperança que somente Tu possuis.

Se Te fiz chorar, Senhor, agradeço finalmente
Por ter para comigo imensurável compaixão,
Que emana de Teu indescritível e Diviníssimo coração!
Amém.


PS: Passagem do Evangelho de Lucas  (Lc 19, 41-44) da Missa da quinta-feira da 33ª Semana do Tempo Comum.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Fidelidade plena à Lei Divina

                                                       

Fidelidade plena à Lei Divina

Reflexão à luz da passagem do livro dos Macabeus (2 Mc 7,1.20-31), sobre o horizonte da humanidade: uma vida que nunca se acaba, plena, total e nova: a vida eterna, iluminados pelo testemunho de sete irmãos que deram a vida pela fé, movidos pela certeza de que Deus reserva a vida eterna àqueles que percorrem, com fidelidade, os caminhos por Ele propostos.

O texto nos fala do martírio de uma mãe e dos seus sete filhos, que se recusaram a violar a fé e as tradições judaicas, e por isto, foram mortos.

“Os sete irmãos tiveram a coragem de defender a sua fé até a morte, porque acreditavam que Deus lhes devolveria, outra vez a vida, uma vida semelhante àquela que lhes ia ser tirada. O Deus criador tem, de acordo com a catequese aqui feita, o poder de ressuscitar os mártires para a vida eterna”. (1)

Havia um contexto de perseguição contra os judeus, feita por Antíoco IV Epifanes (175-164a.C.). Muitos judeus, ao manterem vivas as suas tradições, foram cruelmente perseguidos e mortos.

Com isto, temos pela primeira vez a doutrina da ressurreição explicitamente apresentada na Bíblia. Esta verdade será desenvolvida e culminará com a Ressurreição de Jesus Cristo.

Reflitamos:
- Quais os valores pelos quais consumimos a nossa vida, ou seja, que acreditamos e pelos quais somos capazes de morrer?
- Somos capazes de defender com a própria vida as verdades de nossa fé?
- Somos capazes de lutar contra a corrente, se preciso for, pelos valores significativos para a nossa vida de fé?

A mensagem catequética nos convida a não ficarmos paralisados pelo medo, renovando compromissos com a justiça e a verdade, e nossa coragem e força para o testemunho da fé.

Como discípulos missionários do Senhor, iluminados por esta página da Sagrada Escritura, renovemos a nossa fé, a coragem e coerência entre o que cremos e o que vivemos.

Oração dos Cristãos Leigos e Leigas

                                                  


Oração dos Cristãos Leigos e Leigas

Senhor Jesus Cristo, Vivo e Ressuscitado, Vós nos apresentastes,  o Sermão da Montanha, como um Projeto de vida plena e feliz a ser vivido na planície, com renúncias necessárias, em total adesão e fidelidade, carregando nossa cruz de cada dia, na prática das bem-aventuranças.

Senhor, que sejamos pobres em espírito, abertos e confiantes na onipotência da Misericórdia do Vosso Pai, para que, como templos do Espírito Santo, irradiemos luminosidade onde vivemos, e como sal da terra, cuidemos do planeta em que habitamos, nossa casa comum.

Que saibamos viver os sins e os nãos, com sabedoria e firmeza, quando formos chamados a dar razão de nossa esperança, no fecundo testemunho da fé, acompanhado de gestos concretos de partilha, comunhão, solidariedade, como sinais do Vosso Reino.

Que saibamos dizer não à cultura do descartável; à globalização da indiferença; à violência de mil rostos; à idolatria do poder e do dinheiro; à busca do sucesso, fama e glória a qualquer preço; ao autoritarismo; à omissão de sagrados compromissos com a dignidade e sacralidade da vida.

Mas, que saibamos dizer sim à beleza da vida; à alegria da evangelização, missão que nos confiastes de ser sal da terra, luz do mundo e fermento na massa; à vida de comunidade; à comunhão com os ministérios ordenados, numa fecunda espiritualidade de comunhão ao Vosso Evangelho; à graça dos Sacramentos; ao amor fraterno; à vocação universal de santidade.

Senhor, nós Vos adoramos e glorificamos, Vós que viveis e reinais com o Pai na mais bela e plena comunhão com o Espírito, por nos  acolher como filhos e filhas pelo batismo, e pedimos que nos acompanheis com Vossa graça, para que Vos seguindo, com o nosso agir, a  verdade, a justiça, o amor e a solidariedade floresçam e se espalhem em nosso mundo

Fazei que compreendamos melhor que a nossa missão é o sair de si, em doação generosa, dando sabor de Deus à vida, dissolvendo silenciosamente em favor da vida plena e feliz e cheia de luz, com um coração sábio para gerar luz, sabedoria, como Vós fizestes, na fidelidade ao Vosso Evangelho, Luz para todos os povos.

Senhor, afastai de nós todo o medo, firmai nossos passos, solidificai nossa fé, esperança e caridade, num vínculo a ser vivido até a glória eterna, unindo-nos aos que nos precederam, e que já se encontram no repouso eterno, contemplando Vossa face luminosa. E por fim, que tenhamos Vossa Mãe como companheira e figura da Igreja. Amém.

Vigilância e compromisso com o Reino

                                                       

Vigilância e compromisso com o Reino

Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus sobre a Parábola dos talentos (Mt 25,14-30).

Refletimos sobre o tema da vigilância, que consiste na espera do Senhor que vem, multiplicando os talentos que Ele nos confiou, com sabedoria, criatividade, enfrentando os riscos necessários, com indispensável esforço de nossa parte para que o Reino de Deus aconteça.

Indispensável é que sejamos conduzidos e iluminados pela sabedoria divina, que no Livro dos Provérbios (Pr 31,10-13.19-20.30-31), é apresentada como a imagem da mulher perfeita, um modelo de sabedoria e comportamento, que deve estar presente em todos aqueles que esperam e participam da construção do Reino de Deus: felicidade conjugal, trabalho, autenticidade de valores.

O Apóstolo Paulo também nos exorta na Carta aos Tessalonicenses (1Ts 5,1-6, para que como  partícipes do plano de Deus, “não durmamos como os outros”.

É preciso empenhadar em multiplicar os próprios talentos, sem acumular uma fortuna para si, tão pouco usar as próprias capacidades unicamente para si, menos ainda com desperdício.

É através do trabalho que produzimos a criação divina, como prolongamento da obra da criação.

Nas atividades cotidianas, experimentamos nossas capacidades transformadoras, a necessária fantasia criativa, que não pode prescindir da verdadeira Sabedoria, para não promover e se deixar seduzir pela desordem do pecado, em dimensão pessoal, social e  estrutural.

Vejamos o que nos diz o Missal Dominical:

“A vida nos nossos dias é muito dura para a maior parte dos homens, a concorrência é desumana, não existe segurança profissional para ninguém, o relaxamento dos costumes cresce de maneira inquietadora, os homens confiam cada vez menos uns no outros.

Aumenta a delinquência, o sofrimento não poupa ninguém e a morte continua a ser o pavor de todos. Pesa sobre a humanidade o perigo de guerras: reina ainda na terra o estado da injustiça, que clama vingança, e no qual se encontra o Terceiro Mundo.

Todos experimentam, às próprias custas, quais as consequências, quando o pecado domina. Quem pode sentir-se em segurança?

Entretanto, Cristo age nesta humanidade como força de renovação, difundindo dons e talentos a homens livres que saibam fazê-los frutificar corajosamente.

Deus não tem o hábito de transformar as leis da natureza ou de agir em nosso lugar; não organiza nenhum sistema de segurança nem mesmo para os que creem n’Ele; mas o Espírito de Deus nos impele a tornarmo-nos homens novos, isto é, homens que, apesar dos contragolpes e oposições, continuam a edificar com amor um futuro mais sorridente”. (1)

Retomando a Parábola, temos a figura do um terceiro servo, que jamais deve ser para nós um modelo, pois tem medo do Senhor, um medo que o cristão não deve ter, desde que no Batismo se tornou  filho de Deus.

Esperemos vigilantes a segunda vinda do Senhor, abertos à Sabedoria divina, que é revelada aos pequeninos e escondida aos sábios e entendidos, é preciso que nos empenhemos em descobrir quais os talentos que o Senhor nos confiou para colocá-los a serviço do outro, por “um futuro mais sorridente”, mais esperançoso, mais fraterno.

Sem preguiça, omissão e medo, mas, com maturidade, viver o risco da fé, a entrega, a confiança, a disponibilidade para o serviço e promoção do bem comum.

A genuína fé no Senhor tem pertinentes apelos e compromissos que dela emergem, e tão somente assim, daremos razão de nossa esperança, num contínuo esforço de tornar concreta, afetiva e efetiva a virtude da caridade.

De fato, o Senhor coloca sempre o futuro em nossas mãos: memória e esperança nos acompanham. Importa, também, o conteúdo do tempo presente, o que se fez e o que se faz para que tenhamos um futuro feliz, e assim, estaremos, de fato, preparando a segunda vinda gloriosa do Senhor, e poderemos aclamá-Lo como Senhor e Rei do Universo.


(1) Missal Dominical - Paulus, 1995 - p.860.

PS: Passagem paralela do Evangelho de Lucas (Lc 19,11-28)

Vigilância: tempo de amar e servir

                                                                  

Vigilância: tempo de amar e servir

A passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,14-30) nos apresenta a Parábola dos talentos, e vemos o quanto Deus confia no homem, e conta com sua liberdade responsável na participação da construção do Reino.

A três pessoas foram confiados os talentos. O terceiro deles, que enterrou o talento, representa o perfeito servilismo, que deforma a imagem de si e do outro, porque se deixa dominar pelo terror. É próprio do terror não somente impedir qualquer iniciativa de certo fôlego, mas fazer abortar o realizar da possibilidade mais simples.

Entre a primeira e a segunda vinda há o tempo intermediário que estamos vivendo. Tempo que não pode ser vivido numa espera angustiosa, ociosa e tampouco agitada ou marcada pelo medo. 

Não podemos ser resignados, demissionários, gente entristecida, enfraquecidos pela preguiça e desorientados pelas dificuldades. Não há por que ficarmos aborrecidos e tampouco perdermos tempo no multiplicar os talentos que o Senhor nos confiou. Não importa quantos são, mas se os multiplicamos com intensa fidelidade e alegria.

Deve reinar uma alegria transbordante no coração dos discípulos missionários do Senhor. Sempre convictos de que é para o Senhor Jesus que trabalham, colocando a serviço os talentos, na fidelidade total e incondicional ao Pai, contando com a força, luz e sabedoria do Espírito Santo. 

A comunidade deve passar sempre do “temor servil” para o “amor filial”. Quando isto acontece, vigilante e sábia a comunidade se torna. 

No amor filial cada membro da comunidade não tem outra inquietação senão amar mais e mais, e verdadeiramente, colocando-se alegremente a serviço na construção do Reino. Nisto consiste a verdadeira sabedoria.

Quem ama torna-se cada vez mais capaz de amar. Quem é fiel e responsável em suas tarefas, sejam elas pequenas ou grandes, cresce na fidelidade e na liberdade dos filhos de Deus.

Caminhamos rumo à felicidade eterna prometida, já a experimentando no tempo presente. Somente quem serve o Senhor na alegria entrará na plenitude de Sua alegria no céu. 

PS: Passagem paralela do Evangelho de Lucas (Lc 19,11-28)

Multipliquemos os talentos que o Senhor nos deu

                                                                   

Multipliquemos os talentos que o Senhor nos deu

Com a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 25,14-30), refletimos  sobre como  testemunhamos e participamos da construção do Projeto Divino, a fim de que sejamos conscientes, ativos e comprometidos, fazendo frutificar os talentos que Deus nos concede por Sua bondade.

Indispensável é sermos conduzidos pela Sabedoria Divina, como vemos na passagem do Livro dos Provérbios (Prov 31,10-13.19-20.30-31), para melhor participarmos da construção do Projeto de Deus. 

Trata-se de uma coleção de sentenças sobre a sabedoria, construída ao longo de vários séculos e atribuída a Salomão. 

Um poema alfabético, que retrata a mulher virtuosa; e quão belo é ver a Sabedoria comparada à imagem desta mulher.

Ela sabe gerir a casa, é diligente, trabalhadora, possui um coração generoso, teme ao Senhor e não se preocupa com a aparência. Temos aqui o convite para refletirmos sobre os valores eternos que asseguram uma vida feliz e próspera: empenho, compromisso, generosidade e temor.

Indispensável, também, é a dependência de Deus; que quando autêntica, amplia a nossa liberdade e nos realiza plenamente.

O Apóstolo Paulo também nos fala sobre a necessária vigilância (1Ts 5,1-16), que consiste em esperar o Senhor que vem, atentos e vigilantes, com empenho ativo e incansável na construção do Reino, sem jamais cruzarmos os braços. 

A volta de Jesus se dará no final dos tempos, na parusia, mas enquanto isto, na espera, os dias sejam passados na vigilância e não no esmorecimento, deserção, fuga, mas vivendo coerentemente as opções do Batismo.

Sendo assim, é preciso que os membros da comunidade vivam como filhos da luz: vigilantes, sóbrios, com os olhos no futuro, esperando a chegada da vida verdadeira, numa vida marcada por uma esperança com corpo e conteúdo.

A vigilância consiste em não negligenciar as questões do mundo e os problemas do homem e da mulher, sem jamais fugir dos desafios que nos interpelam.

Ao contrário, é procurar caminhos e respostas para os mesmos, vivendo os ensinamentos de Jesus: os valores eternos para que o mundo seja transformado, no mais belo sentido da esperança, que é a serena expectativa.

Neste sentido entendemos a mensagem do Evangelho proclamado:
num contexto do esquecimento e perda do entusiasmo inicial, a comunidade se instalara na mediocridade, rotina, comodismo, facilidades, desânimo, desinteresse e deserção. 

O Evangelista acena para o horizonte final da história humana: a segunda vinda do Senhor, mas, enquanto isto, é preciso multiplicar os talentos que Ele nos confiou, pois Ele voltará e nos julgará conforme nosso comportamento em Sua ausência.

Agora é o nosso tempo, e com o nosso coração o Senhor continuará amando os últimos, os pecadores que estão a nossa volta.

Com nossas palavras, acompanhadas de testemunho, é que Ele animará, consolará, fortalecerá os entristecidos e desanimados.

É preciso construir uma comunidade alerta e vigilante que não se acomode; que não caia numa mórbida e indesejável passividade; que não fique de mãos erguidas e olhos postos aos céus, sem compromissos concretos e solidários. É preciso envolver-se, comprometer-se.

Com nossos braços estendidos e mãos abertas o Senhor acolherá os que vivem na miséria, na busca do sentido, da acolhida, de um pedaço de pão, porque é com nossos pés que Ele continuará Se dirigindo ao encontro de cada pessoa que mais precisa.

Reflitamos:

- Há o tempo de Sua presença e comunicação dos dons; o tempo de Sua ausência e confiança em nós depositada e haverá o tempo de Sua volta. O que temos para apresentar?

- Não há lugar para cristãos apáticos e acomodados, é preciso ter coragem de arriscar. O que faço para que Cristo seja conhecido e amado?

- Quais são os talentos que Deus me confiou? 
- Como desenvolvo estes talentos?

Vivendo intensamente a missão por Deus a nós confiada, revelaremos ao mundo inteiro a Face de Cristo, gerando Cristo em nós, e tão somente assim, os talentos serão multiplicados e não covardemente enterrados, e seremos alegres e convictos servidores do Reino por Jesus inaugurado.

PS: Passagem paralela do Evangelho de Lucas (Lc 19,11-28)

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