“Livrai-nos, Senhor, do delírio de onipotência”
Com o Nascimento do Redentor, visibilizou-se e visibiliza a Onipotência da Misericórdia Divina.
Ultrapassar os limites da condição humana é a grande tentação que vem desde o Éden, o grande pecado de nossos pais, que herdamos e que, como possibilidade, todos também o temos.
Quantas vezes se coloca de lado o Projeto d’Aquele que nos criou, para se seguir os próprios caprichos e astúcias, dando ouvido e asas aos desejos nem sempre pronunciáveis e desejáveis.
Quantas vezes a ilusão toma conta de nosso coração, com pretensa promessa de realização pessoal e solidificação da felicidade plena.
Quantas vezes o delírio de onipotência cega a humanidade, fazendo suas vítimas (holocaustos, promoção da miséria, guerras, discriminações, exclusões), vilipendiando a dignidade e sacralidade da existência humana.
Delírio de onipotência!
Crudelíssimo delírio que nos afasta da Verdadeira Onipotência: Deus. Afastamento que traz consigo consequências nefastas, e mais que indesejáveis, numa palavra: deploráveis.
Deste modo, nos perguntamos: quem melhor do que Maria, que lutou corajosamente contra a serpente e o mal, para nos ensinar a tornar a desejada libertação um fato em nossa vida?
Maria também travou uma luta interior contra o mal. Teve de ultrapassar as mesmas dificuldades e tentações na realização do plano de Salvação de Deus para a humanidade.
Deste modo, foi concebida sem a mancha do pecado, da desobediência, da infidelidade, a Imaculada Conceição.
Maria tão humana, inteiramente sim para Deus.
Maria tão humana, inteiramente para a vontade divina.
Que nossa devoção consista em imitá-la em tamanha fidelidade, somente assim, estaremos libertos do terrível delírio de onipotência e de suas marcas de pecado.
Com o Nascimento do Redentor, visibilizou-se e visibiliza a Onipotência da Misericórdia Divina.
Quanto mais nos abrirmos para a Divina Onipotência, mais libertos seremos do desejo de onipotência, que, paradoxalmente, nos fragiliza.
Oremos:
Livrai-nos, Senhor, do delírio de onipotência, que nos cega, nos faz prisioneiros de nós mesmos, de nossos interesses, desejos, cobiça, presunção, petulância.
Livrai-nos, Senhor, do delírio de onipotência, que rompe os laços sagrados da fraternidade.
Livrai-nos, Senhor, do delírio de onipotência, que nos afasta de Vós, que Se faz e quer fazer-Se tão próximo e íntimo a nós.
Livrai-nos, Senhor, de todo delírio de onipotência; Vos pedimos com o coração contrito e confiante em Vossa misericórdia. Amém.
PS: Is 10,5-7.13-16; Sl 137,6
Nenhum comentário:
Postar um comentário