A vida está acima da Lei
Ouvimos, na sexta-feira da 15ª semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho (Mt 12,1-8), em que Jesus se apresenta como Filho do Homem e Senhor do sábado, e nos exorta a vivência da misericórdia que coloca a vida acima de toda lei.
Crendo no Cristo Glorioso, Ressuscitado, celebramos em cada Eucaristia o mais belo triunfo: a vitória do amor. A partir da Páscoa, a Lei se condensa no amor; no amor aprendido com o Amor: Jesus.
De fato, a morte não teve sua última palavra. O Amor que nos amou até o fim venceu. A vida venceu a morte, a fim de que a humanidade nunca mais fique mergulhada na escuridão.
O abismo da morte recebeu a visita do Redentor, para que fizesse triunfar a Sua missão.
A Cruz teve aparência de derrota, na perspectiva da fé é vitória. Jesus morrendo, matou em Si a morte e, nós, por Sua morte somos libertados da morte.
Assumir a cruz de cada dia é contemplar e testemunhar o Amor da Trindade ali presente: Um Deus (Pai) que é eterno Amante, fiel ao eterno Amado (Jesus) em comunhão com o eterno Amor (Espírito Santo), como nos falou Santo Agostinho.
Ele que fez dom de Si mesmo, num amor incondicional até o extremo: Amor misericordioso, vivido intensamente na fidelidade ao Pai, sob a ação do Espírito na defesa e promoção da vida, portadora da sacralidade divina.
Deste modo, o Apóstolo Paulo nos exorta a “Viver a Caridade, que é a plenitude da Lei”, a plenitude do Amor (Rm 13,8-10), pois quem ama cumpre plenamente a Lei, e como disse Santo Agostinho: “Ame e faça o que quiseres”.
O próprio Jesus nos disse: “ninguém tem amor maior do que Aquele que dá a vida pelos Seus amigos” (Jo 15,13).
Quanto mais progredirmos no amor de Deus, mais humanos nos tornaremos. O caminho da humanização passa pela prática do amor, concretizada no Amor a Deus e no amor ao próximo; é o que nos disse Santo Irineu: “Deus Se fez humano para que nos tornássemos divinos…”
Somente trilhando O Caminho, acolhendo A Verdade, teremos A Vida; vida plena e abundante, nutrida e movida pela caridade.
Expressão madura da liberdade.
Verdade, caridade e liberdade devem nos acompanhar em todo tempo, para que a alegria da Ressurreição celebrada no Altar possa o mundo contagiar. Eis a Boa Nova a anunciar, testemunhar…
Discípulos missionários do Senhor, aprendendo com Ele o verdadeiro Amor, amor que nos ama até o fim, vivamos.
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