A Água do Batismo e as lágrimas da Penitência
Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja sobre a conversão e as duas águas da Igreja: a água do Batismo e as lágrimas da penitência:
“Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a fazer-se ouvir na vida dos cristãos.
Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «contém pecadores no seu seio» e que é, «ao mesmo tempo, santa e necessitada de purificação, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e de renovação».
Este esforço de conversão não é somente obra humana. É o movimento do «coração contrito» atraído e movido pela graça para responder ao Amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.
Testemunho disto mesmo, é a conversão de Pedro, depois de três vezes ter negado o Seu Mestre. O olhar infinitamente misericordioso de Jesus provoca-lhe lágrimas de arrependimento e, depois da Ressurreição do Senhor, a tríplice afirmação do seu amor para com Ele.
A segunda conversão tem, também, uma dimensão comunitária. Isto aparece no apelo dirigido pelo Senhor a uma Igreja inteira: «Arrepende-te!» (Ap 2, 5-16).
Santo Ambrósio diz, a respeito das duas conversões que, na Igreja, «existem a água e as lágrimas: a Água do Batismo e as lágrimas da Penitência»” .(CIC 1428-1429)
A Água de todas as águas: a Água do Batismo! A mesma que jorrou do lado aberto do Senhor, no alto da Cruz, por Amor de nós crucificado, como tão bem expressou o Evangelista João:
“Deus amou tanto o mundo que entregou o Seu Filho único, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
O mesmo Evangelista também nos fala da água que jorrou do seu lado, quando narra a Paixão e Morte do Senhor:
“Mas um dos soldados, traspassou-lhe o lado com a lança e imediatamente saiu Sangue e Água” (Jo 19,34).
A primeira Água é aquela na qual fomos submersos, para que, morrendo para o pecado, vivamos para Deus (Rm 6,1-11).
E, como batizados, para testemunharmos a vida nova que o Senhor nos alcançou – “Ele que foi manifestado na Carne, justificado no Espírito, aparecido aos anjos, proclamado às nações, acreditado no mundo, exaltado na glória” (1 Tm 3,16).
Há a água da penitência, que a pecadora derrama copiosamente nos pés de Jesus, banhando-os com perfume, secando-os com seus cabelos, e cobrindo-os de beijos (Lc 7,36-50).
Jesus soube tornar puros as lágrimas e os beijos da pecadora, porque todos somos pecadores e precisamos derramar esta segunda água em atitude de penitência, reconhecedores de nossa finitude, limitações, miséria, curvando-nos aos pés do Senhor, rico em misericórdia, para que por Ele, amados sejamos, perdoados também e vida nova encontremos.
Amados e perdoados, tão somente assim, podemos também amar e perdoar. E só podemos amar e perdoar, porque o Senhor nos amou e nos perdoou primeiramente.
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